XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002
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- Ângelo Gomes Farinha
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1 DETERMINAÇÃO DE PERÍODOS ÚMIDO E SECO PARA O ESTADO DE ALAGOAS Eduardo Jorge Ramos de Araújo Arthur Mattos LARHISA/CT/UFRN, Campus Universitário, CEP: Natal RN - Fone: (84) (ejraraujo@hotmail.com) José Leonaldo de Souza MET/CCEN/UFAL, Cidade Universitária, Tabuleiro, Maceió, AL, CEP: Gilson Moura Filho SER/CECA/UFAL, Campus Delza Gítai, Rio Largo, AL, CEP: ABSTRACT Information on the regional climate is much important for the agriculture, once the geographical distribution of the crops should obey the climatic demands of the same ones. The objective of the work is to trace maps of dry and humid periods for the state of Alagoas with base in indexes obtained through climatologically balance water. In a general way, there is humid days decreasing at the sense East-West. The existence of a altitude microclimate located to northwest provides an increment in humid days around that area. INTRODUÇÃO Alagoas é um estado pertencente a região nordeste do país e possui uma área geográfica de ,1 km2 conta com uma população aproximada de habitantes (IBGE, Censo de 2000). Possui uma faixa costeira no Oceano Atlântico, com aproximadamente 220 km de extensão. Ao sudeste, o rio São Francisco banha 300 km do seu território. O Estado com 102 municípios pode ser dividido em seis regiões naturais: Litoral, Baixo São Francisco, Zona da Mata, Agreste, Sertão do São Francisco e Sertão. Figura 1. Regiões ambientais do Estado de Alagoas. Através de informações obtidas, podemos perceber, que na área agrícola, temos uma deficiência na produção de alimentos. Quase todos os gêneros alimentícios como as verduras, legumes e frutas, consumidos em Alagoas, tem como origem outros estados. Em Alagoas, são exploradas as seguintes culturas: a cana-de-açúcar, algodão, arroz, coco, feijão, fumo, milho, mandioca, batata, abacaxi e banana. Especialmente para as culturas alimentares, exploradas em áreas sujeitas ao fenômeno das secas, as crises são recorrentes, como pode atestar a história dos efeitos da estiagem na evolução da área plantada, na produção, no rendimento das culturas, na renda e no emprego. 132
2 Através de informações obtidas, podemos perceber, que na área agrícola, temos uma deficiência na produção de alimentos. Quase todos os gêneros alimentícios como as verduras, legumes e frutas, consumidos em Alagoas, tem como origem outros estados. Em Alagoas, são exploradas as seguintes culturas: a cana-de-açúcar, algodão, arroz, coco, feijão, fumo, milho, mandioca, batata, abacaxi e banana. Especialmente para as culturas alimentares, exploradas em áreas sujeitas ao fenômeno das secas, as crises são recorrentes, como pode atestar a história dos efeitos da estiagem na evolução da área plantada, na produção, no rendimento das culturas, na renda e no emprego. Devido a esses vários fatores, o conhecimento de informações sobre o clima é de elevada importância, uma vez que, a distribuição das culturas em uma dada região deve obedecer às exigências climáticas das mesmas. Desta forma, haverá maior produtividade agrícola, e conseqüentemente maior rentabilidade econômica. MATERIAIS E MÉTODOS Localidades Estudadas Alagoas é um estado pertencente a região nordeste do país e possui uma área geográfica de ,1 km 2 conta com uma população aproximada, de habitantes (IBGE, Censo de 1991). Possui uma faixa costeira no Oceano Atlântico, com aproximadamente 220 km de extensão. Ao sudeste, o rio São Francisco banha 300 km do seu território. O Estado, com 102 municípios pode ser dividido em seis regiões naturais: Litoral, Baixo São Francisco, Zona da Mata, Agreste, Sertão do São Francisco e Sertão. O estudo se baseou nos dados de 39 Postos Pluviométricos e 4 Estações Meteorológicas (Figura 2 e Tabela 1). Figura 2. Mapa representativo das localidades estudadas. Tabela 1. Localização geográfica dos locais estudados. LOCALIDADE MUNICIPIO LAT. LONG. ALT.(m) Arapiraca Arapiraca 09 o o Atalaia Atalaia 09 o o Boca da Mata Boca da Mata 09 o o Cacimbinhas Cacimbinhas 09 o o Capela Capela 09 o o Capiá da Igrejinha Canapí 09 o o Coruripe Coruripe 10 o o Delmiro Gouveia Delmiro Gouveia 09 o o Flexeiras Flexeiras 09 o o Igreja Nova Igreja Nova 10 o o Lagoa da Canoa Lagoa da Canoa 09 o o Limoeiro de Anadia Limoeiro de Anadia 09 o o
3 Tabela 1. Localização geográfica dos locais estudados. Cont... LOCALIDADE MUNICIPIO LAT. LONG. ALT.(m) Maceió Maceió 09 o o Major Isidoro Major Isidoro 09 o o Mar Vermelho Mar Vermelho 09 o o Maragogi Maragogi 09 o o 14 5 Mata Grande Mata Grande 09 o o Matriz de Camaragibe Matriz de Camaragibe 09 o o Minador do Negrão Minador do Negrão 09 o o Murici Murici 09 o o Olho D'água das Flores Olho D'água das Flores 09 o o Olho D'água do Casado Olho D'água do Casado 09 o o Palmeira dos Índios Palmeira dos Índios 09 o o Passo de Camaragibe Passo de Camaragibe 09 o o Penedo Penedo 10 o o Piaçabuçu Piaçabuçu 10 o o Piranhas Piranhas 09 o o Poço das Trincheiras Poço das Trincheiras 09 o o Porto Calvo Porto Calvo 09 o o Porto Real do Colégio Porto Real do Colégio 10 o o Quebrangulo Quebrangulo 09 o o Rio Largo Rio Largo 09 o o Santa Efigênia Capela 09º18' 36º 08' 170 Santana do Ipanema Santana do Ipanema 09 o o Santana do Mundaú Santana do Mundaú 09 o o São José da Lage São José da Lage 09 o o São Miguel dos Campos São Miguel dos Campos 09 o o Satuba Satuba 09 o o Saúde Maceió 09 o o Tanque D'arca Tanque D'arca 09 o o Tatuamunha Porto de Pedras 09º 14' 35º 21' 12 União dos Palmares União dos Palmares 09 o o Viçosa Viçosa 09 o o Dados Meteorológicos Os dados meteorológicos foram obtidos junto a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste SUDENE, Núcleo de Meteorologia e Recursos Hídricos de Alagoas NMRH-AL e Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. O período estudado se encontra entre 1960 a Foi utilizado o balanço hídrico para se determinar a classificação da umidade mensal para as localidades estudada, adotando-se o critério de SCHMIEDECKEN (1981) que é uma adaptação do balanço hídrico de Thornthwaite. Índice de umidade agrícola (IUA) mensal é estimado da seguinte forma: ou, P IUA =, para P-ETP>0 (1) ETP ETR IUA =, para P-ETP<0 (2) ETP Os valores dos índices de avaliação de umidade mensal (IUA) foram classificados em categorias conforme estabelecido na Tabela
4 Tabela 2. Índice de umidade agrícola (IUA) e a sua classificação em categorias de umidade IUA Categoria de Umidade IUA < 0,5 Árido 0,5 IUA < 1 Semi Árido 1 IUA < 2 Semi Úmido IUA 2 Úmido RESULTADOS E DISCUSSÕES Análise da distribuição do período úmido e do período seco no Estado de Alagoas Pode ser observada, nas tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8, a quantidade de dias do período úmido e dos dias do período seco, nas localidades estudadas. Essas localidades estão selecionadas nas seis regiões no qual se divide o Estado de Alagoas. As localidades de Satuba, Saúde, Boca da Mata, Flexeiras e Viçosa são as que apresentam, entre todas as localidades estudadas, o maior números de dias úmidos, isto é, 214 dias. Quatro localidades, tais como, Capiá da Igrejinha, Delmiro Gouveia, Olho D água do Casado e Piranhas não apresentam período úmido. Em relação a período seco, as localidades de Capiá da Igrejinha, Delmiro Gouveia, Olho D água do Casado e Piranhas apresentam 365 dias secos, não possuindo, portanto período úmido. O menor período seco foram registrados em cinco localidades, Satuba, Saúde, Boca da Mata, Flexeiras e Viçosa, com 151 dias secos. Para o período semi-úmido, a localidade de Porto Real do Colégio apresenta 153 dias semi-úmido e Capiá da Igrejinha, Delmiro Gouveia, Olho D água do Casado e Piranhas, não têm período semi-úmido. O período semi-árido tem a localidade de Matriz de Camaragibe como o local de maior número de dias semi-áridos, 182 dias. As localidades de Saúde, Boca da Mata, Flexeiras e Viçosa, possuem os menores períodos semi-áridos, 59 dias. As localidades estudadas se apresentam, em relação ao período úmido, da seguinte maneira: as localidades com período úmido, em torno de 1 ano, correspondem a 2,3% (1 localidade); 7 meses correspondem a 11,6% (5 localidades); 6 meses correspondem a 23,2% (10 localidades); 5 meses correspondem a 25,6% (11 localidades); 4 meses correspondem a 7% (3 localidades); 3 meses correspondem a 9,3% (4 localidades); 2 meses correspondem a 11,6% (5 localidades); 1 mês correspondem a 2,3% (1 localidade); nenhum período úmido, 9,3% (4 localidades). A maioria dessas localidades se encontra na região do Sertão do São Francisco, com três localidades. Locais com período seco com duração de 1 ano corresponde a 9,3% (4 localidades), com duração de 11 meses corresponde a 2,3% (1 localidade), com10 meses correspondem a 11,6% (5 localidades), com 9 meses de duração tem-se 9,3%(4 localidades), com 8 meses tem-se 7% (3 localidades), com 7 meses de duração correspondem a 25,6% (11 localidades), com 6 meses de duração correspondem a 23,2% (10 localidades) e com duração de 5 meses correspondem a 11,6% (5 localidades). Nenhuma localidade registra a ausência de período seco. Tabela 3. Distribuição dos períodos úmido e seco no Litoral. Litoral Período Úmido Período Seco Coruripe Maceió Maragogi Matriz de Camaragibe Passo de Camaragibe Porto Calvo Rio Largo São Miguel dos Campos Satuba Saúde Tatuamunha
5 Tabela 4. Distribuição dos Períodos Úmido e Seco no Baixo São Francisco Baixo São Francisco Período Úmido Período Seco Igreja Nova Penedo Piaçabuçu Porto Real do Colégio Tabela 5. Distribuição dos Períodos Úmido e Seco na Zona da Mata. Zona Da Mata Período Úmido Período Seco Atalaia Boca da Mata Capela Flexeiras Murici Santa Efigênia Santana do Mundaú São José da Lage União Dos Palmares Viçosa Tabela 6. Distribuição dos Períodos Úmido e Seco no Agreste. Agreste Período Úmido Período Seco Arapiraca Lagoa da Canoa Limoeiro de Anadia Mar Vermelho Minador do Negrão Palmeira dos Índios Quebrangulo Tanque D'arca Tabela 7. Distribuição dos Períodos Úmido e Seco no Sertão. Sertão Período Úmido Período Seco Cacimbinhas Capiá da Igrejinha Major Isidoro Mata Grande Olho D'água das Flores Poço das Trincheiras Santana do Ipanema Tabela 8. Distribuição dos Períodos Úmido e Seco no Sertão do São Francisco. Sertão Do São Francisco Período Úmido Período Seco Delmiro Gouveia Olho D'água do Casado Piranhas Em todo Estado (Figura 3), o período úmido é maior na região Litoral, Baixo São Francisco e Zona da Mata. À medida que se desloca para o interior do Estado, percebe-se uma grande diminuição dos dias úmidos. No Sertão se constata que essa diminuição desaparece e dá lugar a um aumento em direção ao norte do oeste do Estado. Isso ocorre devido a existência de uma região de microclima. 136
6 Figura 3 Distribuição da quantidade de dias do Período Úmido no Estado de Alagoas. O período seco, apresenta uma forte atuação na região oeste do Estado, como pode ser observado na Figura 4. Na região do Litoral, bem como na Zona da Mata e Baixo São Francisco, o período se apresenta de forma muito parecida. Já a partir do Agreste, se intensifica o aparecimento de mais dias secos. Como foi notado na Figura 3, na área norte do oeste do Estado a uma diminuição dos dias secos. Novamente é notada a existência de um microclima na região, que acarreta na diminuição dos dias secos. Também é observada, numa área entre o Agreste e o Sertão, a existência de um núcleo de dias secos acima da média da região CONCLUSÃO Figura 4 Distribuição da quantidade de dias do Período Seco no Estado de Alagoas. Os dias úmidos decrescem no sentido Leste - Oeste. Mas, devido à existência de um microclima de altitude situado na região Noroeste do Estado, os dias úmidos aumentam nas cercanias dessa área. AGRADECIMENTO CNPq Proc /
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 ANJOS, F.A. (2000) Avaliação Pluviométrica e Estimativa Agroclimática para Regiões de Alagoas. Rio Largo: CECA/UFAL. 53p. Trabalho de conclusão do Curso de Agronomia (Graduação) Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas. AYOADE, J. O. (1988) Introdução à Climatologia para os Trópicos. Trad. M. J. Z. Santos. 2 a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 332p. MOTA, F.S.. (1986). Meteorologia Agrícola. São Paulo: NOBEL, 370 p. NAKAGAWA, J., SCOTON, L. C., NEPTUNE, L. (1986) Comparação Entre Dois Métodos de Agricultura. Revista de Agricultura, v.41, n.4, p OMETTO, J.C. (1981) Bioclimatologia Vegetal. São Paulo: Ceres, 440 p. PRATES, J.E., SEDIYAMA, G.C., VIEIRA, H.A. (1986) Clima e a Produção Agrícola. Belo Horizonte: Inf. Agropecuário, n. 12. p SENTELHAS, P.C., PEREIRA, A.R., MARIN, F.R., ANGELOCCI, L.R., ALFONSI, R.R., CARAMORI, P.H., SWART, S. (1999) Balanços Hídricos Climatológicos do Brasil. Piracicaba: ESALQ/USP, CD-ROM. SOUZA, J.L., AMORIM, R.F.C., CARVALHO, S.M.R., PEREIRA, J.O., CURI, P.R. (1992) Agrupamento de estações Pluviométricas do Estado de Alagoas Utilizando-se Análise Multivariada. Rev. Bras. De Meteorologia, V.7, n.2, p TUBELIS, A., NASCIMENTO, F.I.L. (1980) Meteorologia Descritiva: Fundamentos e Aplicações Brasileiras. São Paulo: NOBEL. 374 p. VIANELLO, R.L., ALVES, A.R. (1991) Meteorologia Básica e Aplicações. Viçosa: Imprensa Universitária. 449p. 138
18 Traipu - Arapiraca e V.V. 7, Igaci - Palmeira dos Índios e V.V. 2,50
N Linha Linha Tarifa Complementar 1 Rio Largo (Via Gustavo Paiva) - Maceió e V.V. 2,80 2 Rio Largo (Via Mata do Rolo) - Maceió e V.V. 2,80 3 Cruzeiro do Sul - Maceió e V.V. 2,50 4 Messias - Maceió e V.V.
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