INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO

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1 Avaliação da eficácia do produto Genesis Iver Pour on na redução de ovos por grama de fezes e ganho de peso em bovinos naturalmente infestados e mantidos a pasto 1 Carlos Roberto da Silva, Msc., M.V., Diretor de Pesquisa da Gaia Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde Animal Ltda, Uberlândia, MG, BRASIL. carlosroberto@ gaiasaudaenimal.com.br 2 Francisco de Sales Resende Carvalho, Prof. Dr. PhD., Professor de Clínica de Equinos e Ruminantes da Faculdade de Medicina Veterinária-FAMEV, Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, BRASIL. chicao@gaiasaudeanimal.com.br 3 Alessandra Silva Lima, M.V., Msc., Gerente Médica - Eurofarma Laboratórios S/A. (IDENTI- FICAR ONDE RESIDE). alessandra.lima@eurofarma.com.br 4 Renata Barbosa Andrade, M.V., Pesquisadora da Gaia Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde Animal Ltda, Uberlândia, MG, BRASIL. renata@gaiasaude animal.com.br 5 Mariana Camilo da Silva, M.V., Pesquisadora da Gaia Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde Animal Ltda, Uberlândia, MG, BRASIL. mariana@gaia saudeanimal.com.br INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO INTRODUÇÃO O sucesso da produção na pecuária bovina depende, entre outros fatores, de um bom manejo nutricional, reprodutivo e sanitário. Dentro do manejo sanitário temos no controle eficiente de parasitos um grande desafio, já que a criação extensiva de animais implica numa inevitável infestação parasitária. Diferentes sistemas de produção contribuem de diversas maneiras à sobrevivência dos parasitos. Dentre os principais parasitos que se adaptaram à espécie bovina, e que por consequência causam os maiores prejuízos à pecuária, podemos citar os ectoparasitas, como o carrapato - Boophilus microplus, o berne - larvas da mosca Dermatobia hominis, a mosca-dos-chifres - Haematobia irritans; e Avaliou-se comparativamente dois grupos experimentais de bovinos da raça Nelore, entre 12 e 18 meses, com peso médio de 200 kg, um tratado com ivermectina 1% pour on (Genesis Iver Pour on), e um controle sem tratamento por um período de 74 dias. Neste período avaliou-se a redução de ovos por grama de fezes, parâmetros hematimétricos e o ganho de peso médio dos bovinos. Através da coprocultura identificaram-se nos animais experimentais os seguintes gêneros de helmintos gastrintestinais: Haemonchus spp., Cooperia spp.,trichostrongylus spp. e Oesophagostomum spp. Quanto ao percentual de redução de ovos por grama de fezes, obtevese 98,24% no D+14 e 87,06% no D+28. Não se observou influência da vermifugação sobre os valores médios de hemograma e hematócrito nos grupos experimentais. Decorridos 74 dias pós-tratamento, foi registrado um ganho de peso médio de 54,50 kg para o grupo tratado e 37,60 kg para o grupo controle, sendo uma diferença de 16,95 kg a mais para o grupo que recebeu o tratamento. C. R. SILVA 1, F. S. R. CARVALHO 2, A. S. LIMA 3, R. B. ANDRADE 4, M. C. SILVA 5 os endoparasitos, como os helmintos do filo Nematoda. São esses, segundo Honer et al. (1990), os principais parasitos que limitam o desempenho do gado de corte criado em condições extensivas. Os helmintos gastrintestinais prejudicam o desempenho do bovino, causando prejuízos na competição por alimento ou espoliando o hospedeiro. Diferentemente do carrapato, os vermes não são visualizados diretamente pelo produtor o que dificulta o diagnóstico e a avaliação da carga parasitária pelo leigo. Assim, o tratamento muitas vezes é feito erroneamente, baseado no aspecto geral do animal e em informações não científicas. O problema torna-se grave, já que a mortalidade é baixa e a verminose se manifesta principalmente contribuindo para o baixo índice de crescimento dos animais, fato observado por Bianchin e Melo (1993) nas criações extensivas de bovinos de corte, no Brasil central. Entre os helmintos gastrin testinais o filo Nematoda é o que possui o maior número de espécies que parasitam bovinos. Contudo, levantamentos feitos em diferentes regiões do 31

2 Brasil mostraram que as espécies mais comuns são as pertencentes aos gêneros Cooperia e Haemonchus (Carneiro e Freitas, 1977; Melo e Bianchin, 1977; Leite et al., 1981; Honer e Bressan, 1992; Souza, et al., 2002). O uso de endectocidas em épocas estratégicas contribui para o melhor desenvolvimento ponderal dos bovinos, principalmente os jovens, pois auxilia no controle dos parasitas diminuindo assim a espoliação e, consequentemente, os animais aproveitam melhor os nutrientes que ingerem. A via tópica, para aplicação dos endectocidas, apresenta maior facilidade no momento de aplicação e uma diminuição dos custos com seringas e agulhas, além de não contribuir para transmissão de patógenos de um animal para o outro, devido à prática de reutilização de agulhas entre os animais tratados (Hooke et al, 1997). Silva (2008) aponta que administração pour on é a via de eleição para os animais em terminação pelo menor estresse da aplicação sem o risco de contaminação e/ou lesão de carcaça que a aplicação via injetável pode acarretar, porém esta via é importante para todas as categorias animais, devido a suas vantagens já descritas. Estudo realizado em um frigorífico de Goiás avaliou bovinos, as lesões características de abscessos estavam restritas ao quarto dianteiro, referente à aplicação indevida de medicamentos injetáveis e vacinas, resultou na retirada de 0,213 kg de carne por carcaça (França Filho et al., 2006). Além disso, Silva (2008) descreve que outro importante benefício da aplicação pour on é o baixo resíduo no local de aplicação. Estudos demonstram que o nível de resíduo no local de aplicação, seja subcutâneo ou intramuscular, é muito superior àquele encontrado nos tecidos preconizados para análise (músculo, rins, fígado e gordura). O estudo em questão teve por objetivo avaliar a redução de ovos por grama de fezes e o desenvolvimento ponderal do produto Genesis Iver Pour on em animais da raça Nelore mantidos a pasto. os grupos experimentais foram avaliados nos dias D0, D+14, D+28, D+56 e D+74 após o tratamento. Sempre antes das pesagens os animais eram submetidos a doze horas de jejum hídrico e alimentar, inspecionados e submetidos à coleta de sangue e de fezes. A coleta de fezes foi realizada, através de coleta transretal de cada animal, sendo que para os exames utilizou-se a técnica de contagens de ovos (Gordon & Whithlock, 1939) e a identificação de larvas (Roberts & O Sullivan, 1949). Durante o período experimental, que foi de 74 dias, os bovinos do estudo foram alocados em um pasto de Brachiaria brizantha, no qual receberam água e sal mineral à vontade. No D0 os bovinos do grupo tratado receberam o produto Genesis Iver Pour on (ivermectina 1,0% pour on) na dosagem de 1 ml para cada 20 Kg de peso corporal (Figura 1). Os valores médios de ovos por grama de fezes, ganho de peso, hemácias e hematócrito foram submetidos à análise de variância e posteriormente ao teste de Tukey ao nível de 5% de confiança, através do programa INSTAT (1998). RESULTADOS E DISCUSSÃO MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado com 40 bovinos machos, da raça Nelore, entre 12 a 18 meses de idade, com peso médio de 200 kg, na fazenda Cruzeiro do Sul, município de Uberaba, Minas Gerais. Os animais foram acompanhados no período de 22 de outubro de 2012 a 18 de janeiro de 2013, em relação à redução de ovos por grama de fezes (OPGF), coprocultura, ganho de peso total (GPD), ganho de peso médio diário (GPD) e valores hematimétricos (hemácias e hematócrito). Os animais foram identificados com brincos numerados, pesados e submetidos à coleta de fezes no dia D-14 (início do período de aclimatação). No D0, os 40 animais foram divididos em dois grupos com 20 animais em cada grupo a partir dos pesos e resultados de OPGF obtidos no D0, obedecendo ao seguinte critério: os dois bovinos mais pesados serão sorteados um para cada grupo. Este procedimento casualístico foi conduzido sucessivamente com os animais que apresentaram peso imediatamente abaixo, até a identificação e sorteio dos quatro últimos animais. Para avaliação do ganho de peso, nível de infestação por helmintos e acompanhamento dos valores hematimétricos, Figura 1. Aplicação do medicamento Genesis Iver Pour on 32

3 Os resultados de contagem de OPGF (Gráfico 1) demonstram que o grupo tratado apresentou índices baixos de infestação em relação ao grupo controle, chegando a valores médios de OPFG próximos a zero no D+14 e posteriormente foram aumentando gradativamente. É importante ressaltar que, com os valores apresentados no gráfico, pode-se inferir que o medicamento em avaliação apresentou eficácia anti-helmíntica quando comparado ao grupo controle. Tabela 1- Percentagem de Larvas de terceiro estágio encontradas na coprocultura dos animais experimentais antes e após o tratamento. Gráfico 1 Média de ovos por grama de fezes (OPGF) dos grupos experimentais tratado, (ivermectina 1,0% pour on*) e grupo controle durante o período experimental. *Genesis Iver Pour on Eurofarma Pearson **Letras maiúsculas distintas no mesmo dia de coleta indicam diferenças através do teste de Tukey (p 0,05). Os percentuais de eficácia obtidos para o grupo tratado com ivermectina 1,0% pour on foram de 98,34% no D+14 e 87,06% no D+28, ou seja, o produto em avaliação apresentou resultados que o classificam como altamente efetivo (maior que 98%) até o D+14 dia conforme Portaria 48 MAPA, Brasil (1997), mantendo sua eficácia até o D+28. Comparando os grupos tratado e controle verificou-se diferença estatística significativa entre os valores médios de OPGF nos períodos de D+14 ao D+56 (P 0,05). Na Tabela 1 são apresentados os resultados da coprocultura dos grupos experimentais em todos os períodos de avaliação, e pode-se observar que os gêneros encontrados foram: Haemonchus spp., Cooperia sp., Trichostrongylus spp. e Oesophagostomum spp. Os dados obtidos por Pinheiro et al. (1994), são similares aos dados do presente estudo, pois os autores verificaram que, 11 dias após o uso da ivermectina, este medicamento reduziu em 100% os gêneros de Haemonchus spp, Ostertagia ssp., Trichostrongylus spp., Cooperia spp. e Oesphagostomum spp. No Gráfico 2 são apresentados os valores médios de hemácias e hematócrito, e verifica-se que não foi observada diferença entre os dois tratamentos, para estes parâmetros, ao efetuarmos a avaliação através do teste de Tukey (P 0,05). Ainda é importante ressaltar que os valores para os dois parâmetros estavam dentro dos valores normais para espécie bovina (5 a 10 x 10 6 mm 3, Jain, 1983) para hemácias e (24 a 46 %, Jain, 1983) para hematócrito. Os valores médios dos pesos dos grupos experimentais, o ganho médio de peso total e o ganho médio diário são apre- sentados na Tabela 2 e nos Gráficos 3 e 4. No período experimental de 74 dias a diferença de peso entre os dois grupos foi de 16,95 kg, ou seja, os animais tratados obtiveram maior ganho de peso durante o período de avaliação. Ao submetermos os dados de ganho de peso total e diário à análise estatística, verifica-se que há diferença significativa entre os dois grupos (P 0,05), demonstrando que o produto em avaliação foi efetivo. Este ganho, provavelmente se deve à diminuição da infestação de vermes no grupo tratado (Gráfico 1). O ganho de peso do grupo tratado foi de 54,55 kg ou 0,737 kg/dia e o ganho de peso do grupo controle foi de 37,60 kg ou de 0,508 kg/dia. Os animais tratados apresentaram 32,31% Gráfico 2. Valores médios de hemácias e hematócrito dos grupos tratado e controle. 33

4 a mais de ganho de peso quando comparados ao grupo controle, sem tratamento. O dados do presente estudo corroboram com os encontrados por Casagrande et al.(2011), que obtiveram 33% a mais de ganho de peso total do grupo tratado com ivermectina em relação ao grupo sem tratamento. Bianchin et al. (1996) relataram incremento de ganho de peso de 20% em bovinos jovens vermifugados, de 205 kg para animais controle e de 246 kg para os animais submetidos à utilização de anti-helmínticos no cerrado brasileiro. Tabela 2. Pesos médios, ganho de peso total GPT, ganho de peso diário GPD e análise estatística dos grupos experimentais. Gráfico 3. Peso médio (Kg) dos grupos experimentais durante os períodos de avaliação. no presente experimento, uma vez que os níveis de infestação observados durante o período experimental podem ser considerados moderados, acima de 500 ovos por grama de fezes, e também pela diferença de ganho de peso dos animais do grupo tratado (54,55 Kg) em relação do grupo controle (37,60 Kg). Ou seja, fica claro que o tratamento dos animais com o produto Genesis Iver Pour on reduziu o nível de infestação, e consequentemente influenciou no ganho de peso dos bovinos deste grupo. Vale ressaltar que a via de aplicação pour on utilizada no presente estudo proporciona menor estresse durante o manejo de aplicação, sem o risco de contaminação e/ou lesão de carcaça. Estes pontos são relevantes quando consideramos o bem-estar animal e a lucratividade da pecuária. Após avaliação dos dados experimentais contata-se que no presente estudo a vermifugação dos animais com ivermectina 1% por on (Genesis Iver Pour on), demonstrou redução da carga parasitária e maior ganho de peso em relação aos animais do grupo controle. CONCLUSÃO O uso do produto Genesis Iver Pour (ivermectina 1% pour on), na dose de 1 ml/20 kg de peso corporal, no início do período experimental, levou a um controle efetivo dos vermes gastrintestinais por um período de 28 dias, e após este período o nível de infestação começou a aumentar gradativamente. A redução no nível de parasitemia proporcionou um ganho de peso médio maior e significativo de 16,95 kg para os animais que receberam o tratamento quando comparados ao grupo controle, com redução de estresse e sem risco de contaminação e/ou lesão de carcaça proporcionada por sua via de aplicação pour on. Gráfico 4. Ganho de peso médio (kg) dos grupos experimentais durante os períodos de avaliação. Castro et al.(2009) verificaram que o uso de antihelmínticos não incrementou significativamente o peso médio e o ganho de peso médio diário (P>0,05) e mostraram baixa eficácia média contra os parasitas gastrintestinais, mesmo com a baixa carga parasitária apresentada pelos animais ao início do experimento. Estes dados diferem dos dados encontrados REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIANCHIN, I. Controle estratégico de parasitos em bovinos de corte. Rev. Bras. Parasitol. Vet., v.6. n.2, p , BIANCHIN, I.; MELO, H. J. H. Epidemiologia dos nematódeos gastrintestinais em bovinos de corte nos cerrados e o controle estratégico no Brasil. Campo Grande: EMBRAPA CNPGC, 1993, p (Circular técnica.n.24). BIANCHIN, I.; HONER, M. R.; NUNES, S. G.; NASCIMENTO,Y. A.; CURVO, J. B. E.; COSTA, F. P. Epidemiologia dos nematódeos gastrointestinais em bovinos de corte nos cerrados e o controle estratégico no Brasil. Circular Técnica, 24. Campo Grande, MS: p. BIANCHINI, W.; SILVEIRA, A. C.; ARRIGONI, M. B;RODRIGUES, E. Desempenho produtivo de bovinos jovens Nelore, Simental e seus mestiços. Pubvet, v. 1, n. 10, p , BRASIL. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Portaria nº 48, 12/05/1997. CARNEIRO, J.R.; FREITAS, M.G.Curso natural de infecções helmínticas em bezerros nascidos Durante a estação chuvosa em Goiás. Arq. Esc.Vet. U.F.M.G., v.1, n 29, p.43-48,

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