Jornalzinho da Saúde
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- Suzana Sá Gorjão
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1 Jornalzinho da Saúde Professor Chenso Dengue é uma doença causada pelo arbovírus Flavivirus, da família Flaviviridae, e se apresenta com quatro sorotipos (tipos imunológicos): DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. É um ARN-virus. Arbovirus: espressão inglesa air borne virus (vírus aerotransportados). Mosquito Aedes aegypti O momento mágico... Para o mosquito, claro! O VIRUS Estas três imagens de fotomicrografia eletrônica mostram os virus do dengue (pontos pretos) no interior das células e, à esquerda, um momento antes da invasão, junto à membrana celular. A ESTRUTURA 1- Proteína de envoltura E; 2- Proteína de membrana M; 3 Proteína de capsídio C; 4 ARN de monocadeia positiva.
2 Hospedeiros naturais: homem e outros primatas, sendo o homem o único a apresentar manifestação clínica. Mecanismo de Transmissão: através da picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, fêmeas. O mosquito injeta o vírus na corrente sangüínea do paciente. (O macho alimenta-se apenas de seivas vegetais). Uma única fêmea, em 45 dias (tempo de vida estimado para a espécie), pode contaminar até 300 pessoas. Ciclo de Vida do Aedes aegypti O mosquito pica a pessoa doente e se contamina. Depois, pica a pessoa sã e lhe transmite o virus. Não ocorre transmissão por contato direto de paciente para pessoa sadia (transmissão inrterpessoal). O mosquito não contaminado pode picar várias pessoas sem que nada aconteça. Quando ele pica uma pessoa com o virus da doença, e se contamina e, então, quando picar novamente pessoas sãs ele transmitirá a doença a elas. Quadro Clínico: perído do Incubação: três a quinze dias após a picada. Dissemina-se pela corrente sanguínea (viremia). Inicia-se com febre alta (entre 38.5ºC e 40º C), de início abrupto, mal-estar, anorexia, cefaléia, mialgias e artralgia muito intensas, simulando, às vezes, até fraturas (daí o nome popular de febre quebra-ossos ). Dor retro-ocular ou ocular. O quadro continua, podendo piorar os sinais e sintomas, e acaba regredindo espontaneamente, como ocorre em outras viroses. Normalmente medica-se o paciente com analgésicos e muita hidratação, já que, contra o vírus não há medicação específica. Não confundir com gripe, já que estes sintomas são iguais mas, na gripe, ocorre corriza, congestão nasal, tosse, e outras manifestações respiratórias, ausentes no dengue.
3 Febrea alta + Cefaléia + Dor retro-ocular + Artralgias + Mialgias+Anorexia + Exantema (pequenas manchas vermelhas na pele), pode ser dengue. Se ocorrer diarréia + nauseas e/ou vômitos + dores abdominais concomitantes, é preciso procurar ajuda médica urgente. Se surgirem petéquias (manchinhas de sangue), hematêmese (vômito com sangue) ou melena (fezes negras), então a urgência é máxima!!! Dengue hemorrágico: o paciente pode apresentar, após a fase aguda de febre, petéquias (pontilhado vermelho na pele, indicando hemorragica capilar), epistaxis (sangramento nasal), gengival, de outras mucosas, e hemorragias internas, às vezes volumosas, colocando em alto risco a vida do paciente. Pode ocorrer coagulação intravascular disseminada, com multiplos pequenos infartos que levam a lesão de vários órgãos, alguns vitais. Normalmente este tipo de dengue ocorre no paciente que já teve dengue, mas cujos anticorpos não reconhecem corretamente o novo invasor, e acabam por se ligar aos virions (unidade funcional do vírus) mas não as neutralizam a formação destes complexos moleculares acabam por lesar o endotélio (epitélio interno vascular), provocando as hemorragias.
4 Casos graves de dengue hemorrágico Segmento de alça intestinal coberta de coágulos sangüíneos. Pessoa com dengue hemorrágico apresentando epistaxe abundante (sangramento nasal e oral). Imunologia: Se a pessoa é contaminada, garante imunidade defintiva contra o primeiro sorotipo contaminante, e imunidade parcial por alguns meses para os demais tipos. Em caso de segunda infecção, por um dos três sorotipos, a probabilidade da doença se manifestar de forma mais agressiva existe, mas não é obrigatório. A classificação numérica (Deng-1, 2, 3 e 4) não tem qualquer relação com a gravidade da doença ou com uma possível maior ou menor virulência. Não existe vacina contra a doença, portanto a única defesa que nos restra é evitar a proliferação de mosquitos, e promver a eliminação dos adultos. Genética: Não importa a causa do aumento da variabilidade genética do vírus, se ele ocorre, é porque as populações humanas estão sendo expostas a diversas cepas virais, e algumas podem escapar da proteção imunológica obtida com a exposição prévia ao sorotipo. Pode, ainda, surgirem cepas com patogenicidade aumentada dos vírus silvestres, geneticamente diferentes, que, quando introduzidas nas populações, podem desencadear epidemias. Mesmo não se dispondo de amostras históricas para se avaliarem as possíveis alterações genéticas através do tempo, as observações mostram que a variabilidade genética está aumentando. Tratamento: caso você apresente os sintomas acima descritos, em nenhuma hipótese tente a automedicação. PROCURE O MÉDICO!!! (Particular, em postos de saúde ou nos hospitais) O nome da patologia a- seria derivado da expressão suailí ki dengu pepo são ataques causados por maus espíritos, e era usado para descrever a doença, entre os africanos. b-seria derivado da expressão dengue que, em nagô, língua africana mais conhecida no Brasil, significa manha, birra, xororô. Os escravos apresentavam a doença com frequência, e ficavam muito mal. Os senhores diziam que os escravos eram dengosos, ou seja, estariam fingindo o sofrimento para não trabalhar. Dengue hoje: é a arbovirose que mais frequentemente ataca do homem atualmente. Cerca de 100 milhões de casos/ano, no mundo!! O tipo hemorrágico e o choque por dengue atingem até 500 mil pessoas/ano. Taxa de mortalidade: 10%. Por que do aumento: a- aumento da concentração humana em ambiente urbano propiciou crescimento substancial da população viral; b- as alterações ambientais de natureza humana provocam dano à fauna e flora; c- o aumento no acúmulo de detritos e de recipientes descartáveis; d- mudanças nas paisagens têm promovido alterações microclimáticas que parecem favorecer algumas espécies vetoras, em detrimento de outras, oferecendo abrigos e criadouros, bem como a disponibilidade de hospedeiros. O impacto: o impacto dessa doença sobre a população humana está a - no desconforto que causa, b- nas perdas de vidas, principalmente entre crianças; c - prejuízos econômicos expressos em gastos com tratamento, hospitalização, controle dos vetores, absentismo no trabalho e perdas com turismo. O ressurgimento: a- medidas de controle de vetores em países pobres e endêmicos quase não existem; b crescimento da população humana descontrolada e com grande variações demográficas; c expansã e alteração desordenada do ambiente urbano, com precariedade de instalações sanitárias, aumentando a população vetora; d- aumento do intercambio comercials entre múltiplos
5 países aumento o número de viagens e o risco de disseminação; d- Descaso das autoridades durante muito tempo, permitindo a expansão da doença até ficar sem controle. Muito bem, Sr. Presidente:leia com atenção. Dá pra chegar mais perto?? Não estou vendo nada!! Sinais de alerta para dengue hemorrágico: a- dor abdominal + vômitos; b- hipotensão arterial e postural; c- diferença entre PA máx e PAmínima < 20 mmhg (PA convergente); d extremidades frias, cianose, pulso rápido e fino; e agitação ou letargia; hemorragias (hematêmese, melena, epistaxis etc.); f- hipotermina e diminuição do volume urinário; g desconforto respiratório.
6 Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele. Stanislaw Ponte Preta (Sergio Porto) Escritor e humorista.
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