Sexta-Feira, 30 de Setembro de 2016

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1 Sexta-Feira, 30 de Setembro de 2016 Bom dia, Déficit Primário do Governo Central atinge R$ 20,3 bilhões em agosto. O déficit primário de agosto foi o pior resultado para o mês desde início da série histórica (1997), chegando a R$ 20,3 bilhões, o que representa uma alta real de 268,9% frente ao resultado registrado há doze meses atrás. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o saldo ficou negativo em R$ 71,4 bilhões. Esse resultado é atribuído principalmente a combinação de queda na receita líquida (-5,3%) e do aumento nas despesas totais (13,1%) na comparação anual. No que tange às despesas convém destacar o rombo da previdência, que chegou a R$ 89,0 bilhões no acumulado do ano, o que torna mais iminente a necessidade de reforma previdenciária. Mesmo diante desse resultado bastante negativo e preocupante, vislumbramos que o déficit ainda deve ficar dentro da meta de R$ 170,5 bilhões. Renovando a máxima histórica. A PNAD apresentou nova elevação permanecendo em patamares altos, com quase 12 milhões de pessoas desempregadas no país e com renda em queda. O indicador atingiu 11,8% ante 11,2% do trimestre anterior. O número representa uma alta de 5,1% sobre o trimestre de março a maio de 2016 e de 36,6% diante do mesmo período de Já o número de trabalhadores com carteira assinada também se reduziu em relação ao trimestre anterior, ficando 3,8% menor. E o rendimento médio dos trabalhadores ficou em R$ estável na mesma base de comparação. ICOM em queda e ICS subindo. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 1,7 ponto em setembro,

2 depois de quatro altas consecutivas. O ICOM passou de 82,1 para 80,4 pontos, segundo dados FGV. Dos 13 segmentos pesquisados, 7 apresentaram reduções, tanto no Índice da Situação Atual (-3,0 pontos), quanto no Índice de Expectativas (-0,4 pontos). Segundo a FGV, esta queda de setembro é pontual, caracterizando-se como um movimento de acomodação após forte alta no mês anterior, pois ao analisar o número fechado do trimestre, houve certa redução do pessimismo para os meses seguintes e queda da insatisfação com a situação presente, ao se comparar com o trimestre anterior. Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 1,8 ponto em setembro, se comparado ao mês de agosto. O ICS alcançou 80,6 pontos, após sete altas consecutivas. Este quadro esboça a redução do pessimismo em relação aos meses seguintes e a relativa estabilidade da situação corrente, com 8 das 13 atividades pesquisadas registrando elevação da confiança. O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor ficou estável em setembro, em 82,6%, mas na comparação trimestral, neste terceiro trimestre houve avanço de 0,3 pontos em relação ao segundo trimestre. Indicadores de inflação nos EUA devem ser destaque. O índice de preços mais acompanhado pelos representantes do FED, que mede os Gastos com Consumo Pessoal (PCE), referente a agosto deve ser divulgado ainda hoje, onde é esperado uma sutil valorização, com o núcleo anualizado atingindo os 1,7%, ante os 1,6% registrados na última divulgação. Por outro lado, outros indicadores importantes para a condução da política monetária, como renda e gastos pessoal, também referente a agosto, devem denotar arrefecimento, com avanço mensal em ritmo inferior ao que foi visto em julho. Saem também o PMI de Chicago e a Confiança do Consumidor, com expectativa de pequena melhora em ambos. Essa nova rodada de indicadores deve trazer de volta as especulações quanto ao timing para o aumento dos juros, trazendo volatilidade para cá, mas vislumbramos que os mesmos devem ratificar a percepção de que um novo aperto monetário só deve ocorrer em dezembro. Dados de atividade econômica na China. Depois do fechamento do pregão de hoje, sairão dois indicadores importantes referentes ao mês de Set/16, a sondagem industrial e o PMI de Serviços. Espera-se que a dinâmica industrial chinesa tenha se expandido ainda mais neste último mês, o indicador já vem no campo positivo (acima de 50), sendo que em Ago/16 registrou 50,4 e as projeções apontam para 50,5 em Set/16. Essa mesma estatística medida pelo setor privado (Caixin) e divulgada ontem já apurou maior crescimento industrial chinês. Em passos mais acelerados, a atividade de serviços também deverá manter o patamar de expansão em Set/16 e vir próxima dos 53,5 no PMI de Serviços. Consideramos que esses dados mensais podem afastar, mesmo que momentaneamente, os maiores temores de que a China venha sofrendo um esfriamento econômico abrupto, o que traz alívio para economias emergentes como a nossa.

3 PIB do Reino Unido avança acima do esperado no 2 trim/16. Hoje pela manhã foi divulgada a revisão do PIB do Reino Unido, que surpreendeu positivamente, registrando alta de 0,7% no segundo trimestre na comparação ante o período anterior, já na comparação anual a variação foi de 2,1%. A projeção média do mercado era de uma expansão de 0,6% na comparação trimestral e de 2,2% na comparação anual, em linha com a leitura preliminar. O resultado indica que até então a economia do Reino Unido vem resistindo bem ao Brexit definido em Junho deste ano em referendo. Taxa de desemprego da União Europeia e Zona do Euro permanecem estáveis. Segundo divulgado pela Eurostat, a taxa de desemprego da Zona do Euro foi de 10,1% em Agosto, e de 8,6% na União Europeia, apresentado estabilidade frente ao mês anterior. Quando comparada com o mesmo período de 2015, a taxa de desemprego recuou 0,6 p.p. para 10,1% na Zona do Euro e de 0,7 p.p. na União Europeia, denotando uma recuperação lenta do mercado de trabalho europeu. Inflação na Zona do Euro fica dentro do esperado, sem surpresas. A inflação medida pelo CPI (índice de Preços ao Consumidor) da Zona do Euro apresentou variação de 0,4% em Setembro na comparação anual, o que representa uma positiva aceleração quando comparada com a variação de 0,2% em Agosto. O resultado apesar de expressar aceleração veio dentro da expectativa média do mercado. Bolsas em queda ao redor do mundo. Nessa sexta, as Bolsas lá fora continuam com viés negativo, contaminadas pelos temores acerca da situação do Deutsche Bank, reforçados pelas notícias de que diversos fundos estão zerando a exposição ao banco e pelo plano de reestruturação divulgado pelo também alemão Commerzbank que vai cortar funcionários e dividendos nesse ano. Essa aversão ao risco global pode continuar a pressionar também os papéis na Bolsa paulista. Na contramão, a Bolsa de Shanghai fechou em alta, com indicadores mais amenos divulgados na China. Itaú (ITUB4) tem data para boni e compra restante da participação do BMG na joint venture dos bancos. O

4 Banco Central aprovou o aumento de capital do Itaú via bonificação de 10% em ações. Dessa forma, o banco anunciou as datas da operação. O último dia com os papéis "cheios", ainda com direito a bonificação, é 17 de Outubro. Dia 18 as ações já acordam ex-boni e os novos papéis ficam disponíveis no próximo dia 21. Vale lembrar que o Itaú vai manter a distribuição mensal de proventos no mesmo valor, o que significa um acréscimo de 10% no valor mensal recebido pelos acionistas que mantiverem sua participação no banco inalterada. O banco ainda anunciou acordo para aquisição de 40% na joint venture que mantinha com o BMG para crédito consignado. O Itaú vai pagar R$ 1,28 bilhão ao BMG e passará a ter 100% da Itaú BMG Consignado que continuará a ter um acordo de distribuição de crédito consignado exclusivo com o banco mineiro. Juiz aceita pedido de recuperação judicial da Viver (VIVR3). A companhia divulgou fato relevante confirmando que o pedido de recuperação judicial da companhia foi aceito pela justiça. Com o pedido deferido, a companhia passa a poder tocar suas atividades sem a necessidade de apresentar certidões negativas e tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação, além de outras medidas que entram em vigor. Os papéis da Viver vêm de um forte rally na expectativa de uma resolução positiva para a delicada sua situação financeira, mas vemos essa alta ainda muito precipitada, tendo em vista o perfil de risco da companhia, ainda bastante elevado. Nossa recomendação continua sendo ficar de fora dos papéis. JCP da Localiza (RENT3). O conselho de administração da companhia aprovou a distribuição do montante de R$ 33,0 milhões, correspondentes a R$ 0, bruto por ação. Os acionistas posicionados ao fim do pregão de hoje (30/09/2016) terão direito aos proventos, as ações ficam ex-jcp a partir do dia 03/10/2016 e o pagamento será feito em 23/11/2016. UNIMED-Rio avalia venda de ativos e isso é bom para a Qualicorp (QUAL3). A companhia é administradora de benefícios, isto é, especializada na viabilização de benefícios coletivos (planos de saúde e odontológicos) para categorias profissionais e empresas através de parcerias com operadoras, como a UNIMED do Rio de Janeiro. Dada a agravante situação financeira da operadora, que possui um passivo de R$ 1,9 bilhão e uma carteira de 828 mil beneficiários, busca-se alternativas para reduzir seu endividamento. Após a rejeição dos seus cooperados à proposta de aportar R$ 500 milhões na empresa, a alienação de ativos torna-se vital para a continuidade de seus negócios. Em Jul/16, a Agência Nacional de Saúde Suplementar já havia alertado sobre a delicada situação da UNIMED-Rio e indicou que, se os beneficiários fossem afetados, a reguladora poderia adotar a transferência compulsória dos planos para outras operadoras, assim como foi o caso da UNIMED-Paulistana em 2015 que impactou diretamente os resultados da Qualicorp. Transmissão Paulista (TRPL4) volta a avaliar participação em leilões. Em evento setorial realizado ontem, o diretor financeiro e de relações com investidores da Transmissão Paulista, Rinaldo Pecchio Junior, declarou que diante da melhora no contexto setorial, como aumento da Receita Anual Permitida e da taxa de retorno para o próximo leilão (28/10), a companhia está avaliando a possibilidade de participar do certame. Trata-se de uma novidade importante, que corrobora a perspectiva de que os agentes estão começando a retomar a confiança e

5 otimismo com o setor, pois até então a companhia excluía veemente a possibilidade de participar de leilões antes da resolução final sobre a indenização dos ativos não amortizados e devidos desde a renovação antecipada das concessões (2012). Ainda que a notícia tenha influência limitada para seus papéis no curtíssimo prazo, a possibilidade da companhia voltar a investir em expansão de capacidade é positiva. Taesa (TAEE11) anuncia oferta pública secundária de ações. A Taesa informou que foi iniciada uma oferta pública secundária de ações cuja a titularidade hoje é do Fundo de Investimentos e Participações Coliseu e da Cemig. No total a oferta é de 65,7 milhões de UNITS, o que equivale a cerca de 19,1% do total das UNITS emitidas, sendo que o preço será definido após a apuração do resultado do procedimento de coleta de intenções de investimento. O impacto dessa oferta sobre seus papéis deve ter impacto limitado no pregão de hoje, pois a Cemig e o FIP Coliseu já tinham anunciado a intenção de vender parte de suas participações acionárias na Taesa, devido à necessidade de fazer caixa. Vale (VALE5) espera receber US$ 768 milhões da Mitsui. Em comunicado, a mineradora apresentou novos termos relativos à transação com a Mitsui & Co, relacionada ao desinvestimento de parte de sua participação na mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala (CLN). Serão US$ 255 milhões por 15% da participação da Vale na mina de carvão de Moatize, US$ 348 milhões por metade de participação no CLN e um empréstimo de longo prazo de US$ 165 milhões concedido pela Mitsui para o CLN. Notícia interessante do ponto de vista de condução do processo de desinvestimentos e otimização de projetos da mineradora. Ainda assim, a queda de 1,46% da cotação do minério de ferro no porto de Qingdao bem como as especulações envolvendo o Deutsche Bank e o sistema financeiro europeu podem ser preponderantes para o movimento dos papéis. AGENDA DE PROVENTOS Bons negócios.

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