Construindo Parcerias Florestais: que área de enfoque para Moçambique? Consulta aos principais actores do Desenvolvimento Rural Encontro nacional
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1 2009 Construindo Parcerias Florestais: que área de enfoque para Moçambique? Consulta aos principais actores do Desenvolvimento Rural Encontro nacional 1. Antecedentes Em 2007 o Banco Mundial propôs a criação do que inicialmente se designou Parceria Global de Florestas visando juntar as várias organizações e fortalecer as sinergias entre si de modo a acelerar o progresso na gestão de florestas, contribuir para a melhoria do bem-estar social e económico bem como a sustentabilidade ambiental em particular nos países em vias de desenvolvimento. O Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento (IIED) e o Programa de Populações Florestais (comunidades residentes em áreas florestais) conduziu uma consulta internacional a nível global tendo sido seleccionados alguns países para levantamento mais detalhado de informação. Ademais entrevistas telefónicas foram conduzidas com proeminentes actores no sector florestal ao nível nacional, regional e global e um questionário foi também distribuído e respondido por cerca de 635 pessoas de todos os cantos do mundo. Os resultados desta análise determinaram o actual formato e a designação da iniciativa Construindo Parcerias Florestais. A FAO, UICN, o Banco Mundial e o IIED compõem o grupo catalítico que vai facilitar a sua implementação. O CPF ou GFP como é conhecido em Inglês, tem como objectivo geral reforçar o maneio sustentável das florestas e responder as novas oportunidades de financiamento através da facilitação da colaboração e engajamento de actores multi-sectoriais incluindo a busca de soluções ao nível local e comunitário de modo a apoiar o melhoramento do modo de vida da população rural e contribuir para a manutenção dos serviços ambientais. Igualmente, o CPF pretende ser uma plataforma que liga o diálogo a nível internacional sobre as florestas com as necessidades e preocupações locais. Esta iniciativa visa também alcançar os seguintes objectivos: Aumentar a apropriação das estratégias nacionais de florestas e os investimentos neste sector; Contribuir para a melhoria das condições de vida através do uso e maneio sustentável das florestas e das árvores; Reflectir sobre as actuais boas práticas na gestão das florestas e da terra; Fortalecer a gestão de informação e conhecimento gerado;
2 Fortalecer as instituições, parcerias e redes actuais A abordagem do CPF/GFP é desenhar um conjunto de acções que respondam `as necessidades nacionais, daí a implementação em países piloto, entre os quais Moçambique. Até ao momento foram realizadas as seguintes tarefas: desenhar uma proposta de processo com vista `a identificação do principal desafio na implementação da política e legislação florestal em que a formação de parcerias poderia contribuir para a sua solução. Foi também organizado um encontro em Washington que juntou o chamado Grupo de Referência Interino no qual se fizeram representar para além da FAO, IUCN, IIED e Banco Mundial convidados de Moçambique, Ghana e Guatemala. O objectivo deste encontro era definir a estrutura de implementação do projecto e a articulação entre as lições a nível nacional e o debate a nível internacional. Já em Moçambique foi organizada a primeira reunião dos representantes das instituições acima mencionadas e a Direcção Nacional de Terras e Florestas que se fez representar pelo Director Nacional Adjunto, Chefe do Departamento de Florestas e pela Chefe da Unidade de Inventário. O encontro teve como objectivo partilhar informação sobre o desenvolvimento desta iniciativa e dar a conhecer o processo de consulta regional e nacional. 2. O processo de consulta: definição de prioridades para Moçambique Dada a história da implementação da legislação florestal em Moçambique, foram identificados cinco temas a saber a (i) implementação dos direitos de acesso aos recursos florestais pelas comunidades e sector privado conforme consagra a legislação de florestas e fauna bravia; (ii) as lições sobre a implementação do maneio comunitário no país e explorar as oportunidades para o desenvolvimento de actividades económicas de forma sustentável; (iii) as oportunidades para gestão sustentável das reservas florestais; (iv) os desafios colocados pela produção agrícola e bio-combustíveis sobre as florestas; e, (v) análise do papel da gestão florestal na mitigação das mudanças climáticas. Foram elaborados documentos que analisaram cada um dos temas destacando as oportunidades para formar parcerias entre os vários actores incluindo o governo, sector privado, academia, comunidades e agências de desenvolvimento. Estes documentos foram levados `a debate em encontros regionais na zona norte (Nampula 28 e 29 de Abril) e na zona centro (Beira de Maio). Os objectivos destes encontros incluíam a reflexão conjunta sobre os principais desafios do sector florestal e como as parcerias poderão contribuir para a solução dos mesmos; selecção do tema que poderá ser abordado através do estabelecimento de parcerias (com actores locais, nacionais, intersectorias e internacionais) sustentáveis durante os próximos dois ou três anos do programa CPF; identificação de uma área (geográfica) piloto, os potenciais parceiros e modelos de funcionamento; e, finalmente a identificação do representante de Moçambique no Grupo de Referência do CPF a nível Global. A última etapa da consulta envolve a realização de uma reunião nacional em Maputo com participação dos actores do sector florestal e desenvolvimento rural de Gaza e Inhambane. Tendo
3 colocado esta proposta ao Grupo Catalítico Nacional, este sugeriu que se combinasse o encontro sobre o CPF com as reuniões do Fórum Nacional de Florestas e a Reunião Anual de Terras e Florestas. Informações subsequentes, junto da DNTF, indicaram que este encontro terá lugar nos dias 3 de Junho (encontro do Fórum Nacional de Florestas) enquanto os dias 4 e 5 serão dedicados `a reunião Anual de Florestas e planificação interna do sector. Sendo assim, julga-se oportuno usar a ampla presença dos actores do sector florestal para proceder ao debate sobre a temática a ser abordada pela iniciativa Construindo Parcerias Florestais em Moçambique. 3. Objectivo do encontro e resultados esperados Os objectivos do encontro nacional incluem: Partilha de informação sobre os antecedentes da iniciativa CPF e actividades levadas `a cabo até então. Apresentação resumida das principais constatações temáticas e sugestões feitas nas consultas regionais com relação ao tema a ser abordado no âmbito desta iniciativa em Moçambique. Auscultação dos participantes sobre o tema prioritário a abordar, relevância nacional e ligação com questões globais, local de implementação e potenciais parceiros. Discutir de forma genérica o quadro institucional e plano de implementação e a participação de Moçambique no grupo de referência internacional a ser constituído por indivíduos seleccionados com base no seu mérito técnico-profissional para além de integrar os membros do grupo catalítico. Os principais resultados deste evento são: Identificado o tema consensual cuja implementação pode beneficiar da potenciação de parcerias locais, nacionais e mesmo internacionais. Acordado um plano geral de implementação, a instituição facilitadora e mecanismo de articulação com os membros do Grupo Catalítico Nacional. Identificado o candidato a participar no Grupo de Referência. 4. Os participantes O conceito da iniciativa CPF enfatiza o facto de que os desafios enfrentados na implementação das políticas e legislação para a gestão sustentável dos recursos florestal, assegurar a sua contribuição para o alívio a pobreza e a economia nacional não se circunscrevem apenas a este sector. Ou seja, algumas das causas do uso não sustentável dos recursos resultam da fraca articulação com os sectores da agricultura no que diz respeito `a promoção de técnicas de produção que garantam maior produtividade, com o de desenvolvimento rural para inclusão das actividades de maneio comunitário no âmbito das políticas e estratégias de promoção do desenvolvimento económico local, da falta de infra-estruturas tais como estradas para melhor acesso ao mercado e mesmo falta de financiamento a créditos bonificados para melhorar os sistemas de produção. Por conseguinte, o diálogo e as parcerias que se pretende criar têm o grande mérito de envolver actores que actuam nas várias áreas de desenvolvimento. Os
4 participantes do encontro nacional deverão incluir para além dos representantes do governo e do Fórum de Florestas: Representantes do Fórum Nacional de Maneio Comunitário que integra organizações como o CTV, WWF, IUCN, ORAM, FDC, Unidade de Maneio Comunitário da DNTF de entre outras. Outras organizações da sociedade civil como a LUPA, FEMA, Associação Amigos da Floresta, JA e CTA Centro de Formação Jurídica e Judiciaria (CFF) Direcção Nacional da Agricultura Direcção Nacional de Pecuária Direcção Nacional de Extensão Agrária Direcção Nacional de Gestão dos Recursos Naturais e Direcção de Relações Internacionais (Ponto Focal da Convenção Quadro sobre Mudanças Climáticas) do MICOA Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural do MPD Direcção Nacional de Áreas de Conservação do MITUR Direcção Nacional de Energias Novas e Renováveis do MINE Direcção Nacional de Aguas do MOPH Direcção Nacional de Educação e Cultura do MINEC Direcção Nacional de Finanças do MF Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas do MIC Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala do MP Departamento de Engenharia Florestal da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, UEM Banca Parceiros de Desenvolvimento como o Banco Mundial, a FAO, a DANIDA, a AfD, a Embaixada da Holanda e o PNUD. Visto que o orçamento fora elaborado assumindo que o encontro se realizaria em Maputo com participarão de 3 representantes de Gaza e outros 3 de Inhambane, a realização deste encontro em Inhambane trás novos desafios no que diz respeito aos fundos. Todavia, para colmatar o potencial défice, considera-se o convite das seguintes direcções sediadas em Inhambane em substituição das do nível Nacional: Direcção Provincial de Agricultura em particular o sector da agricultura, extensão e pecuária Direcção Provincial do Plano e Finanças em participar os sectores de Finanças e de planificação descentralizada/promoção do desenvolvimento local Direcção Provincial do Turismo Direcção Provincial das Obras Publicas e Habitação Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental Direcção Provincial de Educação e Cultura (Desenvolvimento Curricular) Representante Provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades
5 Os organismos da sociedade civil e parceiros de desenvolvimento serão convidados a participar assumindo as despesas inerentes `a sua deslocação e acomodação. Deverão participar no encontro nacional dois indivíduos do Instituto Internacional de Ambiente e Desenvolvimento (IIED) que coordenam a implementação desta iniciativa em Moçambique. 5. Proposta de Programa Período da tarde do dia 3 de Junho de 2009 Facilitador/moderador: Membro do Grupo Catalítico Nacional (p.e. DNTF) Hora Assunto Responsável 13:30-14:00 Antecedentes: da criação da iniciativa global `as CTV/IUCN/FAO actividades levadas `a cabo em Moçambique 14:00-15:00 O GFP em Moçambique: os temas abordados, os Isilda Nhantumbo grandes desafios e resultados das consultas Direitos aos recursos florestais MCRN e empreendimentos florestais Gestão das Reservas Florestais: oportunidades no âmbito dos mecanismos internacionais de financiamento Desafios emergentes: as mudanças climáticas e oportunidades para promoção do maneio florestal sustentável 15:00 16:00 Debate e selecção do tema a ser abordado Moderador 16:00-17:30 Identificação da localização da iniciativa, Moderador parceiros e mecanismos de implementação. Definição das grandes metas e plano 17:30-18:00 Confraternização dos participantes (cocktail/lanche)
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