O papel de peixes nativos para o desenvolvimento da aqüicultura brasileira
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- Eduarda Sônia do Amaral Abreu
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1 O papel de peixes nativos para o desenvolvimento da aqüicultura brasileira Ulrich Saint-Paul Leibniz Center for Tropical Marine Ecology Bremen, Alemanha ulrich.saint-paul@leibniz-zmt.de 1
2 Apresentação Leibniz Center for Tropical Marine Ecology (ZMT)
3 Por que pesquisa tropical na Alemanha? Fundo dos anos 80 Aumentou a consciência da mudança global Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar Necessidade de uma gestão baseada na ciência Missão Reforçar a competência científica em ecologia marinha tropical, na Alemanha e nos países tropicais por meio de pesquisa, capacitação e consultoria
4 Rede mundial de pesquisa Parcerias produtivas e de longa duração com universidades e instituições de pesquisa em todo os trópicos Parcerias regionais e nacionais Colaborações em comissões e instituições internacionais
5 Função e serviços dos sistemas sócio-ecológicos local global Proteção contra a erosão, tempestades e tsunamis Filtro de sedimentos das terras e poluição Recursos para uso local e comercial Turismo Biodiversidade Carbono e ciclo de nutrientes
6 Nossa abordagem interdisciplinar integrado internacional
7 As áreas de programas Geoquímica e Geologia Modelagem ecológica Ecologia Ciências sociais I Funcionamento do ecossistema e seus servicos II Manejo de ecossistemas e stakeholders III Coordenação (capacitação, transfer) Unidades de apoio (lab, MAREE, unidade de mergulho, IT, etc.)
8 Sobre peixes nativos 8
9 40 anos atrás Início do projeto piscicultura no INPA, Manaus 9
10 10
11 Status mundial da pesca & aqüicultura FAO
12 Ação da aqüicultura na produção total de animais aquáticos FAO
13 Classificação dos países com maior produção aquícola, em 2012 País Produção (t) China Índia Vietnã Indonêsia Bangladesh Noruega Tailândia Chile Mianmar Filipinas Brasil FAO (2014) 13
14 Produção total no Brasil total tilapia Tambaqui Tambacú As espécies mais cultivadas são a tilápia do Nilo e o tambaqui. O híbrido tambaqui x pacú, a carpa comum, o pacue o bagre do gênero Pseudoplatystomae seus híbridos são também notáveis. 14
15 Espécies chaves da criação no Brasil A tilápia, carpae truta, bem como camarõesexóticos, foram as espécies que influenciaram o desenvolvimento da aquicultura no Brasil. Estas espécies foram utilizados devido à suas fácilidades de cultivo, a presença de tecnologias e as técnicas de gestão bem estabelecidas. 15
16 A produção mundial de peixes cultivados era de 66 Mio. toneladas em 2012, excedendo a produção de carne bovina. ( Larsen and Roney, 2013) 16
17 Distribuição da produção aquícola brasileira 2010 MPA - BoleIm EstaJstico da Pesca e aquicultura
18 Crescimento das principais indústrias de criação de animais e da aqüicultura no Brasil ACQUA IMAGEM,
19 Produção e exportação de produtos animais 2014 (previsão) Fonte Produção(1000 t) Exportão(1000 t) Aqüicultura (35.1%) 59.4 (65.6%) Porco (24.5%) 7.2 (7.9%) Aves (23.0%) 13.5 (14.9%) Gado 68.0 (14.4%) 9.4 (10.5%) Carneiro & cabra 14.0 (3.0%) 1.0 (1.1%) Total FAO
20 Quantidade de peixes, camarões e outros organismos aquáticos cultivados no Brasil 2016 The Global Aquaculture Advocate 20
21 21
22 Regionalização da aqüicultura Brasileira 2016 The Global Aquaculture Advocate 22
23 Centros de produção de tilapia e tambaqui (2016) Feeding Nemo - Turning Brazil's Economic Turnmoil into Seafood Business Opportunities. Rabo Industry Note
24 Espécies exóticas no Brasil Nome comum Nome científico Ano de introdução Carpa comum Cyprinus carpio 1882 Rã Rana catesbeiana 1920 Bagre Ictalurus punctatus 1930 Truta Oncorhynchus mykiss 1930 Tilápia Tilapia e Oreochromis spp 1930 Achigã (Black bass) Micropterus salmoides 1940 Carpas chinês Ctenopharyngodon idella, Hypopthalmichthys molitrix e Aristichthys nobilis 1950 Camarão branco Litopenaeus spp 1970 Camarão da Malásia Macrobrachium rosenbergii 1970 Bagre africano Clarias gariepinus 1980 Ostra japonesa Crassostrea gigas 1980 Lagostim americano Procambarus clarkii
25 Tilapia, Oreochromis spp 25
26 Tilapia O líder da aqüicultura brasileira Espécie principal com toneladas (2014). A produção cresceu a uma média de 14,2 %/ano durante a última década. Centros de produção em Paraná (viveiros) e nos açudes no Nordeste e Sudeste do Brasil (gaiolas). No Rio São Francisco nos lagos Sobradinho, Itaparica, Moxotó e Xingó e no Rio Jaguaribe nos lagos Castanhão e Orós. 26
27 Tilapia, emergindo como major ramo da indústria aqüicula no Brasil Quarta maior produtora do mundo, depois da China, Indonésia e Egito (2016) Feeding Nemo -Turning Brazil's Economic Turnmoil into Seafood Business Opportunities. Rabo Industry Note
28 Cultivo de camarão -e sua esperança Espécie nativa vs. introduzida Camarão foi a primeira indústria da aqüicultura moderna no Brasil (1970) O camarão branco (Litopenaeus vannamei) é a terceira espécie mais cultivada no Brasil, com toneladas em % consumo doméstico Área de cultivo ha(tanques rede e viveiros) O cultivo está concentrado nas zonas costeiras do Nordeste, como Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí Problemas com white spot disease 28
29 Produção de camarão Problemas atuais com white spot disease em Ceará: Queda de produção por 30 %! (2016) Feeding Nemo -Turning Brazil's Economic Turnmoil into Seafood Business Opportunities. Rabo Industry Note
30 Peixes redondos Tambaqui Colossoma macropomum Pacú vermelho Amazonas & Orinoco Até 45 kg Se alimenta de frutos ou sementes Pirapitinga Piaractus brachypomus Pacú preto Amazonas & Orinoco Até 20 kg Peixe herbívoro, com tendência a frugívoro Pacú Piaractus mesopotamicus Pacú Rios Paraguay e Paraná Até 20 kg Omnívoro O híbrido Tambacú foi criado para combinar o maior crescimento do tambaqui com a resistência ao frio do pacu. 30
31 Tambaqui, Colossoma macropomum Jefferson Cristofoletti, EMBRAPA,
32 Pirapitinga, Piaractus brachypomus 32
33 Pacú, Piaractus mesopotamicus 33
34 Os peixes redondos, grupo que reúne tambaqui, pirapiinga, pacú e os diferentes híbridos entre essas espécies (tambacú e tambatinga), somaram toneladas em 2014 www//pisciculturasaojose.blogspot.com.br/ 34
35 Importância do grupo Colossoma/Piaractus Pirapitinga Tambaqui Valladão, Gallani, Pilarski,
36 Fatores ecológicos Hábitos alimentar: omnivoros, preferência de frutos (zoo) exige nenhum ingrediente de origem animal na dieta Pacú tolera uma maior variação térmica, tambaqui e pirapitinga não! híbridos Alta tolerância contra hipoxia 36
37 Métodos de produção Sistemas extensivos: Reprodução artificial, incubação dos ovos e transferência das larvas para tanques fertilizados. Sistema intensivos: Maior taxa de sobrevivência. Boa experiência em gaiolas. A produção (semi-intensivo ou intensivo) em tanques de terra com áreas de m 2. Densidade de estocagem: 0,5-2,0 kg/m 2 10 t/ha Os custos de produção são superior a tilápia (densidade mais baixos) Preços de venda acima de tilápia (margens %) 37
38 Tambaqui de criação no mercado de Manaus Pirapitinga de criação no mercado em Vietnã Centros de produção Rondônia, Amazonia e Roraima 38
39 Pirarucu, Arapaima gigas Lesley de Souza, 2014 Taxa de crescimento >15 kg/ano Precisa alto teor de proteina na dieta Especie com alto potencial no futura Porém Melhorar a produção de alevinos Melhorar a tecnologia de cultivo 39
40 Produção do Pirarucú Desova naturalmente em cativero, coleta de alevinos e transferência para tanques de criação Taxa de crescimento >15 kg/ano Precisa alto teor de proteina na dieta carnívoro Especie com alto potencial no futura Porém Melhorar a produção de alevinos Melhorar a tecnologia de cultivo 40
41 Sorubim, Pseudoplatystoma corruscans e P. reticulatum Carnívoro Cultivados separadamente ou (mais comum) como híbridos Taxa de crescimento: 1,5-2,0 kg/ano Produção estimada toneladas (2009) 41
42 Produção Valladão, Gallani, Pilarski,
43 Produção de peixes nativos (2016) Feeding Nemo -Turning Brazil's Economic Turnmoil into Seafood Business Opportunities. Rabo Industry Note
44 A favor de peixes nativos As espécies nativas ocupam diferentes nichos de mercado que podem ser menores, mas muito rentável. Peixes nativos são altamente valorizados no nível local, enquanto o consumo de tilápia e outros peixes exóticos nessas regiões é quase insignificante. Peixes exóticos pode introduzir patógenos exóticos, hibridizam e eliminar espécies nativas. Peixes exóticos representam um perigo ecológicos para a natureza 44
45 Espécies exóticas vs. nativas Peixes exóticos Zootécnologia Boas taxa de crescimento e espécies bem adaptadas ao cultivo Reprodução Criação fácil e bem estabelecida Melhoramento genético avançado Peixes nativos Boas taxa de crescimento e espécies bem adaptadas ao cultivo Criação fácil e bem estabelecida Melhoramento genético em desenvolvimento* Técnologia Bem estabilicida Em desenvolvimento Mercado Em concorrência com peixes mais baratos importados Biossegurança Introdução de patógenos exóticos Balanço ecológico Valladão, Gallani, Pilarski, 2016 Vários outros nichos de mercado - *Exceção Pirarucú 45
46 Fatores limitantes à expansão (0 menos importante a 5 mais importante) Kubitza F (2015) Aquicultura no Brasil - Conquistas e Desafio. Panorama da Aquicultura 46
47 Perspectiva O objectivo final deve ser a preservação da biodiversidade aliada à produção aquícola sustentável! 47
48 Obrigado!
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