PALAVRAS-CHAVE: Transportes de Produtos Perigosos, Ações Emergenciais, Produtos Perigosos, Transporte de Produtos Perigosos em Áreas de Mananciais.
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- Nathalia Leveck Martins
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1 22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro Joinville - Santa Catarina IV-012 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL PARA ACIDENTES ENVOLVENDO O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS NOS SISTEMAS PRODUTORES QUE ABASTECEM A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. Rodrigo Ferraz Moreira(1) Bacharel em Geografia pela Universidade de São Paulo, e pós-graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo. Geógrafo do Departamento de Planejamento, Controladoria e Desenvolvimento Operacional da Sabesp. Endereço(1): Rua Santa Maria do Salto, 12-A Parque das Nações - Guarulhos - SP - CEP: Brasil - Tel.: (11) rfmoreira@sabesp.com.br RESUMO Este plano de ação emergencial foi desenvolvido para todos os sistemas produtores que abastecem a região metropolitana de São Paulo. Para tanto, foi realizado um diagnóstico identificando pontos críticos, ou seja, locais que, caso venha acontecer algum acidente, terá reflexos imediatos ao sistema de tratamento de água, e consequentemente o abastecimento público. Para estes locais estão sendo propostas medidas visando a sua proteção. Além deste diagnóstico, existe um trabalho de articulação com a CETESB, Polícia Militar Rodoviária, Defesa Civil, Bombeiros, Prefeituras, etc., buscando, principalmente, agilidade na tomada de ações, de modo a reduzir ou eliminar os impactos do acidente. PALAVRAS-CHAVE: Transportes de Produtos Perigosos, Ações Emergenciais, Produtos Perigosos, Transporte de Produtos Perigosos em Áreas de Mananciais. INTRODUÇÃO Emergência é uma situação anormal que ocorre em virtude de um desastre ou de um acontecimento excepcional e que demanda uma ação imediata, Lotito (1970). Nos últimos anos, a rápida industrialização do País, juntamente com o crescimento populacional urbano
2 desordenado, expôs a comunidade e o meio ambiente a sérios riscos de acidentes envolvendo produtos perigosos. Para Brito (1992) citado por FUZETTI (2000 p. 3) as indústrias químicas e petroquímicas evoluíram sobremaneira tanto na área de produção e processo, quanto com relação à segurança industrial, visando principalmente a segurança de seus empregados, instalações e os danos ao meio ambiente que poderiam ser causados em razão de um acidente no interior de sua fábrica. Já com relação ao transporte de suas matérias primas, insumos, produtos acabados e resíduos gerados, esclarece que não se obteve o mesmo desempenho, o que tem contribuído para aumentar os riscos para a comunidade e ao meio ambiente. O artigo 9º do Decreto Lei n.º , estabelece que os veículos transportando cargas perigosas deverão evitar o uso de vias situadas em áreas densamente povoadas, ou ainda áreas de proteção de mananciais, reservatórios de água ou reservas florestais e ecológicas ou que delas sejam próximas, Andrade (2000). Porém, o que constatamos é a exposição dos corpos d água à produtos químicos com níveis e potenciais de contaminação e poluição desconhecidos. Diante da problemática apresentada, seja pela iminente possibilidade de acidente, bem como pela importância e fragilidade dos mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp, definiu como prioridade a elaboração deste plano, cujos objetivos, metodologias de trabalhos e propostas de ações serão oportunamente apresentadas. Objetivos Pensando na possibilidade de ocorrência de algum acidente que possa vir a comprometer a qualidade, quantidade e regularidade do abastecimento de água para a RMSP, está sendo proposto este plano de ação emergencial, cujos objetivos são: detectar, o quanto antes, acidentes que ofereçam riscos aos mananciais; agilizar a tomada de decisão e ação em caso de acidente; minimizar impactos de acidentes com cargas perigosas ao abastecimento público; buscar preservar a imagem da Companhia. Para que estes objetivos sejam alcançados, está sendo proposto um conjunto de ações dividido em duas fases com etapas e projetos distintos a serem realizados, à saber: 1.ª Fase: identificação dos pontos com maior risco ao sistemas de tratamento de água para o abastecimento público;
3 definição dos agentes externos envolvidos em respostas à emergências ambientais; estabelecimento de propostas dos mecanismos de proteção; estabelecimento da proposta de articulação; conhecimento e avaliação dos acidentes e seus efeitos sobre o meio ambiente e operação das ETA s. 2.ª Fase: manutenção do cadastro de agentes atualizado; transporte do plano para aplicativo GIS. HIPÓTESES DE ACIDENTES Andrade (2000) comenta que, configurada situação de acidente, avaria ou qualquer outro fato que obrigue a imobilização do veículo transportando produtos perigosos, deverá o condutor adotar as providências indicadas na Ficha de Emergência e no Envelope para Transporte, vinculados a cada produto transportado, procedendo ainda a cientificação, pelo meio mais rápido possível, à autoridade de trânsito mais próxima, fornecendo a esta, informações sobre a ocorrência, local, classe e quantidade dos produtos transportados. Dando seqüência ao raciocínio de Andrade (2000), na hipótese de emergência, acidente ou avaria, o fabricante, o transportador, o expedidor e o destinatário do produto perigoso deverão dar apoio e prestar os esclarecimentos que forem solicitados pelas autoridades públicas. Andrade (2000), alerta para o estabelecido no artigo 10 do Regulamento para o Transporte Rodoviário de Cargas Perigosas, em que o expedidor tem o dever de, anualmente, informar ao DNER Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, os fluxos daquela modalidade de transporte na qual atuam com regularidade, especificando a classe do produto e quantidade transportadas, assim como os pontos de origem e destino, sendo que as informações devem ficar a disposição dos órgãos e entidades do meio ambiente, da defesa civil e das autoridades competentes sobre as vias públicas. Apesar da existência do regulamento exigindo a notificação ao DNER, é praticamente impossível conhecer e controlar todos os tipos de cargas que circulam nas rodovias. Mas, visando a segurança dos mananciais, consideramos importante, num primeiro momento, distinguir as classes dos produtos quanto a sua periculosidade, conforme estabelecido pela Portaria n.º de 20 de maio de 1997 do Ministério dos Transportes e NBR Etapas e procedimentos dos planos Um plano de ação emergencial deve contemplar 3 (três) momentos:
4 antes do acidente: o primeiro momento resume-se no trabalho de planejamento, onde os profissionais envolvidos deverão identificar os pontos que ofereçam, na eventualidade de acidentes, maior risco ao sistema de tratamento de água e abastecimento público, além de definir os agentes com suas respectivas funções dentro do plano de ação; durante o acidente: o segundo momento acontece durante o acidente, quando o fato é identificado e inicia-se a tomada de decisão. Neste momento todos os agentes devem estar articulados de modo a avaliar a dimensão do acidente e tomando as medidas cabíveis; depois do acidente: o terceiro momento consiste na avaliação das medidas tomadas após a ocorrência do acidente. Trata-se de uma atividade burocrática, porém necessária para a validação do plano quanto a sua eficiência, principalmente com relação a agilidade da comunicação e tomada de decisões. Para atender aos objetivos do plano, a metodologia proposta consistiu na identificação dos pontos com maior risco de comprometimento ao sistema de tratamento de água na ocorrência de acidentes, por município, e associá-los aos agentes responsáveis pelo controle da área. Posteriormente, deverá ser mantido um mecanismo de comunicação, ágil e atualizado entre os diversos agentes, bem como um procedimento para a avaliação das medidas tomadas na solução do problema. O plano prevê ainda, a realização de um simulado, cujo objeto é medir a eficiência do plano quanto ao conhecimento e localização do acidente, a agilidade de comunicação entre os agentes e a tomada de decisão. O simulado visa medir a eficiência dos técnicos da Sabesp, pois o mesmo será realizado internamente com absoluto controle dos responsáveis pelas áreas de tratamento (ETA estações de tratamento de água). Identificação dos pontos que oferecem maior risco ao sistema de tratamento de água para o abastecimento público A identificação dos pontos que oferecem maior risco ao sistema de tratamento de água para abastecimento público constituí-se em importante etapa do plano, pois uma vez identificados, inicia-se um trabalho de proteção, bem como a atenção dos agentes envolvidos no plano para aquele local. Dadas as dimensões dos mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, os critérios para definição dos pontos foram os seguintes: cruzamento de rodovias com os cursos d água; rodovias que margeiam cursos d água; trechos sinuosos de rodovias próximo a cursos d água; áreas de captação municipal pertencente aos sistemas isolados. Estes pontos devem ser tabelados, identificando os locais por endereço, referências e coordenadas geográficas, de modo a facilitar a localização do trecho atingido. Nestas
5 tabelas, constam os respectivos agentes com suas respectivas ações e os meios de comunicação. Propostas de articulação O sucesso na solução do problema depende essencialmente da agilidade na tomada de decisão, isto significa articulação entre os diversos parceiros previamente definidos pelo plano. Para tanto, sugerimos a centralização da comunicação de acidentes ou de emergências ambientais no Call Center que é a central de atendimentos à emergência da companhia. A equipe do Call Center, estará preparada para encaminhar o aviso de acidente paras as estações de tratamento de água (ETA s) que mantém equipe 24 horas com pessoal tecnicamente capacitado e procedimentos previamente estabelecidos para situações de emergências. Atualmente não existe mecanismo de comunicação oficial da Sabesp com os demais órgãos ou agentes que respondem à emergências ambientais. Este plano propõe estreitar as relações com a agência ambiental CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental), que dará suporte técnico, bem como a defesa civil, bombeiros, polícia rodoviária que estarão envolvidos na solução do problema. O fluxograma do caminho da informação é o seguinte. Avaliação das medidas tomadas Após tomadas as medidas para a solução do impacto ambiental provocado pelo acidente, é aconselhável que se faça uma avaliação de modo a detectar os pontos fortes e fracos no atendimento que foi dado à emergência. É evidente que os pontos fortes devem ser repetidos sempre que necessário, enquanto que os pontos fracos precisam ser reavaliados e estudadas alternativas para o seu aperfeiçoamento. Este plano propõe dois mecanismos de avaliação das ações tomadas na solução do impacto ambiental, a saber: que seja criado um banco de dados geográficos, onde o local do acidente seja demarcado com coordenadas geográficas (latitude/longitude) e todas as informações coletadas referente ao acidente esteja disponível em aplicativo de SIG (Sistema de Informação Geográfica); que os técnicos envolvidos na solução do problema sejam constantemente capacitados e preparados para a solução destes acidentes. O processo de avaliação deve ser aperfeiçoado continuamente, pois novas tecnologias e equipamentos são apresentados ao mercado que melhoram a cada dia os procedimentos para descontaminação e despoluição. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6 De tudo aqui exposto, é recomendável a elaboração e implantação deste plano de ação, de modo a preservar os mananciais de acidentes envolvendo veículos transportando cargas perigosas. Consideramos importante o envolvimento da defesa civil, agências ambientais - CETESB, polícia militar rodoviária e corpo de bombeiros, ONG s e outros órgãos que tenham suas atividades relacionadas de alguma forma com esta questão. Para a efetiva consolidação do plano, recomendamos: a integração destes órgãos citados, de forma ágil e articulada; que a Sabesp centralize a comunicação com o Call Center, para que na eventualidade de acidentes a troca de informações aconteça rapidamente. que a Sabesp em parcerias com a CETESB e ABIQUIM (Associação Brasileira dos Químicos), desenvolva um programa de capacitação de um grupo técnico para respostas à emergências ambientais; que a Sabesp em parceria com o DERSA (Departamento de Estradas e Rodagem de São Paulo) e o DNER (Departamento Nacional de Estradas e Rodagem), criem mecanismos de proteção das áreas consideradas críticas com a instalação de detetores de velocidade, obstáculos, guard rail, placas de sinalização, etc... Desta forma, acreditamos estar criando um novo caminho para a melhor remediação dos problemas decorrentes de acidentes envolvendo o transporte de produtos perigosos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, F.A.V. de. O transporte de cargas perigosas e o irrenunciável dever do poder público de prevenir e reprimir atentados ambientais: alguns breves comentários. São Paulo Anais do 5º Congresso Internacional de Direito Ambiental. FUZETTI, R.V. O poder público municipal e o transporte rodoviários de produtos perigosos no município de São Paulo. São Paulo [Dissertação de Mestrado Faculdade de Saúde Pública da USP]. LOTITO, O F. Saneamento em situação de emergência em abastecimento de água. São Paulo [Dissertação de Mestrado Faculdade de Saúde pública da USP].
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