Luciano I. De Castro Associate Professor University of Iowa. Agradecimentos e disclaimer no último slide
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1 Luciano I. De Castro Associate Professor University of Iowa Agradecimentos e disclaimer no último slide
2 Opções colocadas pela Aneel 1. Corrigir o PLD máximo pelo IGP-DI (levando-o a R$ 861) 2. Escolher uma nova termelétrica como definidora do PLD_max 3. Adotar o primeiro patamar do custo de déficit como PLD_max A Nota Técnica 001/2014-ASD-SEM-SRG/ANEEL publicada em suporte a esta Audiência Pública descarta a maioria dos argumentos contra a mudança Simplificadamente, o argumento principal é o Brasil é diferente! 2
3 Neste documento, aplicamos conceitos básicos de Teoria econômica e concluímos que: 1. Nas condições idealizadas pelo modelo do setor, os consumidores cativos não são beneficiados com a mudança proposta 2. Os únicos beneficiados são consumidores livres descontratados e geradores com contratos em excesso 3. Portanto, a melhor alternativa é a primeira, isto é, apenas corrigir o atual PLD_max pelo IGP-DI 4. Faz parte do papel principal da agência resistir a esse tipo de mudança. 3
4 Sinal para investimentos Sinal para a demanda Exemplo: fábrica de alumínio consumindo energia elétrica Se preço de energia está muito elevado, melhor não usá-la para produzir alumínio Isso continua verdade mesmo que a fábrica de alumínio esteja 100% contratada: ela pode revender a energia. O que importa não é o preço do contrato, mas o custo de oportunidade da energia (revendê-la no mercado spot) 4
5 2,000 1,850 1,800 Preço (R$/MWh) $ per ton 1,600 1,400 1,200 1, Preço alto é oportunidade para quem pode investir e produzir energia a um preço menor Novos geradores são desenvolvidos. Isso desloca a curva de oferta. Obs.: Apesar da expansão ser contratada no ACR no Brasil, essa lógica ainda é válida para ACL Energia (MWh) SS 2013 SS 2016 Como resultado, preço cai Conclusão: Preço alto cria as condições para menores custos no futuro, através da expansão da oferta 0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000 40,000 45,000 5 Cumulative Capacity (thousand tons)
6 Qualquer preço diferente do de equilíbrio gera ineficiências Preço muito baixo faz com que consumidores demandem mais do que deveriam Quem paga pela ineficiência? O conjunto dos agentes, através dos Encargos de Serviço do Sistema (ESS) 6
7 Preço (R$/MWh) PLD_max =R$861 (supondo que é o de equilíbrio) PLD_max reduzido para R$ 388 Diferença com a redução do PLD_max (neg é perda) A Oferta Lucro do Produtor B+C C -B C B D E F Demanda Pagamento do Consumidor (*) Excedente (consumidor + produtor) 861 Q* 388*QD + D+E + F A + B + C B E F A + B + C - F - F Q S Q* Quantidade Energia (MWh) Q D Consumidor pode ganhar ou perder! Mercado como um tod perde! (*) Preferimos colocar o pagamento do consumidor ao invés do usual excedente por ser mais palpável
8 Redução do PLD_max não altera o despacho, mas pode afetar total demandado Não há impacto na eficiência de produção, que é determinada pelo ONS Assim, redução do PLD_max significa: Transferência de renda entre agentes do setor Alguém sai perdendo! Provavelmente gerará litígios Aumento da ineficiência por estimular consumo excessivo Pergunta crucial: quem ganha e quem perde com redução do PLD_max? 8
9 Assuma que o sistema elétrico opera dentro das condições idealizadas pelo modelo e que geradores são racionais e neutros ao risco. Então a redução do PLD preconizada beneficia no curto prazo apenas a consumidores livres descontratados e geradores super-contratados. Obs.1: ignoramos aqui os comercializadores. De certa forma, eles podem ser analisados juntos com geradores. Assim, consideramos apenas os seguintes agentes: consumidores livres (contratados e descontratados), consumidores cativos e geradores Obs.2: condições idealizadas pelo modelo significam contratação da demanda de consumidores cativos. Embora consumidores livres também devam estar contratados, esta condição é de difícil implementação (*) Demonstração deste resultado omitida nesta curta apresentação. 9
10 Estaríamos discutindo essa mudança se fosse para beneficiar apenas esse segmento de agentes? Consumidores livres descontratados Geradores super contratados Dificilmente! 10
11 A razão é bastante simples: Consumidores cativos não estão 100% contratados como preconiza o modelo Leilão A-1 não realizado ao final de 2012 Distribuidoras expostas, levando à necessidade de aporte do tesouro e empréstimos Geradoras expostas Mas isso é um problema conjuntural! Não se deve mudar as regras do jogo por conta de circunstâncias Contratos anteriormente firmados vão ser profundamente alterados por essa mudança na regra do mercado 11
12 Por que existe uma agência reguladora formalmente separada do governo? Em qualquer parte, governos têm tendência de favorecer: consumidores/eleitores, em detrimento de investidores, empresas públicas A agência tem a função exatamente de proteger a sociedade desse fenômeno 12
13 Escolher qualquer térmica para determinar PLD_max é arbitrário Não haverá nenhuma segurança na definição esta poderá ser modificada novamente, a critério do regulador 13
14 O autor é Associate Professor na University of Iowa (UI), onde se dedica à pesquisa sobre desenhos de mercados e em especial mercados de eletricidade. Sou grato à UI por suporte a sua pesquisa. A pesquisa para estes comentários, assim como a participação nesta sessão pública, contou com o apoio da Tractebel Energia e da Duke Energy, aos quais eu agradeço. Também me beneficiei de discussões com várias pessoas do setor, em particular, Joisa Dutra, Edson da Silva e Marcos Keller Amboni. As opiniões expressas neste documento são de responsabilidade exclusiva do autor e não representam necessariamente a visão de qualquer outro indivíduo ou empresa. 14
15 Luciano de Castro Associate Professor University of Iowa +1 (217)
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