As limitações do Imposto Territorial Rural e suas recentes mudanças estruturais
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- Carmem Silva Carrilho
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1 As limitações do Imposto Territorial Rural e suas recentes mudanças estruturais Prof. Dr. Bastiaan P. Reydon Apresentador - Gabriel P. Siqueira g.pansani.s@gmail.com Unicamp, Campinas/SP - BRASIL
2 ITR e sua estrutura Condições Atuais: Responsabilidade e controle da Receita Federal do Brasil (RFB) O tributos são divididos (50/50) entre o Município e a União* O valor do ITR é determinado por: Valor da Terra Nua (VTN) Tamanho das Áreas Tributáveis Alíquota proporcional ao uso da Terra Evidências de sua Subavaliação e Ineficiência Histórico de mudanças: Estruturais e de Administração Controle e Destinação Evasão Fiscal: Sub avaliação do Valor da Terra Superestimação do uso da Terra Estimações e Evidências: Graziano Silva (1981) Reydon (2006; 1996), Oliveira (2010).
3 Evolução Histórica Diploma Ano Observação Administração Carta Magna 1891 Institui o Imposto sobre a propriedade rural Estados Federados Estatuto da Terra (Lei nº4,504) 1964 Progressividade União Lei nº 6, Base de cálculo (VTN/GUT) ABRA Constituição Federal (Atual) 1988 Agenda extrafiscal INCRA Lei nº 8, Proposta para fortalecimento RFB/SRF Lei nº 8, Resoluções e normatizações RFB/SRF Mudanças Recentes: Decentralização Lei nº 11,205/2005 Novo Código Florestal - Lei nº 12,651/2012
4 Estimativas do Potencial Arrecadatório Estimativa do potencial usando diferentes bases de cálculo Determinação da localização: Estudo de Caso: Região de Campo Grande (MS) 8 Municípios avaliados Levantamento técnico oficial Disponibilidade de dados Arrecadação mudando o VTN: Arrecadação/Controle: Oficial: CONFAZ/MS Mercado: FNP Economics Agriannual Todos responsáveis pela administração do ITR pela RFB Determinação técnica do VTN na região: CONFAZ/MS Conselho dos Secretários Municipais de Receita, Fazenda e Finanças (2015) Comparação com valores do relatório FNP (2016) para Valores de Mercado da terra Estimativas alterando o GUT Informações de produção do Censo Agropecuário do IBGE (2006)
5 Mapa da Região Estudada
6 Methodology ITR = VTNt Alíquota Área Tributável Área Total A alíquota é determinada pelo GUT(%): Área GUT = GU 100 = Utilizáda Área Utilizável Área Total (ha) GUT(%) 80> GUT(%) >50 <65 Até 50 0,03 0,4 Mudanças nas bases de VTN Arrecadação oficial: 2016 Base 1: CONFAZ/MS 2015 Base 2: FNP AgriAnnual 2016 Cenários com o GUT(%): Controle: 80% > (alíquota mínima) Alternativa: 60% Acima de ,45 6,4
7 Resultados Estimativas de Arrecadação Região de Campo Grande Municípios Dados Segundo o IBGE (x1000 ha) Área (total) Área Tributável Estimativas do ITR Valores (R$ x1000) VTN - CONFAZ VTN - FNP CONFAZ/ Relação FNP/ Bandeirantes 271,61 228,74 930, , ,53 3,88 6,18 Campo Grande 734,32 606, , , ,00 2,36 3,84 Corguinho 243,39 190,40 993, , ,34 2,53 4,16 Jaraguari 237,95 189,60 936, , ,35 2,26 3,61 Rio Negro 159,64 130,11 335, , ,45 4,63 7,39 Rochedo 135,52 111,39 394, , ,58 2,60 4,12 Sidrolândia 408,90 350, , , ,66 1,15 1,64 Terenos 243,11 211, , , ,53 1,97 3,11 Total 2.434, , , , ,43 2,13 3,36
8 Resultados Estimativas (R$/ha) VTN (R$/ha) Região de Campo Grande Agência Tipologia FNP CONFAZ I Lavouras permanentes , ,24 II Lavouras temporárias , ,11 III IV Pastagens plantadas degradadas 8.000, ,23 Pastagens plantadas em boas condições , ,46 V Pastagens naturais 8.000, ,13 VI Matas e/ou florestas naturais* 5.600, ,59 VII Não Tributáveis 0,00 0,00 *(Não inclui áreas de preservação permanente e as de sistemas agroflorestais) Municípios R$/ha VTN pela CONFAZ/ VTN pela FNP/ Bandeirantes 2,99 15,78 25,12 Campo Grande 4,82 15,16 24,68 Corguinho 3,76 13,19 21,73 Jaraguari 3,21 11,18 17,81 Rio Negro 1,86 11,95 19,08 Rochedo 2,53 9,20 14,60 Sidrolândia 7,48 12,96 18,49 Terenos 4,22 11,17 17,64
9 Resultados Cenários com GUT de 60% Região de Campo Grande Municípios Estimativas do ITR com GUT 60% Valores (R$ x1000) Valores (R$/ha) Relação VTN pela CONFAZ VTN pela FNP VTN pela CONFAZ VTN pela FNP CONFAZ/ FNP/ Bandeirantes , ,38 224,34 357,15 55,16 87,82 Campo Grande , ,41 222,51 362,20 34,60 56,33 Corguinho , ,54 186,09 306,50 35,66 58,74 Jaraguari , ,99 158,69 252,77 32,13 51,18 Rio Negro , ,29 169,64 270,95 65,73 104,99 Rochedo , ,14 117,33 186,18 33,09 52,51 Sidrolândia , ,79 186,87 266,51 16,55 23,61 Terenos , ,12 111,02 175,33 19,58 30,92 Total , ,66 172,06 272,20 29,72 46,98
10 Discussão dos Resultados Estimativas de Arrecadação (R$) Média de ITR/ha GUT 80% GUT 60% 3,86 - CONFAZ 12,57 172,06 FNP 19,89 272,20 Estimativas do Potencial Arrecadatório CONFAZ , ,20 FNP , ,00
11 Discussão Fragilidades ITR não é economicamente significante para a União As mudanças recorrentes em sua estrutura e administração comprometeram seu desempenho A evasão fiscal é detectável A complexidade de calculo e declaração não o favorecem Os incentivos fiscais à preservação ambiental não podem ser expressivos dados os baixos valores apresentados A descentralização do tributo contribuiu, mas não atingiu o potencial esperado Potenciais Inexplorados Existe uma diferença entre o que é recolhido e o que deveria ser arrecadado A totalidade de estabelecimentos operando acima de 80% no GUT é superestimado. Determinações de produtividade ultrapassados. Com seu fortalecimento, é possível que o ITR seja uma ferramenta de indução às boas práticas Essas evidências apontam para a possibilidade de aumento de arrecadação com o ITR
12 Considerações Finais O déficit entre o que é arrecadado e o que deveria ser arrecadado foi evidenciado pelo estudo Uma estimativa subestimada atingiu o valor de R$14 milhões, considerando a somatória entre todos os municípios. Se cobrado de forma adequada, o potencial de arrecadação é muito maior considerando estabelecimentos operando abaixo da linha de GUT de 80% Há aqueles que advogam que um aumento súbito nos valores de ITR poderiam comprometer o setor agropecuário, que (supostamente) opera com pequenas margens de lucro. De qualquer maneira, existe possibilidade de fortalecimento do tributo, sem comprometer o setor ou os produtores eficientes, mas também, motivar às boas práticas na agricultura e penalizar o uso especulativo e/ou ineficiente da terra. Se a efetiva arrecadação comprometer os produtores, existe a possibilidade do ITR como indutor de boas práticas ambientais, oferecendo incentivos para estimular a preservação voluntária.
13 Obrigado! Gabriel Pansani Siqueira
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