CONJUNTURA ECONÔMICA. Conjuntura Econômica

Transcrição

1 CONJUNTURA ECONÔMICA O rendimento médio das pessoas ocupadas na RMC mantém-se estável no primeiro semestre de Os empregadores são os que possuem maior remuneração mensal média, ou seja, R$ ou quase 200% a mais que a segunda categoria mais remunerada (trabalhadores com carteira assinada). Aqueles que trabalham por conta própria conseguem uma remuneração intermediária (R$ 672 mensais) entre os trabalhadores com carteira assinada (R$ 713) e os sem carteira assinada (R$ 597). Porém, o número de empregadores representa apenas 4% das pessoas ocupadas na RMC. Além disso, 73% das pessoas ocupadas são empregadas, sendo que apenas 52% do total de ocupados são empregados com carteira assinada. O número de pessoas ocupadas por conta própria também é significativo; representa 23% do total de pessoas ocupadas. Conjuntura Econômica 58

2 Dentre as pessoas ocupadas, 70% atuam no setor terciário (comércio e serviços). A maior concentração nesse setor está vinculada à existência de um grande número de pessoas que trabalham por conta própria ou são empregadas sem carteira assinada. Na indústria de transformação, responsável por uma parte dos empregados com carteira assinada, atuam 16% das pessoas ocupadas, e na construção civil apenas 7%. A taxa de desemprego na RMC vem diminuindo desde Enquanto em janeiro de 2001 representava 6,3% das pessoas ocupadas, em julho de 2002 era de 5,1%. Houve uma forte redução a partir de julho de 2001, chegando a 4,9% em dezembro de

3 Entretanto, na indústria de transformação a taxa de desemprego apresenta tendência contrária. Em janeiro de 2001 a taxa de desemprego era de 4,6% e em junho de 2002 era de 6,4%. Ainda pior é a constatação de que o rendimento real decresceu de R$ 818 (janeiro de 2001) para R$ 736 (junho de 2002). O aumento do desemprego nesta indústria pressionou a manutenção dos salários nominais e, portanto, a perda real, já que houve uma inflação acumulada neste período. Conjuntura Econômica A taxa de desemprego diminuiu, conforme mostra o gráfico 4, em função do aumento de empregos gerados na construção civil. Essa taxa passou de 11,3% em janeiro de 2001 para 5,4% em junho de Em janeiro de 2002 chegou a ser de apenas 4,3%, ou seja, reduziuse quase 62% em um ano. Contudo, assim como na indústria de transformação, houve redução do salário real porém em menor proporção. Em janeiro de 2001 o salário real na construção civil era de R$ 567, e em junho de 2002 era de R$ 502. A redução foi menor que na indústria de transformação, tendo em vista o aumento da demanda por trabalhadores nesta atividade. 60

4 Apesar da perda real dos rendimentos médios, a inflação se mantém em patamares aceitáveis. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FAE Business School, a inflação de agosto foi de 0,55%. Detalhando-se o Índice de Preços ao Consumidor mencionado, pode-se notar que a inflação de agosto manteve-se próxima da inflação de julho porque o aumento dos alimentos, bebidas e habitação foi contrabalançado com a redução, em 2,97%, dos vestuários

5 Na última sondagem industrial (VI) realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) apontou-se que a principal estratégia das empresas em relação aos seus fornecedores é estabelecer parcerias (63,25% dos entrevistados mencionaram esta estratégia). Contudo, parece contraditório a intenção de estabelecer parcerias e de não negociar com um único fornecedor, pois um dos motivos de realizar parcerias é a fidelidade. A estratégia de compra mais utilizada é o melhor preço ou pagamento (58,29%), seguida de questões específicas de atendimento à ordem de compra, como pontualidade (56,75%), e atendimento a especificações (54%). Isto se mostra contraditório, novamente, quanto à predisposição para realizar parcerias, pois a estratégia de compra sugere que a empresa continuará com um fornecedor desde que ele tenha as melhores condições comerciais. Conjuntura Econômica 62

6 Por fim, as empresas adotam como estratégia de vendas o atendimento ao cliente, as especificações e o cumprimento com os termos contratuais. Apenas 15% dos entrevistados citou a estratégia de baixo preço como um determinante para conseguir uma venda. Contudo, praticamente 50% dos entrevistados, neste estudo da FIEP, são, além de compradores, também vendedores, ou seja, transacionam bens intermediários. Nesta transação intermediária em uma cadeia produtiva as empresas (elos da mesma cadeia) têm estratégias diferentes para compra e para venda: quando compram querem menor preço e quando vendem querem que o cliente perceba e remunere o valor do produto e do seu atendimento. Porém, esta noção de valor e qualidade não se estende ao longo da cadeia, criando relações conflituosas, diminuindo a capacidade de realização de acordos e parcerias e dificultando o desenvolvimento de toda a cadeia. É importante que a empresa reflita sobre suas estratégias e haja uma coerência estratégica, um olhar para toda a cadeia, a fim de que a cooperação entre as empresas da mesma cadeia produtiva possa estabelecer um melhor gerenciamento desta, criando espaço para o desenvolvimento industrial e regional