Professor Sérgio Adriano
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- Evelyn de Miranda Almada
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1 CAPÍTULO CONCEITO DE CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades, e por objetivo o controle desse patrimônio, com a finalidade de fornecer informações aos seus usuários. 1.1 CIÊNCIA SOCIAL A Contabilidade é uma ciência social, portanto não exata, necessitando de Princípios Contábeis de adoção obrigatória para todas as entidades (pessoas físicas ou jurídicas com ou sem fins lucrativos) na sua execução, de forma a padronizar as informações contábeis divulgadas para os seus usuários PRINCÍPIOS CONTÁBEIS São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) - o da Entidade; - o da Continuidade; - o da Oportunidade; - o do Registro pelo Valor Original; - o da Competência; e - o da Prudência OBJETO O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade num determinado momento que podem ser avaliados economicamente. 1.3 OBJETIVO O controle do patrimônio é realizado através de lançamentos contábeis nos Livros Diário e Razão. 1.4 FINALIDADE As informações oriundas da Contabilidade são divulgadas através das Demonstrações Contábeis: - Balanço Patrimonial; - Demonstração do Resultado do Exercício; - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; - Demonstração dos Fluxos de Caixa; e - Demonstração do Valor Adicionado. 1.5 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES As principais pessoas e entidades que utilizam as informações contábeis são: 1
2 - acionistas, sócios ou proprietários com o objetivo de saber a rentabilidade e a segurança do seu investimento; - administradores da empresa com a finalidade de tomada de decisões; - os credores de uma forma geral (bancos, fornecedores, etc.) com a pretensão de avaliar a segurança do retorno dos recursos aplicados na empresa; e - os órgãos do governo (Federal, Estadual e Municipal) com a finalidade de verificar a tributação das empresas. 2 - CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades (pessoas físicas ou jurídicas com ou sem fins lucrativos) que possuam patrimônio. As referidas entidades são unidades econômicoadministrativas que podem ser chamadas de Aziendas, palavra de origem italiana que significa Fazenda. 3 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE 3.1 FUNÇÃO ADMINISTRATIVA: controlar o patrimônio da entidade mediante registro dos fatos contábeis em livros apropriados (Diário e Razão). 3.2 FUNÇÃO ECONÔMICA: apurar o resultado líquido (ou rédito) que pode ser lucro líquido ou prejuízo líquido. 4 - BENS São todas as coisas que têm utilidade para as entidades e podem ser avaliados economicamente BENS NUMERÁRIOS: bens relacionados com as disponibilidades financeiras (dinheiro) da entidade. - Caixa - Banco Conta Movimento - Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata - Numerários em Trânsito BENS DE VENDA: bens destinados à comercialização da entidade. - Matérias-Primas - Produtos em Fabricação - Produtos Prontos - Mercadorias BENS DE RENDA: bens que não são essenciais à manutenção das atividades da entidade e que podem gerar renda. - Imóveis para Aluguel - Ações de Coligadas 2
3 - Ações de Controladas BENS DE USO: bens que são essenciais à manutenção das atividades da empresa, ou seja, a empresa depende desses bens para que possa desenvolver as suas atividades. Os bens de uso podem ser materiais ou imateriais BENS MATERIAIS OU TANGÍVEIS: bens de existência concreta, ou seja, bens que podem ser tocados. - Veículos - Imóveis - Móveis e Utensílios - Máquinas e Equipamentos BENS IMATERIAIS OU INTANGÍVEIS: bens de existência abstrata, ou seja, bens que não podem ser tocados. - Marcas - Patentes - Concessões Obtidas - Direitos Autorais 5 - DIREITOS São todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros, geralmente aparecem seguidos da expressão a receber, a recuperar. - Duplicatas a Receber - Adiantamentos a Fornecedores - Adiantamentos a Empregados - Impostos a Recuperar - Dividendos a Receber - Empréstimos a Diretores - Empréstimos a Coligadas - Empréstimos a Controladas - Juros a Receber - Aluguel a Receber 6 - OBRIGAÇÕES São todos os valores que a empresa tem a pagar com terceiros, geralmente aparecem seguidos da expressão a pagar, a recolher. - Duplicatas a Pagar - Adiantamentos de Clientes 3
4 - Salários a Pagar - Impostos a Recolher - Dividendos a Pagar - Financiamentos - Empréstimos de Coligadas - Empréstimos de Controladas 7 - ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS As Demonstrações Contábeis deverão ressaltar esses dois aspectos: ASPECTO QUALITATIVO Consiste em dar nomes aos elementos patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido). Por exemplo, o dinheiro que está no cofre da empresa é um bem numerário. Assim, quando a empresa montar o seu Balanço Patrimonial, esse dinheiro que está no cofre da empresa vai ser representado pela conta caixa ASPECTO QUANTITATIVO Consiste em atribuir valores aos elementos patrimoniais. No exemplo acima caso a empresa tenha no seu cofre na data de elaboração do seu Balanço a quantia de ,00, o mesmo vai ser representado no Balanço Patrimonial da empresa pelo valor de ,00. Assim, quando a empresa montar o seu Balanço Patrimonial, temos: ATIVO Caixa ,00 (Aspecto qualitativo)...(aspecto quantitativo) PASSIVO ICMS a Recolher ,00 (Aspecto qualitativo)...(aspecto quantitativo) 8 - BALANÇO PATRIMONIAL É a demonstração que apresenta a posição financeira e patrimonial de uma entidade ao término de cada exercício social, sendo que o total do Ativo (Bens e Direitos) é obrigatoriamente igual ao total do Passivo (Obrigações e Patrimônio Líquido). ATIVO Bens ,00 Direitos ,00 Total ,00 PASSIVO Obrigações ,00 Patrimônio Líquido ,00 Total , Principais sinônimos para o ATIVO: - Patrimônio Bruto - Capital Aplicado 4
5 - Capital Investido - Aplicações dos Recursos 8-2 Principais sinônimos para as OBRIGAÇÕES: - Passivo Exigível - Capital de Terceiros - Capital Alheio - Recursos de Terceiros 8-3 Principais sinônimos para o PATRIMÔNIO LÍQUIDO: - Situação Líquida - Capital Próprio - Recursos Próprios - Passivo Não Exigível 9 - EQUAÇÃO PATRIMONIAL ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PL Assim da equação patrimonial, temos as seguintes conclusões: 1ª Conclusão: O...Passivo Exigível PL...Passivo Não Exigível P + PL...Passivo Total 2ª Conclusão: O...Capital de Terceiros PL...Capital Próprio P + PL...Capital Total à Disposição da Empresa A...Capital Aplicado 3ª Conclusão: O...Recursos de Terceiros PL...Recursos Próprios P + PL...Origem dos Recursos A...Aplicações dos Recursos 10 - ESTADOS PATRIMONIAIS 5
6 1º Caso: SL > 0 - Situação Líquida Positiva - Situação Líquida Ativa - Situação Líquida Superavitária A > P A P > 0 SL > 0 2º Caso: SL = 0 - Situação Líquida Nula ou Compensada A = P A P = 0 SL = 0 3º Caso: SL < 0 - Situação Líquida Negativa - Situação Líquida Passiva - Situação Líquida Deficitária - Passivo a Descoberto A < P A P < 0 SL < 0 Conclusão: Em toda e qualquer entidade vale sempre a seguinte relação: A 0, P 0 e SL > 0 ou SL < 0 ou SL = 0 Nota: Na Matemática, todo valor negativo recebe sinal -. Na Contabilidade, todo valor negativo é representado entre parênteses. Assim, por exemplo, ,00 é representado na forma (25.000,00). 11 DEFINIÇÕES 11.1 DUPLICATA É um título de crédito utilizado em operações mercantis de venda a prazo e representa uma ordem de pagamento que estabelece as seguintes relações jurídicas: - sacador ou vendedor - sacado ou comprador - tomador ou vendedor (prestação de serviços) O aceite na duplicata é obrigatório. Assim, com o aceite, o sacador (vendedor) terá a garantia do sacado (comprador) do recebimento da duplicata TRIPLICATA 6
7 No caso de perda ou extravio da duplicata é emitida a segunda via da duplicata que recebe o nome de triplicata NOTA PROMISSÓRIA É um título de crédito utilizado em operações financeiras (empréstimos e financiamentos) e representa uma promessa de pagamento. Assim o devedor emite uma nota promissória se comprometendo a pagar uma determinada quantia ao credor. Enquanto a duplicata é emitida pelo credor, a nota promissória é emitida pelo devedor. Não aceita segunda via, ou seja, caso seja extraviada ou perdida, não se pode emitir a segunda via da nota promissória. DUPLICATA NOTA PROMISSÓRIA Operação Mercantil Operação Financeira 2ª Via Admite 2ª Via Não admite Emitente Credor Emitente Devedor 11.4 ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES Representa um direito da empresa com o fornecedor, ou seja, a empresa paga antecipadamente ao fornecedor e o fornecedor fica na obrigação de entregar a mercadoria para a empresa. Assim a empresa adquire um direito de receber as mercadorias e o fornecedor contrai uma obrigação ADIANTAMENTOS DE CLIENTES Representa uma obrigação da empresa, ou seja, quando o cliente paga antecipadamente a empresa contrai uma obrigação de entregar as mercadorias no futuro. Assim a empresa contrai uma obrigação e o cliente adquire um direito de receber as mercadorias CAPITAL Capital, Capital Social ou Capital Subscrito representa o total de ações subscritas na constituição de uma companhia PATRIMÔNIO LÍQUIDO O Patrimônio Líquido atualmente está assim composto: Patrimônio Líquido Capital Social Saldo Credor (-) Capital a Realizar Saldo Devedor Reservas de Capital Saldo Credor Reservas de Lucros Saldo Credor (+/-) Ajustes de Avaliação Patrimonial Saldo Credor/Saldo Devedor (+/-) Ajustes Acumulados de Conversão Saldo Credor/Saldo Devedor 7
8 (-) Gastos com Emissão de Ações Saldo Devedor Opções Outorgadas Reconhecidas Saldo Credor (-) Prejuízos Acumulados Saldo Devedor (-) Ações em Tesouraria Saldo Devedor As Reservas de Capital se subdividem em: Artigo 182, 1º: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; As Reservas de Lucros se subdividem em: Artigo 193: Reserva Legal Artigo 194: Reservas Estatutárias Artigo 195: Reservas para Contingências Artigo 195-A: Reserva de Incentivos Fiscais (Incluído pela Lei nº , de 2007) Artigo 196: Reserva de Retenção de Lucros Artigo 197: Reserva de Lucros a Realizar Artigo 202, 5º: Reserva Especial para Dividendos Obrigatórios 12.8 MARCAS, PATENTES São bens imateriais que podem ser identificados individualmente, ou seja, pode-se dar um nome, como por exemplo, marca X, marca Z, patente W e podem ser avaliados contabilmente. 1 - CONTAS CAPÍTULO 02 Vimos que a Contabilidade tem por objeto o patrimônio das entidades (conjunto de Bens, Direitos e Obrigações) e por objetivo o controle desse patrimônio. Esse controle que a Contabilidade realiza é feito através do registro (lançamento contábil) dos fatos contábeis nas contas que representam os bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, despesas e receitas da entidade. Assim, o controle é realizado sob a forma de contas patrimoniais que representam os bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido e contas de resultado que representam as receitas e despesas da entidade. Por exemplo, quando a empresa realiza uma venda a prazo sabemos que essa venda a prazo representa um direito para a empresa. A Contabilidade vai registrar esse direito em uma conta que ficará registrada no Balanço Patrimonial na conta Duplicatas a Receber (ou Clientes). Caso a empresa realizasse uma 8
9 compra a prazo, sabemos que essa compra a prazo significa uma obrigação para a empresa, assim essa obrigação ficará registrada no Balanço Patrimonial na conta Duplicatas a Pagar (ou Fornecedores). 2 - DEFINIÇÃO DE CONTAS Contas são nomes (títulos) que qualificam os elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, despesas e receitas) e quantificam os mesmos através de saldos devedores e credores. 3 - MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS (OU DIGRAFIA) O método das partidas dobradas (ou digrafia) remonta ao frade franciscano Luca Pacioli que escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas ou Digrafia), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Luca Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas, pois o método das Partidas Dobradas (a todo débito corresponde um ou mais crédito, sendo que o total de débito é exatamente igual ao total de crédito) já era utilizado em Toscana, na Itália, desde o Século XIV. Como nessa época a Contabilidade do comerciante (pessoa física) confundia-se com a Contabilidade da empresa (pessoa jurídica), para que houvesse o controle do patrimônio do comerciante, surge a Teoria Personalista. De acordo com essa teoria, cada conta assumiria o papel de uma pessoa no relacionamento com a empresa. 4 - TEORIA PERSONALISTA A Teoria Personalista entende que o patrimônio é o objeto a ser administrado; assim esta teoria separou as contas que representam a situação estática (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) das contas que representam a situação dinâmica (Receitas e Despesas), sendo que nesta teoria cada conta (Bens, Direitos, Obrigações, Patrimônio Líquido, Despesas e Receitas) assume a configuração de uma pessoa no seu relacionamento com a empresa ou entidade. Assim a Teoria Personalista dividiu as contas em pessoas na forma de: - Agentes Consignatários: representam as pessoas a quem os proprietários confiam a guarda dos bens. - Agentes Correspondentes: representam as pessoas de fora da empresa com as quais os proprietários se relacionam e que resultam nos direitos e obrigações da empresa. - Proprietários: representam os sócios que são os titulares do Patrimônio Líquido, das receitas e das despesas da empresa. 5 - NATUREZA DAS CONTAS As contas do Ativo são de natureza devedora. Isto significa que para aumentar o saldo de uma conta do Ativo temos que debitar e para reduzir temos que creditar. As contas retificadoras do Ativo são de natureza credora, sendo que as principais são: - Ajuste a Valor Presente de Clientes (incluída pela Lei nº /07) 9
10 - Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado - Provisão para Devedores Duvidosos - Depreciação Acumulada - Amortização Acumulada - Exaustão Acumulada As contas do Passivo são de natureza credora. Isto significa que para aumentar o saldo de uma conta do Passivo temos que creditar e para reduzir temos que debitar. As contas retificadoras do Passivo são de natureza devedora, sendo que as principais são: - Ajuste a Valor Presente de Fornecedores (incluída pela Lei nº /07) - Capital a Realizar - Ajustes de Avaliação Patrimonial (Saldo Devedor) - Ajustes Acumulados de Conversão (Saldo Devedor) - Gastos com Emissão de Ações - Ações em Tesouraria - Prejuízos Acumulados 6 - BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (natureza devedora) PASSIVO (natureza credora) Bens + Direitos (natureza devedora) Obrigações + PL (natureza credora) Retificadora do ATIVO (natureza credora) Retificadora do PASSIVO (natureza devedora) TOTAL TOTAL 7- BALANÇO PATRIMONIAL (de acordo com a Lei nº /76) Art No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº , de 2009) II ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº , de 2009) 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I passivo circulante; (Incluído pela Lei nº , de 2009) II passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº , de 2009) III patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº , de 2009) 10
11 7.1 - BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM A LEI Nº /76 ATIVO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE Ativo Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível TOTAL PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Reservas de Capital (+/-) Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros (-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados TOTAL 7.2 BALANÇO PATRIMONIAL DE ACORDO COM A LEI Nº /76 E CPCs ATIVO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE Ativo Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível TOTAL Art As contas serão classificadas do seguinte modo: PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Reservas de Capital (+/-) Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros (+/-) Ajustes Acumulados de Conversão (-) Gastos com Emissão de Ações Opções Outorgadas Reconhecidas (-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados TOTAL I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 8 - CONTAS DE RESULTADO 11
12 As contas de resultado (receitas e despesas) são transitórias, pois ao final de cada exercício social as mesmas são encerradas (os seus saldos são zerados) a fim de que se possa apurar o resultado do exercício (lucro ou prejuízo). As contas de despesas são creditadas e as contas de receitas são debitadas e ambas terão como contrapartida um débito e um crédito, respectivamente, em uma conta transitória chamada Apuração do Resultado do Exercício (ARE). 9 - APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO O resultado do exercício de uma empresa pode ser lucro ou prejuízo. Quando o resultado for lucro o mesmo é transferido para o Patrimônio Líquido para a conta Lucros Acumulados e quando for prejuízo a transferência será para a conta Prejuízos Acumulados do Patrimônio Líquido. 10 RAZONETE É a representação gráfica de uma conta em forma de T, sendo que o lado esquerdo representa os débitos e o lado direito os créditos. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos o razonete terá um saldo devedor, caso contrário, saldo credor. 1 - BALANCETE DE VERIFICAÇÃO CAPÍTULO 03 O Balancete de Verificação é um demonstrativo auxiliar (não obrigatório), levantado unicamente para fins operacionais (não tem obrigatoriedade Fiscal) composto por todas as contas com os seus respectivos saldos que são extraídos do Livro Razão com a finalidade de verificar se o total dos débitos é exatamente igual ao total dos créditos, ou seja, verifica se o método da digrafia foi aplicado corretamente. De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade T 2.7 o balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC MODELO DE BALANCETE DE VERIFICAÇÃO Contas Saldo Devedor Saldo Credor Total X,00 X, TIPOS DE BALANCETES Existem dois tipos de Balancetes: - Balancete de Verificação Inicial - Balancete de Verificação Final 12
13 1.4 - BALANCETE DE VERIFICAÇÃO INICIAL O Balancete de Verificação Inicial é composto por todas as contas de resultado (Receitas e Despesas) e contas patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações, Patrimônio Líquido, Contas Retificadoras do Ativo e do Passivo), ou seja, o referido Balancete é realizado antes da Apuração do Resultado do Exercício (ARE). Exemplo de Balancete de Verificação Inicial Contas Saldo Devedor Saldo Credor Caixa 5.500,00 - Clientes 8.000,00 - Mercadorias 7.500,00 - Provisão para Devedores Duvidosos ,00 Veículos 6.500,00 - Depreciação Acumulada ,00 Fornecedores ,00 Adiantamentos de Clientes ,00 Impostos a Recolher ,00 Capital Social ,00 Capital a Integralizar 3.000,00 - Receitas ,00 Despesas 7.500,00 - Total , , BALANCETE DE VERIFICAÇÃO FINAL O Balancete de Verificação Final é composto apenas por contas Patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações, Patrimônio Líquido, Contas Retificadoras do Ativo e do Passivo). Nesse Balancete as contas de resultado (Receitas e Despesas) são encerradas em contrapartida com a conta Apuração do Resultado do Exercício, sendo esta última transferida para o Patrimônio Líquido para a conta Lucros Acumulados ou Prejuízos Acumulados, conforme o ARE seja respectivamente, Lucro do Exercício ou Prejuízo do Exercício. Do balancete acima verificamos que o total das Receitas do período foi de ,00 e total das Despesas do período foi de 7.500,00. A empresa apura agora o seu resultado do exercício que é o confronto do total das receitas com o total das despesas. Nesse caso temos: ARE = Total das Receitas Total das Despesas ARE = , ,00 ARE = 5.000,00 (é transferida para a conta Lucros Acumulados) Exemplo de Balancete de Verificação Final Contas Saldo Devedor Saldo Credor Caixa 5.500,00-13
14 Clientes 8.000,00 - Mercadorias 7.500,00 - Provisão para Devedores Duvidosos ,00 Veículos 6.500,00 - Depreciação Acumulada ,00 Fornecedores ,00 Adiantamentos de Clientes ,00 Impostos a Recolher ,00 Capital Social ,00 Capital a Integralizar 3.000,00 - Lucros Acumulados ,00 Total , , ESCRITURAÇÃO A escrituração contábil é a técnica contábil que tem por objetivo o registro de todos os fatos contábeis que alteram de forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio, sendo que esses registros são expostos através das demonstrações contábeis OBRIGATORIEDADE DA ESCRITURAÇÃO A obrigatoriedade da escrituração contábil encontra-se na Lei /02 (Código Civil Brasileiro), artigo 1.179: O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Ainda de acordo com a Lei nº /02 estão dispensados da escrituração contábil apenas o produtor rural e o pequeno empresário. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação desta dispensa, o empresário individual caracterizado como microempresa na forma da Lei Complementar 123/2006 que aufira receita bruta anual de até R$ ,00 (sessenta mil reais). 3 - MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS Já vimos no Capítulo 02 que o método das partidas dobradas (ou digrafia) remonta à época do frade franciscano Luca Pacioli que escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas ou Digrafia), publicado em 1494, enfatizando que a todo débito corresponde um ou mais crédito, sendo que o total de débito é exatamente igual ao total de crédito, ou seja, não existe débito sem crédito. 14
15 4 - LIVROS CONTÁBEIS Livros nos quais a entidade registra a ocorrência de todos os fatos contábeis, sendo que os mais conhecidos são: - Livro Diário - Livro Razão 4.1-LIVRO DIÁRIO O Diário é um livro obrigatório, principal e cronológico. - Obrigatório: exigido pela Lei Comercial, estando sujeito por este motivo as formalidades intrínsecas e extrínsecas; - Principal: registra todos os fatos contábeis; e - Cronológico: os fatos contábeis são registrados em ordem cronológica Formalidades Extrínsecas: Correspondem à forma de apresentação material do Livro Diário. O Livro Diário deve: - ser encadernado com costura e páginas numeradas; - possuir termos de abertura e de encerramento lavrados por ocasião do seu registro; - ser registrado na repartição competente: junta comercial, para empresas comerciais, e cartório de registro de títulos e documentos, para empresas civis; - estar rubricado, em todas as páginas, por funcionário da junta comercial ou cartório, com competência para este fim. Formalidades Intrínsecas: Estão relacionadas com o Lançamento Contábil. O Lançamento Contábil: - deve ser efetuados sem rasura, borrões ou emendas; - não pode conter registro nas entrelinhas e nas margens; - deve obedecer a rigorosa ordem cronológica; - deve ser feita em língua e moeda nacionais. 4.2-LIVRO RAZÃO O Razão é um livro facultativo/obrigatório, principal e sistemático. - Facultativo/Obrigatório: Facultativo pela Lei Comercial e Obrigatório pelo RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda) somente para as entidades obrigadas a declarar o IR com base no Lucro Fiscal (ou Lucro Real); - Principal: registra todos os fatos contábeis; e 15
16 - Sistemático: os fatos contábeis são registrados por tipos de contas (Caixa, Clientes, Fornecedores, Capital). 5 - LANÇAMENTO É o registro do fato contábil ocorrido FÓRMULAS DE LANÇAMENTO Existem 4 (quatro) fórmulas para o registro dos fatos contábeis: 1ª Fórmula: uma conta debitada e uma conta creditada. 2ª Fórmula: uma conta debitada e mais de uma conta creditada. 3ª Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta creditada. 4ª Fórmula: mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada. Observação: Os lançamentos contábeis que: - não vêm precedidos da partícula a representam as contas debitadas; e - vêm precedidos da partícula a representam as contas creditadas. Exemplos de fórmulas de lançamento: 1ª Fórmula: Pagamento a fornecedores no valor de ,00 Lançamento Manual: Fornecedor a Caixa ,00 Lançamento Mecanizado: D- Fornecedor ,00 C- Caixa ,00 2ª Fórmula: Recebimento de duplicatas no valor de ,00 com juros de 10% Lançamento Manual: Caixa a Diversos a Duplicatas a Receber ,00 a Juros Ativos , ,00 16
17 Lançamento Mecanizado: D Caixa ,00 C Duplicatas a Receber ,00 C Juros Ativos ,00 3ª Fórmula: Pagamento de duplicatas no valor de $40.000,00 com juros de 10% Lançamento Manual: Diversos a Caixa Duplicatas a Pagar ,00 Juros Passivos , ,00 Lançamento Mecanizado: D Duplicatas a Pagar ,00 D Juros Passivos ,00 C Caixa ,00 4ª Fórmula: Venda à vista de mercadorias no valor de ,00 ao custo de ,00 Lançamento Manual: Diversos a Diversos Caixa ,00 CMV ,00 a Vendas ,00 a Mercadorias , ,00 Lançamento Mecanizado: D - Caixa ,00 D CMV ,00 C Vendas ,00 C Mercadorias ,00 Resolução CFC n.º 1.282/10 Atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 17
18 O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, Considerando que, por conta do processo de convergência às normas internacionais de contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T 1 Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que discute a aplicabilidade dos Princípios Fundamentais de Contabilidade contidos na Resolução CFC n.º 750/93; Considerando a necessidade de manutenção da Resolução CFC n.º 750/93, que foi e continua sendo referência para outros organismos normativos e reguladores brasileiros; Considerando a importância do conteúdo doutrinário apresentado na Resolução CFC n.º 750/93, que continua sendo, nesse novo cenário convergido, o alicerce para o julgamento profissional na aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade; Considerando que, para assegurar a adequada aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade à luz dos Princípios de Contabilidade, há a necessidade de harmonização dos dois documentos vigentes (Resolução CFC n.º 750/93 e NBC T 1); Considerando que, por conta dessa harmonização, a denominação de Princípios Fundamentais de Contabilidade deva ser alterada para Princípios de Contabilidade, visto ser suficiente para o perfeito entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e dos profissionais da Contabilidade, Resolve: Art. 1º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), citados na Resolução CFC n.º 750/93, passam a denominar-se Princípios de Contabilidade (PC). Art. 2º O Considerando da Resolução CFC n.º 750/93 passa a vigorar com a seguinte redação: Considerando a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, Art. 3º Os artigos 5º, 6º, 7º, 9º e o 1º do art. 10, da Resolução CFC n.º 750/93, passam a vigorar com as seguintes redações: Resolução CFC nº. 750/93 (Esta Resolução possui o Apêndice II aprovado pela Resolução CFC nº /07). Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC). (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, considerando a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) resolve: 18
19 Capítulo I Dos Princípios e de sua Observância Art. 1º Constituem Princípios de Contabilidade (PC) os enunciados por esta Resolução. 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) Capítulo II Da Conceituação, da Amplitude e da Enumeração Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) I - o da Entidade; II - o da Continuidade; III - o da Oportunidade; IV - o do Registro pelo Valor Original; V - o da Competência; e VI - o da Prudência. Seção I O Princípio da Entidade Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma 19
20 sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova Entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. A Contabilidade tem por objeto o patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações) das entidades. De acordo com o Código Civil, o titular do patrimônio é, necessariamente, uma pessoa física ou jurídica. Seção II O Princípio da Continuidade Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) Regra geral presume-se que a vida de uma entidade é por prazo indeterminado, salvo evidências em contrário que comprovem que a entidade não continuará desenvolvendo as suas atividades por muito tempo, como por exemplo, no caso de uma liquidação ou falência. Seção III O Princípio da Oportunidade Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) O Princípio da Oportunidade exige que as variações ocorridas no patrimônio de uma entidade sejam registradas tempestivamente (no momento em que ocorrem) e integralmente (pela sua totalidade, mesmo havendo dúvidas em relação ao valor correto, de forma a manter a fidedignidade das informações sobre o patrimônio da entidade). Seção IV O Princípio do Registro pelo Valor Original Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 20
21 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 21
22 III a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) Observação: A Atualização Monetária a partir da Resolução CFC nº /10 deixa de ser um Princípio Contábil, passando a ser aplicada como variação do custo histórico para a mensuração dos componentes patrimoniais. Seção VI O Princípio da Competência Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) Seção VII O Princípio da Prudência Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas alíneas c, d e e do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. (Redação dada pela Resolução CFC nº /10) 22
23 EXERCÍCIO Em 31 de dezembro de 2012, proprietário da Farmácia de Manipulação, o senhor Manoel, obteve os seguintes dados de seu patrimônio: - Bens Numerários: - Dinheiro no cofre da Farmácia: ,00 - Dinheiro na conta corrente da Farmácia: ,00 - Bens de Venda: - Remédios: ,00 - Bens de Renda: - Apartamentos para aluguel: ,00 - Bens de Uso Tangível: - Prédio da Farmácia: ,00 - Veículo da Farmácia para entregas de remédios: ,00 - Bens de Uso Intangível: - Patente para manipulação de remédios: ,00 - Direitos: - Duplicatas a Receber em agosto de 2013: ,00 - Duplicatas a Receber em fevereiro de 2014: ,00 - Pagamento de seguros em novembro de 2012 no valor de ,00 relativos ao período de cobertura de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de Obrigações: - Duplicatas a pagar em setembro de 2013: ,00 - Duplicatas a pagar em março de 2014: ,00 - Salários a pagar em janeiro de 2013: ,00 - Recebimento dos aluguéis em dezembro de 2012 no montante de ,00 relativos ao período de janeiro a março de Financiamentos no montante de ,00 com vencimento em dezembro de No estatuto da Farmácia consta um capital social no valor de ,00 totalmente integralizado. 23
24 - Receitas e despesas do exercício de 2012 da Farmácia de Manipulação: - Vendas de remédios: ,00; - Receitas de aluguel dos apartamentos: ,00; - Custos dos remédios vendidos: ,00; - Despesas de salários: ,00; - Despesas de energia elétrica: ,00; - Despesas de telefone: 5.000,00; e - O IR do exercício de 2012 para pagamento em janeiro de 2013 foi calculado à alíquota de 25%. De posse dos dados acima, calcule: a) o balancete de verificação inicial; b) o balancete de verificação final; c) o Balanço Patrimonial; d) a Demonstração do Resultado do Exercício. 24
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,
Resolução CFC n.º 750/93 (Esta Resolução possui o Apêndice II aprovado pela Resolução CFC nº 1111/07). Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC). Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade
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