O Reflexo da Reforma no Regime de Previdência Complementar

Transcrição

1 O Reflexo da Reforma no Regime de Previdência Complementar Nilton Santos, 17 de agosto de

2 O Regime de Previdência Complementar - RPC 2

3 Sistema de previdência Regime Geral Regimes Próprios Previdência Complementar Obrigatório Repartição Simples Obrigatório Repartição Simples ou Capitalização Facultativo Capitalização Obs: Não substitui o RGPS e RPPS 3

4 FUNDAMENTOS DO REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR EC nº 20, de 15/12/1998 título da ordem social Art O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. 4

5 FUNDAMENTOS DO REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR EC nº 20, de 15/12/1998 título da ordem social Art. 202, 2º. As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim, como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. 5

6 REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - RPC Previdência Complementar (art. 202, CF) Entidades Abertas - EAPC (Fins lucrativos - bancos e seguradoras) Entidades Fechadas - EFPC (Sem fins lucrativos) 6

7 ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - EAPC Principais Características Fins lucrativos Administrador dos planos: Bancos e Seguradoras; Tipos de Planos: coletivos ou individuais; Principais Produtos: PGBL e VGBL; Fiscalização: Superintendência de Seguros Privados SUSEP, vinculada ao Ministério da Fazenda. 7

8 ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR- EFPC Principais Características Sem fins lucrativos; Administrador: a própria entidade Tipos de Planos: coletivos e personalizados; Fiscalização: Superintendência Nacional da Previdência Complementar Previc, vinculada ao Ministério da Fazenda. 8

9 QUEM PODE CRIAR PLANOS NA EFPC? Patrocinadores Empregador que cria plano de benefício previdenciário para os seus empregados, a ser administrado por uma EFPC. Podem ser patrocinadores: qualquer empresa ou grupos de empresas e a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e suas respectivas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista. Instituidores Pessoa jurídica de caráter profissional, classista ou setorial que cria plano de benefício previdenciário para os seus associados ou membros, a ser administrado por uma EFPC. Podem ser instituidores: conselhos profissionais, entidades de classe, sindicatos, centrais sindicais, cooperativas e associações profissionais, organizações setoriais que congregam Pessoas Jurídicas. 9

10 Legislação Aplicável. Lei Complementar nº 108/2001 Estabelece regras específicas para as EFPC de patrocínio público e seus respectivos planos. * Estrutura de governança; * Regras para Dirigentes; * Planos de benefícios; * Nível de contribuição. Lei Complementar nº 109/2001 Estabelece regras gerais de funcionamento para o RPC e específicas para as EFPC e EAPC e seus respectivos planos de benefícios.

11 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA EFPC Pessoa jurídica (CNPJ próprio) de direito privado, autônoma e com objetivo exclusivo. Representação dos patrocinadores, instituidores, participantes e beneficiários nos conselhos deliberativo e fiscal; Pode administrar mais de um plano de benefícios; O patrimônio administrado é segregado por Planos de Benefícios (CNPB) e Plano Administrativo (PGA) A gestão dos recursos poderá ser própria ou terceirizada; Aplicação dos recursos conforme as diretrizes e os limites prudenciais estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional CMN. Res. nº 3.792/

12 ESTRUTURA MÍNIMA DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Conselho Deliberativo Responsável pela definição da política geral de administração da entidade e de seus planos de benefícios. Presidência: Patrocinadores ou Instituidores Diretoria-Executiva Conselho Fiscal Conselho Fiscal Responsável pela administração da entidade e dos planos de benefícios, observando a política geral e as boas práticas de governança. Responsável por supervisionar a execução das políticas do Conselho Deliberativo, o desempenho dos planos de benefícios e as boas práticas de governança da Diretoria. Presidência: Participantes ou Assistidos 12

13 BENEFÍCIO DEFINIDO - BD MODALIDADES DE PLANOS Os participantes têm a garantia do recebimento dos benefícios programados no valor ou nível previamente estabelecido; As contribuições são definidas com a finalidade de assegurar a concessão e manutenção dos benefícios, podendo variar ao longo dos anos. CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA - CD O valor dos benefícios programados será com base no saldo de conta acumulado para o participante, advindo de suas contribuições, da patrocinadora e da rentabilidade dos recursos investidos; As contribuições são pré-definidas livremente pelo participante e pela patrocinadora. CONTRIBUIÇÃO VARIÁVEL - CV Nessa modalidade de plano, os benefícios programados e as contribuições são a combinação das modalidades de Benefício Definido e Contribuição Definida.

14 EFPC criada por Ente Federativo (Patrocinador Público) A EFPC é autônoma, de natureza pública, tem personalidade jurídica própria, não possui finalidade lucrativa e seu patrimônio não se mistura com o dos Patrocinadores ( 15 do art. 40 da CF) ESTRUTURA DE GOVERNANÇA: Conselho Deliberativo (6 membros); Conselho Fiscal (4 membros) e Diretoria Executiva. Plano de benefícios na modalidade de Contribuição Definida Aplica-se a lei de licitação e contratação de funcionários por meio de concurso público. Servidores podem ser requisitados A contribuição do patrocinador não poderá exceder a do participante

15 Previdência Complementar para os Entes Federativos

16 VANTAGENS PARA OS ENTES FEDERATIVOS Desvincular o valor da remuneração dos servidores em atividade dos proventos de aposentadorias no RPPS; Estabelecer o teto do INSS para o RPPS; Diminuir as despesas futuras com o RPPS Reduzir os riscos futuros associados ao modelo exclusivamente de repartição; Impacto positivo nas contas públicas no médio e longo prazo; Lei de Responsabilidade Fiscal; Possibilitar o aumento de recursos para educação e saúde. 16

17 Opções para os Entes Federativos ADESÃO A PLANO Convênio de Adesão CRIAR PLANO Regulamento Avaliação e Nota Técnica Atuarial CRIAR ENTIDADE * Estatuto *Diretoria *Conselhos Deliberativo e Fiscal *Pessoal *Sistemas *Contabilidade *Atuário *Financeiro* Auditoria

18 Adesão ou criação de Plano de Benefícios Vantagens: Ganhos de escala na administração dos ativos (rentabilidade) e nas despesas administrativas (redução de custos); Planos específicos para cada Ente Federado com independência patrimonial em relação aos demais; Responsabilidades dos patrocinadores continuam sendo independentes; Melhor viabilidade do projeto de previdência; Possibilidade de criação de EFPC no futuro; Realização de todas as atividades gerenciais, administrativas e operacionais pelo fundo;

19 Criação de Entidade Análise de Viabilidade do Plano Administrativo Projeção mensal ( Receitas x Despesas ) com base no potencial número de participantes. Mínimo, 2 (dois) anos iniciais de funcionamento. Receitas: % das contribuições do patrocinador e participantes, que varia conforme o número de participantes; Despesas administrativas: sistemas, contabilidade, atuária, funcionários e etc.

20 Entidade Multipatrocinada Planos específicos para cada Ente Federado com independência patrimonial em relação aos demais; Possibilidade de transformação em EFPC própria no futuro; Redução de Custos; Ganhos de escala na administração dos ativos e despesas administrativas; Patrocinadoras participam da gestão, com indicação de membros do Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal; Realização de todas as atividades gerenciais, administrativas e operacionais pela EFPC;

21 Previdência Complementar dos Entes Federativos * Em Funcionamento Entidade aprovada, plano ainda não aprovado Entidade em criação Lei Aprovada Projeto de Lei na Assembléia Em Estudos *Assembléia Legislativa da Paraíba. Atualizado em

22 EFPC dos Entes Federativos A SP-PREVCOM EFPC do estado de São Paulo - foi autorizada a gerir planos de previdência de servidores de outros Estados e Municípios ( Lei nº /17). A EFPC do estado de Goiás (Prevcom-GO) pode fazer convênios com outros entes federados Estados e Municípios para que os servidores possam aderir ao plano goiano (Lei nº /17). Funpresp-exe poder administrar planos de benefícios dos Estados, Municípios e DF ( PL nº 6.088/2016 ) 22

23 Orientações para os Entes Federativos na Instituição do RPC

24 Orientações para adesão ao RPC 1. Constituir grupo de trabalho, com participação necessária de representante dos Recursos Humanos ou do órgão responsável pela gestão de pessoas e do planejamento do Poder Executivo. O ideal é ter a participação de representantes dos demais Poderes; 2. Conhecer a legislação relativa ao tema; 3. Fazer levantamento do perfil da massa de servidores (quantitativo, idade, sexo, cargo, salário, tempo de serviço, dependentes e outros dados necessários para o estudo da massa);

25 4. Definir as questões em relação ao Plano de Benefício: Público-alvo; Condições de oferecimento do plano a todos os servidores ( atuais e novos) conforme o Art. 16 da LC 109/01; Regra de contribuição para os participantes; Tipos de coberturas a serem oferecidos (tempo de serviço, idade, invalidez, pensões); Base do salário de contribuição do participante (salário, função e gratificação); Definir o limite máximo de contribuição normal da Patrocinadora, a qual não poderá exceder a do participante; Se vai dar opção aos servidores antigos optarem pelo novo regime,

26 8. Realizar estudo de viabilidade sobre criação de EFPC; 9. Visitar EFPC conhecer estrutura organizacional, forma de funcionamento, sistemas e serviços, custos e custeio administrativo; 10.Realizar levantamento de custos de serviços no mercado; 11.Analisar a possibilidade de desenvolver o projeto em conjunto com outros Entes Federativos. Ex: Estado(s) e Município(s) ou Grupo de Estados e grupos de Municípios; 12.Definir o valor de aporte de recursos para cobrir as despesas com a criação do plano e, conforme a decisão, da Entidade; 13.Elaborar Lei de iniciativa do Poder Executivo instituindo o RPC: diretrizes mínimas do Plano de Benefícios e da EFPC.

27 Orientações para o Projeto de Lei Dotação orçamentária para as despesas de implantação do RPC; Previsão de adesão ou criação de EFPC Previsão de novas Patrocinadoras, no caso de criação de EFPC; Público abrangido pelo Plano: detentores de mandato eletivo, membros dos Poderes, servidores de autarquias e fundações, tribunais de contas e defensorias, cargos de confiança. Benefícios mínimos: programados e de riscos; Previsão de terceirização de risco; Migração do Regime para os antigos servidores; Percentual máximo de contribuição da Patrocinadora. Forma de repasse das contribuições 27

28 A Reforma da Previdência

29 Constituição o art. 40: 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art Proposta: Proposta da PEC 287/16 no RPC 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que mantiverem o regime de previdência de que trata este artigo fixarão o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social para o valor das aposentadorias e pensões e instituirão regime de previdência complementar para seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo.

30 Constituição o art. 40: 15 - O regime de previdência complementar de que trata o 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. Proposta: Alterações da PEC 287/16 no RPC 15 O regime de previdência complementar de que trata o 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo e oferecerá aos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida, observado o disposto no art A. Somente mediante prévia licitação, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão patrocinar planos de previdência de entidades fechadas de previdência complementar que não tenham sido criadas por esses entes ou planos de previdência de entidades abertas de previdência complementar. 30

31 Reflexos das alterações Obrigatoriedade de inserção do RPC para os Entes Federativos que possuam RPPS; Aumento do número de EFPC que possam administrar planos de Entes Federativos; Inserção da possibilidade de gestão pelas EAPC; Inclusão da necessidade do Ente Federativo realizar licitação para a contratação de EFPC ou EAPC para administrar seu plano de Benefícios, caso não crie sua própria EFPC; Possível aumento do número de EFPC ou aglutinação de EFPC de Patrocinadoras do mesmo Ente Federativo Possível aumento do número de Planos de Benefícios; Aumento do número de participantes e pessoas abrangidas pelas EFPC; Aumento no Patrimônio das EFPC e, consequentemente, na Poupança de Longo Prazo, contribuindo para o desenvolvimento e geração de empregos. 31

32 Cenário das EFPC 4,7 Milhões Aposentados/ Pensionistas/ Dependentes 2,7 Milhões 12,7% do PIB Patrocinadores 408 Instituidores 809,69 Bilhões de Ativos Participantes Ativos Planos de Benefícios 308 EFPC Posição: Junho/

33 Nilton Antonio dos Santos Subsecretário do Regime de Previdência Complementar - Substituto sppc.gab@previdencia.gov.br (61) /