Operação emergencial Sistema Cantareira
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- Sebastião Almada Cavalheiro
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1 Operação emergencial Sistema Cantareira
2 1) Informações Gerais Documento Técnico É do conhecimento geral que a Região Metropolitana de São Paulo - RMSP apresenta uma desproporção entre a magnitude de sua população (ao final de 2013 provavelmente ultrapassamos o patamar de 20 milhões de habitantes) e a disponibilidade hídrica para o abastecimento público e outros usos. Embora o ritmo de crescimento populacional tenha perdido intensidade, estima-se, utilizando uma taxa média de incremento populacional da ordem de 0,7% a.a. (taxa projetada pela Fundação Seade para a década ; a taxa anualizada observada para o período intercensitário anterior foi de 1%), que a RMSP cresça cerca de 140 mil habitantes a cada ano. Grande parte desta expansão populacional é marcada pela informalidade: loteamentos irregulares, favelas, ocupação de fundos de vale, de áreas de risco e de vizinhanças de mananciais. Segundo a Secretaria da Habitação da Prefeitura de São Paulo - SEHAB, apenas na Capital, em 2009, havia 381 mil domicílios em favelas, 383 mil domicílios em loteamentos precários e 80 mil domicílios caracterizados como cortiços, envolvendo uma população não inferior a 3 milhões de habitantes. Demanda e Disponibilidade Hídrica O planejamento para o atendimento futuro da RMSP tem como base a evolução da demanda prevista no Plano Diretor de Abastecimento de Água (PDAA). Sua última versão data de 2004, com ajustes efetuados em 2005 a partir de dados e indicadores operacionais daquele ano. Na ocasião, a disponibilidade hídrica superficial, para utilização pelo Sistema Integrado operado pela Sabesp, foi avaliada em 66,1m³/s. Posteriormente, o Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, elaborado pela FUSP (2007), apresentou novo balanço das disponibilidades hídricas, considerando a atualização da outorga do Sistema Cantareira (2004), as regularizações de outorgas de captação na bacia e a mudança na regra operacional da Billings para a geração de energia na Usina Henry Borden (Portaria n.º 21, de 30 de julho de Ministério das Minas e Energia). Na ocasião, identificou-se redução na disponibilidade hídrica para o abastecimento público, de aproximadamente 3 m³/s, em relação ao considerado nos estudos de planejamento elaborados pela Sabesp. No momento, uma nova elaboração do PDAA pela Sabesp encontra-se em curso inicial. Observe-se, pelos dados de planejamento disponíveis, que a demanda por abastecimento público da RMSP deverá alcançar 78 m³/seg em 2025 na área do Sistema Integrado e 80 m³/seg Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 1
3 para a totalidade do território (Sistema Integrado e sistemas isolados). Assinale-se que as atuais projeções de demandas visam ao atendimento de forma integral e em níveis mais adequados das áreas atendidas pelo Sistema Integrado, corrigindo as situações de intermitência no abastecimento. Abastecimento na RMSP Evolução desde 1970 Entre 1940 e 1970, a população do território que viria a constituir a Região Metropolitana de São Paulo multiplicou-se por cinco. No caso específico do abastecimento de água, a oferta de serviços permaneceu, por todo o período, muito aquém da demanda. Em , quando do início das obras do Sistema Cantareira, o atendimento na Capital não alcançava 55% da população; para os demais municípios metropolitanos, o índice era ainda menor, em torno de 50%, ou inferior. Apenas em 1981, com a conclusão da última etapa das obras do Cantareira, este índice pôde se elevar de forma consistente. Desde o início da década de 1980, a história do abastecimento de água para a Região Metropolitana de São Paulo pode ser dividida em três fases relativamente distintas O ganho obtido com a entrada em operação do Sistema Cantareira foi atenuado com o declínio do nível de investimentos, consequência da crise econômica verificada a partir de 1980, da redução dos financiamentos e do controle de preços tarifários. A partir de , o abastecimento da RMSP foi submetido a rodízios parciais, mas permanentes, devido a restrições dos sistemas de produção e adução de água A produção de água foi ampliada em 1992, com a entrada em operação do Sistema Alto Tietê (1.ª etapa: 5 m³/segundo). A partir de 1995, a Sabesp seria reestruturada e teria início um grande conjunto de obras de ampliação e melhoria do sistema adutor. Em 1998, entraria em operação a segunda etapa do Sistema Alto Tietê (+ 5 m³/seg). A partir deste ano, os rodízios seriam gradativamente encerrados e o abastecimento, normalizado Neste período mantém-se um estrito equilíbrio entre a demanda e a oferta de água, sem capacidade ociosa relevante nos sistemas de produção. Em 2011, entrou em operação a terceira fase de expansão do Sistema Produtor Alto Tietê (15 m³/seg de capacidade de tratamento; 12,5 m³/seg de capacidade de regularização, a ser ampliada nos próximos 18 meses). O atendimento da RMSP está universalizado: excetuam-se alguns loteamentos irregulares, onde a expansão do serviço enfrenta objeções de natureza legal. As intermitências no fornecimento ocorrem em uma porção relativamente limitada de áreas periféricas mais distantes, em cotas elevadas, nas franjas da metrópole e em dias de temperaturas mais elevadas. A política de equilíbrio fino entre oferta e demanda, por outro lado, permitiu manter os níveis tarifários em patamares módicos e, ainda, liberar recursos para investimentos em sistemas de esgotos cuja expansão atende a forte pressão social e dos organismos ambientais. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 2
4 Entre 1970 e 2013, a capacidade de produção multiplicou-se 6,9 vezes - de 10,6m³/seg para 73,5 m³/seg. No mesmo período, a população multiplicou-se 2,5 vezes. O mapa adiante apresenta a localização e a capacidade de produção de cada sistema produtor componente do Sistema Integrado operado pela Sabesp. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 3
5 Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 4
6 Expansão da Produção de Água para a RMSP Para o atendimento da demanda projetada, encontra-se em início de obras, a um custo de R$ 2,2 bilhões, o novo Sistema São Lourenço, com aproveitamento de 4,7 m³/s provenientes do Alto Juquiá e reservados na represa Cachoeira do França. O sistema, com operação prevista para 2018, reforçará a adução para as regiões oeste e sul (13 setores de abastecimento em 7 municípios), que apresentam crescimento populacional mais acentuado. Note-se que os sistemas produtores no quadrante metropolitano oeste apresentam capacidade de produção relativamente pequena face à proporção da demanda. Além disso, encontram-se em curso intervenções para a ampliação da capacidade de tratamento das ETAs dos Sistemas Guarapiranga (1,0 m³/seg adicional) e Rio Grande (acréscimo de 0,7 m³/seg). Adução e Distribuição A complexidade do sistema de adução, reservação e distribuição de água pode ser dimensionada pelos seus quantitativos. O sistema metropolitano de adução possui uma extensão próxima a km. Existem atualmente 184 reservatórios de distribuição na RMSP, totalizando um volume de 2,7 milhões de m³, para o atendimento de 214 setores de abastecimento (média de 90 mil pessoas por setor). Entretanto, há setores com dimensões equivalentes a uma grande cidade do Interior: Jardim São Luís (600 mil pessoas), Americanópolis (550 mil) e Itaquera (400 mil). Um total de 26 novos reservatórios de aço está em execução, com capacidade de 234 mil m³, e deverá estar concluído até setembro/2015. No período de 2004 a 2013, para atendimento ao crescimento vegetativo da população, foram agregadas, na RMSP, 804 mil ligações de água ao sistema operado pela Sabesp, que totaliza atualmente 4,3 milhões de ligações. Por sua vez, nesse período, foram implantados cerca de 6 mil km de tubulações de água - total atual de 33,7 mil km de redes de distribuição. A Sabesp realiza um refinamento do controle das pressões, através da instalação de Válvulas Redutoras de Pressão (1.141 VRPs, cobrindo 35% da rede de distribuição, visando a reduzir perdas de água por vazamentos) e boosters, neste caso para elevar a pressão em pontos altos (257 boosters, cobrindo 7% da rede de distribuição). Há uma flexibilidade relativa do sistema adutor, o que possibilita transferências, até certo limite, de vazões de um sistema produtor para áreas atendidas por outros sistemas produtores. Os custos associados às distâncias e à topografia constituem uma restrição a um aumento das possibilidades de transferências. Assinale-se, todavia, que esta flexibilidade é contingencial. Uma vez que o sistema é operado em regime de equilíbrio fino entre oferta e demanda de água, não há vazões excedentes significativas que possam ser utilizadas para transferências entre áreas de influência de Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 5
7 diferentes sistemas produtores, senão em condições de excepcionalidade. Usualmente, a implantação ou expansão de um sistema muda a geografia das áreas de influência, redistribuindo a configuração das aduções, mantido o regime de disponibilidade hídrica escassa. O exemplo mais recente e relevante ocorreu por ocasião da entrada em operação da terceira etapa do Sistema Produtor Alto Tietê, que incluiu uma significativa ampliação do sistema adutor e de reservação para o atendimento da zona leste. Concluídas estas intervenções, as águas do Sistema Cantareira, que abasteciam uma grande parte desta área, foram redirecionadas, através de outras grandes obras de adução, para a região oeste (Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira e Itapevi) e noroeste (do distrito paulistano do Jaraguá até Franco da Rocha e Francisco Morato). Como já observado, a porção metropolitana oeste encontra-se em expansão e, pelo aspecto da disponibilidade hídrica mais próxima, conta apenas com os dois menores sistemas de produção de água operados pela Sabesp na RMSP. Ampliação do Sistema Produtor Alto Tietê e Ampliações do Sistema de Adução Metropolitano Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 6
8 Regularidade do abastecimento Não obstante a informalidade e a expansão desorganizada da mancha urbana, o abastecimento da área da RMSP sob a responsabilidade operacional da Sabesp apresenta alto nível de regularidade (o Índice de Regularidade de Abastecimento IRA habitualmente situa-se acima de 98%). Situações de deficiência estão localizadas em algumas faixas urbanas periféricas, geralmente distantes e em cotas elevadas estas áreas são objeto de programas específicos de investimento cuja finalidade é a regularização do fornecimento. Gestão da Demanda A Gestão da Demanda envolve as seguintes iniciativas: A redução voluntária dos consumos de água, com destaque para o Programa de Uso Racional da Água (PURA): campanhas de conscientização da população para redução dos consumos, desenvolvimento de equipamentos redutores de consumo e produção de material educacional para as escolas do ciclo básico. Estas ações auxiliaram na queda dos consumos médios por imóvel, de 17,5 m 3 /mês (final da década de 1990) para 14 m 3 /mês atualmente. Se mantido o mesmo nível de consumo observado há quinze anos, teríamos hoje uma demanda de produção média de 82 m 3 /seg (e não de cerca de 70 m 3 /seg). A viabilização da aplicação de água de reúso para fins industriais, com destaque para a implantação do Aquapolo (parceria conjunta da Sabesp com a iniciativa privada), com capacidade atual de fornecer 0,6 m³/seg de água de reúso da Estação de Tratamento de Esgotos do ABC para uso industrial. A redução das perdas reais (vazamentos) na rede de distribuição de água. O Programa de Redução de Perdas, de natureza contínua, envolve perdas reais (vazamentos) e perdas comerciais (submedição de hidrômetros e fraudes). A meta é atingir valores de Perdas de Faturamento entre 15 e 19% em O Programa conta com o aporte de recursos financiados, importantes nas ações de renovação da infraestrutura. Em relação às perdas reais, destacamos as seguintes ações: Pesquisa de vazamentos em 45 mil km de redes anualmente (como 87% dos volumes perdidos por vazamentos não são visíveis, a Sabesp necessita identificálo através de métodos de detecção acústica). Reparo dos vazamentos em um prazo entre 18 e 48 horas. Os vazamentos visíveis representam 13% dos volumes perdidos. Cerca de 430 mil vazamentos são comunicados anualmente (7% nas redes, 43% nos ramais e 50% nos cavaletes). Aproximadamente 90% dos volumes perdidos localizam-se nos ramais Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 7
9 domiciliares, a parte mais frágil da distribuição de água. Preventivamente, são trocados cerca de 180 mil ramais/ano. Instalação de Válvulas Redutoras de Pressão (VRPs), que cobrem, como comentado, 35% da rede distribuidora. Gestão da demanda noturna, com reduções de pressão nas redes distribuidoras abastecimento, limitando o consumo noturno de um setor de abastecimento ao mínimo observado em série histórica (ver Anexo 1 Projeções de Produção do Sistema Cantareira. Este trabalho envolve participação operacional diária de 30 funcionários. A avaliação das perdas do sistema requer a utilização e o exame de diversos indicadores, bem como o seu cotejo com as condições urbanas relacionadas ao sistema de abastecimento: áreas mais ou menos consolidadas, densidades maiores e menores, topografia, organização do sistema viário e informalidade urbana. Feita esta ressalva, o gráfico a seguir apresenta, indicativamente, o percentual de perdas físicas para a RMSP - em 2004, o valor observado do indicador de perda de faturamento na RMSP era de 34,9%; em 2013, este índice atingiu 25,4%. Desse total, estima-se que 2/3 representem perdas reais (vazamentos) e 1/3 represente as perdas comerciais. Avaliações realizadas a partir dos dados de 2004 e de 2013 indicam que as ações combinadas de redução de perdas reais, o aumento de reúso e a conscientização para o uso racional da água permitiram uma recuperação de aproximadamente 3,0 m 3 /seg, suficientes para o abastecimento de quase 1 milhão de pessoas. Evolução das Perdas Agregadas - Físicas e Financeiras Período Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 8
10 2) Sistema Cantareira Situação e Providências O Sistema Produtor Cantareira responde pelo abastecimento de aproximadamente 9,75 milhões de habitantes (fonte: SCOA/Sabesp); trata em média 32,56 m³/s (ano: 2013). Representa 47% da água distribuída na RMSP e atende 65% da demanda da Capital. A reservação proporcionada pelo Sistema Cantareira ainda efetua a liberação de 3 m³/s para as regiões de Campinas e Piracicaba. O início do ano hidrológico apresentou, como se sabe, condições fortemente desfavoráveis na área de contribuição para o Sistema Cantareira, em especial nas bacias de drenagem dos reservatórios Jaguarí/Jacareí (onde são reservados 808 milhões de m³ de 1 bilhão de m³ passíveis de acumulação pelo conjunto do sistema). A primeira figura, a seguir, apresenta as precipitações pluviométricas, as vazões afluentes às represas e a evolução do nível de reservação do conjunto do Sistema Cantareira. O gráfico faz o cotejo das vazões médias e mínimas históricas, das vazões observadas na aguda estiagem de 1953 e das vazões registradas no atual período crítico de outubro/2013 até o presente. Em seguida, são apresentados dados pluviométricos e de vazões naturais afluentes a cada reservatório do Sistema Cantareira desde outubro/2013. Chama-se a atenção para as informações relacionadas aos reservatórios Jaguari-Jacareí. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 9
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14 A incidência desta estiagem escapou às previsões do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) elaboradas nos meses de outubro, novembro e dezembro/2013, que apontavam para expectativas de chuvas próximas à média e acima da média para o período. Por sua vez, a estiagem veio associada a temperaturas médias invulgarmente elevadas, as mais altas registradas nos últimos 70 anos, que pressionaram os níveis de demanda quanto ao sistema público de abastecimento, conforme gráficos, a seguir, para os meses de dezembro/2013 a fevereiro/2014 (referência: Estação Mirante-Santana). Para os próximos meses, a previsão do INPE é de precipitações dentro de uma faixa de normalidade; ou seja, não se espera a ressurgência de uma zona de alta pressão estacionária e prolongada sobre a RMSP e a região de Bragança Paulista. O mapa contendo as previsões do CPTEC/INPE para o presente trimestre abril-maio-junho mostra esta expectativa para o conjunto da Região Sudeste (acesso ao mapa em 16/04/2014). Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 13
15 Em função do Comunicado ANA/DAEE n.º 230, de 06/03/2014, a Sabesp tomou uma série de medidas de natureza emergencial, visando à redução das vazões captadas pelo Sistema Cantareira 1. Destacam-se: 1 O Comunicado ANA/DAEE n.º 230/2014 estabeleceu a vazão máxima no túnel 5, conforme a redação seguinte: Q1 (túnel 5): 27,9 m³/seg menos a contribuição efetiva do reservatório Paiva Castro para a ESI (Estação Elevatória Santa Inês). Todavia, a vazão determinada pelo Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 14
16 Proposta de bônus de 30% no valor da conta para reduções de consumo mensal em percentual superior a 20%. Transferência de vazões dos Sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para a área de influência do Sistema Cantareira. Início de obras de engenharia para a utilização da reserva técnica dos reservatórios Jaguari-Jacareí e Atibainha. A figura a seguir apresenta a cronologia de implantação do bônus. Inicialmente, a possibilidade de sua concessão foi restringida à área de abastecimento do Sistema Cantareira (1,816 mil ligações na Capital e nos municípios de Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi, Santana do Parnaíba, Cajamar, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato). Em 01/04/2014, esta estratégia foi ampliada para o conjunto de municípios operados pela Sabesp na RMSP. Uma segunda figura adiante apresenta os resultados obtidos com a concessão do bônus para a primeira quinzena de março/2014 (os dados provêm dos ciclos de leituras comerciais efetuados durante este período e, no caso, valem exclusivamente para a área de influência do Sistema Cantareira). Os resultados, ainda parciais, uma vez que ainda não abrangem os ciclos de leitura comercial da segunda quinzena do mês, apontam para uma redução de vazão da ordem de 1,3 m³/seg. Planeja-se que a meta de redução com o bônus alcance uma adesão de 70% da população usuária, na área abastecida pelo Sistema Cantareira, o que levaria a uma redução agregada de consumo de 3 m³/seg. Observe-se que os ciclos apurados de leitura cobriram, de maneira geral, o mês de fevereiro, cuja primeira quinzena apresentou temperaturas médias extremamente elevadas. GTAG chegou a patamar inferior, de 24,8 m³/seg. Pela afluência favorável durante o mês de março/2014 ao reservatório Paiva Castro, a vazão transferida pelo túnel 5 foi de 21,08 m3/seg. Esta redução, por sua vez, levou a uma economia de volume de 9,936 milhões de m³ do Sistema Equivalente (quanto ao estabelecido pelo GTAG). Esta quantidade corresponde a 4 dias da vazão necessária à produção da ETA Guaraú. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 15
17 Além disso, houve um grande esforço de comunicação para a conscientização da população quanto à situação de estiagem e a necessidade de redução de consumos. Uma divulgação especial foi feita de 04/02 a 15/03/2014 pelas principais emissoras de tevê e rádio, à qual se somaram ações de divulgação porta a porta, campanhas em locais de grande circulação de público e visitas efetuadas a grandes clientes. Adesão ao Programa de Consumo de Água (Bônus) lig lig lig. Redução média de 9% no consumo Categoria Industrial/Comercial: 49% das ligações obtiveram o bônus. Categoria Residencial: 36% das ligações obtiveram o bônus, sendo que somente 11% dos condomínios residenciais atingiram a meta. A próxima figura traz informações sobre os volumes que já estão sendo transferidos para áreas anteriormente abastecidas pelo Sistema Cantareira e a indicação de vazões adicionais a serem transferidas a partir da conclusão de intervenções físicas em curso. A entrada em operação da terceira etapa do Sistema Alto Tietê permitiu, como mencionada, a transferência de 1,7m³/seg para atendimento de parte da zona leste e o consequente deslocamento de vazões do Sistema Cantareira para o suprimento à zona oeste. As duas providências demandaram a execução de obras de adução de grande porte. Mais recentemente, novas intervenções viabilizaram transferências de 0,5 m³/seg /seg, ainda do Sistema Alto Tietê (através da reversão do booster Cidade Líder), e de 1,0 m3/seg, proveniente do Sistema Guarapiranga (para o abastecimento dos setores Brooklin e Pinheiros). Intervenções novas em curso deverão prover vazões de transferência da ordem de 0,4 m3/seg, novamente do Sistema Alto Tietê (reversão Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 16
18 da elevatória de Vila Guarani e do booster Cangaíba), e de 0,3 m³/seg de vazões do Sistema Guarapiranga para os reservatórios de Vila Mariana e Paulista. Quanto à reserva técnica acumulada pelo Sistema Cantareira, uma ação rápida da Sabesp permitiu que obras já estejam em implementação para o seu aproveitamento nos reservatórios Jacareí e Atibainha. Esta reserva envolve um volume apreciável que se situa abaixo do emboque do túnel 7 (Jacareí-Cachoeira) e do túnel 5 (Atibainha- Paiva Castro). No caso do reservatório Jacareí, o volume de reserva se situa entre as cotas 821 e 815m; no reservatório Atibainha, entre as cotas 782 e 777m. Em ambos os casos, as obras, a um custo aproximado a R$ 80 milhões, incluem conjuntos motobomba que transferirão as vazões (até 20 m³/seg no Jacareí e até 24 m³/seg no Atibainha) a canais laterais para a sua condução até os respectivos túneis. Utilização da Reserva Técnica - Equipamentos de Bombeamento em Instalação Conjuntos moto-bomba flutuantes, para vazão de 2 m/seg e 10 m.c.a (metros de coluna d água). Cada flutuante possui dois motores de 175 cv. Reservatório Jaguari-Jacareí: 14 conjuntos flutuantes. Reservatório Atibainha: 17 conjuntos flutuantes. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 17
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20 Captação no Reservatório Jacareí Reservatório Jacareí: entre as cotas 821 m e 815 m 109,21 milhões de m³ Diretoria Metropolitana Sabesp Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 19
21 Captação no Reservatório Atibainha Relatório - Operação Emergencial do Sistema Cantareira Conjunto de Bombas Ensecadeira cota m cota m Reservatório Atibainha: entre as cotas 782 m e 777 m; 79,75 milhões de m³ Diretoria Metropolitana Sabesp Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 20
22 3) Simulações Regra Operativa do Sistema Cantareira para o Período Maio-Dezembro/2014 Este item tem a finalidade de definir as vazões necessárias a serem utilizadas para a produção da ETA Guaraú. Para esta definição foram considerados critérios que minimizam os riscos de desabastecimento da população. Baseados em experiências críticas anteriores, com grandes sistemas de produção, mas de menor porte que o Cantareira, observamos que a transferência de grandes massas líquidas em um sistema de abastecimento complexo como o da RMSP, com as injunções próprias a uma ocupação marcada pelo crescimento rápido, densa e com forte incidência de informalidade, envolve dificuldades e riscos, com tempos bastante distintos de recuperação quando de interrupção de fornecimento. Além disso, os ciclos de pressurização e despressurização da rede de distribuição podem causar danos estruturais nas tubulações, aumentando as perdas reais durante um longo período após o racionamento. Para a garantia do abastecimento público, a figura a seguir apresenta as vazões mensais necessárias para atendimento às demandas do Sistema Cantareira para o ano de Os dados apresentados nesta figura constam do Anexo 1 deste documento técnico Projeções de Produção do Sistema Cantareira. Vazões para atendimento às Demandas RMSP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 21
23 Para que seja possível a captação destas vazões, é necessário que sejam mantidas as vazões de transferência constantes da primeira tabela a seguir, que considera as vazões históricas mínimas afluentes verificadas na bacia do rio Juqueri. Para efeito comparativo, a tabela posterior apresenta as vazões naturais afluentes mensais do ano de Vazões naturais históricas mínimas afluentes Guaraú P.Castro Vazão no T5 para atendimento na ETA Guarau Produção Qn min Jusante Túnel 5 m3/s m3/s m3/s m3/s Maio 24,1 1,10 0,20 23,2 Junho 23,8 0,80 0,20 23,2 Julho 23,5 0,50 0,20 23,2 Agosto 23,8 0,90 0,20 23,1 Setembro 24,1 0,60 0,20 23,7 Outubro 23,4 0,70 0,20 22,9 Novembro 24,1 0,80 0,20 23,5 Dezembro 25,0 1,70 0,20 23,5 Vazões naturais afluente do ano 1953 Guaraú P.Castro Vazão no T5 para atendimento na ETA Guarau Produção Qn 1953 Jusante Túnel 5 m3/s m3/s m3/s m3/s Maio 24,1 2,30 0,20 22,0 Junho 23,8 2,20 0,20 21,8 Julho 23,5 2,00 0,20 21,7 Agosto 23,8 2,10 0,20 21,9 Setembro 24,1 2,10 0,20 22,2 Outubro 23,4 2,10 0,20 21,5 Novembro 24,1 2,30 0,20 22,0 Dezembro 25,0 3,60 0,20 21,6 4) Utilização da Reserva Estratégica dos Reservatórios Jaguari- Jacareí e Atibainha Frente ao atual volume armazenado, pela aguda escassez de chuvas e vazões afluentes inferiores à mínima histórica ao longo dos últimos meses, a Sabesp pretende utilizar o volume da reserva técnica dos reservatórios Jaguari-Jacareí e Atibainha. Conforme estudos e simulações hidrológicas realizadas - considerados o volume armazenado atual no Sistema Equivalente, as vazões descarregadas, as vazões afluentes ao longo dos últimos meses no Sistema Cantareira e as vazões demandadas no Túnel 5 -, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 22
24 planeja-se que a partir de 15/05/2014, quando o reservatório estiver próximo a seu nível mínimo operacional (cota 820,80m, conforme determina o Anexo II da Portaria DAEE 1213/04, referente à outorga do Sistema Cantareira), será iniciado o bombeamento da reserva estratégica do Reservatório Jaguari-Jacareí. Estão em andamento, junto ao emboque do Túnel 7, as obras necessárias para esta operação, de modo a permitir que a partir da data citada anteriormente seja possível, tecnicamente, bombear vazões de 12,0m 3 /s até 24,0m 3 /s. Conforme estudos realizados, e prolongadas as condições hidrológicas mais desfavoráveis com vazões afluentes semelhantes às mínimas registradas nas represas Jaguari-Jacareí, garantida a descarga para a Bacia do PCJ em 1 m³/s e a transferência efetuada pelo Túnel 7 fixada em 20 m³/s. Se prevê a utilização do volume da reserva técnica até aproximadamente 16/08/14, quando estaremos próximos de atingir a cota 815,00 m da represa Jacareí. A partir desta data, o sistema de bombeamento auxiliar será transferido para a Represa do Atibainha, para viabilizar o potencial de transferência do Túnel 5. Neste momento, ainda restará parte do volume útil das represas Cachoeira e Atibainha, que serão aproveitados antes que se inicie o bombeamento auxiliar na Represa de Atibainha. Este volume é suficiente para manter a transferência da vazão necessária para suprir o abastecimento da RMSP, conjuntamente com a vazão da represa Paiva Castro, por aproximadamente 30 dias, considerando as vazões primárias de descarga para o PCJ como as praticadas atualmente. O início da utilização do bombeamento auxiliar na represa de Atibainha (onde as obras de emergência também se encontram em andamento) está previsto para dia 17/09/14 e será realizado até o início do mês de novembro, repetindo-se as premissas de vazão já citadas, quando se espera que a cota de 777,00 m da represa Atibainha seja atingida. Quando este volume técnico estiver próximo do final, reiniciaríamos o bombeamento do volume técnico das represas Jaguari-Jacareí, que se acumulou desde o final do bombeamento inicial, em agosto. Daí, teríamos os 2 sistema trabalhando paralelamente e continuamente. Durante este período, deverá ser garantida, como nível mínimo operacional no Reservatório Cachoeira, a cota 815,00m. Essa cota visa à manutenção da segurança do túnel 7, que interliga os reservatórios, principalmente quanto ao risco de despressurização, em atendimento à Portaria citada anteriormente (artigo 3º). A recomendação do GTAG-Cantareira determina que em 30/11/2014 haja uma sobra de 5% do volume morto, o que corresponde a 9hm³. Com base nas estimativas de consumo realizadas, foram feitas simulações avaliando-se 4 cenários possíveis: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 23
25 Cenário 1: No desenvolvimento das reuniões e ações do GTAG (Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira), foi concebido pelo DAEE um cenário com previsão de afluência média do Sistema Equivalente até o final do ano em 12 m³/s. Cenário 2: Este cenário prevê a afluência média do Sistema Equivalente em 13,5 m³/s até o final do ano. Este valor é a média das mínimas históricas de afluência do Sistema Equivalente, entre maio e dezembro. Cenário 3: Este é o cenário mais desfavorável adotado pelo GTAG, com afluências mensais de 70% das mínimas históricas de cada mês. Cenário 4: Foi considerada neste cenário a afluência média do Sistema Equivalente dos últimos 30 dias. O valor adotado para o período entre maio e dezembro foi de 14,35 m³/s. Este valor consistiria numa melhoria na afluência no último mês, fruto da retomada das chuvas dentro de uma normalidade hidrológica. Todos os cenários contemplaram a manutenção das descargas primárias para a Bacia do PCJ em 3 m³/s. Nas simulações realizadas, a premissa a ser atendida era de que no final do mês de novembro houvesse cerca de 5% da reserva técnica, visando sempre a ampliar a autonomia do Sistema como um todo, e a expectativa de se alcançar o próximo período de chuvas, que se inicia em outubro. Em todas as simulações esta premissa foi atendida, como demonstrado na tabela abaixo e nos gráficos posteriores. a) Para uma vazão afluente de 12,0m³/seg no Sistema Equivalente, os resultados são mostrados na tabela abaixo; a reserva técnica esperada em 30/11/2014 é de 69,6hm³, o que corresponde a 38% desta reserva. VOLUME ESPERADO AO FINAL DE CADA MÊS NO SISTEMA EQUIVALENTE (X10e6m3) 30-abr mai jun jul ago set out nov-14 Vazão Afluente (m3/s) 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 Túnel 5 (m3/s) Volume no Fim do 23,3 23,2 23,2 23,2 23,1 23,7 22,9 23,5 mês com Volume Morto (x10e6m3) 279, , , , , ,000 85,900 69,600 b) Para uma vazão afluente de 13,5m³/s no Sistema Equivalente, os resultados constam da tabela abaixo; a reserva técnica esperada em 30/11/2014 é de 97,6hm³, o que corresponde a 54% da reserva. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 24
26 VOLUME ESPERADO AO FINAL DE CADA MÊS NO SISTEMA EQUIVALENTE (X10e6m3) 30-abr mai jun jul ago set out nov-14 Vazão Afluente (m3/s) 13,5 13,5 13,5 13,5 13,5 13,5 13,5 13,5 Túnel 5 (m3/s) 23,3 23,2 23,2 23,2 23,1 23,7 22,9 23,5 Volume no Fim do mês com Volume Morto (x10e6m3) 280, , , , , , ,700 97,600 c) Para uma vazão afluente correspondente a 70% da mínima histórica no Sistema Equivalente, obtêm-se os resultados mostrados na tabela abaixo; a reserva técnica projetada para 30/11/2014 é 15,6hm³, o que corresponde a 8% da reserva. VOLUME ESPERADO AO FINAL DE CADA MÊS NO SISTEMA EQUIVALENTE (X10e6m3) 30-abr mai jun jul ago set out nov-14 Vazão Afluente (m3/s) 15,4 12,7 10,0 8,2 7,5 6,7 8,1 8,8 Túnel 5 (m3/s) 23,3 23,2 23,2 23,2 23,1 23,7 22,9 23,5 Volume no Fim do mês com Volume Morto (x10e6m3) 283, , , , ,911 69,820 41,750 15,600 d) Para uma vazão afluente de 14,35m³/s no Sistema Equivalente, os resultados constam da tabela abaixo; a reserva técnica esperada em 30/11/2014 é de 97,6hm³, o que corresponde a 54% da reserva. VOLUME ESPERADO AO FINAL DE CADA MÊS NO SISTEMA EQUIVALENTE (X10e6m3) 30-abr mai jun jul ago set out nov-14 Vazão Afluente (m3/s) 14,35 14,35 14,35 14,35 14,35 14,35 14,35 14,35 Túnel 5 (m3/s) 23,3 23,2 23,2 23,2 23,1 23,7 22,9 23,5 Volume no Fim do mês com Volume Morto (x10e6m3) 281, , , , , , , ,463 Estes cálculos demonstram que, mesmo adotando perspectivas com baixa probabilidade estatística de ocorrer, há condições favoráveis para atender a demanda de vazão solicitada e permitir que se alcance o próximo período de chuvas com volumes disponíveis no Sistema. Tais condições e datas apontadas dependem do cumprimento das expectativas previstas nas simulações, portanto as datas marco devem ser consideradas como balizadores aproximados. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 25
27 Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 26
28 Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 27
29 Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 28
30 Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp 29
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% Armazenamento JUNHO RV0 1.1 ARMAZENAMENTO HISTÓRICO DO SISTEMA INTEGRADO NACIONAL 20 56,8 55,7 54,8,2 42,3 42,9 38,5,4 42,6 42,0 43,0,0 34,9 37,0 38,1,3 34,4 35,7 29,0 30,1 32,3 23,4 28,7 27,7 19,5 29,4
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% Armazenamento 1.1 ARMAZENAMENTO HISTÓRICO DO SISTEMA INTEGRADO NACIONAL 100 60 40 20 56,8 55,7 54,8 53,5 50,2 42,3 42,9 38,5 40,4 42,6 42,0 43,0 40,0 34,9 37,0 38,1 40,3 34,4 35,7 29,0 30,1 32,3 23,4
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