Proteção de Dados Pessoais no Meios Eletrônicos. Renato Leite Monteiro

Transcrição

1 Proteção de Dados Pessoais no Meios Eletrônicos ESMEC Fortaleza/CE, 24 de maio de 2012 Renato Leite Monteiro Copyright 2012 Todos os direitos reservados Al. Joaquim Eugênio de Lima, 680 1º andar São Paulo SP Brasil Tel.: (55-11) Fax: (55-11)

2 INTRODUÇÃO 2

3 INTRODUÇÃO 3

4 INTRODUÇÃO 4

5 INTRODUÇÃO 5

6 INTRODUÇÃO DADOS PESSOAIS E FORMAÇÃO DE BANCOS DE DADOS 6

7 7 Quem é você... na Internet?

8 Dados 8

9 Dados Leonardo Parentoni: "Os computadores não fazem juízo de valor" 9

10 Dados - Leitura automática de blogs 10

11 Dados Redes Sociais, Cartões de Crédito e Divórcios 11

12 Dados - Propagandas direcionadas x Lucro 12 MasterCard e Visa estudam a venda de dados sobre clientes

13 Dados - Reconhecimento facial 13

14 Dados Geolocalização 14

15 Dados Google Flu Trends 15

16 Dados SuperCookies 16

17 INTRODUÇÃO 17

18 INTRODUÇÃO 18

19 INTRODUÇÃO 19

20 PROVIMENTO Nº 13/CNJ CERT. NASCIMENTO 20

21 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.821/07 21

22 INTRODUÇÃO Existe legislação específica para proteção de dados em ambiente WEB? Internet é um novo território ou apenas um meio de praticar atos jurídicos? Precisamos de legislação específica para tal fim? 22

23 USA SECURITY BREACH NOTIFICATION LAWS 23

24 DIRECTIVA 96/9/CE PROT. BASES DE DADOS 24

25 E NO BRASIL? 25

26 E NO BRASIL? CONSTITUIÇÃO FEDERAL/1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação 26

27 PL 2126/2011 MARCO CIVIL DA INTERNET 27

28 PL 2126/2011 MARCO CIVIL DA INTERNET Art. 2º - A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como fundamentos: I - o reconhecimento da escala mundial da rede; II - os direitos humanos e o exercício da cidadania em meios digitais; III - a pluralidade e a diversidade; IV - a abertura e a colaboração; e V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor. Art. 8º - A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à Internet. 28

29 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA - Superação da importância exclusiva dos bens materiais - Surgimento do conceito de Capital Intelectual El capital intelectual en su concepto más amplio puede ser definido en consecuencia como aquellos productos, procesos o capacidades generados por la actividad espiritual e intelectual humana se transmiten como cultura. (BERNARDEZ, Mariano L. Capital intelectual: creación de valor en la sociedad del conocimiento. AuthorHouse, 2008, p. 39) - Valorização das informações/dados pessoais NECESSIDADE DE PROTEÇÃO! 29

30 ANTEPROJETO DE LEI PROT. DADOS PESSOAIS 30

31 APL DADOS PESSOAIS COMENTÁRIOS 31

32 APL DADOS PESSOAIS APLICAÇÃO Art. 3º A presente lei aplica-se aos tratamentos de dados pessoais realizados no território nacional por pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, ainda que o banco de dados seja localizado no exterior. A justiça brasileira é competente para emissão de ordens a serem cumpridas diretamente no exterior? Código de Processo Civil Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 32

33 PROT. DADOS PESSOAIS NÃO APLICAÇÃO Art. 3º, 1º A presente lei não se aplica: II aos bancos de dados utilizados para o exercício da atividade jornalística e exclusivamente para tal fim. 2º Os bancos de dados instituídos e mantidos para fins exclusivos de segurança pública, defesa, segurança do Estado e suas atividades de investigação e repressão de delitos serão regidos por legislação específica. 33

34 APL DADOS PESSOAIS BANCO DE DADOS Art. 4º Para os fins da presente lei, entende-se como: I - dado pessoal: qualquer informação relativa a uma pessoa identificada ou identificável, direta ou indiretamente, incluindo todo endereço ou número de identificação de um terminal utilizado para conexão a uma rede de computadores III - banco de dados: todo conjunto estruturado de dados pessoais, localizado em um ou vários locais, em meio eletrônico ou não; 34

35 DADOS SENSÍVEIS PROIBIÇÃO DE BD Art. 21. É proibida a formação de bancos de dados que contenham informações que, direta ou indiretamente, revelem dados sensíveis, salvo disposição legal expressa, respeitados os direitos de personalidade do titular, em especial a garantia de não discriminação. Qualquer informação pessoal pode ser tida como dado sensível? Art. 4º Para os fins da presente lei, entende-se como: IV - dados sensíveis: dados pessoais cujo tratamento possa ensejar discriminação do titular, tais como aqueles que revelem a origem racial ou étnica, as convicções religiosas, filosóficas ou morais, as opiniões políticas, a filiação sindical, partidária ou a organizações de caráter religioso, filosófico ou político, os referentes à saúde e à vida sexual, bem como os dados genéticos e biométricos; 35

36 APL DADOS PESSOAIS - SANÇÕES Art. 41. Sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis e de outras sanções administrativas a serem definidas em normas específicas, as infrações das normas previstas nesta Lei ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas: I - multa; II bloqueio dos dados pessoais; III dissociação dos dados pessoais; IV cancelamento dos dados pessoais; V proibição do tratamento de dados sensíveis; VI suspensão temporária de atividade; e VII proibição de funcionamento do banco de dados. 36

37 PRECISAMOS DE LEI P/ PROTEÇÃO DOS DADOS? 37

40 PORTARIA Nº5 MJ/SECRET. DIR. ECONÔMICO Art. 1º Considerar abusiva, nos contratos de fornecimento de produtos e serviços, a cláusula que: I - autorize o envio do nome do consumidor, e/ou seus garantes, a bancos de dados e cadastros de consumidores, sem comprovada notificação prévia; 40

41 PL 84/1999 CRIMES NA INTERNET Art. 3º O Título I da Parte Especial do Código Penal fica acrescido do seguinte artigo, assim redigido: Divulgação ou utilização indevida de informações e dados pessoais 154-A. Divulgar, utilizar, comercializar ou disponibilizar dados e informações pessoais ou de pessoas jurídicas contidas em sistema informatizado com finalidade distinta da que motivou seu registro, salvo nos casos previstos em lei ou mediante expressa anuência da pessoa a que se referem, ou de seu representante legal. Pena detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 41

42 CÓD. DEFESA CONSUMIDOR PROTEÇÃO BD SEÇÃO VI - Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. 1 Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos. 2 A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. 42

43 CÓD. DEFESA CONS. SANÇÕES VIOLAÇÕES BD Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros: Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata: Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 43

44 INFORMAÇÕES DE DOMÍNIO PÚBLICO X BD - Informações de domínio público, quando reunidas em um banco de dados são protegidas? Deve-se proteger a mera catalogação de informações? Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais em si mesmos e se entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a respeito dos dados ou materiais contidos nas obras. 44

45 COMO ESSAS LEIS, ESTAMOS SEGUROS? 45

46 ESTAMOS SEGUROS? 46

52 52 Dados "The power of mathematicians to make sense of personal data and to model the behavior of individuals will inevitably continue to erode privacy. Merchants will be in a position to track many of our most intimate purchases, and employers will be able to rank us not only by productivity, but by wasted minutes. What's more, the rise of math can contribute to a sense that individuals are powerless, a foreboding that mathematics, from our credit rating to our genomic map, spells out our destiny". Math will rock the World:

53 Direito ao esquecimento Privacidade em 1890 e o Direito ao Esquecimento; Zittrain: reputation bankruptcy ; Se eu postei algo na Internet, deveria eu ter o direito a apagar essa informação? Se eu postei algo na Internet, e alguém copiou ou republicou o que postei, deveria eu ter o direito a apagar essa informação? Se um terceiro publicou um conteúdo sobre mim, deveria eu ter o direito a apagar essa informação? (liberdade de expressão x privacidade); 53

54 Direito ao esquecimento Deveriam os provedores de serviços de Internet ser compelidas a apagar meus registros ou anonimizá-los depois de um período? (cookies, registros de acesso, retenção de dados); Censura x Privacidade; Search Engine Optimization - SEO; Quem deve decidir o que deve ser esquecido e o que deve ser lembrado? Peter Fleischer, Google Privacy Counsel 54

55 RECOMENDAÇÕES DE LEITURA 55

56 DÚVIDAS? 56

57 OBRIGADO! 57

58 Renato Leite Advogado atuante na área do Direito Mestre em Direito Constitucional pela Professor convidado da OAB/CE e de Membro fundador do Instituto de Direito da Tecnologia da Membro da Comissão de Informática Jurídica da Palestrante em eventos nacionais e internacionais, com artigos publicados nacionalmente e internacionalmente 58