CIBERCULTURA, VAZIO EXISTENCIAL E SUBJETIVIDADE: Um novo modo de existir

Transcrição

1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Graduação em Psicologia Carlos Cézar Pereira dos Santos Filho CIBERCULTURA, VAZIO EXISTENCIAL E SUBJETIVIDADE: Um novo modo de existir Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Psicologia. Orientadora: Vânia Carneiro Franco

2 Betim 2014

3 Título: Cibercultura, vazio existencial e subjetividade: um novo modo de existir Autor: Carlos Cézar P. S. Filho Afiliação: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Cidade: Betim carlos_cezar27@hotmail.com Palavras-chave: Cibercultura; vazio existencial; subjetividade Eixo temático: 08. Movimentos Sociais Monografia apresentada no curso de psicologia que introduz as novas tecnologias da comunicação no cenário social e levanta as suas implicações na subjetividade do sujeito contemporâneo. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre diferentes tipos de autores recentes para uma discursão sobre a temática. Conceitos mais novos como a Cibercultura são fundamentais para o entendimento dos fenômenos atuais, afinal, é através dos novos recursos da comunicação que emergem novas formas de existir, portanto, novas formas de subjetividade. É encontrado atreladas às características desse novo sujeito novas sensações, tais como uma grande efemeridade no viver e uma sensação de vazio, este já conhecido por outros autores clássicos da psicologia como vazio existencial. As características dessa hipermodernidade são muitas, desde sua configuração social até uma configuração mais individual. O sujeito da contemporaneidade é muito diferente daquele sujeito de décadas atrás. Este trabalho teve como objetivo, além de detectar a visão dos profissionais da área sobre as mudanças na comunicação da sociedade, compreender um pouco mais sobre as mudanças da subjetividade contemporânea e os movimentos sociais emergentes deste novo contexto, e também contribuir para os estudos existentes, uma vez que não são muitos. A metodologia foi uma pesquisa bibliográfica muito rica, indo de psicólogos, sociólogos, filósofose até psiquiatras para a discussão, como Lévy (1996), Lipóvetsky (2005), Giovanetti (2005) e até viktorfrankl (1973).

4 Muito presente nos trabalhos científicos relativos ao tema abordado, temos por um lado uma visão crítica e negativa quanto aos avanços da tecnologia e os caminhos que a humanidade está tomando. E por outro temos uma visão mais positiva e abrangente sobre as mudanças contemporâneas, trabalhando a ideia de que as características da hipermodernidade, tais como os excessos, as individualidades, a degradação da biosfera e, até mesmo, a sensação de vazio, fazem parte de um novo modo de pensar e de um novo arranjo da existência humana. Um novo movimento social que também é cultural. Concluímos esse trabalho com uma postura um pouco mais otimista deste novo momento que vivenciamos. O que observamos é de que estamos deparando com novas possibilidades e novas formas de subjetividades, em novas formas de significar nossas relações. E que, até mesmo em nosso vazio e crise da existência, reparada nessas novas relações virtuais e que são tão criticadascomo patológicas, existe um sentido por detrás que impulsiona ao sujeito uma vontade de mudança. A nova rede de comunicação, e as relações virtuais trazem aqui um aparado de informações que podem dizer de um novo modo de se fazer o social mesmo quando somos altamente individualistas. Isso se mostra nos diversos, e às vezes sutis, movimentos sociais que ocorrem a todo momento em rede. Seja numa preocupação com uma comunidade, ou numa preocupação ecológica ou política, as características da sociedade hoje estão sendo produtoras de novas formas de se fazer subjetividade.

5 REFERÊNCIAS CHARLES, Sébastien. Cartas sobre a Hipermodernidade: ou o hipermoderno explicado às crianças. São Paulo: Barcarolla, CRUZ, Daniel Nery da. A discussão filosófica da modernidade e da pós modernidade. Metavola, São João del Rei, v. 12, n. 13, p , Disponível em < A_CRUZ.pdf>. Acesso em 25 de outubro de FRANKL, Viktor Emil. Psicoterapia e Sentido de Vida. São Paulo: Quadrante, FRANKL, Viktor Emil. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. 26. ed. ver. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, GIOVANETTI, José Paulo. Pós-modernidade e vazio existencial. In: JOSGRILBERG, Rui de Souza; PICCINO, Josefina Daniel (orgs.). Existência e Saúde. São Bernardo do Campo: UMESP, 2002, p GIOVANETTI, José Paulo. Desafios do terapeuta existencial hoje. In: ARGERAMICAMON, Valdemar (org.). A Prática da Psicoterapia. São Paulo: Pioneira, 1999, p GONÇALVES, Marco Antônio. Indivíduo hipermoderno e o consumo. In: SEMINÁRIO DOS ESTUDANTES DA PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFSCAR, 7, 2011, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2011 a, p Disponível em < pdf>. Acesso em 15 de setembro de GONÇALVES, Marco Antônio. Resenha de: CHARLES, Sébastien. Cartas sobre a Hipermodernidade: ou o hipermoderno explicado às crianças. São Paulo: Barcarolla, Conjectura, Caxias do Sul, v. 16, n. 3, p , set./dez b. Disponível em < Acesso em 16 de abril de GUERRESCHI, Cesare. New Addiction: as novas dependências. São Paulo: Paulus, 2007.

6 GUIMARÃES JÚNIOR, Mário José Lopes. A cibercultura e o surgimento de novas formas de sociabilidade.in: REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO MERCOSUL, 2, Piriápolis. Anais...Piriápolis: UNC, Disponível em < Acesso em 14 de agosto de JANSEN, Mark. KingdomofHeaven (A New Age Dawns Part V). Intérprete: Epica. In: EPICA. Design YourUniverse. Wolfsburg: Nuclear Blast, CD. (75 min.) Faixa 6. LEITÃO, Carla Faria; NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Impactos da internet sobre pacientes: a visão de psicoterapeutas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 3, p , set./dez Disponível em < Acesso em 20 de setembro de LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, LIPÓVETSKY, Gilles. A Era do Vazio: ensaio sobre o individualismo contemporâneo. São Paulo: Relógios d Água, MOREIRA, Ana Regina de Lima; DUTRA, Elza. Perspectiva sócio-histórica e abordagem humanista-existencial: reflexões sobre o conceito de subjetividade. Vivência,Natal, v. 1, n. 31, p , Disponível em < 1/cap %2002_ANA%20REGINA_E_ELZA%20DUTRA.pdf>. Acesso em 16 de abril de NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Internet: a negatividade do discurso da mídia versus a positividade da experiência pessoal. À qual dar crédito? Estudos de Psicologia, Natal, v. 7, n. 1, p , Disponível em < Acesso em 29 de setembro de ROLNIK, Suely. Toxicômanos de identidade: subjetividade em tempo de globalização. In: LINS, Daniel (org.). Cultura e Subjetividade. Saberes Nômades. Campinas: Papirus, 1997, p ROMÃO-DIAS, Daniela; NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Eu posso me ver como sendo dois, três ou mais : algumas reflexões sobre a subjetividade contemporânea. Psicologia: Ciência & Profissão, Brasília, v. 25, n. 1, p , mar Disponível em < Acesso em 10 de fevereiro de 2014.

7 SILVA, Lorena Bandeira da. Sobre o consumo e o consumismo: a consumação do vazio. Logos & Existência, João Pessoa, v. 1, n. 1, p , Disponível em < Acesso em 16 de abril de 2014.