Braquiterapia ginecológica guiada por imagem (IGBT): estabelecimento de rotina por meio da avaliação da resposta tumoral

Transcrição

1 Braquiterapia ginecológica guiada por imagem (IGBT): estabelecimento de rotina por meio da avaliação da resposta tumoral Silvia R Stuart Roger G R Guimarães André T C Chen Heloisa A Carvalho Lucas A Paula Ronaldo Baroni Roberto Blasbalg Serviço de Radioterapia e Serviço de Ressonância Magnética do Departamento de Radiologia e Oncologia - INRAD Hospital das Clínicas da FMUSP e ICESP

2 Introdução Braquiterapia ginecológica guiada por imagem (IGBT) Maior dose nos volumes alvos Melhor preservação dos tecidos normais adjacentes Melhor controle local (sobrevida?) Menor toxicidade Pötter et al, RO 2011

3 Introdução IGBT requer definições dos volumes tumorais baseadas em imagens de ressonância magnética (RM) O uso de recursos deve ser otimizado, principalmente em países com alta incidência de câncer do colo uterino Haie-Meder et al, RO 2005

4 Objetivo Estabelecer uma rotina para implementação da IGBT em um hospital público brasileiro otimizando o uso dos recursos para o procedimento.

5 Pacientes e Métodos Estudo prospectivo (2010) Carcinoma do colo uterino, não operado Radioterapia ± Quimioterapia concomitante (CDDP) Radioterapia o 45 Gy pelve (± 14 Gy paramétrios) o BATD: 4 x 7 Gy no ponto A, 1 ou 2x/semana B1 e B3: RM B2 e B4: TC

6 Métodos Volumes tumorais (GTV) RM, sequências em T2 oao diagnóstico: GTV D ob1: GTV B1 ob3: GTV B3 Contornos (GEC-ESTRO) o 3 radioterapeutas experientes o Pelo menos 1 radiologista Haie-Meder et al, RO 2005

7 Métodos Volumes tumorais Volumes estimados (VE): V = d 1 x d 2 x d 3 x π/6 Diagnóstico Braquiterapia Volumes calculados pelos contornos no sistema de planejamento da braquiterapia (VC)

8 Métodos Análise estatística VE e VC: comparados entre si em cada fase do tratamento Taxa de regressão tumoral ao longo do tratamento: avaliada para VE e VC Análises descritivas e de frequências Correlação de Spearman (VE com VC) Teste de Friedman (comparação tempos de tratamento) Teste de Wilcoxon (comparação 3 variáveis) p 0,05 (correção de Bonferroni para múltiplas comparações)

9 Resultados 13 pacientes / 52 procedimentos Fevereiro/2010 a Dezembro/2011. Idade mediana = 46 anos (31 a 76 anos) PS ECOG = 0 Tipo Histológico Estadiamento IB IIA IIB IIIB

10 Resultados Radioquimioterapia concomitantes Braquiterapia 2 pacientes: antes da 3ª semana (< 30 Gy) 7 pacientes: entre a 3ª e 5ª semanas de teleterapia (30 a 45 Gy) 4 pacientes: após 5ª semana (45 Gy) Duração mediana tratamento: 62 dias (47 a 123 dias)

11 Resultados Volumes 200 Volumes do GTVB1 de cada paciente VE Volumes do GTVD de cada paciente Volume GTV (cc) VC Volume GTV (cc) VE VC Pacientes Pacientes Volumes do GTVB3 de cada paciente VE Volume GTV (cc) VC Pacientes

12 Resultados Correlação entre VE e VC Diagnóstico Correlação entre VE e VC ao diagnóstico B1 Correlação entre VE e VC em B1 B3 Correlação entre VE e VC em B VE GTV D (cc) r = 0,505 p = 0,078 VE GTV B1 (cc) r =0,604 p = 0,029 VE GTV B3 (cc) r = 0,726 p = 0, VC GTV D (cc) VC GTV B1 (cc) VC GTV B3 (cc)

13 Resultados Variação de VE D B1 B3 VE Mediana (IIQ)(cc) Variação p* p # GTV D 25,5 (17,4 a 116,8) GTV B1 9,7 (1,3 a 18,0) GTV B1 9,7 (1,3 a 18,0) GTV B3 4,4 (0,05 a 16,6) 61,9% 0,001 54,7% 0,008 0,0001 GTV D 25,5 (17,4 a 116,8) 82,7% 0,005 GTV B3 4,4 (0,05 a 16,6) *Wilcoxon signed rank test. # Teste de Friedman. Legenda: IIQ = Intervalo Interquartis

14 Resultados Variação de VC D B1 B3 VC Mediana (IIQ) (cc) Variação p* p # GTV D 21,0 (11,3 a 103,9) GTV B1 5,2 (0,5 a 18,9) GTV B1 5,2 (0,5 a 18,9) GTV B3 2,3 (0 a 14,5) 75,2% 0,001 55,8% 0,008 0,0001 GTV D 21,0 (11,3 a 103,9) 89,0% 0,005 GTV B3 2,3 (0 a 14,5) *Wilcoxon signed rank test. # Teste de Friedman. Legenda: IIQ = Intervalo Interquartis

15 Resultados Variação de VE e VC Volume GTV (cc) ,51 VE VC 20,66 9,68 4,46 5,16 2,26 D B1 B3

16 Resultados Evolução das pacientes Seguimento mediano de 32 meses (25 a 47 meses) 12 pacientes: controle local 2 pacientes: óbito em 22 e 23 meses o doença local o metástases hepáticas (com controle local)

17 Discussão Otimização dos recursos Regressão tumoral: mais acentuada entre o início da radioterapia e a primeira fração de braquiterapia Teleterapia Dx à B1: cerca de 70% de redução Dx à B3: cerca de 85% de redução

18 Conclusões ROTINA: IGBT a partir da 3ª semana de teleterapia, se anatomicamente possível. TC nas frações subsequentes (volume tumoral definido na RM em B1), principalmente nos casos com boa regressão tumoral.

19 Mensagem Final O exame físico ginecológico detalhado ainda possui fundamental importância

20 Resultados Variação dos Volumes Boa resposta Pouca resposta