Unidade III: Importância do processo educativo para o enfermeiro no parto e nascimento
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- Matheus Bonilha Quintão
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1 Unidade III: Importância do processo educativo para o enfermeiro no parto e nascimento Discutiremos nesta unidade a importância do processo educativo para o enfermeiro, ampliando suas possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem. INTRODUÇÃO A busca no aprimoramento de suas habilidades e competência deve ser inerente em todo profissional que objetiva um desenvolvimento em seu campo de atuação. Este ganho pode ocorrer mediante o conhecimento e experiência. No entanto, hoje, o mercado de trabalho é competitivo e tornam-se urgente preparar o profissional com características inovadoras, motivados, criativos, integrados, comunicativos, flexíveis as mudanças. O profissional que consegue ver oportunidades onde a maioria enxerga problemas e principalmente, formular caminhos e resoluções singulares. A melhora na qualidade da assistência ao parto ocorre pela realização de cuidados e orientações à gestante, com intenção de prepará-la para este momento. A educação em saúde é considerada uma função inerente à prática de enfermagem e uma responsabilidade essencial da profissão. Nesse sentido, o(a) enfermeiro (a) amplia o seu papel de educador (a), comunicando conteúdos, participando de processos educativos, e avaliando materiais educativos. A prática profissional da enfermagem traduz-se pelo cuidado e ensino. Nesse sentido, a enfermagem é a arte de cuidar e ensinar a cuidar 1. O enfermeiro é um educador em assuntos de saúde. Não tem como desenvolver suas funções sem realizar atividades educativas. A educação é um processo de ação capaz de produzir mudanças comportamentais, porém, para ser eficiente necessita levar em consideração o grau de desenvolvimento real da população assistida, assim como os conhecimentos e habilidades que já possui.
2 Nesse contexto, o profissional de enfermagem deve conhecer para quem será o processo educativo e situá-lo no universo. Todo conhecimento deve contextualizar seu objeto, para ser pertinente. Quem somos? É inseparável de Onde estamos? De onde viemos? Para onde vamos? Interrogar essas questões implica em questionar primeiro nossa posição no mundo. A realização de ações educativas no decorrer de toda a etapa do ciclo grávido-puerperal é importante, entretanto, no pré-natal a gestante, companheiro e família deveram ser orientados para que possam viver a experiência de forma participativa e segura. O que se preconiza é a oferta de ações educativas que capacitem à mulher o conhecimento sobre o parto e nascimento. Tais ações devem, preferencialmente, ser realizadas através de metodologias participativas, garantindo assim, que o conhecimento que as mulheres já possuem possa ser aproveitado dentro dos grupos formados nos serviços de saúde e os profissionais devem adotar a postura de educadores que compartilham saberes. 1 Articulando alguns conceitos Inúmeros debates sobre o ensino concluem que a transmissão do conhecimento teórico, por si só, não assegura que o mesmo seja incorporado ao processo. Há a necessidade de que esse conhecimento seja compreendido e internalizado, tomando-se em considerações as vivências, experiências e conhecimento anteriores daquele que aprende. 1. Comunicação eficaz Segundo Chiavenato, Comunicação é o processo de transmissão de uma informação de uma pessoa para outra então compartilhada por ambas. Representa o intercâmbio de pensamentos e de informações para proporcionar a compreensão mútua e confiança, além de boas relações humanas. Para que ação seja efetiva é essência que o beneficiário da informação a receba e a compreenda. A informação simplesmente transmitida, mas não recebida, não foi comunicada. 2
3 A comunicação eficaz integra os envolvidos, estimulando a troca de idéias, porém, impedindo a difusão de conceitos e idéias equivocadas. Para Martino 3, o termo comunicação origina do latim communicatio, do qual distinguimos três elementos: uma raiz munis, que significa estar carregado de, que acrescido do prefixo co, o qual expressa simultaneidade, reunião, temos a ideia de uma atividade realizada conjuntamente, completada pela terminação tio, que reforça a ideia de atividade. O sistema de comunicação envolve no mínimo, duas pessoas ou dois grupos: o remetente (fonte) e o recebedor (destino), isto é, o que envia a comunicação e o que recebe. Observe a figura sobre o processo de comunicação. A fonte constitui o ponto inicial e o destino constitui o ponto final da comunicação. Entre eles existem quatro componentes do processo: a transmissão, o canal, a recepção e o ruído. FONTE TRANSMISSOR canal Receptor Destino RUIDO Fonte: CHIAVENATO. I. Administração de empresas. Uma abordagem contingencial.2002
4 - fonte: o remetente cria a ideia ou escolhe algum fato para comunicar. É o que passa a ser o conteúdo da comunicação, ou seja, mensagem com um determinado significado. - Transmissor: a mensagem é devidamente codificada. O transmissor significa o meio, processo (voz) que codifica e transporta a mensagem até o receptor (destino). - Canal: espaço intermediário situado entre o transmissor e o receptor, trata-se do ambiente externo que envolve o transmissor e receptor, os quais ligam a fonte e o destino. - Receptor: significa o processo que capta e recebe a mensagem do canal. - Destino: significa a pessoa, ou o processo a quem é destinada a mensagem no ponto final do sistema de comunicação. - Ruído: significa a perturbação indesejável que tende a alterar de maneira imprevisível as mensagens transmitidas. A comunicação só ocorre quando o destino (a pessoa que a recebe) compreende ou interpreta a mensagem. Se a mensagem não chega ao destino, e se o destino não a compreende, a comunicação não é eficaz, ou seja, não se efetiva. A comunicação transmite a informação, significado e compreensão. É um processo de duas vias e não de uma via só: a informação, significado e compreensão não devem ser apenas transmitidos, mas devem ser recebidos e compreendidos. Se a informação é transmitida e recebida, mas não é compreendida, não existe comunicação. 2. Importância do ato de ouvir O entendimento entre os participantes é obrigatório para que haja comunicação. O ato de ouvir requer atividade mental. Para Robbins 4, uma audição eficaz requer oito comportamentos associados:
5 Utilize contato visual: escutar pode ser feita apenas com nossos ouvidos, porém as pessoas tendem a julgar se estamos realmente ouvindo olhando nos nossos olhos. Use acenos afirmativos e expressão facial adequada: o ouvinte eficaz demonstra interesse em ouvir. Evite ações ou gestos distraídos: uma forma de mostrar o seu interesse é evitar ações que represente falta de atenção. Mantenha seu olhar no locutor, sem olhar para o relógio, mexer em papeis ou outra distração semelhante. Faça perguntas: o ouvinte crítico analisa e faz perguntas. Esse comportamento propicia esclarecimento, garante compreensão e assegura ao orador que você está ouvindo. Evite interromper o protagonista da comunicação: permita o narrador concluir o pensamento antes de oferecer uma resposta. Evite elaborar conclusões antecipadas sobre os pensamentos do orador. Não fale demais: é freqüente as pessoas procurarem falar suas próprias idéias ao invés de ouvir outras opiniões. Muitas vezes somente nos permitimos ouvir para que possamos falar. È impossível falar e escutar ao mesmo tempo. Exerça papéis de orador e ouvinte de forma alternada, com transições suaves entre esses dois agentes. O ouvinte ativo faz transições suaves de orador para ouvinte e novamente para orador. Esta forma possibilita este ouvinte a concentrar-se naquilo que o orador tem a dizer e procurar não pensar no que você vai dizer assim que tiver uma chance. 3. Interação entre componentes do grupo Os participantes de um grupo podem exercer papéis distintos, alguns com ação funcional, e outros atuando como bloqueadores. Os papéis funcionais podem ser representados pelo líder, no facilitador, no informador, enfim, no componente que incentiva ou ajuda. O papel bloqueador é observado no individuo que impede o desenvolvimento normal do grupo,
6 como aquele que conta piadas, interrompe os outros com freqüência, no agressor, no importuno, no adulador. Para otimizar as comunicações é necessário: Praticar uma comunicação voltada para resultados Saber distinguir o momento oportuno para enviar a mensagem Desenvolver a percepção Acompanhar o processo comunicativo Criar um clima de receptividade e confiança Ter habilidade para ouvir Ter habilidade para dar e receber feedback Aprender a filtrar as informações Atualizar-se Os comportamentos que interferem no aprendizado e progressão de um grupo são diversos: Expressões fisionômicas que traduzem ansiedade Pouco caso Indiferença Agressividade Formação de grupos separados Conversas paralelas Bloqueio do grupo Bloqueio a determinados elementos do grupo Esnobismo Percebendo esses tipos de comportamentos e sabendo como tratá-los, você terá condições de perceber como o grupo funciona, e como os indivíduos interagem, e colocam sua atuação em função da realidade percebida. Sendo assim, busque o conhecimento, treine a habilidade, tenha atitudes mentais positivas para uma comunicação eficaz. 4. Caminhos para a organização do processo educativo
7 O processo de gerenciamento considera a existência de cinco fases abrangendo todo o percurso desde a concepção até o encerramento de um determinado trabalho ou empreendimento. Essas fases são conhecidas como 6 : 4.1 Inicialização desenvolvimento de visão geral do projeto - Reconhecer que o processo educativo vale a pena ser feito - Identificar e definir o problema ou situação geradora Perguntas. - O que comunicar? (o tema/ conteúdo) - Para que? (os objetivos) - Para quem? (o público-alvo) 4.2 Planejamento definição de objetivos, resultados esperados e recursos. - Definir os objetivos - Listar as atividades ou tarefas necessárias aos resultados desejados - Sequenciar as atividades de maneira eficiente - Definir um cronograma 4.3 Execução organização - Organizar - resolver os conflitos e problemas - Manter a comunicação efetiva 4.4 Controle acompanhamento da execução do processo - Monitorar a execução e identificar desvios - adotar ações corretivas para manter o curso planejado - adequar sempre 4.5 Encerramento avaliação dos resultados - verificar, analisar e avaliar os resultados esperados - disseminar os resultados esperados - consolidar o aprendizado e reformular novas propostas.
8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. CARVALHO,V. Cuidando, pesquisando e ensinando: acerca de significados e ações de enfermagem. Rev. Latino-americana de Enfermagem 2004; 12 (5): ZANI, A.V.; NOGUEIRA, M.S. Incidentes críticos do processo ensino-aprendizagem do curso de graduação em enfermagem, segundo a percepção de alunos e docentes. Rev. Latinoam. Enferm., v.14, n.5, p.742-8, CHIAVENATO. I. GESTÃO DE PESSOAS : O NOVO PAPEL DOS RECURSOS HUMANOS NAS ORGANIZACOES. Imprenta RIO DE JANEIRO, BR : CAMPUS, MARTINO, L. Teorias da comunicação: conceitos, escola e tendências. Petropolis: Vozes, ROBBINS,SP. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: saraiva, MOURA,D.G; BARBOSA, E.F. Trabalhando com projetos. Planejamento e gestão de projetos educacionais. 4ª edição. Editora Vozes
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