CAMINHO DAS ÁGUAS: uma experiência de Educação Ambiental no II COMBIO (Congresso Mineiro de Biodiversidade)
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- Levi Canela Fialho
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1 41 CAMINHO DAS ÁGUAS: uma experiência de Educação Ambiental no II COMBIO (Congresso Mineiro de Biodiversidade) Vanessa Diniz Alves ı 1 Graduanda do curso de Ciências Biológicas, Licenciatura e Bacharelado em Gestão Ambiental da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Unidade Betim PUC Minas Betim. Resumo Essa experiência faz parte dos resultados obtidos na aplicação da oficina de Educação Ambiental Caminho das Águas: da abordagem temática dos recursos hídricos do planeta ao consumo sustentável, apresentada durante o II COMBIO (Congresso Mineiro de Biodiversidade), realizado em Belo Horizonte MG. A oportunidade para a idealização e concretização da oficina supracitada surgiu da divulgação de concurso na PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), para escolha de oficinas a serem apresentadas no referido congresso. Foi utilizada uma metodologia lúdica (jogo de tabuleiro gigante) que possuía como eixo central a participação ativa e efetiva do público presente ao evento. O objetivo central era a sensibilização das pessoas presentes: jovens, adultos e crianças, participantes da oficina, em relação à problemática do consumo excessivo e indiscriminado dos recursos hídricos do nosso planeta, incentivando a busca de alternativas para os problemas relacionados à água no país e no mundo e contribuir para a construção e difusão de valores, conhecimentos e práticas voltados à conservação e ao uso sustentável desses mesmos recursos. Palavras-chave: Educação Ambiental; Recursos hídricos; Uso sustentável. Não são os conhecimentos, as informações e nem as verdades transmitidas através de discursos ou leis que dão sentido à vida, o sentido se tece de outra maneira, a partir de relações imediatas, a partir de cada ser, a partir dos sucessivos contextos nos quais se vive. O sentido de trabalhar por um meio ambiente sadio constrói-se num fazer diário, numa relação pessoal e grupal, e por isso, a tomada de consciência ambiental cidadã só pode traduzir-se em ação efetiva quando segue acompanhada de uma população organizada e preparada para conhecer, entender e exigir seus direitos e exercer suas responsabilidades (BÁRCENA, 2001). Diante do exposto acima se faz urgente e necessária toda e qualquer ação que vise à conscientização da população para as questões ambientais. Pensando assim é que decidimos por uma oficina que aliasse informação e diversão e, ao mesmo tempo, fornecesse subsídios Revista Sinapse Ambiental Dezembro de
2 42 para que as pessoas pudessem saber como atitudes simples do nosso cotidiano podem influenciar de forma decisiva e altamente benéfica o nosso planeta. A experiência aqui relatada faz parte dos resultados obtidos na aplicação da oficina de Educação Ambiental Caminho das Águas: da abordagem temática dos recursos hídricos do planeta ao consumo sustentável. A oficina supracitada foi realizada em Belo Horizonte MG, no mês de abril de A idealização do projeto da oficina se tornou possível através de concurso aberto pela PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), para a escolha de oficinas a serem apresentadas durante o referido congresso. A abordagem do tema justificou-se porque a gestão dos recursos hídricos é, possivelmente, a questão ambiental com maior poder de integração, afetando todos os segmentos da sociedade e perpassando os diversos usos do solo, tais como a exploração de florestas, agricultura, indústria, mineração, entre outros. O uso que se faz desses recursos é fundamental para estabelecera qualidade e a quantidade que os teremos em um futuro próximo. Escolhido o tema, o próximo passo foi escolher a metodologia a ser utilizada para a abordagem do mesmo. Optou-se por uma forma lúdica, que possibilitasse ao mesmo tempo a sensibilização e participação do público presente no congresso. Segundo Dias (1997), a adoção de propostas pedagógicas ou não, que formulem uma interpretação global das relações do homem em seu contexto sócio-econômico, político e cultural com o meio e a reflexão crítica sobre a temática ambiental, que passe pelo processo educativo, pelo processo de integração e interface com a comunidade, criando condições de provocar as mudanças na sociedade, são diretrizes básicas do processo de Educação Ambiental. Assim, foi elaborada a montagem de um jogo de tabuleiro gigante, possibilitando que as pessoas caminhassem sobre o mesmo, em cujo percurso constavam algumas casas com dicas de consumo sustentável de água, tais como: Parabéns! Você reutilizou a água da lavagem das roupas para lavar a calçada. Avance 2 casas, ou Que papelão! Você deixou a torneira da pia aberta enquanto escovava os dentes. Volte 3 casas. Foram dispostas ao longo do caminho, algumas cartas gigantes, contendo desenho de gotas e, quando um participante chegava a uma casa em que estava atrelada uma dessas cartas, ele tinha o direito de responder uma pergunta-bônus de Verdadeiro ou Falso sobre o tema Água, como, por exemplo: Os agrotóxicos utilizados nas plantações em geral, contribuem para a poluição das águas. Verdadeiro ou falso? Ao responder e acertar essas perguntas-bônus o jogador adquiria mais gotas. O jogo era finalizado quando o primeiro participante chegasse ao final do Caminho das Águas, porém, o vencedor era o participante que, ao longo do caminho, conseguisse adquirir Revista Sinapse Ambiental Dezembro de
3 43 mais gotas. Ao final de cada oficina os vencedores do jogo ganhavam como prêmio uma lixeirinha para carro feita de material reutilizável (garrafas pet) e todos os participantes recebiam uma cartilha contendo informações sobre os recursos hídricos disponíveis no planeta, sua quantidade e qualidade de consumo pelos diversos setores da sociedade e dicas de como consumir com responsabilidade esses recursos. Segundo Philippi Júnior & Pelicioni (2002), dada a complexidade dos problemas sócioambientais, a Educação, hoje, constitui-se num grande desafio, o que implica em utilizar novas estratégias de ação, novos padrões de conduta baseados em uma nova relação ética, com enfoque ambiental. Por esse motivo, nosso principal objetivo era a sensibilização das pessoas presentes no II COMBIO em relação à problemática do consumo excessivo e indiscriminado dos recursos hídricos do nosso planeta. Essa experiência nos proporcionou promover o envolvimento das pessoas presentes no congresso nos cuidados com as águas, incentivar os participantes a buscar alternativas para os problemas relacionados à água no país e no mundo, estimular mudanças de atitudes para melhorar a qualidade do consumo de água, conscientizar sobre os problemas advindos do uso indevido dos recursos hídricos disponíveis e contribuir para a construção e difusão de valores, conhecimentos e práticas voltados à conservação e ao uso sustentável dos mesmos. Um programa de Educação Ambiental, para ser efetivo, deve promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental... a aprendizagem será mais significativa se a atividade estiver adaptada concretamente às situações da vida real. (DIAS, 1998). Em virtude do exposto acima, entre os resultados esperados estavam a participação ativa e efetiva do público, surgimento de novas oportunidades para execução da oficina em escolas e/ou comunidades conscientes dos problemas ambientais, adquirir experiência para a execução de outras oficinas e de participação em congressos. Entre os resultados obtidos podemos citar a avaliação positiva do aprendizado, a experiência adquirida e os convites recebidos para execução da oficina em escolas, em atividades de educação ambiental em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente entre outras. Um dos objetivos esperados, participação efetiva do público presente ao congresso, não foi totalmente atingido, o que foi atribuído à pouca divulgação das oficinas pela coordenação do II COMBIO, o que ocasionou um número reduzido de participantes, especialmente na oficina do dia 26 de abril, e nenhum inscrito nos dias 23 e 25. No dia 27 de abril concordamos Revista Sinapse Ambiental Dezembro de
4 44 em não aplicar a oficina uma vez que a mesma estava marcada para as 17h30min e o congresso seria encerrado às 18h00min. Algumas dificuldades se apresentaram ao longo da elaboração e da execução da oficina antes e durante o congresso tais como desconhecimento prévio entre as pessoas que participaram da oficina, o que gerou alguns contratempos como a falta de afinidade entre alguns membros, talvez pelo mesmo motivo foram selecionados alguns participantes que não demonstraram compromisso com o trabalho realizado, faltando às oficinas sem aviso prévio e justificativas posteriores. Isso também gerou um ponto positivo, pois mostrou-nos quais eram as pessoas realmente capacitadas para futuros projetos; a inexperiência fez-nos adquirir mais materiais do que o necessário; utilizamos alguns materiais (Bargum uma espécie de corino utilizado para fazer o tablado) que poderiam ter sido substituídos por outros de mais fácil manuseio e transporte, também por falta de experiência. Considerações finais A realização da oficina serviu-nos para avaliar a capacidade de trabalho em grupo, bem como pra avaliar as dificuldades. A inexperiência e, talvez, a inaptidão iniciais com as quais nos deparamos, já que cursávamos ainda o primeiro período, em momento algum serviu de pretexto para pensarmos em desistir, mas sim como estímulo para comprovar que estamos no caminho certo. Nossa maior perspectiva é que o projeto e, principalmente a vontade de realizá-lo, sejam avaliados como o desejo sincero de progredirmos sempre na carreira acadêmica que escolhemos, e na vida, ampliando assim nossos horizontes e abrindo portas para outras e maiores oportunidades. Referências bibliográficas COSTA-PINTO, A. B. Educação ambiental como instrumento de transformação comunitária: pré-diagnóstico da situação sócio-ambiental da favela da Vila Blandina, Campinas - SP - possibilidades vislumbradas. Disponível em: < acesso em 01 jun DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 5. ed. São Paulo: Gaia, 1998 p DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental. 3. ed. São Paulo: Global, 1997 p Revista Sinapse Ambiental Dezembro de
5 45 PHILIPPI JÚNIOR, A.; PELICIONI, M. C. F. Educação Ambiental: desenvolvimento de cursos e projetos. 2. ed. São Paulo: USP. Núcleo de Informações em Saúde Ambiental, Signus, p. 3. Revista Sinapse Ambiental Dezembro de
Bióloga pelo Instituto Isabela Hendrix. Assessora de Educação e Extensão Ambiental da
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