21/6/2014 Por Nando Guimarães Rio de Janeiro
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1 21/6/2014 Por Nando Guimarães Rio de Janeiro
2 Na astronomia, solstício (do latim sol + sistere, que não se mexe) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente, quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano.
3 O Solstício de Inverno é o ponto em que a elíptica do Sol atinge a posição mínima de altura em relação ao equador. Era conhecido como o nascimento do sol desde a era mais remota e festejado por todos os povos no hemisfério norte. Este acontecimento astronómico era muito importante visto marcar o início do novo ciclo do Sol sobre a Terra, com dias cada vez maiores e mais quentes até ao novo retorno. A esta data associavam-se rituais ou festas muito importantes. As civilizações mais antigas consideravam o Sol como sendo o filho da luz, a luz para eles representava Deus em vida.*
4 Uma vez que permitiam controlar a reprodução dos animais, a plantação de sementeiras e avaliar as reservas invernais de alimentos entre as colheitas, certos eventos astronómicos estão associados ao surgimento de mitologias e tradições desde tempos remotos. Na noite do solstício de inverno, no hemisfério norte, as três estrelas da cintura de Orion alinham-se com Sirius, a estrela mais brilhante a oriente no céu, assinalando o sítio onde o sol nascerá na manhã após o solstício de Inverno. Após este solstício o sol começa a sua ascenção a norte.**
5 O Solstício de Inverno terá sido imensamente importante porque as comunidades não tinham a certeza de sobreviver ao Inverno, e para ele tinham de se preparar durante os 9 meses do ano. Morrer de fome era comum entre os meses de Janeiro e Abril. Nas culturas modernas os rituais do solstício de inverno são valorizadas pelo seu consolo emocional na altura mais escura do ano, sobretudo nas culturas mais a norte do hemosfério. Os efeitos depressivos do inverno nos individuos e na sociedade estão ligados ao frio, cansaço, mal-estar interior e inactividade. A insuficiente exposição à luz do sol aumenta a secreção de melatonina pelo corpo, desregulando o ritmo circadiano e aumentando a sonolência e as horas de sono. Os festivais deste período do ano sempre utilizaram grandes fogueiras, iluminações, canticos e danças, desde os primordios da civilização.**
6 Cabra e Vinho Nesta altura do ano, eram feitas matanças da maior parte do gado, para que este não tivesse de ser alimentado durante o resto do inverno, e era portanto a altura em que existia abundância de carne fresca. O vinho e cerveja tinham estado a fermentar e estavam prontos para ser bebidos. A Cabra Yule, ou "Yule Goat" é uma destas tradições escandinavas e norte-europeias mais antigas; as suas origens são pré-cristãs, e segundo as lendas o deus Thor era conduzido pelos céus por duas cabras. Nessa festa da Yule era morta uma cabra, e cantavam-se canções porta-aporta para receber comida e bebidas em troca. Na Finlândia era dito que a cabra Yule era uma criatura que assustava as crianças e exigia presentes. Durante o século 19 tornara-se a criatura invisível que dava os presentes, e um dos homens da família mascarava-se de cabra para os trazer.**
7 Desde tempos perdidos na idade do gelo, em que as tribos e clãs tentaram perceber os ritmos das estações, daquilo a que chamaram deuses sol e lua, para não morrer de fome durante o inverno, até ao frenesim dos centros comerciais e das canções minimais repetitivas de natal, passando pelo nascimento do filho do deus solar do deserto da palestina que os romanos decidiram fazer nascer a 25 de dezembro no século 4 para coincidir com o solstício do calendário oficial do império, pelas tradições nórdicas da cabra Yule, que estranhamente se combinaram com adoração do cordeiro de deus..., afinal não deixámos de ser o que sempre fomos, criaturas da terra, criadores de contos e de deuses, adoradores e devoradores de animais sagrados, comunidades espalhadas de norte a sul pelos hemisférios da superfície de uma esfera de coração incandescente rodando pelos céus ao "deus dará".
8 Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo.
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10 O que é um Analema? Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Analema é o termo usado em astronomia para designar um grafo da posição do Sol no firmamento num determinado lugar, marcada à mesma hora em dias sucessivos (isto é com intervalos aproximados de 24 horas ou seus múltiplos) ao longo de um ciclo anual. A figura gerada assemelha-se a um \!8 assimétrico. O \!8 estará quase vertical se a posição do sol à hora escolhida for próxima do meridiano do lugar (por volta do meio-dia solar verdadeiro), inclinando-se progressivamente para a esquerda ou direita com o seu afastamento (esquerda de manhã; direita à tarde).
11 Se a Terra rodasse em torno de um eixo perpendicular ao plano da sua órbita e descrevesse a sua translação em torno do Sol numa órbita circular a velocidade constante, a posição aparente do Sol no firmamento seria, à mesma hora de cada dia, a mesma. Logo o grafo da variação anual dessa posição seria um mero ponto e não o analema que conhecemos. Assim, o analema resulta da combinação de dois efeitos interdependentes:
12 O efeito da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano da sua órbita em torno do Sol, que, ao provocar um movimento aparente do Sol em altura, dá origem ao eixo vertical da figura \!8 que constitui o analema. Repare-se que o analema tem como limite superior e inferior a posição do Sol nos dias solsticiais (21/22 de Junho e 21/22 de Dezembro).
13 O efeito da excentricidade da órbita terrestre, já que a Terra, segundo as leis de Kepler, descreve, na sua translação em torno do Sol, uma elipse. Em resultado, a conservação do momento angular obriga a um aumento da velocidade do planeta quando este está mais próximo do Sol (em torno do periélio) e um correspondente abrandamento quando está mais afastado (em torno do afélio). Como consequência desta configuração da órbita, surge o desvio para leste e oeste (caso o eixo da Terra não fosse inclinado, o analema seria, devido apenas à elipticidade, uma linha paralela ao equador terrestre). Por sua vez, a variação da velocidade provoca a ligeira assimetria entre a parte superior e inferior da figura \!8.
14 Analema do SOL Em conclusão, o analema é o resultado combinado dos 23º 27 de obliquidade do eixo da Terra em relação ao plano de eclíptica, que provoca a subida e descida do Sol ao longo da altura da figura \!8 (sendo o factor dominante), e de elipticidade da órbita, que provoca a variação da posição aparente do Sol em torno do eixo do \!8, dando origem às duas argolas que constituem a sua parte superior e inferior. A assimetria é devida à variação da velocidade da Terra na sua translação, acrescida, no que respeita à assimetria lateral, do efeito de não coincidência da linha dos apsides com a linha dos solstícios.
15 Analema do SOL O movimento aparente do Sol ao longo do eixo vertical do analema é igual à variação, para o correspondente período, da declinação do Sol. O deslocamento lateral em relação ao eixo vertical do analema dá, quando medido em tempo (1º = 15 minutos), o valor da equação do tempo naquele dia, indicando se o tempo solar aparente está atrasado (Sol a leste do eixo) ou adiantado (Sol a oeste do eixo) em relação ao tempo solar médio. Devido às leis de Kepler, todos os restantes planetas exibem analemas, dependendo, contudo, a forma da figura da inclinação do eixo de rotação e da maior ou menor elipticidade da órbita. Por exemplo, o analema de Marte, em vez da forma em \!8, assemelha-se a uma gota.
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