BREVE HISTÓRICO DA ARTE-EDUCAÇÃO
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- Washington Arruda Cruz
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1 BREVE HISTÓRICO DA ARTE-EDUCAÇÃO
2 1. Arte-educação breve histórico (Avancini, 1995)
3 Definição do que é arte-educação, como movimento social: Inicia na década de 80, especialmente com a Profª Drª. Ana Mae Barbosa (BARBOSA, 1991). O termo arte-educadores designa uma categoria de profissionais, devidamente licenciados em Arte, que empreenderam uma luta política: Pela permanência da arte nos espaços pedagógicos institucionalizados, especialmente na escola pública e pela inserção da arte nos currículos da educação infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental (a culminância deste movimento se deu com a elaboração dos PCNs Arte e a inserção das quatro áreas: Artes visuais, teatro, música e dança nos anos iniciais); Pela criação de referenciais teóricos específicos para o ensino das artes.
4 Aparece na Inglaterra, a partir das ideias do filósofo Herbert Read, o qual colocava na ideia de liberdade o núcleo central de sua pedagogia libertária (anos 1930 a 1945); Anos 1960: Jovens educados nesta visão libertária chegam às universidades e promovem a revolução dos costumes e crenças que alcançaria no Maio de 1968 sua culminância e momento de refluxo (AVANCINI, 1995).
5 Tese de Read: a arte deveria ser a base de toda educação! Anos 1060 a 1980: As palavras Arte e Liberdade estão profundamente entrelaçadas, uma implicando necessariamente a outra. Chegava-se próximo da utopia anarquista de Herbert Read, na qual a arte invadia a vida e a qualificava.
6 Anos 1960 a 1980: Durante o período da ditadura militar no Brasil a tendência da livre expressão em artes predominava e a palavra de ordem era: CRIATIVIDADE. Em tempos de corte da expressão artística, controlada pelo governo (muitos artistas foram exilados), tanto os estudantes como os professores de arte desejavam a volta da liberdade de expressão; Entretanto, o que de fato ocorreu foi a criação da disciplina Educação Artística (LDB 5692/71) com apenas 2 horas semanais de 1ª a 5ª série do extinto 1º Grau.
7 Ao mesmo tempo o governo não se comprometeu com a formação qualificada de professores de arte, criando as, hoje extintas, Licenciaturas Curtas formação polivalente em artes plásticas, teatro e música em apenas dois anos e meio; A palavra de ordem CRIATIVIDADE, oriunda da Escola Nova, perdeu seu verdadeiro significado, na medida em que as secretarias de educação, em todo o país, entenderam que para desenvolver a criatividade não se precisava contratar professores de arte, qualquer professor em desvio de função poderia atender as crianças nesta disciplina sem qualquer formação específica e, assim, completar sua carga horária.
8 Este estado de espírito dura até o fim da Guerra do Vietnã ; Vai arrefecendo limites das propostas libertárias do movimento hippie em confronto com a sociedade capitalista avançada.
9 Anos 1970: Nos EUA e Inglaterra início da hegemonia neoliberal, pondo em cheque as bases do Estado de Bem Estar Social constituído desde o fim da II Guerra Mundial. As práticas e a ideologia neoliberal se difundiram pelo mundo;
10 Ocorre uma volta à ordem como manifestação ideológica para a cultura universalista diante de um tempo de incertezas (ou rupturas); Surgem os tempos pósmodernos: Troca-se a esperança de um futuro melhor pela vivência con-sumista do presente satisfações imediatas (sem futuro, já que o planeta está em processo de falência pelas mudanças climáticas antes anunciadas agora reais).
11 A arte-educação também se impregna desta volta à ordem. Acabou (faliu) o projeto de livre-expressão, dando lugar às metodologias seguras, como a Metodologia Triangular: Orientação metodológica oriunda dos teóricos norteamericanos baseada na apreciação das obras de arte consagradas, a partir da triangulação entre o fazer arte, apreciar essas obras e contextualizá-las em seu tempo histórico.
12 As licenciaturas curtas em educação artística foram extintas e substituídas por licenciaturas plenas (na FURG iniciaram em 1986). Entretanto, as secretarias de educação continuaram, até os dias atuais, mantendo em seus quadros professores sem formação em arte, a despeito de toda a mobilização dos arteeducadores empreendida a partir dos anos 1980.
13 A LDB atual, de 1996, respondeu ao grande movimento de arte-educadores, criando os PCNs Arte, com ênfase no Ensino de Arte, quer dizer, arte se ensina e não pode prescindir de professores qualificados para tal; Mesmo assim, a maioria de nossas escolas ainda mantém a nomenclatura Educação Artística e não Arte, em quatro modalidades (Artes visuais, teatro, música e dança) como deveriam, se adotassem a regulamentação prevista pelos PCNs.
14 E como se acomodou o binômio arte-liberdade? Em vez de liberdade para aprender (educação pela arte ou através da arte de Read), metodologias de aprendizagem; Em vez de educação para a liberdade, a ênfase na tradição e construção de conhecimento.
15 PCNs Arte: Artes Visuais, Teatro, Música e Dança CONTEÚDOS DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL Articulados em três eixos norteadores: a produção, a fruição e a reflexão. A produção: fazer artístico do aluno e dos produtores sociais de arte. A fruição: apreciação significativa de arte dos alunos e da produção histórico-social em sua diversidade. A reflexão: construção de conhecimento sobre o trabalho artístico pessoal, dos colegas e sobre a arte como produto da história e da multiplicidade das culturas humanas, com ênfase na formação cultivada do cidadão. (BRASIL, 1997, p.41-42)
16 DILEMA DA ARTE-EDUCAÇÃO: Entre a busca da ordem e da liberdade: visões políticas em confronto; Para alguns teóricos americanos que influenciaram a arteeducação brasileira, deveria ser uma disciplina organizada, com programas de conteúdos e métodos próprios e não mais o espontaneismo propugnado pela livreexpressão.
17 De que lado deve estar o(a) arte-educador(a) em relação ao papel da arte com resistência à barbárie e à afirmação da cultura? A arte-educação no enfoque construção do cotidiano se pauta pelo resgate - pós-moderno - do fragmento, do particular, das vidas anônimas - mas sem perder de vista o enfoque dos movimentos sociais, dos coletivos de luta (AVANCINI, 1995).
18 Referências AVANCINI, José Augusto. A arte-educação cria elos com o cotidiano? In: Anais do Simpósio Estadual de Arte-educação A arte-educação e a construção do cotidiano. Porto Alegre, junho de BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, BRASIL, PCN Arte, READ, Herbert. A educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 1982.
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