Superior Tribunal de Justiça

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1 RECURSO ESPECIAL Nº RJ (2016/ ) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : MARIA DAS GRACAS MIRANDA GONCALVES ADVOGADOS : SEBASTIÃO GONÇALVES E OUTRO(S) - RJ ANA PAULA VELLOSO - RJ RECORRIDO : ASSOCIACÃO CONGREGACÃO DE SANTA CATARINA - CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ ADVOGADOS : FLAVIA SANT ANNA - RJ MARIA CECÍLIA BOUSQUET CARNEIRO E OUTRO(S) - RJ INTERES. : ALCIDES NEVES DE MIRANDA FILHO ADVOGADOS : CARLOS ALBERTO SILVA DE OLIVEIRA E OUTRO(S) - RJ JEFFERSON BARRETO LEÃO - RJ EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. PAGAMENTO DO DÉBITO POR TERCEIRO. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, POR PERDA SUPERVENIENTE DE INTERESSE PROCESSUAL. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. 1. Ação ajuizada em 19/12/2012. Recurso especial concluso ao gabinete em 25/08/2016. Julgamento: CPC/ Cinge-se a controvérsia em determinar se a recorrente deve ser condenada ao pagamento dos ônus da sucumbência quando a ação de cobrança na qual figura como ré foi julgada extinta, sem resolução de mérito, em virtude de pagamento efetuado por terceiro. 3. Em função do princípio da causalidade, nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito, decorrente de perda de objeto superveniente ao ajuizamento da ação, a parte que deu causa à instauração do processo deverá suportar o pagamento das custas e dos honorários advocatícios. Precedentes. 4. Sendo o processo julgado extinto, sem resolução de mérito, cabe ao julgador perscrutar, ainda sob a égide do princípio da causalidade, qual parte deu origem à extinção do processo sem julgamento de mérito, ou qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse, de fato, julgado. Precedentes. 5. A situação versada nos autos demonstra que é inviável imputar a uma ou a outra parte a responsabilidade pelos ônus sucumbenciais, mostrando-se adequado que cada uma das partes suporte os encargos relativos aos honorários advocatícios e às custas processuais, rateando o quantum estabelecido pela sentença. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 1 de 12

2 provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceir do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, conhecer em parte do recurso especial e, nesta parte, dar-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e Marco Aurélio Bellizze votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Moura Ribeiro. Brasília (DF), 16 de março de 2017(Data do Julgamento) MINISTRA NANCY ANDRIGHI Relatora Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 2 de 12

3 RECURSO ESPECIAL Nº RJ (2016/ ) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : MARIA DAS GRACAS MIRANDA GONCALVES ADVOGADOS : SEBASTIÃO GONÇALVES E OUTRO(S) - RJ ANA PAULA VELLOSO - RJ RECORRIDO : ASSOCIACÃO CONGREGACÃO DE SANTA CATARINA - CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ ADVOGADOS : FLAVIA SANT ANNA - RJ MARIA CECÍLIA BOUSQUET CARNEIRO E OUTRO(S) - RJ INTERES. : ALCIDES NEVES DE MIRANDA FILHO ADVOGADOS : CARLOS ALBERTO SILVA DE OLIVEIRA E OUTRO(S) - RJ JEFFERSON BARRETO LEÃO - RJ RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHI RELATÓRIO Cuida-se de recurso especial interposto por MARIA DAS GRACAS MIRANDA GONCALVES, com fundamento nas alíneas "a" e "c" do permissivo constitucional, contra acórdão proferido pelo TJ/RJ. Recurso especial interposto em: 15/09/2015. Atribuído ao gabinete em: 25/08/2016. Ação: de cobrança, ajuizada por ASSOCIACÃO CONGREGACÃO DE SANTA CATARINA - CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ, em desfavor da recorrente e de ALCIDES NEVES DE MIRANDA FILHO (interessado), por meio da qual objetiva o pagamento relativo à prestação dos serviços médico-hospitalares não quitados pelo convênio do paciente, decorrentes de sua internação no hospital (e-stj fls. 2-5). Sentença: diante da informação prestada pela autora da ação de que o convênio efetuou, espontaneamente, o pagamento do débito (e-stj fl. 295), julgou extinto o feito, sem resolução do mérito, condenando os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 3 de 12

4 sobre o valor da causa (e-stj fl. 297). Embargos de declaração: opostos pela recorrente e pelo interessado, foram rejeitados (e-stj fls ). Decisão monocrática: negou seguimento à apelação interposta pela recorrente, sob o fundamento de que muito embora tenha se dado a perda do objeto, julgando-se extinto o processo sem resolução do mérito, não há como se afastar a condenação da ré ao pagamento dos honorários advocatícios, aplicando-se, portanto, o princípio da causalidade (e-stj fls ). Acórdão: negou provimento ao agravo interposto pela recorrente, mantendo a decisão unipessoal do relator (e-stj fls ). Recurso especial: alega violação do art. 26 do CPC/73, bem como dissídio jurisprudencial. Sustenta que: i) a recorrida apresentou petição informando que a Golden Cross teria efetuado, espontaneamente, o pagamento do débito diretamente em sua conta bancária, motivo pelo qual requereu a extinção do processo sem resolução do mérito; ii) o pagamento feito pela Golden Cross diretamente na conta bancária da recorrida é resultado de entendimentos entre elas, não tendo a recorrente qualquer interferência no ato; iii) a recorrida deveria ter ajuizado a ação para a cobrança das despesas médico-hospitalares em desfavor do convênio (Golden Cross), e não da recorrente e do interessado; iv) o requerimento de extinção do feito pela recorrida, bem como o comprovante de depósito efetuado pela Golden Cross apenas provam que esta era realmente a devedora do valor cobrado pela recorrida; v) houve verdadeira desistência da recorrida, que requereu a extinção do processo sem julgamento do mérito, tendo em vista o pagamento do débito pela Golden Cross, motivo pelo qual deve-se aplicar o art. 26, caput, do CPC/73, Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 4 de 12

5 que dispõe que as despesas e os honorários advocatícios serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu do pedido, não havendo que se falar em aplicação do princípio da causalidade; vi) a decisão unilateral da Golden Cross em quitar o débito não pode onerar a recorrente, que não pode ser acusada de ter causado um processo ao qual sempre apresentou resistência; vii) há violação do princípio da causalidade, pois, se se entender pela sua aplicação, deve-se ter em mente que foi a recorrida quem deu causa à propositura da ação, uma vez que veio a cobrar da recorrente e de seu irmão (interessado) um valor que era sabidamente devido pela Golden Cross; e viii) pelo princípio da causalidade, não haverá condenação de honorários de advogado quando extinta a ação por perda de objeto por fato superveniente causado por terceiro (e-stj fls ). Prévio juízo de admissibilidade: o TJ/RJ inadmitiu o recurso especial interposto por MARIA DAS GRACAS MIRANDA GONCALVES (e-stj fls ), ensejando a interposição de agravo em recurso especial (e-stj fls ), que foi provido e reautuado como recurso especial, para melhor exame da matéria (e-stj fl. 523). É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 5 de 12

6 RECURSO ESPECIAL Nº RJ (2016/ ) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : MARIA DAS GRACAS MIRANDA GONCALVES ADVOGADOS : SEBASTIÃO GONÇALVES E OUTRO(S) - RJ ANA PAULA VELLOSO - RJ RECORRIDO : ASSOCIACÃO CONGREGACÃO DE SANTA CATARINA - CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ ADVOGADOS : FLAVIA SANT ANNA - RJ MARIA CECÍLIA BOUSQUET CARNEIRO E OUTRO(S) - RJ INTERES. : ALCIDES NEVES DE MIRANDA FILHO ADVOGADOS : CARLOS ALBERTO SILVA DE OLIVEIRA E OUTRO(S) - RJ JEFFERSON BARRETO LEÃO - RJ RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHI VOTO Cinge-se a controvérsia em determinar se a recorrente deve ser condenada ao pagamento dos ônus da sucumbência quando a ação de cobrança na qual figura como ré foi julgada extinta, sem resolução de mérito, em virtude de pagamento efetuado por terceiro. administrativo n. 2/STJ. Aplicação do Código de Processo Civil de 1973, pelo Enunciado I - Da ausência de prequestionamento 1. O acórdão recorrido não decidiu acerca dos argumentos invocados pela recorrente em seu recurso especial quanto ao art. 26 do CPC/73, o que inviabiliza o seu julgamento. Aplica-se, neste caso, a Súmula 282/STF. II Dos contornos da ação 2. De início, ressalte-se ser incontroverso nos autos que: i) a ASSOCIACÃO CONGREGACÃO DE SANTA CATARINA - Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 6 de 12

7 CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ ajuizou ação de cobrança em face da recorrente e de seu irmão (ora interessado), cobrando valor relativo a remédio ministrado quando da internação deste na Casa de Saúde recorrida, uma vez que o plano de saúde do paciente (Golden Cross) não teria efetuado o pagamento do referido medicamento (e-stj fl. 16); ii) a recorrente - irmã do paciente internado - expressamente assumiu a responsabilidade pelas despesas decorrentes da referida internação, caso não quitadas pelo convênio (e-stj fls ); iii) após a apresentação das respectivas contestações pela recorrente e pelo interessado, a recorrida peticionou nos autos, requerendo a extinção do processo, sem resolução do mérito, informando que o convênio do paciente efetuou, espontaneamente, o pagamento do débito diretamente em sua conta bancária, juntando, na oportunidade, o comprovante de depósito efetuado no valor de R$ 4.789,31 (quatro mil, setecentos e oitenta e nove reais e trinta e um centavos) (e-stj fls ); e iv) o processo foi extinto, sem resolução do mérito, tendo sido a recorrente e o interessado, em razão da aplicação do princípio da causalidade, condenados ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (e-stj fl. 297). III Da responsabilidade pelo pagamento dos ônus da sucumbência (dissídio jurisprudencial) 3. Convém, inicialmente, transcrever os argumentos utilizados pelo Tribunal de origem para manter a condenação da recorrente ao pagamento dos ônus sucumbenciais: Saliente-se que, como bem ressaltado na decisão agravada, a autora ajuizou a presente ação de cobrança com objetivo de obter a satisfação de seu crédito, tendo em vista a prestação dos serviços médico-hospitalares. No entanto, posteriormente, no curso da demanda, o plano de saúde Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 7 de 12

8 quitou a dívida extrajudicialmente, como se verifica às fls. 283/284. Assim, com o pagamento do débito, houve a perda superveniente do interesse processual, o que impõe a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC. Desse modo, ausente uma das condições da ação, o magistrado encontra um obstáculo intransponível ao julgamento do mérito, o que significa dizer que o exame das defesas do réu restou prejudicado. Não obstante tal fato, a perda superveniente do objeto não é capaz de impor a demandante o ônus de pagar as custas processuais e os honorários advocatícios, pois o princípio que rege a sucumbência, qual seja, o princípio da causalidade, dispõe que quem deve arcar com as despesas do processo é aquele que deu causa à instauração da demanda ou à extinção do processo sem resolução do mérito. Consoante o que se extrai dos autos, a autora tinha interesse processual à época do ajuizamento da ação, tendo a ré apresentado, inclusive, resistência à pretensão. Assim, muito embora tenha se dado a perda do objeto, julgando-se extinto o processo sem resolução do mérito, não há como se afastar a condenação da ré ao pagamento de honorários advocatícios (e-stj fl. 426). 4. Verifica-se que, com base no princípio da causalidade, o TJ/RJ condenou a recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, a despeito da extinção do processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente do interesse processual. 5. Esta Corte, em inúmeras oportunidades, já se manifestou no sentido de que, em função do princípio da causalidade, nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito, decorrente de perda de objeto superveniente ao ajuizamento da ação, a parte que deu causa à instauração do processo deverá suportar o pagamento das custas e dos honorários advocatícios (AgRg no REsp /RJ, 4ª Turma, DJe 06/02/2015; AgInt nos EDcl no AREsp /SP, 4ª Turma, DJe 04/11/2016; AgRg no Ag /RJ, 3ª Turma, DJe 08/08/2011; AgRg no Ag /MG, 1ª Turma, DJe 23/03/2010; REsp /AL, 2ª Turma, DJe 21/08/2009; REsp /SP, 4ª Turma, DJe 02/02/2009; e AgRg no REsp /RJ, 2ª Turma, DJe 19/12/2008). 6. Ademais, a jurisprudência desta Corte é assente na orientação de que, sendo o processo julgado extinto, sem resolução do mérito, cabe ao julgador Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 8 de 12

9 perscrutar, ainda sob a égide do princípio da causalidade, qual parte deu origem à extinção do processo sem julgamento de mérito ou qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse, de fato, julgado (AgRg no AREsp /PR, 2ª Turma, DJe 16/09/2015; AgRg no AREsp /RJ, 1ª Turma, DJe 14/05/2012; AgRg no Ag /SP, 3ª Turma, DJe 07/06/2011; e REsp /RS, 3ª Turma, DJe 15/10/2008). 7. Na hipótese dos autos, depara-se com a cobrança, por parte da Casa de Saúde recorrida, de valor a que faz jus, em razão da prestação de serviços médico-hospitalares, pretensão esta resistida pela ora recorrente que, posteriormente ao oferecimento da contestação, é surpreendida com petição informando a quitação extrajudicial do débito por parte da Golden Cross - operadora do plano de saúde do paciente - e a consequente extinção do feito, sem resolução do mérito, por superveniente perda de objeto. 8. Como se constata, não há que se falar em parte sucumbente da ação, isto é, não se pode falar em vencedor ou vencido na hipótese, tampouco se pode afirmar que a recorrente deu causa à instauração do processo quando o débito foi extrajudicialmente quitado por terceiro, atitude esta que reflete no possível reconhecimento da responsabilidade por aquele que efetuou o depósito. 9. Outrossim, a extinção do feito não foi causada por ato das partes - mas por ato de terceiro que efetua o pagamento do valor devido - e é impossível, nesta senda, dizer qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse, de fato, julgado. 10. Afinal, incialmente, há o legítimo interesse de agir do hospital em cobrar valor que lhe é devido, não se podendo afirmar, com toda a certeza, de quem seria a responsabilidade pelo pagamento da dívida, não obstante o pagamento pela operadora do plano de saúde indique possível reconhecimento de responsabilidade. 11. A situação versada nos autos demonstra que é inviável, portanto, Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 9 de 12

10 imputar a uma ou a outra parte a responsabilidade pelos ônus sucumbenciais, mostrando-se adequado que cada uma das partes suporte os encargos relativos aos honorários advocatícios e às custas processuais, rateando o quantum estabelecido pela sentença. 12. Inclusive, cita-se julgado desta Corte que, no bojo de ação de restituição de valores recolhidos a título de Imposto de Renda, ajuizada em face da Fazenda Nacional, processo este também extinto, sem resolução do mérito, em razão de fato superveniente (publicação de Decreto-Lei que determinou o cancelamento do débito, admitindo a restituição pela Secretaria da Receita Federal da importância paga a esse título), consignou que: Não merece revisão o aresto recorrido. A extinção do feito não foi causada por ato das partes, e, pelo princípio da causalidade, resta claro que não foram sucumbentes na ação. Não houve vencedor, nem vencido. Esta Corte vem-se pronunciando no sentido de que a condenação em honorários e custas decorre do fato objetivo da sucumbência. Esse raciocínio foi adequadamente desenvolvido pelo eminente Ministro Barros Monteiro em voto que proferiu no REsp MG: "Em princípio, a condenação do vencido funda-se no fato objetivo da derrota (REsp nº MG, de que fui Relator). É, aliás, o que ressai do art. 20, caput, do CPC. Como a espécie retrata, porém, uma hipótese de extinção do processo por desaparecimento do objeto, cabe invocar-se o princípio da causalidade, por sinal admitido pela própria recorrente, em suas razões de recurso. Deve perquirir-se, pois, quem deu causa, de modo objetivamente injurídico, à instauração do processo, devendo em conseqüência arcar com as custas e honorários (cfr. RSTJ vol. 21, pág. 498). A conduta omissiva à ré deverá ser claramente demonstrada e não meramente alegada pelo autor". (RSTJ 77/242.) Adotando-se o mesmo raciocínio, não se podendo atribuir o fato da derrota a qualquer das partes, mostra-se correta a decisão que determinou que cada uma delas suportasse os encargos relativos às despesas processuais, inclusive os honorários advocatícios (REsp /MG, 2ª Turma, DJ 21/03/2005). Forte nessas razões, CONHEÇO PARCIALMENTE do recurso especial e, nessa parte, DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, com fundamento Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 10 de 12

11 no art. 255, 4º, I e III, do RISTJ, para determinar que os ônus sucumbenciais sejam suportados por ambas as partes, rateando-se o quantum estabelecido pela sentença. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 11 de 12

12 CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA Número Registro: 2016/ PROCESSO ELETRÔNICO REsp / RJ Números Origem: PAUTA: 16/03/2017 JULGADO: 16/03/2017 Relatora Exma. Sra. Ministra NANCY ANDRIGHI Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS ALPINO BIGONHA Secretária Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA AUTUAÇÃO RECORRENTE : MARIA DAS GRACAS MIRANDA GONCALVES ADVOGADOS : SEBASTIÃO GONÇALVES E OUTRO(S) - RJ ANA PAULA VELLOSO - RJ RECORRIDO : ASSOCIACÃO CONGREGACÃO DE SANTA CATARINA - CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ ADVOGADOS : FLAVIA SANT ANNA - RJ MARIA CECÍLIA BOUSQUET CARNEIRO E OUTRO(S) - RJ INTERES. : ALCIDES NEVES DE MIRANDA FILHO ADVOGADOS : CARLOS ALBERTO SILVA DE OLIVEIRA E OUTRO(S) - RJ JEFFERSON BARRETO LEÃO - RJ ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Prestação de Serviços CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Terceira Turma, por unanimidade, conheceu em parte do recurso especial e, nesta parte, deu-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e Marco Aurélio Bellizze (Presidente) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Moura Ribeiro. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 21/03/2017 Página 12 de 12