Orientação técnica n.º 1/2010
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- Cássio Monteiro de Oliveira
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1 Orientação técnica n.º 1/2010 Plano de Promoção da Eficiência do Consumo de Energia Eléctrica PPEC Nas Regras do plano de promoção da eficiência no consumo de energia eléctrica (PPEC), aprovadas pelo Despacho n.º /2008 de 4 de Junho, são estabelecidos diversos aspectos do PPEC, nomeadamente: objectivos, funcionamento, apresentação de candidaturas, metodologia de selecção, disposições de verificação e controlo da execução e pagamento do incentivo. Para dar cumprimento às disposições de controlo da execução e de pagamento do incentivo das medidas aprovadas, são definidos nas regras 1 alguns procedimentos, nomeadamente a obrigatoriedade de enviar à ERSE o termo de compromisso e assumpção de responsabilidade e os relatórios de progresso semestrais descrevendo o processo de implementação das medidas. Neste âmbito, e tendo em conta a experiência entretanto adquirida com a implementação de outros PPEC, sentiu-se a necessidade de clarificar alguns dos procedimentos inerentes a este processo de acompanhamento. 1 PROCEDIMENTOS GERAIS Os promotores devem enviar à ERSE: a) O original do termo de compromisso e assumpção de responsabilidade perante a ERSE, no âmbito das medidas aprovadas ao abrigo do PPEC , devidamente assinado e com a(s) assinatura(s) reconhecida(s) nos termos do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 de Março, designadamente por um notário ou advogado, até 31 de Janeiro de b) Os relatórios de progresso semestrais até 30 dias após o final dos semestres. c) Contacto operacional com quem a ERSE tratará de todas as questões que surjam (nome, telefone e ). Os promotores devem manter, devidamente organizado em dossier, todos os documentos susceptíveis de comprovar as informações dadas, e de fundamentar as opções de investimento apresentadas 2, bem como todos os documentos comprovativos da realização de despesas. 1 Ver artigo 18.º e 28.º. 2 Quando aplicável, cumprir os normativos em matéria de contratação pública relativamente à escolha de fornecedores. 1
2 2 CERTIFICAÇÃO DE DESPESAS Os promotores com medidas aprovadas devem enviar relatórios de progresso semestrais à ERSE que devem conter uma breve descrição do progresso efectuado em termos de execução das medidas e incluir mapas de despesas bem como uma declaração do Revisor Oficial de Contas (ROC) / Técnico Oficial de Contas (TOC). 2.1 ENTIDADE CERTIFICADORA DAS DESPESAS A verificação e controlo de despesas é efectuada por um ROC ou um TOC. Sempre que o montante de incentivos a atribuir, por promotor, seja igual ou superior a euros para o conjunto das medidas aprovadas, a certificação tem que ser obrigatoriamente realizada por um ROC. De seguida listam-se alguns aspectos a observar relativamente à entidade certificadora das despesas: O ROC / TOC não pode ser funcionário do promotor, nem do beneficiário. Quando o promotor é uma empresa regulada a certificação das despesas deve ser realizada pela mesma entidade que certifica as contas reguladas. Deve ser enviada à ERSE o original da declaração do ROC / TOC. A declaração do ROC / TOC deve certificar que foi feito o registo na base de minimis, quando aplicável. Nas medidas que envolvam vários parceiros, não são aceites mapas de despesas e declarações do ROC / TOC dos parceiros, sendo o relacionamento da ERSE apenas com o promotor. A declaração do ROC / TOC deve ser acompanhada por mapas de despesas por medida, devendo ser cumpridos os seguintes requisitos: Deve ser preenchido um mapa de despesas para os custos externos e um mapa para os custos internos. Adicionalmente deve ser preenchido um mapa que apresenta o detalhe dos custos com pessoal. Cada mapa de despesas deve ter a assinatura, a data e o número do ROC / TOC que o validou. Deve ainda ser apresentada à ERSE a correspondência entre os custos incorridos e os custos apresentados na candidatura. 2
3 De acordo com o definido nas Regras do PPEC, o IVA não recuperável não constitui despesa elegível. Todavia, caso o promotor seja sujeito passivo de IVA e a despesa com IVA não seja recuperável, o ROC / TOC deve também certificar que a despesa em IVA apresentada não é recuperável, de acordo com a declaração tipo apresentada em anexo. Apresenta-se em anexo a minuta da declaração do ROC / TOC, o mapa de despesas tipo e a declaração do regime do IVA. 2.2 DOCUMENTOS DE FACTURAÇÃO / QUITAÇÃO São elencadas seguidamente as normas que têm se ser seguidas relativamente à validade dos documentos de despesa. As despesas de execução das medidas são incorridas pelo promotor. Consequentemente, os documentos comprovativos dessas despesas devem vir no nome do promotor, e não de eventuais parceiros que possam existir. As facturas, recibos ou outros documentos contabilísticos de valor probatório equivalente, devem dizer respeito ao período do relatório de progresso. Para impedir que as facturas, recibos ou outros documentos contabilísticos de valor probatório equivalente, sejam duplamente considerados, os originais devem ter um carimbo que refira o PPEC e a medida a que dizem respeito. Os documentos originais de despesas que façam prova de custos externos devem ser documentos exclusivos do PPEC, isto é, não devem ser transversais a outras actividades do promotor. As facturas e recibos que façam prova de custos internos, caso a percentagem de imputação da despesa ao PPEC seja diferente de 100%, devem ter a percentagem e o valor de imputação. Entenda-se por custos internos as despesas com pessoal (incluindo despesas com trabalhadores a recibos verdes) e encargos gerais (encargos indirectos podendo incluir, por exemplo, rendas, electricidade, aquecimento, água, limpeza, custos operacionais com equipamentos eléctricos e electrónicos e comunicações). 3
4 2.3 ELEGIBILIDADE DAS DESPESAS Elencam-se de seguida despesas consideradas não elegíveis: Despesas incorridas em data anterior à data de aprovação da candidatura; Despesas relativas a actividades que ainda não foram executadas; Despesas relativas a IVA recuperável; Despesas decorrentes de: i) aquisição de terrenos, ii) compra de imóveis, iii) construção ou obras de adaptação de edifícios, iv) trespasses e direitos de utilização de espaços, v) aquisição de veículos automóveis e outro material de transporte, vi) aquisição de aeronaves e outro material aeronáutico, vii) aquisição de bens em estado de uso, viii) juros, xix) fundo de maneio e, x) publicidade corrente; O apuramento das despesas com pessoal do promotor, contratado ou a contratar, incluindo bolseiros recrutados pelos promotores, efectua-se de acordo com a seguinte metodologia: O apuramento das despesas com pessoal técnico do promotor tem por base custos reais incorridos, tendo como referência o salário base mensal declarado para efeitos de protecção social do trabalhador, o qual pode ser acrescido dos encargos sociais obrigatórios. Considera-se salário base, o conjunto de todas as remunerações de carácter certo e permanente sujeitas a tributação fiscal e declaradas para efeitos de protecção social do trabalhador. No caso de bolseiros, o cálculo da elegibilidade de despesas é efectuado com referência ao contrato de bolsa celebrado entre as partes, tendo como tecto máximo da respectiva despesa elegível o valor estabelecido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia para o tipo de bolsa em causa, o qual pode ser acrescido dos custos associados à adesão ao regime do seguro voluntário nos termos previstos no Estatuto do Bolseiro. As despesas elegíveis com pessoal técnico do promotor são determinadas em função da carga horária dispendida por cada técnico no projecto e do respectivo custo/hora estabelecido de acordo com a seguinte metodologia: o Pessoal com contrato de trabalho: 4
5 Custo/hora = [(SB 14 meses) /(11 meses 22dias n horas)] o Bolseiros: Custo/hora = [(SB 12 meses) /(11 meses 22dias n horas)] Em que: SB salário base mensal (excluindo subsídios de férias e de Natal) ou bolsa, acrescido dos encargos sociais obrigatórios, quando aplicável; n número de horas que correspondem à jornada de trabalho diária do promotor. Refira-se ainda que não são aceites transferências de custos externos para internos face ao que foi aprovado. As despesas consideradas elegíveis são as que constam da candidatura, aquando da sua aprovação. Alterações à candidatura aprovada devem ser solicitadas à ERSE, indicando as razões que impossibilitam a implementação da medida tal como foi aprovada e, sempre que possível, comprovar que continuam a ser cumpridos os objectivos da medida (por exemplo, ao nível do rácio benefício-custo, das poupanças, etc). Anexos: Mapas de despesas PPEC Minuta da declaração ROC /TOC Declaração do regime de IVA 5
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