CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PORTO ALEGRE. 2 Instruem o processo, dentre outros, os seguintes documentos:
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- Lívia Schmidt Gabeira
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1 CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PORTO ALEGRE Comissão de Educação Infantil Parecer n.º 002 /2005 CME/PoA Processo n.º Credencia/autoriza o funcionamento da Escola de Educação Infantil Jardim e CIA Espaço Infantil Lagoinha Ltda, no Município de Porto Alegre. Aprova o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar da Instituição. O Conselho Municipal de Educação de Porto Alegre CME/PoA, no uso das prerrogativas que lhe confere o artigo 10, incisos V e VI da Lei n.º 8.198, de 26 de agosto de 1998, recebeu da Secretaria Municipal de Educação SMED, o processo n.º com pedido de credenciamento/autorização de funcionamento da Escola de Educação Infantil Jardim e CIA, sito à Rua Lagoinha, n.º 155, Bairro Petrópolis, conforme determina a Resolução CME/PoA n.º 005, de 07 de agosto de Instruem o processo, dentre outros, os seguintes documentos: 2.1 Requerimento da Mantenedora dirigido à SMED, solicitando abertura de processo para fins de credenciamento/autorização de funcionamento da Escola de Educação Infantil Jardim & CIA (fl.01); 2.2 Declaração referente à designação e aos fins a que se destina o estabelecimento de Educação Infantil, firmada pela responsável legal da Instituição (fl.03); 2.3 Cópia do Contrato de Locação de Imóvel não residencial, com cláusula de renovação automática (fls.04-08); 2.4 Cópia do Protocolo de Cadastramento da Escola de Educação Infantil, junto à SMED, de 14 de agosto de 2000 (fl.09); 2.5 Cópia do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ (fl. 200); 2.6 Alteração contratual (fls.11-12) e Cópia do Contrato Social (fls ); 2.7 Cópia do Alvará de Licença n.º 0377/99, expedido pela Secretaria Municipal de Saúde (fl.13); 2.8 Cópia do Alvará n.º , concedendo licença para localização e funcionamento, expedido pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, em 12 de fevereiro de 1999 (fl.14); 2.9 Certidão Positiva de Débitos de Tributos e Contribuições Federais, com efeito de Negativa, expedida pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda (fl.201); 2.10 Certidão Negativa de Débito, expedida pelo Ministério da Previdência Social (fl. 267); 2.11 Certidão Negativa de Débito, expedida pela Secretaria Municipal da Fazenda (fl.203); 2.12 Projeto Político-Pedagógico da Instituição (fls ); 2.13 Regimento Escolar (fls ); 2.14 Projeto de Formação Profissional Continuada (fls ); 2.15 Cópia das Plantas de Situação (fl.162), Localização (fl.162) e Plantas Baixas (fl.163); 2.16 Fichas de Verificação "in loco" da Organização e Funcionamento da Instituição (fls );
2 2.17 Relatório resultante da Verificação in loco (fls ). 3 Da análise do Processo, a Comissão de Educação Infantil destaca: 3.1 Em relação ao Projeto Político Pedagógico - PPP: A Escola de Educação Infantil Jardim & Cia iniciou suas atividades em maio de 1998, sendo que o processo de constituição da Escola data de 1995, partindo do sonho e o desejo de seis colegas que acreditavam na possibilidade de construir uma escola de educação infantil que propiciasse a criança um espaço para crescimento e desenvolvimento - um espaço para a fantasia, para o faz - de - conta, para a brincadeira e para que, através disso, ela pudesse apreender o mundo a sua volta (fl.218); A Escola possui uma área externa de 400 metros quadrados de pátio e área verde, incluindo árvores frutíferas. A área interna possui diferentes ambientes: salas de atividades equipadas com materiais variados, banheiros (3 infantis e 1 adulto) e 6 dependências complementares (fl. 222); O corpo docente da Escola é composto por educadoras [professoras] habilitadas que são as titulares. As educadoras assistentes estão em formação, são estudantes do magistério ou de educação superior da área da educação. Desde a implantação da escola trabalhamos com professoras formadas e professoras em formação por acreditar que a educação infantil precisa ser valorizada e respeitada[...] (fl.220). A Escola possui também profissionais que compõem a equipe Administrativo-Pedagógica, constituída por direção e vice-direção, serviços de orientação pedagógica, de fonoaudiologia, de nutrição, de odontopediatria e de aulas especializadas; Este documento foi construído a partir de pesquisas junto às famílias, corpo docente, [profissionais de] aulas especializadas, equipe multidisciplinar (serviços) e serviços complementares. Após o resultado das pesquisas realizamos reuniões e grupos de estudo para socializarmos idéias, posicionamentos e dúvidas (fl. 207). É orientador da ação pedagógica da Escola, que tem por base teóricos como Paulo Freire, Jean Piaget e Maria Montessori. Refere também as contribuições de Vigotsky e Freinet, dos quais a Escola destaca a visão do homem enquanto um ser em relações, que interage e reflete sobre seu ambiente concreto (realidade), sobre sua própria condição humana e sobre o espaço e o tempo em que está inserido; A filosofia da Escola tem por objetivo estimular as áreas do desenvolvimento e as áreas do conhecimento, como também, promover a participação e integração das famílias junto à Escola. O currículo tem como objetivo geral proporcionar à criança meios para a descoberta de si mesma e do mundo; formação de uma imagem valorativa a seu respeito, autorealização e participação no meio em que está inserida (fl.224). Reconhece a realidade de cada criança enquanto propõe atividades desafiadoras, significativas e prazerosas, incentivando a descoberta, a criatividade, a criticidade, a construção do conhecimento, a participação e ajuda mútua para construção da autonomia e da cooperação; A avaliação é compreendida como um Processo de auto-avaliação e avaliação mútua educador/a e aluno/a (criança) [criança professor-educador assistente] saberão quais suas dificuldades e quais seus progressos. Envolve durante o ano, três relatórios de acompanhamento do desenvolvimento da criança e dois momentos de entrevista individual com a família. A avaliação do trabalho realizado acontece em reuniões com o corpo docente, equipe de apoio e de aulas especializadas (fls ); Ao referir-se à educação inclusiva, afirma que a expressão [...] preferencialmente na rede regular de ensino se transforma (no entendimento do Conselho Municipal de Educação), no Art. 7 da Resolução CME/PoA nº 003/2001 que afirma o atendimento às crianças portadoras de necessidades especiais deve ser feito nas instituições de Educação Infantil públicas e privadas. [...] Mesmo sendo exclusivamente infantil nossa escola se orgulhará em dividir, com a rede regular de ensino, a nobre tarefa da inclusão [...] (fl.231). 2
3 3.2 O Regimento Escolar da Instituição, documento legal que formaliza e reconhece as relações dos sujeitos envolvidos no projeto educativo (Resolução CME/PoA n.º 06/2003), consonante com o Projeto Político Pedagógico, contempla: a identificação e a caracterização da Instituição; os fins e os objetivos; o currículo e procedimentos de avaliação; a freqüência dos alunos; a organização da educação infantil; a gestão escolar e a organização administrativa, bem como os princípios de convivência, que embora indicados no Título IV - Gestão Escolar e Organização Administrativa, Capítulo IV - Princípios de Convivência e Formação Continuada, encontram-se elencados no Título V - Dos Direitos e Deveres de Todos, Capítulo III - Dos Direitos e Deveres dos/as Alunos/as (crianças) (fls ); 3.3 O Projeto de Formação Continuada promove a reflexão crítica sobre valores, teorias e práticas, trocas e novas vivências e experiências. Desenvolve-se no quotidiano da escola a partir de reuniões, grupos de estudos e debates a cada semestre, os quais são realizados a partir de dúvidas e/ou temas que os educadores gostariam de estudar e discutir; 3.4 Das Fichas de Verificação in loco e do Relatório de Verificação destacamse: A Instituição está localizada em uma casa de dois pavimentos, contendo ampla área de lazer e diferentes ambientes distribuídos nos dois andares, com banheiros nos dois pavimentos. As dependências físicas são amplas, com iluminação adequada, preenchendo todas as exigências do Código de Edificações. O Projeto Arquitetônico encontra-se em tramitação na SMOV com a DM (Declaração Municipal) concluída. Nas Plantas anexadas aos autos, consta o nome do responsável técnico, mas não sua assinatura; O mobiliário e os equipamentos estão adequados à faixa etária das crianças atendidas, sendo que as salas de atividades possuem brinquedos e materiais pedagógicos que contemplam as ações de cuidar e educar, todas em conformidade com as legislações vigentes; Durante a verificação foi percebida uma relação bastante próxima das crianças com as professoras e auxiliares [educadores assistentes] e um clima de trabalho favorável às aprendizagens. As salas de aula [salas de atividades] contam com uma grande variedade de brinquedos e materiais, organizados [...] ao alcance das crianças. Constam nas salas materiais pedagógicos montessorianos [...] (fl. 183). 4. A Comissão de Educação Infantil, após análise da matéria, tem a considerar o que segue: 4.1 Os Profissionais que atuam com as crianças apresentam a formação necessária ao desempenho das funções, estando contemplada a relação professor/criança e adulto/criança prevista na Resolução CME/PoA n.º 003/2001; 4.2 A LDBEN (Lei 9394/96) dispõe, no Art. 7 que O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino; [...], e no Art. 18 que Os sistemas municipais de ensino compreendem: [...]; II as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;[...] Em seu capítulo V - Da Educação Especial, a mesma Lei dispõe, no caput do Art. 58, que "Entende-se por educação especial, para efeito desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais", e no Art. 59 que Os Sistemas de Ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I currículos, métodos, 3
4 técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades Em setembro de 2001 o Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, exarou a Resolução CNE/CEB n 02/01, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, em seu Art. 1, parágrafo único determina que O atendimento escolar desses alunos terá início na educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando- lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado. A referida Resolução também acentua, em seu Art. 2 que Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Tanto a LDBEN quanto a Resolução CNE/CEB n 02/01 destacam que a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais é dever do sistema de ensino ao qual a etapa ou modalidade da educação básica ofertada está vinculada, não se limitando dessa forma à rede pública, de acordo com a Lei que cria o Sistema Municipal de Ensino de Porto Alegre; A Resolução CME/PoA nº 003/2001, no tocante à educação inclusiva está consoante às normas gerais da educação nacional. Cabe a SMED e ao CME/PoA dar cumprimento aos atos legais, inserindo as instituições públicas e privadas de educação no Sistema Municipal de Ensino. 4.3 A Resolução CME/PoA n 006/2003, em seu art. 6, expressa que O Regimento Escolar da instituição de educação deve explicitar os seguintes elementos mínimos constitutivos[...], indicando em seu inciso VI, os Princípios de Convivência. Ainda na Justificativa desta Resolução afirma que A organização orientadora das relações instituídas entre os segmentos, no cotidiano institucional, ou seja, a definição dos papéis que competem a cada um, deverá estar desenvolvida [no item], relativo aos princípios de convivência ; 4.4 O Espaço Físico da Escola é adequado ao desenvolvimento de atividades pedagógicas diversificadas, possibilitando às crianças o exercício da criatividade, própria da infância, estando o número de crianças atendidas de acordo com a metragem e as características estabelecidas pela legislação pertinente; 4.5 Conforme a Resolução CME/PoA nº 003/2001, Art.20, todo o imóvel destinado à Educação Infantil, pública ou privada, depende de aprovação pelos órgãos oficias competentes e, em seu 1º, indica que O prédio deve estar adequado ao fim a que se destina e atender às normas e especificações técnicas da legislação pertinente. 5. Diante do exposto, com base na Lei Municipal n , de 26 de agosto de 1998, na Resolução CME/PoA n. 003, de 05 de fevereiro de 2001, na Resolução CME/PoA n. 005, de 07 de agosto de 2002 e na Resolução CME/PoA n 006, de 22 de maio de 2003, a Comissão de Educação Infantil propõe a este Colegiado que credencie/autorize, por quatro anos, o funcionamento da Escola de Educação Infantil Jardim e CIA Espaço Infantil Lagoinha Ltda, no Município de Porto Alegre, devendo ser atendidas as recomendações deste Parecer. 6. Recomenda-se à Mantenedora e à Instituição que: 6.1.Quando da avaliação do PPP pela comunidade escolar, aprofundem a discussão sobre os princípios da educação inclusiva, buscando nos referenciais teóricos apontados no mesmo, na produção acadêmica sobre a área e na legislação pertinente, a 4
5 efetiva possibilidade de inclusão da infância com necessidades educacionais especiais, articulando as experiências e conhecimentos de todos os envolvidos no processo educativo; 6.2 Por ocasião da revisão do Regimento Escolar insira no item Princípios de Convivência a definição dos papéis que compete a cada um, contemplando a construção coletiva de regras de convivência que assegurem direitos e deveres a todos; 6.3 Acompanhe o processo de obtenção da carta de habitação por parte da Instituição. 7 Alerta-se: 7.1 À Mantenedora que observe o artigo 14 da Resolução CME/PoA n 005/2002, relativo a prazos e procedimentos de renovação da autorização; 7.2 À Administradora do Sistema Municipal de Ensino que observe os artigos 15 e 16 da Resolução CME/PoA n 005/02, os quais, determinam que a supervisão e o acompanhamento da qualidade da educação ofertada formalizam-se a partir do processo de credenciamento/autorização, bem como procedimentos de supervisão, acompanhamento e avaliação das instituições do Sistema Municipal de Ensino. Em, 18 de agosto de Comissão de Educação Infantil Soraya da Silveira Franke - Relatora Iracema Martins de Lima Marilena Ruschel da Cunha Regina Maria Duarte Scherer Rosa Maria Boettcher Bott Aprovado, por unanimidade, em Sessão Plenária realizada no dia 18 de agosto de Andrea Muxfeldt Valer Presidente do Conselho Municipal de Educação 5
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