Curso de Formação dos Facilitadores de Educação Permanente em Saúde
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- Maria de Begonha Domingues Garrau
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1 Curso de Formação dos Facilitadores de Educação Permanente em Saúde Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação na Saúde Brasília-DF, 16 de Agosto de 2004 Esplanada dos Ministérios, bloco G, sala 716 Cep: Brasília /DF Telefones: (61) / / Fax: s: degerts@saude.gov.br / sgtes@saude.gov.br Site: 1
2 A formação de facilitadores da educação permanente como estratégia para dinamização dos Pólos de Educação Permanente 1. Introdução Uma das principais limitações identificadas na implementação dos Pólos de Educação Permanente é a falta de domínio conceitual e operativo em relação à educação permanente. Ou seja, há muitas pessoas que aderem, participam e defendem o espaço democrático do Pólo como instância de pactuação e construção. Há muitas pessoas que compreendem a idéia e pretendem trabalhar a formação e o desenvolvimento dos profissionais de maneira reflexiva e contextualizada, tendo como foco os processos de trabalho e como sujeitos as equipes de saúde. Mas há poucas pessoas que sabem exatamente como fazer isso. Esse limitante, se não tratado, pode levar à burocratização do espaço dos Pólos e à perda da vitalidade desses espaços de articulação interinstitucional. É fundamental para a implementação da política de educação para o SUS, portanto, enfrentar e superar essa limitação: ampliar rápida e maciçamente a massa crítica capaz de operar a educação permanente em saúde no SUS. 2. A proposta de formação de facilitadores de educação permanente na dinâmica dos Pólos A estratégia escolhida pelo Ministério da Saúde é a proposição de um processo massivo de formação de facilitadores da educação permanente uma iniciativa conjunta do DEGES e da ENSP Fiocruz. Será um curso a distância, com aproximadamente 4 meses de duração para formar, na primeira edição, 6 mil facilitadores com o apoio de 300 tutores. O curso tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de ações de educação permanente nas diversas locorregiões já durante o processo de qualificação dos facilitadores. Assim, o objeto de trabalho dos facilitadores durante o curso será 2
3 exatamente o desenvolvimento dessas ações com o apoio dos tutores e o compromisso dos diferentes Pólos. Num curso à distância desenvolvido com base na reflexão sobre os processos vividos pelos facilitadores, o trabalho dos tutores é fundamental. Cada tutor apoiará a formação e o desenvolvimento das ações de educação permanente de 20 facilitadores. Os tutores, identificados em cada locorregião, serão selecionados mediante processo público e deverão ser pessoas comprometidas com a política de Educação Permanente, com capacidade de articulação locorregional e experiência prévia em facilitação de processos coletivos. O que serão /são os facilitadores da educação permanente? Esse um novo papel / uma nova função que está sendo construída no âmbito do SUS. Seu papel será o de acompanhar e facilitar a reflexão crítica sobre os processos de trabalho das equipes que operam no SUS em todos os níveis. A reflexão sobre os processos de trabalho no SUS exige a utilização de uma caixa de ferramentas que inclui os conceitos de integralidade, a produção do cuidado, o trabalho em equipe, a dinamização de coletivos, a gestão de equipes e de unidades, a capacidade de problematizar e identificar pontos sensíveis e estratégicos para a produção da integralidade e da humanização. Será tarefa dos Pólos identificar os facilitadores e os temas a serem trabalhados nas primeiras iniciativas de educação permanente. A referência para isso deve ser a integralidade e a pergunta a ser respondida: quais os principais problemas que afastam cada locorregião da atenção integral? Identificados os problemas, o exercício é descobrir quais os mais críticos, ou seja, quais os que enfrentados possibilitam um salto de qualidade? Definidos os nós críticos, estarão localizados os temas, as equipes, os locais geográficos e os locais de atenção nos quais prioritariamente serão desenvolvidas as ações de educação permanente apoiadas pelo curso. O passo seguinte, então, será identificar as pessoas com potencial para conduzir esses processos de reflexão crítica. A formação de facilitadores de educação permanente, portanto, implica compromissos coletivos: dos pólos com os facilitadores, dos facilitadores com os pólos e dos tutores com todo o processo. Cada pólo terá que assegurar aos 3
4 facilitadores condições para participação em um curso à distância, garantir a possibilidade de implementação das iniciativas prioritárias de educação permanente e também acompanhar o seu desenvolvimento. O cronograma a ser seguido é o seguinte. Até a primeira metade de setembro, as locorregiões devem mobilizar-se para indicar e inscrever tutores, que serão selecionados na segunda quinzena de setembro e formados em outubro e novembro por meio de oficinas regionais. Durante esse período, os pólos devem trabalhar na identificação dos temas prioritários e na indicação dos facilitadores, cujo processo de formação se iniciará em janeiro. 3. O processo de formação dos facilitadores A formação está organizada em 4 unidades uma com muitos elementos de operação, chamada integradora, e outras três, mais conceituais, nos seguintes campos: educação permanente, análise de situação e processos individuais e coletivos na produção cuidado. A unidade integradora terá dois momentos presenciais, além de atividades a distância. O primeiro momento presencial tem o objetivo de apresentar o curso aos futuros facilitadores, refletir sobre o processo de construção dos compromissos em seus respectivos pólos em torno das experiências de educação permanente e explorar o potencial de contribuições de cada uma das outras unidades para o desenvolvimento dessa proposta de ação, de modo que cada facilitador possa definir o itinerário / percurso que irá percorrer ao longo de sua formação (já que é possível iniciar o curso por qualquer das três unidades). O segundo momento presencial ocorre ao final da segunda unidade e tem como objetivo propiciar uma análise das experiências de educação permanente, identificar temas críticos e diálogos necessários para seu melhor desenvolvimento, possibilitando que se façam ajustes nas unidades finais para que possam efetivamente contribuir para a consolidação das experiências. Haverá atividades a distância para calibragem das ações de educação propostas e outro, ao final do curso, para avaliação do curso e das ações de 4
5 educação permanente bem como para construção dos mecanismos e estratégias de acompanhamento posterior das ações de educação permanente (observatório de práticas de EP, mostra nacional de práticas de EP etc.). As demais unidades estão dedicadas a ampliar a caixa de ferramentas dos facilitadores para análise dos processos de trabalho (na atenção e na gestão) e para o desenvolvimento da educação permanente. Serão utilizados casos e também as experiências vividas pelos facilitadores no desenvolvimento da educação permanente como matéria prima para a reflexão e a construção de conceitos, com o apoio de textos (alguns já existentes, mas a maior parte produzida especialmente para o curso). Durante o desenvolvimento de cada unidade, além de acompanhar o trabalho e o desempenho dos facilitadores, caberá aos tutores também acompanhar e facilitar o diálogo das unidades com o desenrolar das ações de educação permanente em cada locorregião. 4. O trabalho das equipes matriciais junto aos Pólos As equipes matriciais devem apresentar a proposta do curso a todas as locorregiões, evidenciando os compromissos necessários para participar: a) Garantia das condições para que os futuros facilitadores realizem o curso à distância; b) Identificação de candidatos a tutor. c) Escolha dos temas e locais prioritários para o desenvolvimento das ações de educação permanente. d) Identificação dos candidatos a facilitador em vários pontos da locorregião, de acordo com as prioridades de EP. e) Acompanhamento e suporte ao desenvolvimento das ações de EP ao longo do curso. Abaixo segue o quadro de distribuição do número de tutores e facilitadores da EP por estado da federação. A distribuição levou em conta a população (concentração e dispersão), o número de unidades ambulatoriais de saúde e os requisitos para o deslocamento de pessoas. Distribuição facilitadores e tutores por estado. 5
6 POPULAÇÃO UNIDADES DE SAÚDE TUTORES FACILITADORES AC 0,003 0, AM 0,017 0, AP 0,003 0, PA 0,037 0, RO 0,008 0, RR 0,002 0, TO 0,007 0, AL 0,017 0, BA 0,076 0, CE 0,044 0, MA 0,033 0, PB 0,020 0, PE 0,046 0, PI 0,017 0, RN 0,016 0, SE 0,011 0, DF 0,012 0, GO 0,030 0, MS 0,012 0, MT 0,015 0, ES 0,018 0, MG 0,105 0, RJ 0,084 0, SP 0,219 0, PR 0,056 0, RS 0,060 0, SC 0,032 0, TOTAL
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