A INFLUÊNCIA DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO PROCESSO DE INTERDIÇÃO E A APLICABILIDADE NA TEORIA DAS INCAPACIDADES

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1 A INFLUÊNCIA DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO PROCESSO DE INTERDIÇÃO E A APLICABILIDADE NA TEORIA DAS INCAPACIDADES Juliana Pereira Volpi 1 Suzana Lopes de Oliveira Costa 2 RESUMO O presente artigo cientifico buscou analisar: a Lei /2015, mais conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência ; a teoria das incapacidades que sofreu significante modificações com o advento da mencionada lei, trazendo o entendimento de capacidade e incapacidade, bem como a relação dos conceitos de incapacidade e deficiência; o processo de interdição e a possibilidade de este ter sido extinto com a vigência da nova Lei ou, tão somente, relativizado, assim como breve análise da tomada de decisão apoiada. A análise realizada foi feita com base em artigos científicos, entendimentos doutrinários e comparativos da legislação vigente e revogada, entre a nova Lei de Inclusão (Lei /2015), o Código Civil de 2002 e o Novo Código de Processo Civil. Palavras-Chaves: Deficiência. Incapacidade. Interdição ABSTRACT The present scientific article sought to analyze: Law 13,146 / 2015, but known as "Statute of the Person with Disability"; The theory of disabilities that came with the advent of new legislation, bringing the impairment of capacity and disability, as well as the relation of the concepts of disability and disability; The processes of interdiction and the possibility of it having been extinguished with the validity of the new Law or, only, relativized, as well as a brief analysis of the decision-making supported. The analysis was made based on scientific articles, doctrinal and comparative understandings of the current and repealed legislation, between the new Law of Inclusion (Law / 2015), the Civil Code of 2002 and the New Code of Civil Procedure. Keywords: Disability. Inability. Interdiction 1 Acadêmica no Curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia. juhvolpi_@hotmail.com 2 Possui graduação em Direito pela Faculdade de Rondônia (2002) e especialização em NOVO DIREITO CIVIL pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2006). Atualmente é Professora Especialista I da Faculdade Católica de Rondônia. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público. suzanalopes7@gmail.com Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional da FCR Porto Velho/RO 23 de junho de 2017 P. 238 a 260

2 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional INTRODUÇÃO A presente pesquisa cientifica buscou analisar a Lei /2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) suas modificações e influências legislativas e sistêmicas que esta trouxe dentro do processo de interdição/curatela, bem como no sistema de incapacidade no qual é chamado de teoria das incapacidades, que igualmente fora averiguado se as modificações inclusas pela Lei teriam extinguido o instituto jurídico da curatela ou se teria mitigado o mesmo, assim uma breve analise do novo instituto semelhante ao da curatela, qual seja: tomada de decisão apoiada. A pesquisa trouxe uma análise legislativa detalhada quanto às alterações no artigo 3º e 4º do Código Civil, que influenciaram de forma categórica em institutos como o da interdição. A curatela, assim, como a compreensão sobre o novo sistema de incapacidades, deve ser entendida na nova sistemática imposta pelo Estatuto, ao passo que este, trouxe uma modificação jurídica sobre a incapacidade no Código Civil de 2002; e um novo tratamento para a pessoa com deficiência, que deixou de ser tratado como incapaz. O que a presente pesquisa busca demonstrar é que deficiência não é sinônimo de incapacidade, e que este entendimento se torna ultrapassado tanto por meio das mudanças na própria sociedade, quanto nas mudanças imperativas feitas pela legislação atual. É importante frisar, que utilizando de métodos comparativos em leis gerais e especiais, pode ser observado que o Estatuto teve seu período de vigência próximo ao do Novo Código de Processo Civil, fazendo com que certos dispositivos legais restassem prejudicados. Necessário ao artigo foi trazer o novo instituto jurídico da tomada de decisão apoiada, que possui semelhanças com a curatela e a tutela. No entanto torna-se completamente diversificada de ambas quando parte do ponto de comparação quanto à autonomia da pessoa com deficiência. 1 A LEI /2015 ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA - E SUAS MODIFICAÇÕES NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. A Lei /2015, também conhecida como Lei de Inclusão Brasileira da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, foi aprovada em 13 de junho de 2015 e entrou em vigor em 03 de janeiro de O Estatuto da Pessoa 239

3 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa com Deficiência sobreveio para regulamentar o que restou consignado na Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência de Nova Iorque, da qual o Brasil é signatário, sendo ela ratificada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 186 de 09 de julho de 2008 e promulgado pelo Decreto Legislativo nº 6469 de 25 de agosto de O Estatuto não revogou tacitamente a Lei 7.853/1989, que trata da questão social e de proteção dos direitos individuais e coletivos das pessoas com deficiência, porém trouxe em seus artigos certa conformidade com os artigos da lei anterior. O que ocorreu foi que no artigo 123 da Lei /2015 não foi recepcionada a Lei 7853/1989. A nova lei só mencionou a anterior em seu artigo 98 no qual alterou o artigo 3º da mesma. (CUNHA; FARIAS;PINTO, 2016). O objetivo da Lei /2015 é proteger de forma isonômica os direitos das pessoas com deficiência, isto porque, anteriormente, mesmo tentando proteger os direitos dessas pessoas, o que acontecia era uma desigualdade referente aos direitos fundamentais inerentes a todos. Desta forma podemos observar a finalidade da lei no seu artigo 1º. Art. 1 o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. ( BRASIL, 2015, grifo nosso) Entende-se que a nova lei em vigor dispõe para as pessoas com necessidades especiais a possibilidade de terem autonomia e liberdade sobre os atos da vida jurídica e social, para que de fato ocorra a inclusão da pessoa com deficiência. A inovação feita pelo Estatuto já vinha sendo analisada e estudada, tendo em vista que a forma assistencialista, a qual trazia o Código Civil de 2002, já era considerada ultrapassada. Observou-se que a lei de 2015 muda de forma considerável a visão do que deve ser entendida como pessoa com deficiência, a forma de assistência a ser prestada a essas pessoas, assim como a necessidade de inclusão que se torna ainda mais nítida e com mais força a partir da referida lei. Para melhor compreensão do assunto e da importância deste Estatuto, temse o conceito do que a legislação considera como pessoa com deficiência: 240

4 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional Art 2º. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2015) O artigo citado acima é igualmente descrito no art. 1º da Convenção de Direitos da Pessoa com Deficiência. Nesse caso, é importante frisar a inovação que o novo Estatuto compreende no que concerne à proteção da pessoa com deficiência, referente ao tratamento isonômico que ela terá com a lei. A nova lei não deixa de olhar os desiguais na medida de suas desigualdades. Segundo Pablo Stolze (2015), a nova lei buscou tirar o rótulo de incapaz da pessoa com deficiência para ser considerado igual constitucionalmente, isso com base no princípio constitucional do ordenamento jurídico, a dignidade da pessoa humana. Ao falar desse principio constitucional que é base do ordenamento jurídico brasileiro, lembremo-nos da frase Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos, que se encontra descrita no artigo 1º da Declaração de Direito do Homem e do Cidadão de 1948 (REQUIÃO, 2016;A DECLARAÇÃO, 2017), a partir dela, nota-se a necessidade de tratar todos, independente de qualquer tipo de deficiência, fazendo com que estas pessoas sintam-se como iguais perante aos demais. Outra considerável mudança trazida pela nova lei é a teoria da incapacidade ou novo sistema de incapacidades, que será tratado em capitulo posterior. Pois, a busca por reconhecimento e autonomia no Estatuto da Pessoa com Deficiência é notório, quando se aplica como uma opção para as pessoas a utilização da tomada de decisão apoiada, instituto que traz para a pessoa com necessidades especiais, em síntese, eleger no mínimo duas pessoas para lhe prover auxílio quanto às decisões a serem tomadas por este, em atos da sua vida civil para exercício de sua capacidade. 2 A NOVA TEORIA DAS INCAPACIDADES Esta nova teoria das incapacidades sobreveio com a vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência, faz-se necessário uma analise em relação a ela, pois um 241

5 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa dos grandes impactos na sociedade é saber entender que nem todo ser humano por ser diferente deve ser tratado de forma desigual em direitos e deveres. 2.1 ENTENDENDO O NOVO SISTEMA DE INCAPACIDADES Para entender o sistema de incapacidade é necessário destacar o conceito de capacidade civil, que se encontra dividida em dois parâmetros: a capacidade de fato e a capacidade de direito. Importante lembrar que alguns doutrinadores divergem sobre a capacidade ser apenas um conceito que serve para outras situações determinantes do direito ou se seria um direito subjetivo (REQUIÃO, 2016). Segundo Requião (2016,), o entendimento é de que a capacidade e a incapacidade são situações jurídicas unisubjetivas, que significa dizer que versam sobre um sujeito e uma única esfera jurídica, no entanto seus efeitos são erga omnes e estão protegidos pela impositividade de uma possível ação judicial, ou seja, a capacidade está atrelada a um único sujeito, mas os efeitos que dela despontam influenciam a todos. A capacidade é uma situação jurídica obrigatória. Segundo o entendimento de Fiuza (2016), a capacidade de direito é um mero potencial dado à pessoa para exercer atos da vida civil. Enquanto a capacidade de fato é a plenitude do poder efetivo para exercer esses direitos e obrigações inerentes aos atos da vida civil. Juntando ambas, temos a capacidade civil plena. egundo utuffo 1, p. capacidade é a aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, e exercer por si, ou por outrem, atos da vida civil. Em principio tem-se que todo ser humano é capaz. Pode-se dizer que a pessoa que não possui a chamada capacidade de fato é considerada incapaz ou de capacidade limitada. Segundo o doutrinador Stolze ( 2016, p. 146) a incapacidade é: a falta de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil. A incapacidade é, então, a impossibilidade dada à pessoa que não possui a capacidade de fato ou de exercício, fazendo com que esta não tenha condição de exercer seus atos da vida civil na forma real ou jurídica. A incapacidade civil pode ser divida em duas espécies: a incapacidade absoluta e a incapacidade relativa. A incapacidade relativa é aquela que faz com que o incapaz possa efetuar atos da vida civil, desde que se encontre assistido sob pena de anulabilidade, como prevê o artigo 171, inciso I da Lei de Igualmente descreve a doutrina, além dos casos expressamente declarados na lei, 242

6 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional é anulável o negócio jurídico - por incapacidade relativa do agente GONÇA VE. 2016). Já a incapacidade absoluta é aquela que não permite que o incapaz exerça atos da vida civil, precisando desta forma, de um representante legal devendo recair na nulidade dos atos praticados. No Código Civil de 1916, no seu artigo 5º, era possível notar que aqueles considerados absolutamente incapazes não poderiam atuar em atos da vida civil. A grande questão era quem seria considerado absolutamente incapaz. Um exemplo de certa discriminação que ocorria, encontrava-se no inciso II (BRASIL, 1916), os loucos de todo gênero. Podemos observar que o antigo código civil não tinha como base o principio da igualdade. Nota-se que ao longo dos anos foi possível constatar uma notável modificação no que o ordenamento jurídico entendia como incapacidade e a quem considerava como incapaz. Já no Código Civil de 2002, a mudança se fez ao retirar alguns daqueles que antes se entendiam como absolutamente incapazes, como será possível observar no quadro esquemático abaixo. Atualmente com a entrada em vigor da Lei /2015 foi alterado o artigo 3º e 4º do Código Civil de 2002, que será explicado de forma mais detalhada a seguir. Como já mencionado, ao longo dos anos houve alterações notórias no sistema de incapacidade ou na também chamada, teoria das incapacidades. Antes da reforma aplicada pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, diferenciava-se o capaz do incapaz de acordo com o seu grau de discernimento para atuar de forma plena nos atos da vida civil. Ocorre que com a nova lei em vigor houve modificações consideráveis referentes à incapacidade civil, elencadas pelo artigo 114 da Lei /2015. Art A Lei no , de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. I - (Revogado); II - (Revogado); III - (Revogado). Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 243

7 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.[...] (BRASIL,2015) Nota-se que com o decorrer dos anos e as mudanças constantes realizadas na sociedade é possível perceber a necessidade de inclusão das pessoas com deficiência, isto para que elas se sintam asseguradas juridicamente de forma isonômica perante atos da vida civil, levando em consideração um dos princípios fundamentais descritos na Constituição Federal de 1988, qual seja o da isonomia e da dignidade da pessoa humana. Absolutamente Incapazes Código Civil 1916 (artigo 5º) Código Civil 2002 (artigo 3º) Cc 2002 modificado pela Lei /2015 (art. 114) -Os menores de - os menores de - são absolutamente dezesseis anos dezesseis anos incapazes de exercer -os loucos de todos os - os que, por pessoalmente atos da gêneros enfermidade ou vida os menores de -os surdos-mudos, que deficiência mental, não dezesseis anos. não podem exprimir a tiverem o necessário sua vontade. discernimento para a - os ausentes, prática desses atos. declarados tais por ato - os que, mesmo por do juiz. causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Código Civil 1916 (artigo 6º) - maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos. - pródigos. Relativamente Incapazes Código Civil 2002 (artigo 4º) - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos Cc 2002 modificado pela Lei /2015 ((art. 114) - maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 244

8 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional - silvícolas. - os ébrios eventuais, os viciados em tóxicos, os que por deficiência mental tenham dissentimento reduzido. - excepcionais sem o desenvolvimento mental completo. - os pródigos. - ébrios habituais e viciados me tóxicos - aqueles que por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade. - os pródigos Pode-se afirma que a Carta Magna torna-se então um dos maiores reguladores da proteção dos direitos da pessoa com deficiência, em conjunto com a Convenção de Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência. Notórias são as alterações que foram de cunho significativo para o ordenamento jurídico brasileiro. Desta forma nota-se que o caput do artigo 3º foi alterado, considerando apenas os menores de 16 (dezesseis) anos pessoa absolutamente incapaz de fato, retirando deste rol as pessoas com deficiência mental e aquelas que por algum motivo tenham algo que possa afetar seu discernimento de forma transitória e duradoura. Atualmente, o critério para determinar que a pessoa seja absolutamente incapaz de exercer pessoalmente atos da vida civil é objetivo, necessitando apenas completar os 16 (dezesseis) anos para cessar esta incapacidade. No que tange a incapacidade relativa, antes da alteração feita pelo Estatuto, entendia-se como relativamente incapaz, além dos menores entre dezesseis e dezoito anos, aqueles que tinham alguma deficiência mental, física ou intelectual. Porem, o artigo 4º do Código Civil de 2002, alterado pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, trouxe uma codificação mais humanista, levando em consideração o que já foi mencionado que, deficiência não significa ser incapaz de exprimir sua vontade. egundo Cunha, Frias e Pinto 1, p. 3, toda pessoa é especial pela simples condição humana. Não há motivo para impor a alguém a condição de incapaz pelo simples fato de se tratar de uma pessoa com deficiência. Partindo disso, vemos uma evolução no que se refere à observância do legislador ao tratar a pessoa com deficiência de forma mais humana, isonômica e digna. 245

9 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa Contudo, no inciso II e III do artigo 4º do Código Civil de 2002, nota-se que ao Estatuto manteve o entendimento de que os ébrios habituais e os toxicômanos, continuam sendo compreendidos como relativamente incapazes de exercer atos da vida civil. Nesse caso é importante observar que, no inciso III, do artigo supramencionado que antes se encontrava no artigo 3º, independe se a causa é duradoura ou transitória. Um exemplo seria da pessoa que está na Unidade de Terapia Intensiva - UTI. O que a lei visa proteger são os interesses e prejuízos que podem ser causados à pessoa se não tiver a devida assistência, que no caso da incapacidade relativa é feita por meio do processo de interdição que também é chamada de curatela. No caso do pródigo, que se encontra no rol do artigo 4º, é classificado como relativamente incapaz, apesar de divergências doutrinárias quanto a sua manutenção no Código Civil. No entendimento de Cunha, Farias e Pinto (2016) o pródigo deveria deixar de ser considerado incapaz, com base no artigo 1º, inciso III da Carta Magna, considerando que pródiga é a pessoa que dispõe de seu patrimônio afetando sua subsistência; por isso entendem que a prodigalidade não está ligada a incapacidade, mesmo que relativa da pessoa. Neste panorama, nota-se que antes das alterações implicadas pela Lei Brasileira de Inclusão Brasileira da Pessoa com Deficiência, junto aos ébrios habituais e aos toxicômanos, entendia-se que as pessoas que por deficiência mental tinham seu discernimento reduzido eram relativamente incapazes. Contudo, a nova visão de deficiente, introduzido pela mencionada lei, quis retirar a relação de deficiência com incapacidade, assim como menciona Cunha, Farias e Pinto (2016, p. 309): Nota-se que o legislador objetivou as causas de incapacidade relativa, afastando indagações relativas ao estado mental. Isso porque, repita-se à exaustão, a deficiência física, mental ou intelectual, não é, somente por si, motivo determinante para da incapacidade jurídica de uma pessoa. Toda pessoa é especial pela simples condição humana. Não há motivo para impor a alguém a condição de incapaz pelo simples fato de se tratar de uma pessoa com deficiência. O fundamento humanista salta aos olhos. 246

10 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional 2.2 DEFICIÊNCIA E INCAPACIDADE No capitulo anterior, foi possível notar algumas das mudanças introduzidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, trazendo a reflexão de que não se pode atrelar deficiência à incapacidade, o que como já vimos era comuns a partir nas codificações anteriores. Portanto, a deficiência sempre foi motivo de preconceito, discriminação e exclusão. E um dos motivos eram as próprias codificações que os colocavam como incapazes de exercer pessoalmente atos da vida civil. É importante observar os conceitos de cada um, para assim vislumbrar suas diferenças. Considerando que o Estatuto da Pessoa com Deficiência não modificou completamente conceitos já utilizados, mas, tão somente os fez mais claros e inclusivos. A Organização Mundial da Saúde OMS trouxe o conceito de deficiência pelo Decreto 3298/99 (art. 3º), que regulamentou a Lei 7853/89. I deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica, ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade dentro do padrão considerado para o ser humano.()brasil, 1989) Conforme já foi mencionado no capítulo anterior, a Lei de Inclusão, na qual tem como objetivo principal a proteção dos direitos dos deficientes, trouxe um conceito de pessoa com deficiência e até mesmo com ele, ressalta que não se pode considerar que todo nível de deficiência gere a incapacidade de exercer atos da vida civil. Isso se deve ao fato de que mesmo as pessoas que possuem limitação transitória ou permanente que afeta a expressão da sua vontade, não significa dizer que afete diretamente o poder decisório da pessoa, tanto é, que não são mais considerados incapazes. Não mais há uma relação, efetivamente, uma relação implicional entre a deficiência (física, mental ou intelectual) com a incapacidade para os atos da vida civil. Ate porque uma pessoa com deficiência pode não sofrer qualquer restrição à possibilidade de expressar as sua vontades e preferências. E, a outro giro, uma pessoa sem qualquer deficiência pode não ser capaz de exprimir sua vontade como na hipótese do menor de 16 (dezesseis) anos de idade.(cunha;farias;pinto, 2016, p. 309, grifo nosso) 247

11 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa Partindo deste ponto podemos observar que se olharmos apenas o conceito de deficiência, qualquer pessoa com deficiência, seja ela física mental ou intelectual, será considerada incapaz. E isso não é verídico, pois o que implica na incapacidade não é a impossibilidade de poder exprimir sua vontade, o que, tendo em vista que até mesmo aqueles que por causa transitória ou permanente deixarem de exprimir sua vontade são considerado relativamente incapaz. Isso ocorre porque se tem a necessidade de proteger as pessoas com deficiência e assegurar a elas os mesmo direitos dos demais indivíduos. Observa-se que na sociedade atual há um número considerável de pessoas com deficiência. Com isso, a sociedade precisa de um ordenamento que faça com que os demais entendam que essas pessoas não são incapacitadas juridicamente por conta de sua deficiência, isso porque como já foi dito, a incapacidade hoje, não esta atrelada a este fator, mais sim a faixa etária e outros critérios dispostos no artigo 4º do Código Civil de PROCESSSO DE INTERDIÇAO E CURATELA 3.1 CURATELA A curatela é instituto utilizado para que uma pessoa capaz passe a gerir os bens de pessoa considerada incapaz de administrar seu patrimônio. Uma questão interessante a ser falada sobre a curatela é que ela existe desde 451 a.c com a promulgação da Lei das XII Tabuas do direito romano, isso porque naquela época já havia uma necessidade de resguardar os direitos daqueles que possuíam alguma deficiência. (REQUIÃO, 2016) A curatela pertence ao sistema assistencial dentro do código civil, entendendo que existem três institutos, quais sejam: o poder familiar, que é aquele por meio do qual os pais tem o controle sobre os filhos; a tutela que está relacionada aos órfãos e menores retirados do poder familiar; e a curatela que está ligada aos incapazes quanto a sua expressão de vontade (BRAGA. 2017). A curatela é instituto utilizado quando há uma pessoa maior com deficiência, de prazo indeterminado, e esta, precise de alguém que supra sua impossibilidade de exprimir efetivamente sua vontade, isto é o que alude (REQUIÃO, 2016) 248

12 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional Este instituto de assistência entende-se necessário pelo fato da busca incessante da proteção dos direitos da pessoa com deficiência, proteção essa que é indispensável para que não haja prejuízos a esses indivíduos. Ainda existe confusão no tocante a denominação da curatela e da interdição, para saber qual seria o correto. O entendimento é que a curatela é aquela dada à pessoa com deficiência por meio de um processo denominado de interdição. Desta forma, elas possuem a mesma finalidade, pois uma existe sendo resultado da outra (PEREIRA, 2015). O processo de interdição que é meio para se alcançar a curatela, sofreu inerentes modificações entre o ano de 2015 e 2016, tendo em vista o Novo Código de Processo Civil e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência que estavam em curso para vigência. E mesmo os projetos tramitando com pouca diferença entre uma e outra, ainda há dispositivos legais que ficaram confusos e contraditos. Com a nova codificação aplicada, a curatela deixa de ser elencada como regra, para as pessoas com necessidades especiais, isso vislumbrando a nova teoria das incapacidades. (CUNHA; FARIAS; PINTO, 2016) Um dos pontos relevantes quanto à curatela é a sua aplicação proporcional a que está adstrita, isto porque o Estatuto da Pessoa com Deficiência traz como dispositivo que a curatela deverá ser aplicada até o limite das necessidades do deficiente, não precisando ser total, uma vez que a curatela será aplicada em caráter de exceção. (CUNHA;FARIAS;PINTO, 2016; REQUIÃO, 2016) Este entendimento se adequa ao que conceitua como curatela o doutrinador Flavio Tartuce (2016, p. 84) quando diz: A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e as circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. Por fim, o preceito enuncia que os curadores são obrigados a prestar, anualmente, constas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. Esta nova forma de alcance da curatela encontra-se de forma equivalente no artigo 85, caput do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que descreve: A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial (BRASIL, 2015). 249

13 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa Ao tratar do que entendemos como atos existenciais, Cunha, Farias e Pinto (2016, p. 241/242) assentam que: Os atos existenciais defluem da própria personalidade do titular, intrínsecos à sua humanidade. Por isso, a curatela somente alcança atos de índole econômica, como os negócios jurídicos de disposição patrimoniais, dentre os quais a compra e vendam a doação, o empréstimo, a assunção de dividas, a transferências de bens e direitos e etc... O que a Lei de Inclusão trouxe, foi uma garantia da proteção aos direitos da personalidade do curatelado, isso porque se trata de atos inerentes à própria natureza decisória do ser humano, direitos como: sexualidade, liberdade de crença religiosa, ao nome, a imagem, entre outros direitos. Uma vez que, compreendeu-se que o curatelado mesmo tendo sua capacidade relativizada continua sendo detentor de direitos e deveres de forma isonômica quanto aos demais, assim como define o artigo 84, caput e 1º da Lei /2015 (REQUIÃO, 2016): Artigo 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida a curatela, conforme a lei. Constata-se a modificação do artigo da Lei de 2002, que dispõe quanto aos que podem ser curatelados. O Estatuto, em seu artigo 114, revogou os incisos II, III e IV do mencionado dispositivo legal, quais sejam respectivamente: IIaqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir sua vontade; III- os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; IV- os excepcionais sem o completo desenvolvimento mental BRASIL, 2016). Esta modificação implica na inclusão do deficiente mental e intelectual, ao retirá-los de uma realidade onde eram considerados incapazes, bem como nota-se que até mesmo os termos utilizados no dispositivo legal, remetem uma ideia de incapacidade. 250

14 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional 3.2 O PROCESSO DE INTERDIÇAO A primeira mudança a ser observada em relação à interdição é sua denominação no Código de Processo Civil de 1973 (código anterior). Denominava a atual ação de interdição, descrita na seção IX do capitulo de Procedimentos de Jurisdição Voluntaria, de a curatela dos interditos. Com as mudanças na legislação no que incumbe a interdição, questionou-se a necessidade de mudança do nome interdição. Isso porque remete uma ideia de incapacidade, que é exatamente o que e lei /15 buscou modificar. No entanto, permaneceu o nome interdição no Código Civil de 2002, para manter-se em harmonia com o que dispõe no Novo Código de Processo Civil de 2015 (OLIVEIRA, 2016). Inicialmente, o Novo Código de Processo Civil que entrou em vigor em 16 de março de 2015, sobreveio com adaptações que devem se relacionar com o Código Civil de 2002 para ser aplicada de forma correta, diante das alterações sofridas com a Lei /2015. Isto devido ao fato de que o artigo 747 do NCPC traz um rol que identifica as pessoas que tem legitimidade para a promoção da interdição, que são: I pelo cônjuge ou companheiro; II- pelos parentes ou tutores; III pelo representante de entidade em que se encontra abrigado o interditando. IV- pelo Ministério Publico. (ALVES, 2015; BRASIL, 2015) A Lei de 2002 foi revogada no seu artigo 1768, pela Lei /2015 e Lei /2015. Pois a primeira revogou os incisos de I a III, ao passo que outra incluiu o inciso IV, incluindo desta forma a própria pessoa/curatelada legitimada para adentrar em juízo com ação de interdição. Com base nas modificações observadas em comparação aos dispositivos legais, tem-se o entendimento do renomado doutrinador Maurício Requião ao afirmar: Acredita-se que também se deveria incluir no rol dos possíveis requerentes o próprio interditando. Afinal, ninguém mais legitimado para pensar em impor restrições à sua autonomia do que o próprio sujeito. O fundamento seria o mesmo que autoriza a interdição voluntaria que é a que se da com o consentimento do usuário, nos termos do art. 6º, I da Lei /2001[..]. (REQUIÃO, 2016, p. 171, grifo nosso) 251

15 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa A legitimidade do próprio interditando é possível, independente das divergências encontradas perante a entrada em vigor próxima entre as duas leis, Lei de Inclusão e Novo Código Processual Civil. Isso porque o NCPC não poderia revogar o que antes não se encontrava disposto. A melhor solução para a divergência encontrada seria a criação de projeto de lei para que seja incluso ao rol do NCPC, a legitimidade do próprio curatelado mesmo esta possibilidade sendo inclusa ao Código Civil de 2002 pelo Estatuto (REQUIÃO, 2016). Quanto à legitimidade do Ministério Publico, destaca-se que o representante do órgão, só poderá postular ação de interdição quando se tratar de doença mental grave ou intelectual (art do Código Civil c/ art. 748 do NCPC), sendo estas as únicas possibilidades dadas ao Parquet. Entretanto, ressalta-se que a deficiência mental, sendo ela grave ou leve não remete mais a ideia de incapacidade, isso graças ao Estatuto da Pessoa com Deficiência (REQUIÃO, 2016). Contudo, há ainda os requisitos para que o Ministério Público postule ação de interdição, que são: se o companheiro ou cônjuge, representante de entidade onde esteja o interditando ou se seus parentes e tutores não promoverem a ação, poderá o MP postular, ou ainda se forem incapazes o cônjuge, companheiro, parente ou tutor, igualmente será dada legitimidade ao Ministério Público. Na petição inicial, algumas mudanças podem ser observadas na Lei Processual Civil de A petição inicial deverá ser munida de: documentos comprobatórios quanto à legitimidade do curatelando previsto no parágrafo único do artigo 749 do NCPC; devera conter os documentos que provem a incapacidade do curatelando de exercer atos da vida civil, referente às questões patrimoniais, bem como o momento da sua incapacidade (artigo 749, caput, do NCPC); para a efetiva comprovação das alegações do interditando na inicial, este deve juntar laudo médico, caso não tenha como, deverá justificar de forma relevante a impossibilidade da juntada, artigo 750 NCPC. Este último artigo mencionado, não se encontrava previsto anteriormente no Código de Processo Civil de 1973 (ALVES, 2016) Quanto ao conteúdo probatório que deve ser indicado na petição inicial, aduz Mauricio Requião (2016, p. 173): Também aqui a chegada do Estatuto traz mudanças, já que o estabelecimento da curatela e, por conseguinte, o procedimento de interdição, não estarão necessariamente vinculados à situação da incapacidade. Para que não se faça necessária reforma da redação 252

16 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional do referido artigo, o ideal é que se dê a ele interpretação literal. Ou seja, a prova que deve ser feita é da incapacidade fática da prática de certos atos, não da condição de sujeito incapaz. Uma das novidades criticada pelo já citado, Mauricio Requião é a curatela provisória, que poderá ser imputada pelo juiz em caso de urgência. Todavia o autor entende que esta urgência deverá ser analisada de forma cautelosa, a fim de não causar danos ao curatelado, pontuando que esta curatela deverá somente existir em casos pontuais, como é o caso de tratamento de saúde, questões de moradia, entre outros. (2016, p. 174). Depois de peticionada a inicial o interditando será citado para ser entrevistado pelo juiz. Diferente do que positivava a anterior lei processual que definia como interrogatório, que se entedia como uma ideia inquisitória, o que não deve ser o caso da oitiva do interditando. Esta possibilidade encontra-se disciplinada no artigo 751 do NCPC. O mesmo dispositivo legal implica também na possibilidade do juiz ser assistido por equipe multidisciplinar, hipótese esta que está prevista como caráter obrigatório no artigo 1772 do Código Civil de O art. 751, do novo CPC, também indica a possibilidade do juiz deslocar-se até o encontro do curatelando, mas somente nos casos em que este não possa ir em juízo. Questão essa, criticada pelo doutrinador Mauricio Requião (2016) que declara, se a entrevista ocorresse em local mais propício e menos intimidador, as chances de ser compreendida a dimensão das necessidade do interditando seriam maiores. O NCPC ampliou o prazo de resposta do interditando, contando 15 (quinze) dias uteis para impugnar o pedido feito na inicial, sob pena de revelia. A importância da ampliação do prazo dar-se-á em virtude de maior possibilidade ao curatelando de juntar provas para a impugnação nos autos, artigo 752 do NCPC (ALVES, 2016). A inicial ao ser impugnada pelo interditando, será realizado expedição de laudo pericial para comprovação da proporcionalidade aferida para a interdição do relativamente incapaz. O laudo deverá ser preciso, quanto aos questionamentos e averiguações, de modo que levem a entender o grau referente ao que o interditando possui de entendimento quanto aos atos da vida civil e até onde ele pode ser autônomo sem prejudicá-lo. No que se refere aos questionamentos a serem realizados, Requião afirma: 253

17 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa Outro ponto relevante diz respeito ao fato de que as perguntas, sempre que possível, não devem ser feitas de modo a que se responda simplesmente sim ou não, em modelos de tudo ou nada, mas sim abrindo ao interlocutor a possibilidade de explorar gradações e tecer considerações mais esclarecedoras sobre o sujeito que está sendo alvo de processo de interdição. (REQUIÃO, p. 179, grifo nosso) A sentença será decretada após a oitiva do interditando, a impugnação do pedido e a expedição de laudo pericial. O juiz prolatará a sentença conforme determina o artigo 755 do Código de Processo Civil: Art. 755 Na sentença que decretar a interdição, o juiz: I nomeará curador, que poderá ser o requerente da interdição, e fixará os limites da curatela, segundo o estado e o desenvolvimento mental do interdito; II considerará as características pessoais do interdito, observando suas potencialidades, habilidades, vontades e preferências.[...] O mesmo dispositivo legal determina que o curador atuará nos limites da curatela ( 1º), bem ainda em casos de incapaz que esteja sob a guarda do interditando o juiz deverá determinar a melhor pessoa para atender aos interesses do incapaz e do curatelado ( 2º). Ao tratar do processamento da ação de interdição, importante ao momento é destacar divergências doutrinárias quanto a existência da interdição. Isso porque doutrinadores e entendedores do direito, renomados, já se pronunciaram quanto à possibilidade da interdição, após o Estatuto, ter se extinguido. Imperioso relembrar que o Estatuto busca retirar o caráter discriminatório trazendo o caráter isonômico aos deficientes. Com isso, é possível notar que o Estatuto retira a nomenclatura interdição, utilizando tão somente curatela, mudança esta, levada ao Código Civil de No entanto, esta modificação não alcançou a Novo Código de Processo Civil. O grande questionamento é se o impasse legislativo entre o Estatuto e o NCPC teria trazido a inexistência da interdição, assim como afirma Lobo (2015): não há que se falar mais de 'interdição', que, em nosso direito, sempre teve por finalidade vedar o exercício, pela pessoa com deficiência mental ou intelectual, de todos os atos da vida civil, impondo-se a mediação de seu curador. Cuidar-se-á, apenas, de curatela específica, para determinados atos(grifo nosso) 254

18 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional Por sua vez, o mesmo autor ainda fala que mesmo estando disciplinada na Lei /2015, a ação com nome de interdição esta não mais existe, tendo em vista que a Convenção de Direitos Humanos de 2008 tem força de Emenda Constitucional e por isso torna-se superior ao NCPC (LOBO, 2015). A interdição conhecida pela maioria da sociedade, de caráter total e de plenos poderes ao curador, com a vigência do Estatuto, deixa de existir. Uma vez que sua perspectiva torna-se diferente, em caráter excepcional e sem a plenitude de poderes dados ao curador, assim aduz Stolze (2015, p. 1). O Estatuto trouxe então para a curatela um caráter não só excepcional, mas também a flexibilizou e a atualizou, assim como é o entendimento de Stolze (2015): Mas, como analisamos linhas acima, é importante observar que a interdição e a curatela - enquanto procedimento" e instituto assistencial, respectivamente - não desapareceram, havendo, em verdade, experimentado uma flexibilização Em julgados pode ainda ser observado que em sentença a magistrada Joana Ribeiro (DJ, TJSC- Autos nº ) usou de um relatório da palestra realizada pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família, ao decretar sentença: Falar em interdição é um grande erro a partir de agora. Porque hoje, interditar é segregar, é extirpar.o que existirá é um processo de curatela (Curatelando X Curatelado). Sem aprisionamento da pessoa humana, não é mais uma prisão perpétua de direitos fundamentais. Com efeito, reflete mudanças no processo de interdição que podem ser interpretadas como sua extinção, considerando que esta afirmação não é verídica, tem-se o posicionamento de Nelson Rosenvald em explicação após ação de interdição, mencionada acima, julgada em Santa Catarina 1ª Vara Civil pela Juiza Joana Ribeiro: Não se trata mais de uma 'interdição' de direitos fundamentais de uma pessoa com transtornos mentais, porém de uma curatela temporalmente limitada, que só poderá ser aplicada com forte carga argumentativa que indique que uma pessoa, em sua complexidade, não pode mais exercer o autogoverno (ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO, 2016, grifo nosso) 255

19 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa 3.3 TOMADA D.E DECISÃO APOIADA A tomada de decisão apoiada foi introduzida pelo Estatuto em seu artigo 116, no Código Civil de 2002 no art A. Esse novo instituto de assistência se equipara a curatela, sendo usual para a proteção dos relativamente incapazes. Diferentemente do que alguns entendem a tomada de decisão apoiada não suprimiu a curatela, ela somente se tornou uma opção para os incapazes. Outra diferença analisada é que enquanto a curatela remete a ideia de incapacidade relativa da pessoa com deficiência, a tomada de decisão apoiada serve tão somente para auxiliar a pessoa com deficiência nos atos em que ela entende que precisa de auxilio de outras pessoas. Elas divergem também, pois a tomada de decisão apoiada não minora a autonomia do deficiente, o contrário do que ocorre com a curatela, que apesar de só atingir questões patrimoniais, ainda assim, atinge a autonomia do PCD, assim como assenta Cunha, Farias e Pinto (2016, p.337) Elas não serão interditadas ou incapacitadas, pois a tomada de decisão apoiada apenas promove a autonomia, sem cerceá-la. Os limites da tomada de decisão apoiada são definidos em termo de compromisso, que deve ser realizado pela própria pessoa com deficiência em conjunto com seus apoiadores. Neste termo, os limites do apoio a ser ofertado pelos apoiadores, bem como neste ato, será determinado o prazo de vigência do compromisso firmado entre apoiadores e apoiado. Referente ao prazo de vigência, doutrinadores entendem que poderá ser estipulado como prazo indeterminado para melhor garantir os direitos do PCD (REQUIÃO, p. 185). Na tomada de decisão apoiada à pessoa com deficiência poderá nomear no mínimo 02 (duas) pessoas, para lhe assessorar em atos da vida civil, isso para que mantenha seus direitos, a dignidade da pessoa humana e igualdade, perante os demais. Essas duas pessoas devem ser idôneas, assim como possuir um vinculo de confiança com o protegido (art A, caput, Código Civil). Art A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. 256

20 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional Vale ressaltar que a tomada de decisão apoiada possui processamento semelhante ao da curatela, sendo que o protegido deve ser ouvido pelo juiz, bem como o juiz deverá ser assistido por equipe multidisciplinar (artigo 1783-A, 3º). Em se tratando de instituto que preza pela confiança entre apoiado e apoiador, caso o apoiado queira retirar algum dos apoiadores e não queira nomear outro apoiador, entende-se por extinta a situação de tomada de decisão apoiada. Entretanto, caso o próprio apoiador decida se retirar da situação em que se encontra, a extinção do instituto não se verifica, pois deve ser chamado o apoiado para nomear novo apoiador, caso não o queira, só assim será instalada a extinção da situação jurídica. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo teve como um dos seus objetivos mostrar a inovações significativas dentro do sistema jurídico de incapacidade. Observou-se que não existem mais pessoas incapazes, no que se refere à deficiência, mas sim somente a faixa etária da pessoa. Esta modificação legislativa influenciou diretamente a vida das pessoas com deficiência, sendo que estas precisando apenas de um curador de mero caráter assistencial, não precisando mais de representantes legais. A nova teoria das incapacidades trouxe a possibilidade de que pessoas com deficiência pudessem ser destrinchadas do conceito de incapacidade. Uma vez que, sua autonomia permanece, a depender do grau de capacidade que esta possui, o qual só será mensurado em sentença de ação de interdição/curatela. Uma das modificações que o Estatuto da Pessoa com Deficiência trouxe dentro do processo de interdição foi de um sistema mais rígido de prolação da curatela ao incapaz. Isso devido à necessidade de mais de uma forma de métodos comprobatórios para que seja aferida a curatela, para que não seja entendido como incapaz uma pessoa que possa, de fato, exprimir suas vontades e desta forma efetuar atos da vida civil. Importante é observar que a interdição possui um estigma discriminatório, do qual ainda será difícil retirar da sociedade, porem, o Estatuto buscou dar mais autonomia ao deficiente tentando retirar esses prejulgamentos. Referente a isso, a partir da leitura dos dispositivos da Lei Brasileira de Inclusão, a pessoa com 257

21 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa deficiência não precisa do aval do curador em atos puramente existenciais, sendo a assistência ofertada pelo curador tão somente de caráter patrimonial. Ao ver tantas modificações dentro do instituto alguns doutrinadores como Pablo Stolze e Flavio Tartuce, levantaram o questionamento referente a interdição se esta teria acabado ou se teria sido relativizada. Enquanto Nelson Rosenwald entendeu que as modificações implicam no fim da interdição, expondo seu posicionamento, no qual entende-se que se for comparado o novo instituto com a forma como este se dava antes da Lei /2015, de fato não tem como visualizar a ação de interdição/curatela. Logo, a partir das leituras levantadas, assim como dos próprios dispositivos legais esta subsiste no ordenamento jurídico brasileiro vigente. Outros autores entenderam que devido ao novo instituto da tomada de decisão apoiada poderia a curatela deixar de ser utilizada pelas pessoas com deficiência. Entretanto, tratando-se de instituto novo, ainda há que esperar para compreender se este irá relativizar ou extinguir o outro. Compreende-se da mesma forma, ao passo que as mudanças realizadas estão em vigor a pouco mais de um ano.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A DECLARAÇÃO dos direitos do homem e do cidadão. 13 de jan Disponivel em: Acesos em: 01 de mai. de 2017, ás 15hrs. ALVES, André Luiz. Estudos do Novo CPC. Blog. Minas Gerais. 14 de agosto de Disponível em: Acesos em: 01 de mai. de 2017, ás 16hrs. ALVES, Carolina. Estatuto da Pessoa com Deficiência Principais Alterações. Site Migalhas.com. 08 de mar. de Disponível em: deficiencia+principais+alteracoes. Acesso em: 10 de jan. 2017, às 14h. BRAGA, Isadora. Os impactos do Estatuto da Pessoa com Deficiência para o instituto da curatela. Revista Jus Navegandi, ISSN , Teresina, ano 22, n. 4956, 25 jan Disponível em: < Acesso em: 10 maio BRASIL. Constituição. Brasília: Senado Federal, BRASIL. Decreto n de 20 de dezembro de 1999, Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de 258

22 Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional proteção, e dá outras providências. Disponível em: BRASIL, Lei 5.869, de 11 de janeiro de Institui o Código de Processo Civil. Revogado pela Lei /2015. Disponível em: BRASIL. Lei , de 10 de janeiro de 2002.Institui o Código Civil. Disponível em: BRASIL. Lei de 16 de março Código de Processo Civil. Disponível em: BRASIL. Lei de 03 de 06 de julho de Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: CUNHA, Rogerio Sanches; FARIAS, Cristiano Chaves; PINTO, Ronaldo Batista. Estatuto da Pessoa com Deficiência Comentado artigo por artigo. Ed 1ª. Salvador. Editora Juspodvim FIUZA, Cézar. Direito Civil-Curso Completo. ed. 2.. em em eboock baseada na ed 18. Impressa rev. Atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais Ltda. Disponivel em:file:///c:/users/juiana/downloads/direito%20civil%202015%202016%20%20%2 0César%20Fiuza%20%20%20Curso%20Completo,%20Vol.%20Único.pdf. Acesso em: 24 de out. de 2016, às 16h30min. GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Parte Geral. Vol. I. Ed. 22ª, São Paulo.Editora Saraiva LOBO, Paulo. Com avanços legais, pessoas com deficiência mental não são mais incapazes. 16 de agosto de Disponível em: Acesso em: 15 de mai. de LUTUFO, Renan. Código Civil comentado: parte geral (art. 1º a 282), Vol. I. ed. 3. São Paulo: Editora Saraiva OLIVEIRA, Rogério Alvarez, ConJur novo sistema de (in)capacidades e a atuação do Mp. Revista Eletronica. ConJur. 16 de abr. de Disponível em: Acesso em: 10 de janeiro de 2017, ás 16hrs. PAMPLONA FILHO, Rodolfo; STOLZE, Pablo. Novo Curso de Direito Civil Parte Geral -Vol I. ed. 18. São Paulo: Editora Saraiva PEREIRA, Elder. Curatela ou Interdição?. JusBrasil Disponivel em: Acesso em: 05 de abr. 2017, às 16 hrs 259

23 Juliana Pereira Volpi e Suzana Lopes de Oliveira Costa REQUIÃO, Mauricio. Estatuto da Pessoa com Deficiência, Incapacidades e Interdição. Coleção Eduardo Espínola. Editora Juspodvim SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: Decreto Legislativo nº 186, de 09 de julho de 2008: Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de ed. 4ª, rev. e atual. Brasília, p. STOLZE, Pablo. É o fim da interdição?. Revista Jus Navigandi, ISSN , Teresina, ano 21, n. 4605, 9 fev Disponível em: < Acesso em: 17 maio

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