Maira Rodrigues Lima

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1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADES CEARENSES FAC CURSO SERVIÇO SOCIAL NOVOS E VELHOS HORIZONTES: MIGRAÇÕES NA VILA DE SANTA MARIA, QUITERIANOPOIS-CE. Maira Rodrigues Lima FORTALEZA-CE 2013

2 MAIRA RODRIGUES LIMA NOVOS E VELHOS HORIZONTES: MIGRAÇÕES NA VILA DE SANTA MARIA, QUITERIANOPOIS-CE. Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social, sob a orientação de conteúdo do Professor Mario Henrique Benevides. FORTALEZA-CE 2013

3 Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais pelo enorme apoio que nunca me faltaram, aos meus queridos familiares e amigos, a todos os estudiosos do Serviço Social e a todos que direta ou indiretamente contribuíram, tornando, assim, possível o término deste trabalho de Conclusão de Curso.

4 AGRADECIMENTOS A Deus, porque tudo que conhecemos e iremos conhecer parte de sua vontade, de suas dádivas e de seu amor. Aos professores Francisco Secundo Silva Neto e Emanuel Bruno Lopes de Sousa, por terem aceitado o nosso convite para compor a mesa examinadora, em especial ao meu mestre e orientador Mario Henrique Castro Benevides pela dedicação, compreensão e esforço desprendidos no sentido de nortear essa pesquisa a ponto de transformá-la em uma monografia. Aos meus pais, Valdizar Gonçalves e Aurilene Lima pelo acompanhamento, ajuda e amor incondicional. A minha irmã Magda Rodrigues Lima que, de forma especial e carinhosa, me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, preocupando-se até com os problemas pessoais pelos quais passei durante esse período de construção do TCC. Obrigado por contribuir com tantos ensinamentos, tanto conhecimento, tantas palavras de força e ajuda. Espero um dia chegar ao seu nível. A meu noivo Daniel, agradecimento mais do que especial, por ter vivenciado comigo passo a passo todos os detalhes deste trabalho, por ter me dado todo o apoio que necessitava nos momentos difíceis, todo carinho, respeito, por ter me aturado nos momentos de estresse e por tornar minha vida cada dia mais feliz. E a toda minha família, em especial, meu amado primo Johnny Cavalcante pelo apoio e pelos conselhos acadêmicos. Agradeço aos sujeitos da minha pesquisa pela disponibilidade e contribuição para a realização desse trabalho. Agradeço aos amigos, com os quais dividi momentos de angústias e alegrias, em especial: Jessica Lima, Jamille Ximenes, Inácia Fernandes, Vilderlane Sousa, Janielle Lira e Germana Vasconcelos. Por fim, agradeço sinceramente a cada um dos professores do Curso de Serviço Social

5 da Faculdade Cearense, que desde a primeira aula contribuíram para minha formação profissional.

6 MAIRA RODRIGUES LIMA NOVOS E VELHOS HORIZONTES: MIGRAÇÕES NA VILA DE SANTA MARIA, QUITERIANOPOIS-CE. Monografia apresentada como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharelado em Serviço Social, outorgado pela Faculdade Cearense FAC, tendo sido aprovado pela banca examinadora composta pelos professores. Data da aprovação: / / BANCA EXAMINADORA Professor Ms. Mário Henrique Castro Benevides (Orientandor) Professor Ms. Francisco Secundo Silva Neto (Examinador) Professor Ms. Emanuel Bruno Lopes de Sousa (examinador)

7 RESUMO O trabalho versa sobre a migração do interior para a capital, mais precisamente da Vila de Santa Maria, do município de Quiterianópolis-CE. Aborda inicialmente os primeiros relatos do processo migratório no Brasil, destacando os anos que mais se intensificou a ocorrência desse fenômeno, suas causas e motivos. Em seguida, faz-se um breve relato sobre a migração correlacionada com a revolução industrial e seu nexo com a urbanização. A escolha deste tema é justificada pela necessidade de debater um assunto essencial à sociedade e que, em médio e longo prazo, podem acarretar desequilíbrio social. O profissional de Serviço Social está para garantir que os direitos de cidadão sejam efetivados independentemente do lugar que o indivíduo se encontre. A metodologia utilizada fundamenta-se em pesquisa bibliográfica, através de análise de livros, artigos científicos, trabalhos acadêmicos (monografias e teses), e pesquisas de campo, imprensa escrita e pesquisa documental, onde nesta última buscou-se um embasamento histórico à matéria em estudo. Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa, que descreve o método aplicado na realização desta pesquisa, apresentando, pois, suas características, bem como as reflexões sobre a decisão por essa tipologia de trabalho. Expõe as perguntas que utilizadas na pesquisa de campo, as características gerais das informações obtidas e o contexto de situação em que tais informações foram produzidas. A migração, em especial do cearense, é uma resistência contra a seca, a fome, a falta de assistência forçando as multidões de retirantes a traçarem estratégias de melhores qualidades de vida. Por fim, relatam-se as condições, aspirações dos imigrantes utilizando relatos colhidos dos entrevistados de Vila Santa Maria. Palavras - chave: Migrações, Industrialização, Imigração no Nordeste.

8 ABSTRACT The work deals with the migration of the northeastern backlands to the capital, more specifically the town of the municipality of Santa Maria Quiterianópolis - CE. First addresses the first reports of the migration process in Brazil, highlighting that over the years has intensified the occurrence of this phenomenon, its causes and motives. Then, make a brief report on correlated with the industrial revolution and its nexus with urbanization migration. The choice of this subject is justified by the need to discuss an essential issue to society and that, in the medium and long term, can lead to social imbalance. Professional Social Service is to ensure that the rights of citizens to take effect regardless of where the individual is located. The methodology is based on literature research, through analysis of books, journal articles, academic papers (monographs and theses), and field research, press, and documentary research, where in the latter we sought a historical basis the committee study. On the approach, it is a qualitative study, which describes the method applied in this research, presenting therefore its characteristics, as well as reflections on the decision for this type of work. Exposes the questions used in the research field, the general characteristics of the information obtained and the context of situation in which the information was produced. Migration, especially the backcountry Ceará, is resistance against drought, hunger, lack of assistance against the ruling elites, forcing the crowds of refugees to trace strategies for better prospects in life. Finally, report the conditions, aspirations of immigrants using reports collected from the respondents of Santa Maria village. Keywords: migration, Industrialization, immigration in the Northeast.

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Localização no mapa Figura 2 Mineradora em Quiterianópolis Figura 3 - População em Quiterianópolis de 2000 a LISTA DE SIGLAS

10 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ONU BR Nações Unidas no Brasil

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO RESGATE HISTÓRICO: INÍCIO DAS MIGRAÇÕES URBANIZAÇAO E MIGRAÇAO MIGRAÇÃO NO NODESTE PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS QUITERIANÓPOLIS: HISTORIA VILA DE SANTA MARIA, QUITERIANÓPOLIS-CE: ORIGEM APROXIMAÇÕES COM O OBJETO DE PESQUISA O PESQUISADOR, O SERVIÇO SOCIAL E PESQUISA RESULTADO E DISCUSSÕES Pesquisa de campo Resultado das entrevistas e discussão Local de Origem x Nova Moradia CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE...52

12 12 INTRODUÇÃO O presente estudo busca discutir sobre o processo migratório na vila de Santa Maria, Quiterianópolis-CE procurado entender suas principais causas. Este tema vem sendo abordado por diversos autores que buscam referenciar os impactos que esse processo causa na vida individual e coletiva dos imigrantes. Os objetivos deste estudo centram-se, portanto, em entender em qual momento a migração para centros urbanos é vista pelos imigrantes como uma estratégia de melhores condições de vida, seja educação, saúde, emprego, etc. Buscando compreender como os imigrantes vivenciam esse processo migratório e como os mesmos se sentem ao deixarem suas raízes em busca de um futuro melhor. A primeira vista, o tema pode parecer bem simples, porém, ao longo das nossas discussões, vamos observando que há uma complexidade no que se refere ao processo migratório que, para SOUZA (1980, p. 33), não é algo mecânico que ocorre entre um polo de expulsão e outro de atração. Devem-se levar em conta as condições das regiões de origem e das regiões de destino, fazendo uma comparação das condições de vida entre ambas. As migrações começaram a ter um destaque maior no Brasil no início dos anos 1950, com o desenvolvimento econômico nos grandes centros urbanos chamando atenção das regiões menos favorecidas no processo econômico, como destaca DURHAN (1973, p. 20): Embora esta visão constitua uma simplificação do problema, não resta dúvida que, no Brasil, o desenvolvimento econômico resultante da industrialização esta associado a dois fenômenos complementares e concomitantes: o incremento das desigualdades regionais e a construção de grandes metrópoles. Tanto um quanto outro fenômeno implica na formação de grandes correntes de migração interna através das quais se processa uma maciça redistribuição da população. Pode-se assim, considerar que as migrações ocorrem de acordo com o crescimento econômico de algumas regiões que ganham melhores condições de sobrevivência, atraindo as populações de regiões menos favorecidas economicamente. Os imigrantes, na busca por melhores condições de vida, sempre procuram os grandes centros urbanos. De acordo com SOUZA (1980, p ): A concentração espacial das indústrias em torno dos centros urbanos aumenta fortemente a força centrípeta das cidades sobre a população circundante. Num primeiro momento, são atraídos a estes centros urbanos os grupos sociais residentes nas proximidades das áreas que estão se industrializando... E, num segundo

13 13 momento, são atraídos grupos sociais das regiões mais distantes em decorrência dos desequilíbrios regionais, caracterizados pela acumulação incessante de vários tipos de vantagens na região em fase de industrialização e desvantagens nas regiões que permaneceram com uma economia primária. SINGER (1973, p.39) faz uma discussão acerca das desigualdades regionais ressaltando que A criação de desigualdades regionais pode ser encarada como motor principal das migrações internas que acompanha a industrialização nos moldes capitalistas. O desenvolvimento econômico por parte apenas de algumas regiões, acaba por fragilizar a economia das menos favorecidas que, muitas vezes, tem como principal economia a agricultura. Ainda em relação às desigualdades regionais, o autor enfatiza que o deslocamento dos migrantes é na maioria das vezes o fator de atração pelo que a região de destino oferece que, geralmente, é a demanda da força do trabalho, possibilitando assim uma qualidade de vida melhor. De uma forma geral, interpreta-se esta demanda por força de trabalho como proporcionando oportunidades econômicas, que constituem um fator de atração na medida em que oferecem uma remuneração mais elevada que a que o migrante poderia perceber na área de onde provém. (SINGER, p. 41) MARTINE; CAMARGO (1984) sobre crescimento e distribuição da população brasileira, destaca que o Nordeste aparece, na classificação adotada como área tradicional de emigração, ou seja, uma perda considerável da sua população e um aumento do processo migratório nos anos de 40 e 50. Essa notoriedade em relação à emigração do Nordeste se dava pelas desigualdades regionais e decorrente de fatores climáticos, que é uma característica na região como as longas estiagens que prejudica a agricultura e a criação de gado. A década de 50 é considerada, pelos autores, (MARTINE; CAMARGO, 1984) como o ponto inicial do êxodo rural brasileiro, no qual, aproximadamente 11 milhões de pessoas deixaram as áreas rurais nessa década, metade das quais originadas na Região Nordeste. Como já citado no texto, as migrações se originam de diversos fatores como a procura de melhores condições de vida. As secas no Estado do Ceará contribuíram para sua ocupação territorial tardia, devido às irregularidades das chuvas que prejudicava uma produção em grande escala. O

14 14 Estado fica no chamado polígono das secas 1. Tendo que se habituarem as irregularidades das chuvas, como afirma: Há registros de escassez de chuvas desde os mais remotos documentos sobre o território onde hoje se localiza o Ceará. As tribos que habitavam essas terras, periodicamente transferiam suas aldeias para áreas mais úmidas ou próximas à orla marítimas, muitas vezes provocando conflitos com outras tribos. Os primeiros colonizadores, pouco adaptados ao clima, viam-se em dificuldades quando ousavam atravessar o sertão em épocas de poucas chuvas. (NEVES, 2000, p. 77). A falta de chuvas causava o deslocamento dos sertanejos para terras mais produtivas, nas quais fossem possíveis o cultivo das lavouras e a criação de gado, já que esse era o meio de vida mais comum nos sertões cearense. Nem sempre esse deslocamento era tarefa fácil, pois o gado já estava fraco pela falta de água e nem sempre chegava ao destino final. O mesmo acontecia com as famílias, que eram obrigadas a se transferir para outras regiões com a saúde física e mental bastante afetadas, muitas vezes não suportando o sol escaldante do sertão. Os trajetos migratórios eram árduos e perigosos que vinham de varias origens: fome, doenças e crimes. Muitos animais também não aguentavam os rigores da retirada e sucumbiam nos caminhos, exaustos e famintos. As estradas muitas vezes, transformavam-se em cemitérios a céu aberto. (NEVES, 2000, p. 79). Nesse período, as irregularidades de chuvas e os surgimentos das migrações não preocupavam os governantes daquela época, já que esse problema não estava interferido na estrutura econômica do país. O despertar pelo tema estudado surge a partir do momento que me reconheço como imigrante da pequena Vila de Santa Maria, que partiu para a cidade em busca do sonho de cursar o ensino superior, inspirada pelo fascínio das leituras sobre os sertões e migração descrita por Raquel de Queiroz em O Quinze, A fome de Rodolfo Teófilo e Vidas secas de Graciliano Ramos; a vontade, de fato, de conhecer as histórias e realidades e os diversos motivos que levam a migração e as discussões feitas em sala de aula. Conforme anteriormente citado, constitui-se como o cenário deste estudo, a Vila de Santa Maria que segundo relatos de moradores mais antigos teve como seus primeiros habitantes por volta dos anos 40. O Sr. Malaquias e sua esposa, juntamente com seus 7 filhos 1 O Polígono das Secas compreende uma divisão regional efetuada em termos político-administrativos dentro da zona semi-árida, apresentando diferentes zonas geográficas com distintos índices de aridez, indo desde áreas com características estritamente de seca, com paisagem típica de semi-deserto a áreas com balanço hídrico positivo.

15 15 que vinham do estado da Paraíba com destino ao Maranhão, fundaram a Vila de Santa Maria, a qual vamos conhecer melhor sua origem no segundo capítulo desse estudo. Neste sentido, a fim de ter uma compreensão sobre o objeto de estudo, faz-se necessário uma breve exposição acerca do contexto histórico, político, econômico e social do Município de Quiterianópolis - campo de estudo do presente trabalho. Desse modo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Quiterianópolis está localizado na fronteira do Ceará com o Piauí, em pleno sertão, tem sua formação história ligado ao município vizinho de Independência, do qual durante muito tempo, dependeu em suas relações comerciais e de infraestrutura, mais precisamente em saúde e educação. Quiterianópolis teve sua emancipação político-administrativa em 04 de junho de Atualmente, o município conta com três distritos: Quiterianópolis (sede), Algodoes e São Francisco, que estão inseridos em uma área de aproximadamente 1.04,989 km². O município fica a 423 km de Fortaleza e tem uma população de habitantes, tendo como prefeito atual Jose Barreto Couto Neto (2013/2015). Com a pesquisa de campo, foi possível observar a realidade estudada e ouvir os sujeitos envolvidos em processos de migração. Tal trabalho de levantamento de dados foi realizado entre 11/10 a 18/10 de É importante ressaltar a relevância do olhar, do ouvir e do escrever para o desenvolvimento do conhecimento das realidades ao qual pretende estudar [...] com um olhar devidamente sensibilizado pela teoria disponível. Ao basear-se nessa teoria, o observador bem preparado, como etnólogo, irá olhá-la como objeto de investigação, previamente construído por ele [...] (OLIVEIRA, 2000, p. 19). Ressalta-se que, a partir do momento da observação das falas dos sujeitos envolvidos na pesquisa, o observador consegue ter uma maior compreensão da realidade. OLIVEIRA (2000, p. 27) destaca o momento de escrever: [...] marcado por uma interpretação de o no gabinete, faz com que aqueles dados sofram uma nova refração, uma vez que todo o processo de escrever, ou de inscrever as observações no discurso da disciplina, está contaminado pelo contexto [...] pelo ambiente acadêmico. O estudo realizado é de natureza qualitativa, instituído pelo contato direto com a realidade pesquisada. Como destaca GOLDENBERG (2004, p.63): A pesquisa qualitativa é útil para identificar conceitos e variáveis relevantes de situações que podem ser estudadas quantitativamente. É inegável a riqueza que pode ser explorar os casos desviantes da "média" que ficam obscurecidos nos relatórios

16 16 estatísticos. Também é evidente o valor da pesquisa qualitativa para estudar questões difíceis de quantificar, como sentimentos, motivações, crenças e atitudes individuais. Reforçada por LUCENA; CAMPOS e DEMARTINI (2008 p. 33): O qualitativo está, além do mais, constantemente presente em todo o desenrolar do trabalho, uma vez que sem a palavra nenhuma transmissão de saber científico é possível. Na verdade, somente o procedimento qualitativo possibilita um aprofundamento real do conhecimento e uma acumulação do saber, dois predicados fundamentais da ciência. Destarte, o estudo sendo de natureza qualitativa, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com sujeitos que deixaram seu lugar de origem em busca de melhores condições de vida e sujeitos que ainda pretendem migrar para os grandes centros urbanos. Foram entrevistadas seis pessoas com a idade entre 20 e 25 anos, sendo três imigrantes e três pretendentes a migração. As entrevistas tiveram tempo médio de 30 min a 1 hora, contendo 10 perguntas para quem já migrou e 10 perguntas para quem ainda pretende migrar. A escolha do uso da entrevista semiestruturada como instrumento de coleta dos dados empíricos se deu pelo fato de que: A entrevista é o procedimento mais usual no trabalho de campo. Através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta de fatos relatados pelo atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada... ( CRUZ NETO, 1994, p. 57). Sendo assim, para enriquecer e dar veracidade as análises dos dados colhidos, foi primordial a existência de um arcabouço teórico, para as reflexões e idéias de importantes autores e pesquisadores. Desse modo, me debrucei em estudar os estudiosos e pesquisadores sobre o tema migração e seus principais motivos, bem como fontes de dados secundários, que subsidiaram na estruturação e fundamentação teórico-metodológica deste estudo que, para MYNAYO (1994 p ): [...] diz respeito ao conjunto de procedimentos para valorizar, compreender, interpretar os dados empíricos, articulá-los com a teoria que fundamentou o projeto ou com outras leituras teóricas e interpretativas cuja necessidade foi dada pelo trabalho de campo. É preciso que o pesquisador se desligue das suas concepções de mundo, cultura, valores e experiências do que lhe são familiares de certa forma, para que não comprometa o

17 17 conhecimento concreto sobre a realidade. É necessário, portanto, um distanciamento crítico para compreender o ponto de vista do outro, sem preconceitos e pré-julgamentos. Como ressalta VELHO (1999, p. 127): [...] dispomos de um mapa que nos familiariza com os cenários e situações sociais de nosso cotidiano, dando nome, lugar e posição aos indivíduos. Isso, no entanto, não significa que conhecemos o ponto de vista e a visão de mundo dos diferentes atores em uma situação social nem as regras que estão por detrás dessas interações [...] Tenho uma relação íntima com o campo estudado, a Vila de Santa Maria, pois foi onde nasci e passei toda minha infância e adolescência. Vivi o desafio de estudar um campo no qual tenho uma familiarização. Entretanto, busquei a todo tempo não fazer nenhum préjulgamento dos sujeitos estudados e olhar a realidade pesquisada com certa neutralidade. Como se fosse a primeira vez que estivesse ali, mas dialogando com pessoas de origem semelhante a minha, não foi um desafio tão fácil. O ofício do etnólogo exige, primordialmente, uma dupla tarefa transformar o exótico em familiar, e, inversamente, transformar aquilo que nos é familiar em exótico. (MATTA, acesso em :04 outubro de 2013) 2. Esse trabalho foi estruturado em três capítulos: o primeiro titulado resgaste histórico - início das imigrações no qual se faz uma contextualização sobre os primeiros relatos do processo migratório no Brasil, trazendo em destaque os anos que mais aconteceu esse fenômeno além de suas causas e motivos. Dando ênfase para o processo migratório de nordestino pra os grandes centros urbanos. O segundo capítulo vem titulado pelo percurso metodológico utilizado para realização desse estudo. Por fim, o terceiro capítulo traz os resultados dos dados coletados no campo de estudo. A migração está ligada as discussões do serviço social, uma vez que a mesma compõe as expressões da questão social discutida pelo serviço social. O imigrante, ao se deslocar para outra cidade, encontra a exclusão social, política, econômica, cultural, etc., sendo essas, faces de uma nova realidade. A nova pobreza, inserida nesses processos de exclusão, coloca os indivíduos e grupos sociais destituídos de cidadania, dignidade, esperança e vida melhor. (CASTEL, 1997). A questão social é a principal base material das práticas 2 MATTA, Roberto da. O ofício do etnólogo ou como ter Anthropological Blues. Disponível em: < >. Acesso em: 04 outubro 2013.

18 18 profissionais do Assistente Social, profissional requisitado a compreender e dar resposta às problemáticas situações, necessidades e demandas postas e repostas pela questão social, demonstra-se assim, a importância do presente tema ser discutido no âmbito do serviço social.

19 19 1. RESGATE HISTÓRICO: INÍCIO DAS MIGRAÇÕES Nas sociedades antigas como Egito, Grécia, Roma, o ato de migrar tinha várias finalidades e motivações, tais como: adversidades naturais, seca, inverno rigoroso, evitar batalhas de guerra, ou pela necessidade de expansões territoriais para acomodar a população que crescia. No tocante a esse assunto, as diásporas gregas podem ser tomadas como exemplo, os historiadores relatam que entre os séculos VII a.c e V a.c. aconteceram várias migrações de povos gregos para várias áreas do Mar Mediterrâneo, resultantes do aumento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundaram colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Outro exemplo histórico trata-se das migrações bárbaras (séculos IV e V). Povos inteiros, milhares de germânicos, entraram em massa em territórios romanos, levando o pânico e a destruição aonde chegavam. Segundo MAURER JR. (2013): A instalação dessas populações germânicas acabou precipitando a desintegração do Império Romano: no Ocidente, a antiga unidade imperial fragmentou-se em Reinos independentes, dominados por aristocracias romano-germânicas. Comumente essa migração de povos germânicos é denominada de Invasões Bárbaras, conceito defendido como errôneo segundo GENICOT, L.; HOUSSIAU apud MAURER JR. (2013): Estes movimentos de povos antes são migrações que verdadeiras invasões. Se não foram pacíficas, não se inspiraram na hostilidade que pressupõe o termo invasão [...]. Constituem parte de um conjunto amplo de deslocamentos de populações, que prosseguiram até o século XV e que afetaram não só a parte ocidental do Império Romano mas toda a Europa, a Ásia até a China, e a África do Norte.(GENICOT, L.; HOUSSIAU, P. Le Moyen Âge. Tournai: Casterman, p. 17.) O livro bíblico de Gênesis, que, etimologicamente, significa livro da origem, em seu capítulo 12, versículos 4 e 5, já traz menção a migração, quando se lê: Abrão partiu como o Senhor lhe tinha dito, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos, quando partiu de Harã. Tomou Sara, sua mulher, e Ló, filho de seu irmão, assim como todos os bens

20 20 que possuíam e os escravos que tinham adquirido em Harã, e partiram para a terra de Canaã, comprovando, assim, que a migração é bem mais antiga na humanidade do que se pressupõem. O tema migração não dispõe de dados precisos sobre como e quando surgiu. Os estudos sobre este procuram preencher as lacunas investigando informações, identificando seus fatores motivacionais, seus efeitos socioeconômicos e culturais, regiões de partida e destino. No Brasil, as migrações, de modo geral, deixaram marcas profundas, além de serem importantíssima para o desenvolvimento econômico do país. É sabido que as migrações no país vêm desde os tempos da colonização com a chegada dos portugueses, sendo esses também imigrantes, que resultou nas primeiras migrações tendo como protagonista desse processo, os índios que, antes dos colonizadores chegarem, migravam por vontade própria a procura de novas fontes de sobrevivência, depois para fugir da violência sofrida pelos colonizadores que forçavam os mesmos a trabalhar em regime de escravidão. A mobilidade no interior da terra do aldeamento e a migração pela costa litorânea nordestina fazem parte de um antigo costume da comunidade Tremembé. Na região da praia, até a década de 1950, as famílias Tremembé mudavam-se com frequência, desmontando e reconstruindo suas cabanas de palha dentro de suas comunidades específicas, e migravam principalmente para o Maranhão, para visitar parentes e pescar. Faziam esses dois tipos de deslocamento, com a certeza de ao retornarem reencontrarem suas antigas moradas. (NASCIMENTO, 2009) Depois, o Brasil recebe os negros que eram trazidos contra sua vontade, mas, que mesmo assim, não deixavam de ser imigrantes. Cerca de 3,65 milhões de negros africanos fizeram parte do ciclo econômico do nosso país ganhando destaque no cultivo da cana-deaçúcar no Nordeste e do ouro em Minas Gerais (VALIM, 1996). Já no começo da década de 1820, muitos imigrantes suíços se estabeleceram no estado do Rio de Janeiro. Neste mesmo período, os alemães começaram a chegar à Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estes imigrantes passaram a trabalhar em atividades ligadas à agricultura e pecuária. Os italianos, que vieram em grande quantidade para o Brasil, foram para a cidade de São Paulo trabalhar no comércio ou na indústria. Outro caminho tomado por eles foi o interior do estado de São Paulo, para trabalharem na lavoura de café que estava começando a ganhar fôlego em meados do século XIX. Já os japoneses começaram a chegar ao Brasil em Grande parte destes imigrantes foi trabalhar na lavoura de café do interior

21 21 paulista, assim como os italianos. (Disponível em: acesso em 13 de agosto de 2013). Sendo assim, podemos observar que migração é o deslocamento de pessoas ou povos de um lugar para outro. Esse deslocamento pode ser por diversões motivos, seja ele por motivos econômicos, política, religiosa, calamidades naturais ou de forma espontânea. 1.1 URBANIZAÇAO E MIGRAÇÃO Antes da Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra no período entre 1760 e algum momento entre 1820 e 1840, é sabido que as cidades dependiam do meio rural. Porém, surge a necessidade de um processo de industrialização que teve como consequência o crescimento populacional nas cidades. De acordo com VALIM, (1996, p.12). O processo de industrialização no Brasil coincide com a crise 1930, no qual afetava o comercio exterior. Em consequência disso, começou esse processo. Com a gradativa industrialização da economia, aumenta a necessidade de mão de obra. Até então, era na agricultura que se concentrava a maior parte da população trabalhadora brasileira, e foi daí que saíram grandes contingentes de mão de obra para sustentar o desenvolvimento industrial. Para (DURHAN, 1973, p.8): A industrialização e a urbanização significam à quebra de isolamento das comunidades tradicionais a crise do sistema produtivo rural e da estrutura tradicional de autoridade, a negação dos velhos valores, a adoção de novos padrões de comportamento. A autora faz um ressalvo que essas transformações sofridas a partir da industrialização, em nenhum momento são consideradas tão dramáticas quando dá origem as migrações. No Brasil, a industrialização tornou-se mais efetiva a partir do século XIX, quando transformações econômicas e sociais proporcionaram condições favoráveis para o

22 22 desenvolvimento industrial e urbano. Consequentemente, surgiram novas formas de viver, novos centros urbanos e cidades que se expandiram próximo das indústrias (DECCA, 1991). Com a industrialização em pleno vapor, o capitalismo expande um crescimento da população em grandes metrópoles acontecendo assim à urbanização. A aceleração desses dois processos, o crescimento das cidades foi o mais visível, como mostra os dados preliminares do censo de 1920, no qual a população urbana brasileira não representava mais de 10% da população total, sendo que 20 anos mais tarde, esse número sobe para quase 13 milhões de habitantes. O censo de 1960 acusa que essa população atinge 32 milhões de pessoas, ou seja, 45% da população urbana que em 1970 ultrapassa a população rural, com 56% de pessoas residindo nos centros urbanos. Esse grande aumento da sociedade brasileira tinha como um dos seus principais fatores a expansão das migrações internas acelerando o processo de urbanização. Como coloca (DURHAN, 1978, p.20) esse enorme crescimento das cidades envolve, necessariamente, intensa migração rural-urbana. As migrações internas foram fruto dos desequilíbrios sociais e econômicos das suas regiões de origem, que voltaram por serem reproduzidas nas regiões de destino. Uma boa parcela dos imigrantes apenas engrossam as fileiras de nativos que conseguem sobreviver através de atividades de emergência, a diversos graus de subdesemprego. Portanto, o aumento exagerado das cidades ajudou o país a se desenvolver economicamente, porém, esse aumento em grande escala começou a prejudicar o funcionamento tanto das cidades como a vida dos habitantes, tendo como exemplos o problema de tráfego, saneamento básico, o aumento da violência. Esses são apenas alguns dos diversos problemas de funcionalidade devido o grande fluxo migratório. Mesmo com um ritmo da industrialização acelerado, a oferta de emprego era menor do que a demanda, fazendo a população migratória ficar a mercê dos desequilíbrios econômicos. Para SINGER (2002), a economia do país não disponibilizava de uma estrutura que assegurasse um equilíbrio entre o número de pessoas qualificadas para o trabalho que os fluxos migratórios traziam à cidade com o número de trabalho ofertado no meio urbano.

23 23 Relacionado a isso, segundo ANDRADE; DEDECCA (2002), a contratação de migrantes trabalhadores se dava em trabalhos de baixa qualificação e remuneração. As consequências desse fluxo de pessoas de forma desordenada para os centros urbanos foram o empobrecimento contínuo, principalmente das populações menos favorecidas que levaram a deterioração progressiva das condições de vida na cidade. (VALIM, 1996). As migrações são estudadas por vários pesquisadores como sociólogos, economistas, antropólogos e outros estudiosos que dizem que ela pode ser analisada a partir de três tendências principais: migração do campo para a cidade, migração para as fronteiras agrícolas e pela migração sazonal. Que, para (VALIM, 1996), essas pessoas migram atrás do sonho de uma vida melhor ou motivados pela própria necessidade de sobrevivência. Para SINGER (1998), as migrações campo-cidade são caracterizadas através de fatores de expulsão e fatores de atração correlacionados com o modo de produção capitalista, que desemprega no campo e cria esperança de trabalho na cidade. Portanto, cria-se uma ilusão de que a cidade, com toda sua modernidade, tem um leque de oportunidades que o campo não oferecem, desvalorizando a produção da agricultura. É a busca pelo sonho de uma vida melhor sem importar com a precariedade do trabalho a que são submetidos. Além dos fatores de atração para as cidades havia os de expulsão do trabalhador rural. Entre estes, a concentração da terra nas mãos de grandes latifundiários, a expansão da pecuária e da monocultura, a modernização dos instrumentos e meios de trabalho na agricultura com (tratores, maquinas, fertilizantes, novas sementes), além da causas naturais (secas, geadas, fortes chuvas). (VALIM,1996 p.12) Todos esses fatores são questionados no momento que o indivíduo decide deixar para trás sua terra de origem na busca de um novo futuro. O fluxo migratório campo-cidade precisa ser compreendido como forma de exclusão dos pobres que, não encontrando possibilidades de sobrevivência no seu lugar de origem, também não encontram oportunidades no lugar de destino. Contudo, o meio rural vem incorporando novas técnicas para a produção, o que tem aumentado o número de trabalhadores que se dirigem para os centros urbanos, procurando nas cidades o sonho de uma vida mais digna.

24 24 As fronteiras agrícolas é o nome que se dá as áreas que ainda não foram exploradas para fins econômico do país, as migrações para essas fronteiras se dão através de incentivo do governo por meio de projetos de colonização, sejam oficiais ou particulares. No Brasil, o deslocamento para as fronteiras agrícolas iniciou-se nos anos 30 com a expansão cafeeira no estado do Paraná. (VALIM, 1996, p.21) com isso, teve início a migração maciça do campo e com destino as áreas rurais daquele estado, a qual se intensificou na década de 40, absorvendo levas significativas de migrantes até os anos 60. O Paraná foi a principal fronteira agrícola que o Brasil teve na década de 30 e 40, tendo assim, um grande fluxo migratório para a colonização de suas terras. As migrações sazonais quase sempre têm mostrado as vindas e voltas de lavradores de regiões pobres para às regiões produtoras de matérias-primas industriais do Sudeste brasileiro, como destaca (GONÇALVES, 1995, p. 75): Os casos mais estudados tratam principalmente desse fenômeno em relação à colheita da cana para indústria, laranja, café e algodão das regiões de agricultura dinâmica como a de Ribeirão Preto, embora esse fato também pode ser detectado em culturas alimentares como é o caso do feijão do sudoeste do Estado de São Paulo. A situação de extrema exploração a que vem sendo submetida essa força de trabalho está caracterizada em inúmeros trabalhos destacando as precárias condições de vida e os baixos salários. Essa forma de laborar, no qual os trabalhadores só migram em determinada época do ano, leva os mesmos a uma situação de pobreza extrema, destacando ainda as condições desumanas as quais são obrigados a trabalhar por tão baixos salários. 1.2 MIGRAÇÃO NO NODESTE Para que se possa compreender a migração dos nordestinos direcionada a outras regiões, se faz necessário destacar a seca, como destaca SECRETO (2003), desde o período colonial, com a chegada da mesma, os sertanejos agiam, estrategicamente, engrossando as fileiras de flagelados em cidades litorâneas como Fortaleza. ALBUQUERQUE JR (1999, p. 192) afirma que o Nordeste não existe sem a seca. [...] Essa descrição feita pelo autor é como a grande maioria ver o nordeste. Terra seca,

25 25 fome, miséria são imagens que tende a ser generalizadas para todo Nordeste, se tornando conhecido por essas características. SECRETO (2003, p. 52) assinala que a migração de nordestinos é um fenômeno social recorrente na história do Brasil a partir da segunda metade do século XIX, transformando o Nordeste num provedor de trabalhadores para outras regiões do país, já que o mesmo é castigado severamente pelas longas estiagens. Os grandes fluxos migratórios de nordestinos no final do século XIX tinham como destino os estados que mais ofertavam trabalho, tais como: Amazonas, Pará, São Paulo, etc. Os grandes fluxos de migração geravam nas grandes cidades aglomerações de pessoas que vinham em busca de trabalho, e que muitas vezes, por não conseguir um emprego e não ter condições de voltar pra sua terra natal, acabavam se instalando nas praças públicas, o que não era visto com bons olhos pelo o Poder Público. De modo que: No final do século XIX em e , para mitigar o horror que causava à classe dominante a presença de flagelados, esfarrapados, famintos, sujos e doentes, foi organizado um sistema de migração com passagens subvencionadas pelo poder público. Os destinos ofertados para os trabalhadores foram São Paulo, Pará, Maranhão e Amazonas. Os três últimos foram os mais procurados, talvez porque os migrantes pensassem que estes destinos permitiriam um retorno mais fácil para sua terra [...]. Mas também porque uma corrente de imigração já tinha se dirigido para ali, contando muitos dos novos migrantes com amigos ou parentes na Amazônia (SECRETO, 2003, p. 49). A migração nordestina para o estado de São Paulo, em especial para a capital, foi um fenômeno social bastante expressivo ao longo do século XX, especificamente a partir da década de 1930, quando o número de imigrantes estrangeiros vindos para São Paulo foi superado pelo número de migrantes nacionais (dos quais a maioria era de nordestinos); e especialmente na primeira metade da década de 1950 que compreende o período do segundo governo Vargas, quando esta migração se tornou muito intensa, superando todos os números do êxodo nordestino registrados até o momento. (FERRARI, 2005) A seca no estado do Ceará também gerou essas aglomerações de retirantes nas praças da cidade de Fortaleza: [...] depois do mês de março, com as plantações perdidas, o gado doente, morto ou transferido para áreas úmidas, muitas pessoas pensando em escapar começavam a marchar para o litoral. Com a movimentação dos retirantes, à procura de proteção e assistência, os focos de conflitos se multiplicavam. [...] a aglomeração de pessoas à espera de solução é o principal argumento e, ao mesmo tempo, o mais poderoso meio de pressão que os retirantes trazem para o cenário da negociação. A fome: a motivação essencial (SECRETO, 2003, p. 50).

26 26 A migração nordestina é uma resistência contra a seca, a fome, a falta de assistência; contra a elite dominante, forçando a multidão de retirantes a traçarem as estratégias descritas acima. Essa descrição não é apenas lembrança de um passado. É uma realidade muito presente na vida dos Nordestinos. Contudo, muito já se tem feito no desenvolvimento do nordeste. As secas ainda castigam, mas o número de migração tem diminuído devido ao crescimento econômico do Estado que não depende mais da agricultura como única fonte econômica. O nordeste também é uma região industrializada, o que tem feito que ocorram retornos de retirantes para seu lugar de origem. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os estados do Nordeste, tanto em 2000 quanto em 2010, apresentaram as maiores proporções de retornados, passando de 40% do total de imigrantes na maioria de seus estados, com exceção do Rio Grande do Norte e Sergipe. Segundo o IBGE, na última década houve um movimento de retorno da população às regiões de origem em todo o país. A corrente migratória mais expressiva continua a ser entre o Nordeste e o Sudeste, mas houve redução. A região Nordeste foi a que apresentou o maior número de migrantes retornando para seus estados, seguida, em menor escala, pela região Sul. Em setembro de 2012, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Marcelo Neri, apontou uma queda histórica na desigualdade social brasileira, evidenciada em uma pesquisa da instituição divulgada naquele mês. Na ocasião, o economista afirmou que a mudança "foi determinada, principalmente, pela expansão do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a ampliação no acesso à educação. Este aumento da renda dos mais pobres proporcionou melhorias 3. Não Apenas o setor econômico influenciou a diminuição da migração interna no Brasil, mas também a baixa taxa de natalidade. Além de apresentar menor migração, diminuindo o número de pessoas que saem, o Nordeste começa a atrair população, com uma rede social melhor. Enquanto isso, o Sudeste, que já não recebia mais tantas pessoas, passa a ser também emissor, não só de migrantes, 3 Dados divulgados no site Jornal do Brasil Economia Disponivel em: acesso em 13 de agosto de 2013.

27 27 como também de quem é originário e está deixando essa região, afirma Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira, um dos pesquisadores do instituto 4. Os especialistas apontam, entretanto, que apesar do crescimento na região Nordeste e a acentuada queda das migrações, as mudanças na distribuição regional ainda irão demorar a acontecer. Não existe investimento público em infra-estrutura de saneamento básico, saúde, transporte e educação. O cenário brasileiro que aponta alta concentração de terra e alta concentração urbana (dados do IBGE de 2012 denota que 80% de nossa sociedade vive em grandes cidades). Sem reforma agrária e políticas rurais e estruturais, estes problemas não serão solucionados. 4 Dados divulgados no site G1 Brasil Notícias - acesso em 20 de outubro de 2013.

28 28 2. PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS Neste sentido, a fim de ter uma compreensão sobre o objeto de estudo, faz-se necessário uma breve exposição acerca do contexto histórico, político, econômico e social do município de Quiterianópolis - CE e de Vila Santa Maria, campo escolhido para o presente estudo. 2.1 QUITERIANÓPOLIS: HISTORIA Segundo dados do instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE), Quiterianópolis começou como Arraial, à margem direita do riacho Correntes, um dos formadores do Itaim, afluente do rio Poti. Primitivamente, recebeu a denominação de Santa Quitéria, daí a origem do nome de Quiterianópolis. Através do Dec. nº 193, de , determinou que fosse desanexado do município de Independência e incorporado ao de Tauá. Mas no Dec. nº 1.156, de , figura como pertencendo a Independência. Em face do Dec. lei nº 448, de , passou a ser chamada Coutinho, radicada na região e de largo prestígio político. A lei nº 6.444, de , elevou o distrito à categoria de município, compreendendo o de Algodões, mas seu que a decisão legislativa se efetivasse diante da revogação contida na lei nº 8.339, de A capela local tem a invocação de Nossa Senhora da Conceição, pertencente ao bispado de Crateús. Foi construída em 1853 por Quitéria de Lima e, por isso, o povoado teve o nome de Santa Quitéria. Em , através da lei nº , Quiterianópolis passou a figurar como município, sendo desmembrado do município de Independência. Atualmente o município conta com três distritos, Quiterianópolis (sede), Algodões e São Francisco, que estão inseridos em uma área de 1.04,989 km². Quiterianópolis fica a 423 km de fortaleza e tem uma população de habitantes. Sua principal fonte de renda ainda é a agricultura e a

29 29 pecuária, tendo como prefeito atual 2013/2015 José Barreto Couto Neto VILA DE SANTA MARIA, QUITERIANÓPOLIS-CE: ORIGEM A história da origem da vila de Santa Maria é baseada apenas em relatos de moradores mais antigos desse vilarejo e a documentos oficiais que comprovem sua origem. Na seca do ano de 1958, migrava do estado da Paraíba para o estado do maranhão o retirante Sr. Antônio Malaquias, de aproximadamente 45 anos de idade, com sua esposa e seus 7 filhos. Passando nas margens do rio Poti, resolveram acampar por alguns dias para descansarem. Gostando do lugar e cansados da peregrinação, resolveram, então, abandonar de vez toda aquela peregrinação e se fixar neste lugar, que por sua vez, mesmo com tanta seca, ainda restava um fio de água no rio. Dessa forma, eles vislumbraram uma nova possibilidade de vida em um local mais próximo de sua antiga origem. E então, resolveram construir uma casinha de taipa. Com o passar do tempo, outros parentes e imigrantes que passavam por ali resolviam ficar naquele lugarejo e cultivaram milho, feijão, fava, mamona, algodão dentre outros gêneros alimentícios. Com o passar do tempo, foi se formando uma vila, a qual deram o nome de Santa Maria, por ser a grande maioria dos residentes daquela terra devotos de Nossa Senhora. E assim, foram chegando mais e mais imigrantes formando uma pequena população. Logo, consequentemente, surgiram às necessidades básicas para os mesmos, tais como: o comércio, tendo seu primeiro comerciante vindo de Crateús o Sr. Eusébio Alves Benevides; a educação, primeiro professor público Francisco Batista da Silva que lecionava na sua própria residência, por sua vez natural de Água Branca-PI. Com o passar do tempo, em 1970 foi construída a primeira escola com uma sala, cantina e dois banheiros, em terreno doado pelo Sr. Manoel Rodrigues do Nascimento, a qual levou o nome do doador, se perpetuando até os dias de atuais.

30 30 Em 1972, num plano emergencial de combate à seca, foi feito o calçamento desta vila Santa Maria. Em 1990, construíram o cemitério Parque da Saudade, localizado em um terreno doado pelo Sr. Moises Rodrigues de Andrade. Em 1991, no dia 31 de maio foi inaugurada a Igreja Católica, ficando esta data marcada para os festejos da padroeira da comunidade. No ano de 1992, a vila de Santa Maria teve sua primeira representante legal na câmara municipal de Quiterianópolis, a vereadora Maria Auselite Rodrigues Cavalcante. Em 1995, receberam o sistema de telefonia, ainda por bateria, num pequeno posto da Teleceará (Companhia Telefônica do Ceará). Em 1999, mais precisamente no dia 31 de março, os populares receberam iluminação elétrica na comunidade. E por fim, no ano de 2006, recebeu o abastecimento de água encanada, esta que por sua vez, está sem uso desde 2010 por falta de água. Atualmente, Vila de Santa Maria tem cerca de 500 habitantes. Os prédios citados passaram todos por reformas de ampliação. O colégio, hoje conta com seis salas, um laboratório de informática; o posto de saúde está sendo reformado para se tornar um mini hospital, que passará a funcionar 24 horas; e, mais recentemente, foi construída uma creche modelo com capacidade para até crianças. O abastecimento de água está suspenso devido à seca. Hoje, a grande parte dos moradores da vila possui celular rural e internet via rádio, o que possibilita os moradores obterem acesso a uma comunicação mais próxima com parentes e amigos que moram em outras regiões. A principal fonte de renda dos moradores da vila de Santa Maria é proveniente da agricultura e de projetos sociais. A vila hoje tem seu número de habitantes bem reduzido, deixando a rua principal, na qual se situa a igreja matriz, com boa parte das casas fechadas, e os habitantes que ainda residem na vila, se situa em maior número na Rua Alto, que tem esse nome por ser situado em cima de um morro.

31 APROXIMAÇÕES COM O OBJETO DE PESQUISA O objetivo geral desta pesquisa é analisar o processo migratório da Vila de Santa Maria, município de Quiterianópolis-CE para os centros urbanos. O interesse pelo tema discutido decorre da proximidade do assunto sobre processo migratório devido as experiências vivenciadas por mim, advinda dessa localidade, ou seja, no processo migratório o qual me reconheço como emigrante do campo de estudo e que, por vários fatores, tais como falta de oportunidades, condições de uma vida melhor, dentre outros resultaram na saída do lugar de origem em busca de novos horizontes em outra localidade, tendo que deixar para trás o conforto do meu lar, as amizades de uma vida e a segurança encontrada no seio da família. Outro momento considerado crucial para a construção desse trabalho foi a ocorrência, no presente da feitura do mesmo, de um grande período de seca. Momento pelo qual o Estado do Ceará vivencia a maior seca dos últimos 50 anos, o que tem contribuído bastante para o aumento do fluxo migratório da zona rural para os centros urbanos que tem condições de oferecer melhores condições de vida. Consoante os noticiários, em exemplo uma matéria publicada pelas Nações Unidas no Brasil (ONU BR) em seu site com os dizeres: O nordeste brasileiro enfrenta em 2013 a maior seca dos últimos 50 anos, com mais de municípios afetados. A informação foi anunciada [...] pelo Governo brasileiro. A seca deste ano já é pior do que a do ano passado, também recorde 5. Por sua vez, busquei com esse tema testar a corrente opinião de que, ainda hoje, as grandes migrações são ocasionadas exclusivamente pela seca que castiga nossa região. Mas que por trás do sofrimento ocasionado pela a seca, existem sonhos de uma vida, com oportunidades que muitas vezes o campo não tem condições de oferecer, dentre outros fatores que ocasionam o processo migratório. A natureza da pesquisa é qualitativa, levando em consideração que proporciona ao pesquisador uma maior aproximação com o seu objeto fazendo com que ao se trabalhar com as percepções, entendendo-se as motivações, os significados, os princípios e valores, da realidade estudada. 5 Dados divulgados no site da ONU no Brasil - acesso em 22 de outubro de 2013.

32 32 Conforme MINAYO (1994, p.21-22) a pesquisa é qualitativa, pois: Trabalha com o universo de significados, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis. Utilizei ainda a pesquisa bibliográfica e documental para as reflexões teóricas e de informações oficiais acerca do objeto estudado. Segundo GIL (2002), A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderia pesquisar diretamente. No tocante à pesquisa documental, o autor explicita que os documentos consistem fonte rica e estável de dados como os documentos subsistem ao longo do tempo, tornando-se a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de natureza histórica (GIL, 2002, p.46). Para a coleta dos dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada visando conhecer os vários aspectos da vida dos entrevistados. A escolha pela entrevista se justifica pela inteligibilidade de acesso e abertura para a fala com os sujeitos pesquisados, permitindo assim, uma maior absorção dos detalhes expostos. A entrevista é o procedimento mais usual no trabalho de campo através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos autores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coletas de fatos relatados pelos autores, enquanto sujeitos-objetos da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada (MINAYO, 1994, p.57). Ressaltando a fala do autor citado anteriormente, GIL (2008) diz que: A entrevista é das técnicas de coletas de dados mais utilizada no âmbito das ciências sociais. Psicólogos, sociólogos, pedagogos, assistentes sociais e praticamente todos os outros profissionais que tratam de problemas humanos valem-se dessa técnica, não apenas para coleta de dados, mas também com voltados para diagnóstico e orientação. O universo da pesquisa se deu com 6 (seis) filhos de agricultores da vila de Santa Maria. Tendo idade entre 20 a 25 anos, os mesmo estão divididos em dois grupos: 3 (três) que saíram da localidade e 3 (três) que pretendem migrar da localidade. O meu contato inicial com os sujeitos da pesquisa se deu devido a minha estreita relação com a vila, e por conhecer os meus entrevistados, sendo alguns inclusive do meu ciclo

33 33 de amizades no tempo que ainda morava na localidade. Ao retornar à minha terra de origem, é inegável não perceber algumas mudanças da realidade da vila, é fácil perceber as mudanças, principalmente quando se vê o acesso da tecnologia entre os jovens. Nas minhas idas e vindas de férias para a Vila de Santa Maria, percebo que os vínculos de amizades estão cada vez mais escassos, sendo inclusive visível a grande diminuição no número de habitantes ficando clara a migração para outros destinos. O caminho percorrido até chegar ao campo de estudo, de início, pareceu fácil. Visto que boa parte da minha família ainda reside na localidade, porém, por motivos pessoais, hesitei um pouco até ir a campo, mas como era meu desejo fazer o presente estudo em Santa Maria, desloquei-me até a localidade e fui a campo como uma pesquisadora, e não como filha daquela pequena vila. Desprendi-me dos meus pensamentos pessoais sobre qualquer assunto que pudesse comprometer a veracidade da pesquisa. Como ressalta VELHO (1999, p. 127): [...] dispomos de um mapa que nos familiariza com os cenários e situações sociais de nosso cotidiano, dando nome, lugar e posição aos indivíduos. Isso, no entanto, não significa que conhecemos o ponto de vista e a visão de mundo dos diferentes atores em uma situação social nem as regras que estão por detrás dessas interações. Com relação ao contato com os sujeitos da minha pesquisa, se deu fácil acesso, uma vez que, como já citado acima somos todos conhecidos, e por eu ter nascido na vila e vivenciado toda minha infância e adolescência com alguns deles. Houve uma boa receptividade entre eu, como pesquisadora, e os sujeitos da minha pesquisa. As entrevistas se deram de forma tranquila, sendo as perguntas respondidas naturalmente, a partir da realidade de suas vidas. Contudo, por ser conhecida de todos entrevistados, a pesquisa apresentou alguns desafios. Na hora de entrevistá-los, um ou outro, confundiam o eu pesquisadora com a conhecida de infância e/ou adolescência deles, fato que ocasionava a feitura de algumas brincadeiras durante as entrevistas. Contudo, os desafios foram superados e, paulatinamente, era reincluído e retomado o tom de informalidade típica necessária ao estudo. Por tanto, nada disso atrapalhou o desempenho da minha pesquisa. Vale ressaltar, que todos os entrevistados aceitaram serem gravados, assinando um termo de consentimento. Mesmo com esses desafios da pesquisa em minha terra natal, foi possível de imediato, perceber as vantagens que recebi, pois não ocorreu problema na aceitação do campo

34 34 de estudo escolhido, todas as pessoas as quais precisei entrevistar e pesquisar sobre a história do lugar estavam dispostas a contribuir, e era notório que se sentiam felizes por estarem contribuindo com a minha formação. As entrevistas foram pensadas numa perspectiva de analisar as particularidades de cada sujeito e compreender a realidade investigada. Busquei articular o relato dos entrevistados ao contexto social no qual estão inseridos. Na fase final da pesquisa, todos esses processos foram analisados e redigidos em relatórios de pesquisa O PESQUISADOR, O SERVIÇO SOCIAL E PESQUISA Durante toda minha graduação em Serviço Social, muito se ouviu fala em questão social, descrita por CARVALHO; IAMAMOTO (1983, p.77) da seguinte maneira: A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão. E, durante minhas leituras para elaboração desse estudo, ficou claro que a migração é uma das expressões da questão social, na qual existem muitos Estados com grandes investimentos econômicos para o desenvolvimento do país, em quanto outros estados não possuem, ou melhor, não tem suas riquezas exploradas e ficam esquecidos, ocasionando uma desigualdade regional que, consequentemente, gera a migração para os estados mais desenvolvidos. Assim, como nos afirma TELES (1996, p. 85): [...] a questão social é a aporia das sociedades modernas que põe em foco a disjunção, sempre renovada, entre a lógica do mercado e a dinâmica societária, entre a exigência ética dos direitos e os imperativos de eficácia da economia, entre a ordem legal que promete igualdade e a realidade das desigualdades e exclusões tramada na dinâmica das relações de poder e dominação. Portanto, de acordo com IAMAMOTO (1997, p.14) é de suma importância trazer essa discussão para o Serviço Social, como o referido autor se expressa:

35 35 Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resiste, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...]. a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social. Sendo assim, é indiscutível a intervenção do Serviço Social aos migrantes que, por falta de oportunidades, se sentem na obrigação de sair do convívio familiar, da sua comunidade para buscar um futuro melhor em outros lugares de destinos. O profissional de Serviço Social está para garantir que os direitos de cidadão sejam efetivados independentemente do lugar que o indivíduo se encontre.

36 36 3. RESULTADO E DISCUSSÕES A experiência obtida no presente trabalho, bem como as questões abordadas neste capítulo, configura de forma resumida: o processo da migração na maneira que é vivenciado pelo migrante, tendo em vista inclusive, o contexto histórico, político, econômico e social do local de origem e de destino. Nas diversas tradições dos estudos migratórios, há uma confluência de abordagens e disciplinas que, cada qual com suas preocupações e objetos, compõe um grande quadro sobre o migrante, seus movimentos, os processos materiais, as consequências e implicações em diferentes escalas, os símbolos e as transformações culturais. (MARANDOLA, DAL GALLO, 2009, p. 01) PESQUISA DE CAMPO Dados foram coletados na Vila de Santa Maria, no município de Quiterianópolis, Estado do Ceará; localizada 423 km distante da Capital. Localiza-se na microrregião do sertão de Crateús, tem o clima Tropical Quente Semiárido. Figura 1 Localização no mapa do Ceará Fonte: Wikipédia (2013). mineração. Possui como principais atividades econômicas a agricultura, o comércio e a

37 37 Figura 2 Mineradora em Quiterianópolis Fonte: FIEC - Federação das Indústrias do Estado do Ceará, (2013). Segundo dados do IBGE, colhidos no censo demográfico do ano de 2010 a população é extremamente pobre: com rendimento domiciliar per capita mensal de até R$ 70,00 (setenta reais). A maioria da população reside na região rural. Figura 3 Gráfico da população em Quiterianópolis de 2000 a 2010 Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (2013).

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