UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM"

Transcrição

1 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM AS CONTRIBUIÇÕES DAS BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES PSICOMOTORAS FUNCIONAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Beatriz Brum da Silva Orientador Prof.Geni Lima Rio de Janeiro 2011

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM AS CONTRIBUIÇÕES DAS BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES PSICOMOTORAS FUNCIONAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para conclusão para o curso de Pós Graduação Latu Sensu em Neurociência Pedagógica. Por: Beatriz Brum da Silva

3 3 AGRADECIMENTOS... À minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim. Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas.

4 4 DEDICATÓRIA...dedico à minha família e seu apoio sem restrições.

5 5 RESUMO O presente trabalho além de conceituar a neurociência, evidência o contexto interdisciplinar da neurociência do movimento aplicada no cotidiano escolar, promovendo conhecimento que entre inúmeras capacidades, propiciarão o entendimento da maneira como o sistema nervoso central desenvolve os aspectos de aprendizagem da fala, leitura e escrita; a importância da psicomotricidade na educação infantil, o desenvolvimento psicomotor e as contribuições do psicopedagogo para os distúrbios psicomotores; a necessidade que há de os Educadores da Educação Infantil procurem se aperfeiçoar mais sobre a importância dos jogos e brincadeiras para que possam melhor contribuir na formação integral do desenvolvimento da criança, pois jogos e brincadeiras são elementos de grande importância no processo de ensino-aprendizagem. Tenho como objetivo ressaltar a importância da descoberta e/ou aprofundamento do tema integração do corpo, ação e emoção na área educacional. Brincar é uma ação que ocorre no campo da imaginação, assim, ao brincar estar-se-á fazendo uso da linguagem simbólica. Poder brincar já é um processo terapêutico, brinca-se com o que não se pode entender, brinca-se para poder entender melhor e brinca-se para ressignificar a vida. Na brincadeira o sujeito exercita-se cognitivamente, socialmente e efetivamente.

6 6 METODOLOGIA No intuito de se obter uma monografia autêntica, objetiva e bem estruturada abordou-se primeiramente nesta pesquisa um levantamento bibliográfico. Em seguida foi realizado um estudo que abordasse informações e conhecimentos sobre neurociência, motricidade e psicomotricidade, brincadeiras e jogos. A pesquisa seguiu a estratégia de revisão de literatura, análise documental e análise de conteúdo, sendo um estudo histórico e também comparativo. Comparativo, pois, foram verificadas as ausências, semelhanças e diferenças nas definições encontradas. Quanto ao modelo de estudo, é tipificada como uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, tendo a análise de conteúdo como a sua característica principal. Apresenta uma pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leituras de textos, de autores diversos (Livros, enciclopédias, e outros). É caracterizada como uma pesquisa indireta, pela utilização de informações, conhecimentos e dados que já foram coletados, através de uma pesquisa documental. As fontes foram diversas e tiveram um tratamento qualitativo. Portanto, procurei realizar uma revisão de literatura no intuito de, inicialmente, conhecer o início da história e desenvolvimento do assunto abordado, encontrando a sua definição por diversos autores utilizados como pressuposto teórico na pesquisa.

7 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I BASE NEUROLÓGICA DOS MOVIMENTOS 11 CAPÍTULO II MOTRICIDADE E PSICOMOTRICIDADE 31 CAPÍTULO III A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 56 CONCLUSÃO 76 BIBLIOGRAFIA 78 ÍNDICE 80

8 8 INTRODUÇÃO Nesta monografia farei uma apresentação resumida da anatomia envolvida no controle motor, discutindo a participação e execução dos movimentos em prol do funcionamento harmônico característico da movimentação voluntária do corpo humano, abordarei o tema neurociência e mais especificamente o tema neurociência dos movimentos que é o estudo do sistema nervoso: sua estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, relação com o comportamento e a mente, e também suas alterações. São tão numerosas as estruturas nervosas envolvidas no controle dos movimentos, e tão complexas as interações entre elas, que o estudo do sistema motor se torna uma tarefa difícil e árdua. A psicomotricidade como uma técnica que busca conhecimentos nas várias ciências apresenta como seu objeto de estudo o corpo em movimento e o corpo em movimento é essencial para o convívio, para as interações sociais. Assim parto do pressuposto de que estaremos contribuindo para a otimização corporal dos potenciais neuro e psico-cognitivos funcionais. Esses potenciais estão sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, manifestadas pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser humano. Considerando a psicomotricidade como a ciência que envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que representa suas necessidades e permite suas relações com os demais, vejo que é indispensável sua atuação durante a vida pré-escolar da criança. O movimento permite a criança explorar o mundo exterior, sem o contato com o concreto, a criança pode desenvolver um bloqueio e se isolar por toda vida. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20 de dezembro de 1996 (Lei nº 9394) art.29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Para que aja esse desenvolvimento integral é preciso que tenhamos profissionais capazes e conscientes da importância da psicomotricidade.

9 9 Nesta monografia apresento também uma reflexão sobre a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento integral das crianças. Vale ressaltar que os jogos não estão relacionados só com o ato de brincar e sim com o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo, moral e social. Portanto é com o desenvolvimento harmonioso e global da criança que o educador deverá; desenvolver o lúdico através dos jogos e brincadeiras como recursos pedagógicos acessível aos diversos níveis de ensino. No brincar, aprendemos e ensinamos sobre o mundo em que vivemos e por esse motivo a brincadeira é a forma como toda a criança inicia sua relação, com o mundo. Sendo assim considero de vital importância que a ação pedagógica desenvolvida com crianças da educação infantil e ensino fundamental deva basear-se no respeito e no conhecimento de suas características específicas. No entanto, faz-se necessário a constante formação dos professores em relação a ação dos mesmos sobre esses recursos, pois em sua maioria constitui-se que o professor tem pouco conhecimento sobre a importância do lúdico em sala de aula e fora dela também. E a falta desse conhecimento impede que o professor lance mão de um recurso tão valioso quanto o brincar das crianças e conseqüentemente, não o utilizando, impedirá que se promova um melhor desenvolvimento e aprendizado das mesmas. Assim, é de competência do educador, em especial o que trabalha na educação infantil, compreender as fases do desenvolvimento da criança para adequar os jogos e brincadeiras e encaminhá-los dentro do processo ensinoaprendizagem. Sem a brincadeira (lúdico) fica tedioso o processo de aprendizagem. É necessário que a construção se faça a partir do jogo, da imaginação, do conhecimento do corpo. Para isto, as contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon entre outros pensadores da Educação apresentam experiências concretas na realidade brasileira que permitem uma perspectiva em que se prioriza na Educação Infantil, as bases primeiras da formação para cidadania, percebendo-se a criança como ser humano pleno.

10 10 Para atuar na Educação Infantil é necessário conhecer as crianças, suas características e seus direitos, conhecer a metodologia própria para atuar com mediador, bem como a legislação que possibilite a formação de um cidadão na atualidade, e que respalde um verdadeiro trabalho pedagógico na Educação Infantil.

11 CAPÍTULO I BASE NEUROLÓGICA DOS MOVIMENTOS 11 A Neurociência é o estudo do sistema nervoso, segundo LENT (2005) podemos classificá-la de acordo com os níveis de abordagem, consideramos então cinco grandes disciplinas neurocientíficas. A Neurociência molecular que tem como objetivo de estudo as diversas moléculas de importância funcional no sistema nervoso, pode ser também chamada de Neuroquímica ou Neurobiologia molecular. A Neurociência celular aborda as células que formam o sistema nervoso, sua estrutura e sua função, pode ser chamada também de Neurocitologia ou Neurobiologia celular. A Neurociência sistêmica considera populações de células nervosas situadas em diversas regiões do sistema nervoso, que constituem sistemas funcionais como o visual, o auditivo, o motor, etc. Quando apresenta uma abordagem mais morfológica é chamada Neuro-histologia ou Neuroanatomia, e quando lida com aspectos funcionais é chamada Neurofisiologia. A Neurociência comportamental dedica-se a estudar as estruturas neurais que produzem comportamentos e outros fenômenos psicológicos como o sono, os comportamentos sexuais, os comportamentos emocionais etc. É às vezes conhecida também como Psicofisiologia ou Psicobiologia. Finalmente, a Neurociência cognitiva trata das capacidades mentais mais complexas, geralmente típicas do homem, como linguagem, a autoconsciência, a memória etc, pode ser chamada também de Neuropsicologia. É claro que o limite entre essas disciplinas não são nítidos, o que nos obriga a saltar de um nível a outro, ou seja, de uma disciplina a outra, sempre que tentamos compreender o funcionamento do sistema nervoso. Segundo BEAR (2002), observando a estrutura do sistema nervoso, percebemos que eles têm partes situadas dentro do cérebro e da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As primeiras recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as últimas de sistema nervoso

12 12 periférico (SNP). É no sistema nervoso central que está a grande maioria das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que fazem entre si. No sistema nervoso periférico estão relativamente poucas células, mas um grande número de prolongamentos chamados fibras nervosas, agrupados em filetes alongados chamados nervos. Os nervos (conjunto de neurônios) podem ser divididos em nervos que levam informação para o SNC e nervos que levam informação do SNC. Os primeiros são chamados fibras aferentes e os últimos de fibras eferentes. As fibras aferentes enviam sinais dos receptores (células que respondem ao estímulo sensorial nos olhos, ouvidos, pele, nariz, músculos, articulações) para o SNC. As fibras eferentes enviam sinais do SNC para os músculos e as glândulas. Segundo LENT (2005) Apesar de nosso cérebro ser divido em dois hemisférios não existe relação de dominância entre eles, pelo contrário, eles trabalham em conjunto, utilizando-se dos milhões de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais e se encarregam de pô-los em constante interação. Existem redundâncias consideráveis no sistema nervoso. A existência de processamento paralelo é amplamente aceita na neurociência e acredita-se que ele seja necessário devido a rapidez e complexidade do processamento da informação no cérebro das criaturas vivas. O poder da computação paralela pode ser observado nos modernos computadores seriais que demoram muito mais que o cérebro humano para processar informações visuais. Nos últimos anos, reconheceu-se que computadores com processamento paralelo são necessários para acelerar o processamento de imagens, aproximando-o da velocidade do cérebro humano. 1.1 Neurociência dos movimentos Sistema Motor

13 13 O sistema motor descreve os mecanismos que o SNC utiliza para promover os segmentos do nosso corpo e manter a postura de acordo com os objetivos de determinada tarefa. O trabalho conjunto do córtex cerebral, do gânglios da base, do cerebelo e de certas estruturas segmentares é responsável pelo controle de toda motricidade do nosso corpo. O planejamento desse controle requer informações sobre as condições dos diversos segmentos corporais, sejam os segmentos envolvidos diretamente no movimento, bem como aqueles que formarão a base do movimento, servindo de apoio e promovendo o equilíbrio do corpo no espaço. Segundo LENT (2005), são quatro os elementos de operação do sistema motor: os efetuadores, que realizam os movimentos; os ordenadores, responsáveis pelo comando dos efetuadores; os controladores, que zelam pela execução correta dos comandos; e os planejadores, responsáveis pelas sequências de comandos que produzem os movimentos voluntários complexos. Os músculos estriados esqueléticos são os efetuadores do sistema motor somático. São formados por células musculares dentro das quais estão as proteínas contráteis. Estas moléculas são partes do citoesqueleto capazes de deslizar umas sobre as outras encurtando ou alongando de cada célula muscular. Há tipos diferentes de células musculares, e a sua composição dentro de cada músculo determina as propriedades dele. Os primeiros ordenadores, isto é, aqueles que entram em contato direto com os efetuadores musculares, são os motoneurônios. Cada motoneurônio pode inervar diferentes células musculares de um mesmo músculo, mas cada célula muscular só é inervada por um

14 14 único motoneurônio. O conjunto do motoneurônio com suas células musculares é a unidade motora, a unidade de comando do sistema motor. Para que os ordenadores funcionem a contento, precisam ter acesso a informações vindas dos efetuadores, e as obtêm através dos receptores musculares: os fusos, situados dentro da massa muscular, e os órgãos de Golgi, situados nos tendões. Esses receptores informam os motoneurônios, através de fibras nervosas aferentes, sobre o comprimento e o grau de tensão dos músculos correspondentes. Há reflexos com dois neurônios (monossinápticos) como os miotáticos, outros com três neurônios (dissinápticos) como os miotáticos inversos, e outros com muitos neurônios (multissinápticos) como os reflexos flexores de retirada. Os músculos ativados reflexamente são determinados pelo local de estimulação, e a força empregada bem como a duração da resposta depende da intensidade do estímulo. Assim, os reflexos representam a forma mais elementar de comando motor coordenado. Movimentos mais elaborados podem ser obtidos por sequências de comandos automáticos geradas por ciclos rítmicos produzidos na própria medula. É o que ocorre no ato de coçar e na locomoção As áreas motoras do córtex cerebral e suas funções. Uma área motora deve: projetar e receber de outras regiões motoras, provocar distúrbios motores quando lesada, provocar movimentos quando estimulada e possuir atividade neural e fluxo sanguíneo aumentados precedendo e acompanhando a execução de movimentos. Segundo AFIFI e BERGMAN (2008) podem-se considerar três grandes áreas motoras no córtex cerebral: a área motora primária (abreviada M1), que ocupa giro pré-central do lobo frontal e relaciona-se ao comando dos

15 15 movimentos voluntários; a área motora suplementar (ou MS), que se localiza rostral e dorsalmente a M1, Penfield e Welch, em 1949 e 1951 for os primeiros a denominá-la; a área pré-motora (PM) que se situa rostral e lateralmente a M1, o conceito de córtex pré-motor foi inicialmente proposto em 1905 por Campbell. MS e PM estão relacionadas ao planejamento dos movimentos voluntários, mais que ao comando de sua execução, e MC parece participar dos movimentos que têm conotação emocional. As áreas motoras do córtex cerebral são densamente interconectadas, e apresentam também conexões com outras regiões corticais, como a área somestésica primaria (S1) e áreas associativas dos lobos parietal e frontal. Todas as áreas projetam-se para regiões motoras sub-corticais, núcleos da base e cerebelo (LENT2005). É importante ressaltar também que todas elas projetam para regiões motoras subcorticais e contribuem para o feixe córticoespinhal. M1, entretanto, é dentre todas a que possui maior densidade de neurônios que formam vias descendentes para regiões subcorticais Os músculos Músculos são conjuntos maciços ou frouxos de células alongadas, capazes de mudar seu comprimento ativamente, contraindo-se ou relaxando sob controle direto ou indireto de fibras nervosas, ou mesmo espontaneamente segundo ritmos intrínsecos que eles mesmos produzem (LENT, 2005, p.344). A capacidade contrátil das células musculares é fornecida por proteínas especializadas do citoesqueleto, ativadas por um complexo sistema de sinalização molecular disparado por potenciais de ação que percorrem a sua membrana plasmática. As células musculares, assim, são excitáveis como os neurônios. As células musculares podem ser lisas ou estriadas. As lisas são geralmente as responsáveis pelos movimentos das vísceras (exceto o

16 16 coração), as estriadas podem ser esqueléticas (a maioria) ou cardíacas. (LENT, 2005) Como as células musculares são alongadas, são também chamadas fibras musculares. Em um músculo típico, centenas ou milhares dessas fibras se aglomeram em fascículos paralelos envoltos em tecido conjuntivo, e se estendem de uma extremidade a outra do músculo. Nas extremidades o tecido conjuntivo torna-se mais fibroso e rígido formando os tendões que ligam os músculos aos ossos e, em alguns casos como na face, a tecidos moles. Cada fibra muscular é inervada por um único neurônio, mas como o axônio pode se ramificar, um mesmo neurônio pode inervar diversas fibras musculares. Neurônio e célula muscular formam uma dupla extremamente interdependente, que troca fatores químicos essenciais à sobrevivência de ambos (fatores tróficos). Quando um deles desaparece, o outro sofre atrofia. Bem antes dos bioquímicos e biólogos moleculares decifrarem o funcionamento da maquinaria molecular envolvida na contração muscular, os histologistas examinavam detalhadamente cortes de músculos corados de varias maneiras. Desse trabalho resultou a descoberta de que dentro de um músculo esquelético há diferentes tipos de fibras musculares, dispersamente distribuídas. A importância de conhecer os tipos morfológicos de fibras musculares vem do fato de que eles se correlacionam estreitamente com a função que exercem. Isso repercute no tipo de função desempenhada pelo músculo com um todo, já que em cada um deles pode predominar um dos tipos de fibras, em detrimento dos demais. Segundo FORREST, 1979, as fibras musculares se dividem em três tipos: (1) as fibras vermelhas lentas que dispõem de um rico suprimento sanguíneo, muitas mitocôndrias, muita mioglobina e metabolismo fortemente aeróbico, são especializadas em contrações lentas e sustentadas, e muito resistentes à fadiga. (2) As fibras brancas rápidas, ao contrário, possuem poucos capilares, poucas mitocôndrias, pouca mioglobina mas grandes reservas de glicogênio, e metabolismo anaeróbico gerador de acido lático, são especializadas em contrações rápidas, fortes e transitórias, mas são muito fatigáveis. (3) As intermediárias possuem características mistas, alguns

17 17 trabalhos recentes sugerem que essas fibras são raras ou mesmo inexistentes no homem Os músculos sob comando neural Os músculos esqueléticos funcionam estritamente sob comando neural. Por essa razão as lesões neurais provocam paralisias e paresias (LENT, 2005, p.353). Segundo CORTEZ (2008) os motoneurônios são localizados na substância cinzenta e sua fibras nervosas abandonam a medula via raiz anterior e inervam os músculos esqueléticos. Há três tipos de motoneurônios: motoneurônio-a, motoneurônio-y e motoneurônio-b. Uma única fibra nervosa de motoneuronio-a pode inervar de três a várias centenas de fibras musculares esqueléticas. O conjunto formado por essa fibra nervosa e suas fibras musculares coletivamente é chamado de unidade motora. São eles que comandam realmente a contratibilidade muscular. Já as fibras de motoneurônios-y inervam fibras musculares esqueléticas chamadas fibras intrafusais, que são parte dos fusos musculares, receptor localizado dentro dos músculos sensível a variações no comprimento do músculo. Segundo LENT (2005) os motoneurônios não influem diretamente sobre a contração do músculo, mas participam de um mecanismo de controle indireto da contração muscular. Motoneurônios-B têm propriedade intermediárias, seus axônios bifurcam-se em ramos que inervam as fibras musculares comuns (como os motoneurônis-a), e outros que inervam as fibras dos fusos musculares (como os motoneurônios-y). São comuns nos vertebrados inferiores, mas se acredita que cheguem a 30% dos motoneurônios dos primatas. A substância cinzenta medular contém não apenas os motoneurônios mas também grande número de interneurônios. Segundo CORTEZ (2005) os interneurônios são menores e mais numerosos do que os motoneurônios e são altamente excitáveis. São amplamente interconectados entre eles, e muito deles invervam diretamente os

18 18 motoneurônios. Entre os cornos anterior e posterior da medula existe uma zona intermediaria ocupada por extensa rede de interneurônios, que faz a conexão entre núcleos medulares, alguns dentro do mesmo segmento medular (conexão intra-segmentar) e outros localizados em outros segmentos (conexão intersegmentar). A maioria dos sinais vindos dos nervos espinhais e sinais vindos do cérebro são transmitidos primeiro aos interneurônios e processados por eles, para depois atingirem os motoneurônios-a. Os sinais que descem pelo córtico-espinhal são entregues a interneurônios da medula espinhal e não provocam necessariamente uma contração muscular. O trato córtico-espinhal termina quase inteiramente sobre interneurônios. Após os sinais vindos por esse trato terem sido processados com os sinais oriundos de outros tratos e pelos nervos espinhais, o interneurônio finalmente envia o resultado do processamento para os motoneurônios. Na verdade, os sinais motores encefálicos podem comandar a medula espinhal na execução de muitas tarefas motoras complexas sem que cheguem a excitar diretamente um único músculo. Entretanto, quando a contração de um único músculo é necessária, são os sinais que passam pelo feixe córtico-espinhal que possuem essa capacidade. O número de neurônios motores que inervam um determinado músculo é diretamente relacionado com a precisão dos movimentos dos quais participa. Os interneurônios podem ser excitatórios e inibitórios, os excitatórios são especialmente utilizados nos circuitos da locomoção, enquanto os inibitórios estão envolvidos com os reflexos (LENT, 2005, P. 356) A unidade de comando Na população de motoneurônios de um músculo, a unidade funcional de comando é constituída por um motoneurônio e suas fibras musculares. Esse conjunto recebe o nome de unidade motora. Dito de outro modo: a unidade motora é o menor elemento de um músculo sob

19 19 controle neural, ou seja, o grupo de fibras musculares com seu motoneurônio ordenador. (LENT, 2005, 357) A razão de inervação é máxima para unidades motoras de uma única fibra muscular, razão de inervação de uma unidade motora, então, é o inverso do número de fibras musculares. Para um músculo pode-se também calcular uma razão de inervação, que neste caso é definida como o quociente entre o número entre numero de motoneurônios e o número de fibras musculares daquele músculo. A razão de inervação reflete a função de um músculo, assim os músculos que movem o polegar humano apresentam alta razão de inervação: sua função exige um grande número de neurônios para comandálos. Os músculos do dorso, por outro lado, têm baixa razão de inervação, pois os movimentos que apresentam são pouco precisos e mais grosseiros, necessitando de menos motoneurônios. Do mesmo modo que a razão de inervação reflete a função de um músculo e de suas unidades motoras, também o tipo de unidade motora predominante em cada músculo se correlaciona com a sua função. E os tipos de unidades motoras, por sua vez, se relacionam com as fibras musculares que cada motoneurônio inerva. Cada unidade motora tem fibras musculares do mesmo tipo, e elas se apresentam dispersas no músculo, essa dispersão tem importância protetora: quando ocorre lesão de uma unidade motora, os efeitos são diluídos por todo o músculo, e tornam-se menos perceptíveis. A nomenclatura usualmente leva em conta dois aspectos funcionais essenciais: a velocidade de contração e a resistência à fadiga. Para Robert Lent (2005) os motoneurônios-a na medula e no tronco encefálico representam o mais baixo nível de comando na hierarquia de ordenadores do sistema motor, isto é, o mais próximo dos efetuadores. Mas todos os ordenadores até mesmo os mais simples como os motoneurônios-a, necessitam obter informações sobre o seu desempenho. Isso significa que é necessário informá-lo a todo momento sobre o estado dinâmico do músculo que comandam: se está contraído ou relaxado, qual o seu comprimento e qual a tensão que está exercendo. A chegada dessas informações acessíveis aos

20 20 motoneurônios e também aos níveis mais altos de comando e planejamento motor pode ser fundamental para corrigir erros de comando e de execução dos movimentos. Neste ponto é preciso conhecer os detectores que fornecem essas informações de retroação ao SNC: os receptores situados no próprio tecido muscular e nos tendões. Trata-se de dois tipos diferentes de receptores: os fusos musculares e os órgãos tendinosos de Golgi. Os fusos musculares são pequenos e sofisticados órgãos receptores cuja função é detectar as variações do comprimento, cada um deles é formado por fibras musculares modificadas, muito finas e agrupadas em forma de fuso, envoltas por uma cápsula conjuntiva que as separa das fibras musculares. Sendo uma fibra muscular, a fibra intrafusal também se contrai sob comando neural, por tanto, possui uma inervação eferente de comando motor, constituída principalmente por fibras pertencentes a um grupo específico de motoneurônios, os motoneurônios-y. Uma parte da inervação eferente dos fusos é formada também por motoneurônios-b, ou seja, os que inervam tanto as fibras intrafusais como as extrafusais. Em conjunto, motoneurônios-y e motoneurônios-b são chamados de neurônios fusimotores. Quando um músculo se contrai ou se relaxe sob comando dos motoneurônios, seu comprimento varia, e com ele também o dos fusos musculares em seu interior. O comprimento muscular pode variar também, é claro, quando o músculo é estirado pelo próprio individuo ou por outra pessoa. Os órgãos tendinosos de Golgi são proprioceptores que estão encapsulados nas fibras tendinosas, sendo sensíveis a estriamento. Os órgãos tendinosos de Golgi são menos sensíveis ao estriamento comparados ao fusos, para serem ativados é necessário um estriamento muito forte, sua principal forma de ativação é o estriamento exercido sobre os mesmos pela contração dos músculos onde os tendões estão localizados. (FOSS E KETEYIAN 2000)

21 21. Característica importante dos órgãos tendinosos, que os diferencia dos fusos musculares, é o fato de que não estão dispostos em paralelo mas sim em série, entre o músculo e o tendão. Essa disposição é apropriada para detectar as variações de força (tensão) muscular, que se comunicam direto ao tendão O limiar de ativação do órgão tendinoso é alto, e ele só entra em ação quando um considerável acréscimo de tensão é aplicado sobre o músculo Tanto os fusos musculares como órgãos tendinosos de Golgi são receptores tônicos, isto é, possuem adaptação lenta e portanto codificam com precisão os níveis de comprimento e de tensão muscular. No caso dos órgãos tendinosos, a faixa de variação é relativamente restrita, porque o limiar é alto e não há mecanismo regulador da sensibilidade. No caso dos fusos musculares a faixa de variação é ampliada pela atuação do sistema aferente y, que regula a sensibilidade desses receptores aos níveis extremos de comprimento muscular As vias descendentes de comando O sistema motor é frequentemente dividido em dois componentes: o piramidal e o extrapiramidal, que são dois conjuntos de estruturas cujas lesões produzem síndromes de características tais que justificam essa divisão. (CORTEZ, 2008, p. 80) A via piramidal é constituída pelo córtex motor e pelos tratos nervosos que conectam este córtex e estruturas motoras segmentares. Assim, os sinais motores são transmitidos do córtex para os núcleos motores do tronco encefálico e da medula espinhal por meio da via piramidal. A via piramidal é formada pelos pares de tratos: córtico-espinhal, córtico-nuclear e córtico-pontino. O trato córtico-espinhal é uma via direta, com origem no córtex motor, e que desce sem fazer sinapse até a medula espinhal. As fibras córticoespinhais terminam na medula espinhal, mas precisamente no corno anterior

22 22 na substância cinzenta, e se relacionam com a motricidade voluntaria do tronco e membros. O trato córtico-nuclear emerge do córtex motor e termina nos núcleos motores de nervos cranianos, ao longo do tronco encefálico. As fibras córticonucleares se destinam aos núcleos de nervos cranianos responsáveis pela motricidade da maioria dos músculos voluntários da cabeça. O trato córtico-pontino é oriundo de áreas do córtex motor e se dirige aos núcleos pontinos (na ponte), também no tronco encefálico. Desses núcleos surgem fibras que vão formar os pedúnculos cerebelares médios, que levam informações sobre as intenções motoras do córtex cerebral ao cerebelo, para que este possa promover a coordenação motora. A via extrapiramidal é constituída por várias estruturas subcondrais intimamente envolvidas no assessoramento ao córtex para o cumprimento da função motora. É formada por todos os tratos que transmitem sinais motores para a medula espinhal com exceção do córtico-espinhal. Esses tratos incluem: o trato rubro-espinhal, dois tratos retículo-espinhais distintos, o trato tecto-espinhal e o trato vestíbulo-espinhal. Segundo CORTEZ (2008) há três grupos nucleares que dão origem a tratos extrapiramidais que influenciam os neurônios motores e seus interneurônios associados. O trato rubro-espinhal se forma no núcleo rubro do mesencéfalo e termina em núcleos motores contralaterais da medula. Recebendo importante aferência do cerebelo e das áreas motoras do córtex cerebral; esse trato tem grande importância para a função de controle dos movimentos, especialmente das partes distais dos membros durante a locomoção. A ação do trato-rubro espinhal aumenta a atividade dos neurônios motores que inervam os músculos flexores dos membros, enquanto inibe os que inervam os músculos extensores. Lesões nesse trato produzem deficiência na flexão distal dos membros, com pouca alteração nos músculos proximais. O trato vestíbulo-espinhal tem origem nos núcleos vestibulares do bulbo e a ponte, terminando na medula. São quatro núcleos: o superior, o lateral, o medial e o inferior. Esse núcleos recebem aferência do órgão

23 23 vestibular necessária à manutenção do equilíbrio corporal, e são reciprocamente conectados com os colículos superiores, o cerebelo e a formação reticular. O trato vestíbulo-espinhal é totalmente envolvido com os reflexos medulares responsáveis pela manutenção do equilíbrio e da postura corporal. O trato retículo-espinhal tem origem na formação reticular do tronco encefálico e termina na medula. A formação reticular é uma área envolvida no controle sobre todo padrão reflexo espinhal, tendo importante papel no controle da função motora antigravitacional da musculatura postural, mas sua ação sobre os neurônios motores depende dos comandos oriundos de níveis mais altos. Há dois centros da formação reticular que são implicados no controle dos neurônios motores da medula: o centro reticular pontino e o centro reticular bulbar. O centro reticular pontino que da origem ao trato retículo-espinhal pontino, seus axônios levam sinais excitatórios para interneurônios que influenciam os motoneurônios que controlam os músculos axiais e o centro reticular bulbar, a partir dele se forma o trato o retículo-espinhal bulbar, seus axônios têm influencia inibitória sobre os interneurônios que modulam os motoneurônios extensores. Em resumo, os tratos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal formam duas vias medulares importantes para o controle motor da manutenção da postura e posição da cabeça durante os movimentos. O trato rubro espinhal não só complementa essas duas vias no controle postural, como também auxilia o trato córtico-espinhal na execução dos movimentos independentes dos membros Os movimentos reflexos Segundo CORTEZ (2008) na substância cinzenta da medula espinhal há uma série de circuitos neurais que geram respostas motoras reflexas. O reflexo motor é uma atividade estereotípica produzida em resposta a um estímulo aplicado na periferia do corpo. Uma das funções dos reflexos é a de gerar resposta rápida. A substância cinzenta da medula integra as informações

24 24 para os reflexos espinhais. Os sinais sensoriais entram no SNC através das raízes nervosas dorsais e tomam dois diferentes destinos: a substância cinzenta da medula espinhal, onde algumas fibras sensoriais ou suas colaterais terminam e níveis mais altos do SNC, atingindo as áreas suprasegmentares, especialmente o córtex cerebral. Esse caminho até o córtex envolve muitas sinapses, isto implica um intervalo de tempo maior entre a entrada da informação e a resposta, devido ao retardo sináptico. Chama-se período de latência o intervalo de tempo decorrido entre o estímulo e a resposta motora reflexa. Segundo CORTEZ (2008) existem três tipos básicos de reflexo: o reflexo miotático, o miotático inverso e flexor de retirada. O Reflexo Miotático ou Estiramento Muscular, está associado a um circuito monossináptico e o neurônio sensitivo faz sinapse diretamente com o motoneurônio, tendo um pequeno período de latência. O reflexo miotático é composto por dois componentes que caracterizam as duas fases do reflexo: a fásica e a tônica. A extensão de cada uma dessas fases depende da influência das outras sinapses, de onde chegam informações de outras áreas do SNC e do periférico, capazes de influenciar a resposta motora. A fase tônica do reflexo miotático é importante para a manutenção da postura, esse tipo de reflexo desempenha varias funções. Ele é envolvido com a correção rápida no controle dinâmico do movimento, além de formar a base dos reflexos posturais, que mantêm a posição do corpo independentemente da variação de forças externas agindo sobre o corpo. No Reflexo Miotático Inverso a contração ativa de um músculo causa a inibição reflexa desta mesma contração. A função é gerar um feedback para ajustar a intensidade da contração durante as contrações prolongadas. Consiste no relaxamento de um músculo submetido a uma força contrátil forte. Os reflexos miotáticos inversos são fundamentais para o ajustamento muscular antigravitário e a manutenção postural, além de estarem envolvidos nos ajustes necessários durante a geração de tensão para sustentação de pesos, pois regulam a rigidez muscular.

25 25 O Reflexo da Retirada consiste na contração dos músculos flexores e relaxamento dos extensores do membro estimulado, podendo também ocorrer contração simultânea dos extensores no membro contralateral, é um reflexo que pode ser deflagrado por estimulação cutânea (tato, pressão, temperatura e dor), sendo um reflexo associado ao sistema de defesa da integridade física. Os receptores sensoriais cutâneos enviam os sinais para interneurônios da coluna posterior de medula, que excitam os motoneurônios dos músculos flexores e inibem os músculos extensores do mesmo lado. Para estímulos fortes, a resposta pode ocorrer também contralateral, porque os interneurônios enviam sinais que cruzam a linha média da medula, e excitam os músculos extensores e inibem os flexores contralaterais. Dependendo da intensidade do estímulo, a resposta reflexa de retirada se dá com diferentes intensidades, devido à ativação de diferente número de fibras ou grupos musculares para estímulos muito intensos ou nocivos, a resposta reflexa é abrupta, como na retirada do pé em contato com um objeto pontiagudo, já que é um reflexo de defesa. Essa resposta acontece muito antes de o estímulo chegar ao córtex cerebral e gerar a sensação do contato. Já para estímulos inócuos, a resposta reflexa é localizada tendo a função de apenas ajustar o corpo à presença do objeto em contato. Sua utilidade funcional não é postural mas protetora contra estímulos que podem provocar lesões dos tecidos e outros que podem provocar o desequilíbrio do corpo e a sua queda. Embora a descrição dos reflexos necessariamente os individualize, fazendo crer que eles operam de modo independente, na vida cotidiana todos eles estão em ação, simultânea e coordenadamente O controle dos movimentos A complexidade, a velocidade e a precisão dos movimentos que produzimos exige um sofisticado sistema de controle que se encarregue de verificar a cada momento, permanentemente, se cada movimento

26 26 se inicia no instante correto, se é executado de acordo com a necessidade ou a intenção do executante e se termina no momento adequado. Essa função cabe a dois agrupamentos neurais muito importantes: o cerebelo e os núcleos de base, ambos as estruturas controladoras, e não ordenadoras. (LENT, 2005, 405) Coerentemente, tanto o cerebelo como os núcleos da base se caracterizam por não possuir acesso direto aos motoneurônios, embora apresentem conexões com praticamente todas as regiões motoras. Alem disso, funcionam independentemente, já que não têm conexões mútuas. Tem em comum, entretanto, um circuito básico de retroação: recebem de extensas regiões do córtex cerebral e projetam de volta ao córtex motor através do tálamo. Tudo indica que é dessa conversa de mão dupla entre eles e córtex cerebral que se estabelece o controle motor, isto é, que o sistema nervoso se assegura de que os movimentos estão sendo produzidos de acordo com as suas ordens. O cerebelo atua como um centro de coordenação motora para a manutenção do equilíbrio e do tônus muscular, participando de mecanismos de feedback complexos relacionados com a regulação motora. Através desses mecanismos, ele cria condições para a execução de movimentos suaves e precisos, característicos do sistema muscular voluntario. Para desempenhar todas as funções, o cerebelo recebe informações diretamente da medula, dos núcleos vestibulares e do córtex cerebral. Os núcleos da base não constituem um órgão bem definido como o cerebelo. São um conjunto de núcleos situados em diferentes partes do sistema nervoso, que têm conexões entre si e participação no mesmo sistema funcional de controle motor. Alguns deles são telencefálicos, como corpo estriado e globo pálido; outros são diencefálicos, como é caso do núcleo subtalâmico e outros ainda as mesencefálicos, como a substância negra. Os núcleos da base apresentam três diferenças marcantes com o cerebelo: recebem apenas aferentes corticais (não há aferentes sensoriais ou de regiões

27 27 motoras subcorticais, como é o caso do cerebelo), emitem eferentes exclusivamente para o tálamo e seus eferentes são inibitórios (e não excitatórios como os do cerebelo). A função geral dos núcleos de base, bem como a participação especifica de cada um deles, têm sido tradicionalmente inferidas de casos de pacientes com lesões nesses núcleos. Disso resultou a concepção prevalente de que os núcleos da base são iniciadores e terminadores dos movimentos: o disparo inibitório de seus axônios eferentes seria um freio permanente de movimentos indesejados. A necessidade de realizar um movimento interromperia esse disparo tônico frenador e liberaria os comandos motores corticais para ordenadores subcorticais. Essa concepção é apoiada pelos distúrbios motores apresentados pelos pacientes com doenças neurodegenerativas dos núcleos de base. Os portadores de doença de Parkinson, por exemplo, são vitimas de degeneração dos neurônios da substância negra compacta, as células dopaminérgicas cujos axônios projetam ao corpo estriado. As funções dos núcleos de base permanecem um enigma por ser resolvido. Sua participação no controle motor está estabelecida, mas sua exata função ainda não está esclarecida em bases sólidas Controle dos movimentos de precisão e da fala. Segundo CORTEZ (2008) durante todo o processo de aprendizagem de um movimento, o sistema nervoso sensorial avalia o grau de sucesso na sua execução. Todas as modalidades sensoriais são potencialmente úteis nessa avaliação, mas, sem dúvida, as informações mais frequentemente utilizadas são as visuais, as somestésicas (proprioceptivas e exteroceptivas), as vestibulares e as auditivas. Todos os movimentos de precisão são aprendidos e sua execução necessita do controle freqüente executado pelo córtex motor. Sem o funcionamento perfeito do córtex, movimentos de precisão não podem ser executados especialmente os delicados como os relacionados a escrita.

28 28 Após a primeira tentativa de execução correta de um movimento, as tentativas subseqüentes serão já acompanhadas por revisões feitas a partir das informações sensoriais corretivas, colhidas durante a primeira tentativa. A repetição desse processo de tentativa e correção leva ao aperfeiçoamento do movimento. Dessa forma, o sistema sensorial desempenha grande papel no estabelecimento de todas as funções motoras de precisão e aprendidas. O aumento da habilidade na execução de um ato motor leva ao aumento da velocidade na sua realização, em função desse processo de aprendizagem. No caso de atividade que exijam movimentos muito rápidos, de forma que a resposta motora tenha que anteceder o tempo necessário para o retorno de informação sensorial para cérebro, o córtex cerebral desenvolve blocos ou conjuntos de padrões de atividades motoras. Esses padrões podem ser selecionados e mobilizados pela consciência do ato motor desejado ou pelo pensamento. Uma vez iniciado o processo, uma sequência ordenada de movimentos musculares será desencadeada, até que se esgote o conjunto de padrões ou se interrompa o processo voluntariamente. Um exemplo disso é ato de escrever rapidamente, o primeiro movimento ativa o padrão de uma letra, os padrões referentes às outras letras vêm dentro do conjunto de padrões que representa a palavra escrita. Quando ocorrer a ativação do padrão de uma letra errada para aquela palavra, observa-se que a escrita dessa letra é completada antes do reconhecimento do erro. Assim, a escrita de uma letra ou de uma frase é, na realidade, a ativação de uma sequência de padrões de atividade motora já armazenada e memorizada em bloco ou conjunto representativo daquela letra ou frase. O armazenamento de tais padrões não envolve apenas o córtex motor, mas também algumas áreas sensoriais, o córtex associativo e alguns centros motores mais profundos, como gânglios da base. A estimulação elétrica de pontos distintos do córtex pré-motor produz padrões de movimentos de precisão, em especial das mãos e formação das palavras durante a fala. O córtex pré-motor é considerado a parte do cérebro relacionada com os movimentos aprendidos que podem ser executados com extrema rapidez. Entretanto, a essencialidade do sistema sensorial para a

29 29 resposta motora é de tal dimensão, que se torna inviável a separação dessas duas funções ao nível do córtex cerebral, sendo comum referência à área sensório-motora do córtex. Dentre as áreas envolvidas no controle dos mecanismos de memória de sequências de padrões de atos motores encontramos a área de Wernicke, localizada na fronteira dos lobos pariental, occpital e temporal e classificada área associativa do córtex. A área de Wernicke é considerada a área da escolha de palavras. A expressão dos pensamentos, de sensações ou de sentimentos através da palavra envolve ações motoras dependentes da interpretação e da formação das idéias. Tais funções são desempenhadas nas áreas associativas do córtex. As informações sensoriais de todas as origens, após passar pelas respectivas áreas sensoriais primarias, são conduzidas para a área de Wernicke e aí são integradas, em busca de um significado integral, que permita o estabelecimento dos pensamentos e das palavras que possam expressar este significado através linguagem falada ou escrita. Assim, a seqüência de palavras capaz de expressar esse significado é dependente do córtex sensorial e do associativo, e não apenas do córtex motor. A área de Wernicke está intimamente relacionada com o desenvolvimento do pensamento a ser expresso em palavras. No caso da palavra falada, os sinais sonoros da fala alcançam os receptores auditivos e são transformados em sinais nervosos, que seguem para a área auditiva primária, na parte superior do lobo temporal, onde são interpretados como palavras. Por sua vez, o conjunto de palavras é interpretado com frases nas áreas associativas de audição. Essas frases são interpretadas com pensamentos na área de Wernicke. No caso da palavra escrita, as imagens das letras alcançam os transdutores da retina e são transformadas em sinais nervosos, que seguem para o córtex visual primário, no lobo occipital, e são decodificados como palavras. Estas são interpretadas como frases nas áreas associativas da visão, e as frases viram pensamentos na área de Wernicke. A área de Wernicke atua em associação com a parte mais lateral do córtex somestésico para iniciar uma sequência de sinais, que é transmitida

30 30 para regiões especificas do córtex motor primário e pré-motor, que fazem controle motor do aparelho fonador. Em 1861, o neurologista francês Paul Broca identificou um paciente que era quase totalmente incapaz de falar e tinha uma lesão nos lobos frontais, o que gerou questionamentos sobre a existência de um centro da linguagem no cérebro. Mais tarde, descobriu casos nos quais a linguagem havia se comprometido devido a lesões no lobo frontal do hemisfério esquerdo. A recorrência dos casos levou Broca a propor, em 1864, que a expressão da linguagem é controlada por apenas um hemisfério, quase sempre o esquerdo. Esta visão confere com resultados do procedimento de Wada, no qual um hemisfério cerebral é anestesiado. Na maioria dos casos, a anestesia do hemisfério esquerdo, mas não a do direito, bloqueia a fala. A área do lobo frontal esquerdo dominante que Broca identificou como sendo crítico para a articulação da fala veio a ser conhecida como área de Broca. (BEAR, 2002) "O modelo neurolingüístico de Wernicke considerava que a área de Broca conteria os programas motores de fala, ou seja, as memórias dos movimentos necessários para expressar os fonemas, compô-los em palavras e estas em frases. A área de Wernicke, por outro lado, conteria as memórias dos sons que compõem as palavras, possibilitando a compreensão." (LENT, 2005, p. 637) Assim, se essas duas áreas fossem conectadas, o indivíduo poderia associar a compreensão das palavras ouvidas com a sua própria fala Lesões Medulares Segundo CORTEZ (2008) quando a medula espinhal é gravemente lesada, os movimentos voluntários e reflexos gerados as áreas caudais à lesão são imediatamente perdidos. Esse comprometimento agudo da função é

31 31 conhecido como choque medular. A perda completa do controle motor voluntário é designada pelo sufixo plegia, a perda parcial é designada pelo sufixo paresia, e a perda dos reflexos arreflexia. O choque medular por durar de dias a meses, dependendo da gravidade da lesão. Os reflexos tendem a reaparecer com o tempo, bem como algum grau de controle voluntario. As lesões medulares completas causam: paralisia, perda de todas as modalidades sensitivas (abaixo da lesão) e alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal). As lesões cervicais altas determinam tetraplegia (paralisia dos quatro membros) e as lesões cervicais baixas causam paralisia dos membros inferiores e das mãos. Já as lesões mais baixas torácicas e lombares causam paraplegia (paralisia dos membros inferiores). Na tetraplegia, pode ocorrer insuficiência respiratória pelo comprometimento do nervo frênico, que inerva os músculos diafragma. Na fase aguda da lesão se encontram flacidez dos membros paralisados, abolição dos reflexos tendinosos e retenção urinária, quadro que pode se estender por vários meses. Entretanto, parte da função motora pode ser recuperada com o tempo e a retenção urinária, substituída por incontinência urinária. Nas lesões medular incompletas as alterações são parciais, podendo ter manifestações motoras ou sensitivas, dependendo da área afetada. Nesses casos, além da recuperação parcial, é possível a obtenção mais tardia da recuperação total.

32 CAPITULO II MOTRICIDADE E PSICOMOTRICIDADE Motricidade Desde o momento da concepção, o organismo humano segue uma lógica biológica dentro de uma organização maturativa, evolutiva e integrada. Entre o nascimento e a idade adulta no organismo humano se produzem profundas modificações que o leva a interação e a estimulação. As possibilidades motoras da criança evoluem de acordo com sua idade, sendo cada vez mais variadas, completas e complexas. Durante a gravidez, os sinais de vida do feto em relação ao mundo exterior, se dá fundamentalmente pela atividade motora, que evolui amplamente. O movimento contém em si mesmo sua verdade, tem sempre uma orientação significativa em função da satisfação das necessidades que o meio promove, portanto, o movimento e o seu fim são uma unidade relacional. Esses dois aspectos se aperfeiçoam cada vez mais como resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas do ser humano (NETO, 2002, p. 11). Os estudos da motricidade, (GUILMAIN, 1981, P.24) empreendidos no começo do século XX e orientaram em quatro direções, ainda que complementares: A elaboração da síndrome de debilidade motriz e busca das relações entre essa e a debilidade intelectual. Estudo da evolução das funções motrizes na criança e busca de testes de níveis de desenvolvimento da habilidade manual e das aptidões motrizes em função da idade.

Fisiologia do Sistema Motor Somático

Fisiologia do Sistema Motor Somático Fisiologia do Sistema Motor Somático Controle Motor Efetores executam o trabalho (músculos); Ordenadores transmitem aos efetores o comando para a ação (ME, TE e CC); Controladores garantem a execução adequada

Leia mais

ÁREAS CORTICAIS ENVOLVIDAS NO CONTROLE DE MOVIMENTOS: Areas de Brodmann

ÁREAS CORTICAIS ENVOLVIDAS NO CONTROLE DE MOVIMENTOS: Areas de Brodmann ÁREAS CORTICAIS ENVOLVIDAS NO CONTROLE DE MOVIMENTOS: Areas de Brodmann COMANDO MOTOR SUPERIOR: CÓRTEX Planejamento e comando motor. Experimentos de estimulação elétrica de áreas cerebrais estabeleceram

Leia mais

Neurofisiologia do Movimento. Dr. Fábio Agertt

Neurofisiologia do Movimento. Dr. Fábio Agertt Neurofisiologia do Movimento Dr. Fábio Agertt Córtex Motor Planejamento, iniciação, direcionamento do movimento Núcleos da base Ajuste da iniciação Centros do tronco cerebral Movimentos básicos e controle

Leia mais

CEREBELO JOSÉ C. B. GALEGO

CEREBELO JOSÉ C. B. GALEGO CEREBELO JOSÉ C. B. GALEGO ASPECTOS ANATÔMICOS O cerebelo localiza-se na fossa craniana posterior. Posiciona-se dorsalmente à ponte e medula oblonga. Limita-se na porção superior com o lobo occipital dos

Leia mais

Fisiologia do Sistema Motor. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP

Fisiologia do Sistema Motor. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP Fisiologia do Sistema Motor Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP ROTEIRO DE AULA TEÓRICA : SISTEMA MOTOR 1. Organização hierárquica do movimento 2. Organização segmentar dos neurônios

Leia mais

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS I - TRONCO CEREBRAL -

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS I - TRONCO CEREBRAL - CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA TURMA 11-2014 CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS I - TRONCO CEREBRAL - PROFª DRª VILMA G. 2. NÍVEL DE CONTROLE INTERMEDIÁRIO O

Leia mais

Fisiologia Animal. Sistema Nervoso. Professor: Fernando Stuchi

Fisiologia Animal. Sistema Nervoso. Professor: Fernando Stuchi Fisiologia Animal Sistema Nervoso Professor: Fernando Stuchi Sistema Nervoso Exclusivo dos animais, vale-se de mensagens elétricas que caminham pelos nervos mais rapidamente que os hormônios pelo sangue.

Leia mais

Capítulo 15: CIRCUITOS DO NEURÓNIO MOTOR INFERIOR E CONTROLO MOTOR

Capítulo 15: CIRCUITOS DO NEURÓNIO MOTOR INFERIOR E CONTROLO MOTOR BSN UP4 Autor: Francisco Cubal Capítulo 15: CIRCUITOS DO NEURÓNIO MOTOR INFERIOR E CONTROLO MOTOR Os neurónios motores inferiores de: medula espinal + tronco cerebral são neurónios motores α. Estes neurónios

Leia mais

Os motoneurônios inferiores estão localizados somente na medula espinhal?

Os motoneurônios inferiores estão localizados somente na medula espinhal? Os motoneurônios inferiores estão localizados somente na medula espinhal? 1 NÚCLEOS MOTORES DO TRONCO ENCEFÁLICO MESENCÉFALO Núcleos do III e IV Áreas integrativas visuais, auditivas e pupilares PONTE

Leia mais

Aula 8. Reflexos Ajustes Posturais Vias Descendentes

Aula 8. Reflexos Ajustes Posturais Vias Descendentes Aula 8 Reflexos Ajustes Posturais Vias Descendentes FONTES SENSORIAIS PROPRIOCEPTIVAS SISTEMA VISUAL SISTEMA VESTIBULAR SISTEMA SOMATOSENSORIAL INFORMAÇÕES DE ORIGEM MUSCULAR QUE CONTRIBUEM PARA OS MOVIMENTOS

Leia mais

BIOLOGIA. Identidade do Seres Vivos. Sistema Nervoso Humano Parte 1. Prof. ª Daniele Duó

BIOLOGIA. Identidade do Seres Vivos. Sistema Nervoso Humano Parte 1. Prof. ª Daniele Duó BIOLOGIA Identidade do Seres Vivos Parte 1 Prof. ª Daniele Duó O sistema nervoso é o mais complexo e diferenciado do organismo, sendo o primeiro a se diferenciar embriologicamente e o último a completar

Leia mais

Fisiologia do Sistema Motor. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP

Fisiologia do Sistema Motor. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP Fisiologia do Sistema Motor Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP ROTEIRO DE AULA TEÓRICA : SISTEMA MOTOR 1. Organização hierárquica do movimento 2. Organização segmentar dos neurônios

Leia mais

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS I - MEDULA ESPINAL -

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS I - MEDULA ESPINAL - CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA TURMA 11-2014 CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS I - MEDULA ESPINAL - PROFª DRª VILMA G. 1. NÍVEL DE CONTROLE LOCAL A MEDULA ESPINAL:

Leia mais

(CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMECÂNICA) CONTROLE MOTOR

(CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMECÂNICA) CONTROLE MOTOR Escola de Educação Física e Desporto (CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMECÂNICA) CONTROLE MOTOR Prof. PAULO JOSÉ GUIMARÃES DA SILVA www.peb.ufrj.br Lab. Proc. Sinais Engenharia Neural EMENTA DA DISCIPLINA

Leia mais

REGULAÇÃO E COORDENAÇÃO

REGULAÇÃO E COORDENAÇÃO SISTEMA NERVOSO REGULAÇÃO E COORDENAÇÃO Sistema nervoso x Sistema hormonal Interpretar estímulos e gerar respostas Percepção das variações do meio (interno e externo) Homeostase = equilíbrio Tecido nervoso

Leia mais

CLASSES DE MOVIMENTOS

CLASSES DE MOVIMENTOS CLASSES DE MOVIMENTOS ATOS REFLEXOS - considerados involuntários, simples (poucos músculos), estereotipados, em geral ocorrem automaticamente em resposta a um estímulo sensorial. Ex. resposta ao toque

Leia mais

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MOTOR

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MOTOR ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MOTOR MOVIMENTO E VIDA MANUTENÇÃO DA POSIÇÃO DO CORPO FUGA DE SITUAÇÕES DE PERIGO COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO MANIPULAÇÃO E CONFECÇÃO DE UTENSÍLIOS IMPORTÂNCIA DO SISTEMA SENSORIAL INFORMAÇÕES

Leia mais

Neurofisiologia. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP

Neurofisiologia. Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP Neurofisiologia Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP ROTEIRO DE AULA TEÓRICA: SENSIBILIDADE SOMÁTICA 1. Codificação da informação sensorial: a. transdução, modalidade sensorial, receptores

Leia mais

Encéfalo. Aula 3-Fisiologia Fisiologia do Sistema Nervoso Central. Recebe informações da periferia e gera respostas motoras e comportamentais.

Encéfalo. Aula 3-Fisiologia Fisiologia do Sistema Nervoso Central. Recebe informações da periferia e gera respostas motoras e comportamentais. Aula 3-Fisiologia Fisiologia do Sistema Nervoso Central Sidney Sato, MSC Encéfalo Recebe informações da periferia e gera respostas motoras e comportamentais. 1 Áreas de Brodmann Obs: Áreas 1,2,3 : área

Leia mais

SISTEMA NERVOSO. Prof.ª Leticia Pedroso

SISTEMA NERVOSO. Prof.ª Leticia Pedroso SISTEMA NERVOSO Prof.ª Leticia Pedroso SISTEMA NERVOSO Formado por bilhões de NEURÔNIOS, células especializadas, que transmitem e recebem mensagens interligando os centros nervosos aos órgãosgerando impulsos

Leia mais

07/03/2018. Tronco Encefálico. M.Sc. Profª Viviane Marques. Profª Viviane Marques. Profª Viviane Marques. Telencéfalo. Diencéfalo

07/03/2018. Tronco Encefálico. M.Sc. Profª Viviane Marques. Profª Viviane Marques. Profª Viviane Marques. Telencéfalo. Diencéfalo Tronco Encefálico M.Sc. Telencéfalo Diencéfalo M P B 1 O Tronco Encefálico limita-se superiormente com o diencéfalo e inferiormente com a medula. M P B Na constituição do T.E. estão corpos de neurônios,

Leia mais

Objetivo: Como o fluxo de informação sensorial e a hierarquia do controle motor controlam os diversos tipos de movimento?

Objetivo: Como o fluxo de informação sensorial e a hierarquia do controle motor controlam os diversos tipos de movimento? Objetivo: Como o fluxo de informação sensorial e a hierarquia do controle motor controlam os diversos tipos de movimento? Roteiro da aula: 1. Tipos de movimentos gerados pelo sistema motor 2. Funções do

Leia mais

Sistema Nervoso. Aula Programada Biologia. Tema: Sistema Nervoso

Sistema Nervoso. Aula Programada Biologia. Tema: Sistema Nervoso Aula Programada Biologia Tema: Sistema Nervoso 1) Introdução O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas,

Leia mais

1) Introdução. 2) Organização do sistema nervoso humano. Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso Periférico (SNP) Cérebro Cerebelo.

1) Introdução. 2) Organização do sistema nervoso humano. Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso Periférico (SNP) Cérebro Cerebelo. 1) Introdução O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as condições reinantes dentro do

Leia mais

Neuroanatomia. UBM 4 Anatomia Dentária 15 de Dezembro de 2009 Octávio Ribeiro

Neuroanatomia. UBM 4 Anatomia Dentária 15 de Dezembro de 2009 Octávio Ribeiro Neuroanatomia UBM 4 Anatomia Dentária 15 de Dezembro de 2009 Octávio Ribeiro UBM 4 Anatomia Dentária ANATOMIA E FUNÇÃO DO SISTEMA NEUROMUSCULAR Músculos unidade motora Músculos unidade motora O componente

Leia mais

Organização do sistema motor

Organização do sistema motor A organizaç organização bá básica do Sistema Motor Organizaç Organização do sistema motor Figura 11.1. Diagrama de blocos descritivo do sistema motor. As cores de cada bloco diferenciam as estruturas efetoras,

Leia mais

SISTEMA MOTOR. Organização e controlo

SISTEMA MOTOR. Organização e controlo SISTEMA MOTOR Organização e controlo Sistema motor: Todas as estruturas (fibras musculares e neurónios) envolvidas na motricidade (somática e visceral) Sistema motor somático: divisão do sistema nervoso

Leia mais

16/09/2010 CÓRTEX CEREBRAL

16/09/2010 CÓRTEX CEREBRAL CÓRTEX CEREBRAL CÓRTEX CEREBRAL córtex = casca composto por substância cinzenta (2 a 4mm) e substância branca adjacente (que une diferentes áreas) uma das mais importantes áreas do SN é a mais recente

Leia mais

Anatomia e Fisiologia Sistema Nervoso Profª Andrelisa V. Parra

Anatomia e Fisiologia Sistema Nervoso Profª Andrelisa V. Parra Tecido nervoso Principal tecido do sistema nervoso Anatomia e Fisiologia Sistema Nervoso Profª Andrelisa V. Parra Tipos celulares: - Neurônios condução de impulsos nervosos - Células da Glia manutenção

Leia mais

Subdivide-se em: Sistema Nervoso Central (SNC) Encéfalo e medula espinal. Sistema Nervoso Periférico (SNP) Nervos e gânglios

Subdivide-se em: Sistema Nervoso Central (SNC) Encéfalo e medula espinal. Sistema Nervoso Periférico (SNP) Nervos e gânglios O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as condições reinantes dentro do próprio corpo

Leia mais

Sistema Nervoso. Biologia. Tema: Sistema Nervoso

Sistema Nervoso. Biologia. Tema: Sistema Nervoso Biologia Tema: Sistema Nervoso Estrutura de um neurônio Células de Schawann 1) Introdução O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar

Leia mais

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS II - CEREBELO e NÚCLEOS BASAIS -

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS II - CEREBELO e NÚCLEOS BASAIS - CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA TURMA 11-2014 CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS II - CEREBELO e NÚCLEOS BASAIS - PROFª DRª VILMA G. Controle do Movimento: Geradores:

Leia mais

Proprioceptores. Proprioceptores

Proprioceptores. Proprioceptores Proprioceptores São órgãos sensoriais encontrados nos músculos e articulações. Sua função é conduzir informações sensoriais para o SNC a partir dos músculos, tendões,articulações e ligamentos. Estão relacionados

Leia mais

Organização Geral do Sistema Motor

Organização Geral do Sistema Motor SISTEMA MOTOR II Organização Geral do Sistema Motor Músculos Elementos neurais Medula espinhal Tronco encefálico Córtex motor Cerebelo Gânglios da base GERADORES DE MOVIMENTO CONTROLADORES DE MOVIMENTO

Leia mais

SISTEMA NERVOSO neurônio dendrito, corpo celular, axônio e terminações do axônio sinapses

SISTEMA NERVOSO neurônio dendrito, corpo celular, axônio e terminações do axônio sinapses SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO Responsável pela maioria das funções de controle de um organismo, integrando todos os sistemas, coordenando e regulando as atividades corporais. Unidade funcional:neurônio.

Leia mais

Curso de Extensão FUNÇÃO MOTORA. Profa. Ana Lucia Cecconello

Curso de Extensão FUNÇÃO MOTORA. Profa. Ana Lucia Cecconello Curso de Extensão FUNÇÃO MOTORA Profa. Ana Lucia Cecconello Integração sensório-motora Relação estreita com a Cognição É a base do aprendizado global Área suplementar motora Bear, 2002 Córtex sensorial

Leia mais

BASE MOLECULAR DA CONTRAÇÃO MUSCULAR

BASE MOLECULAR DA CONTRAÇÃO MUSCULAR A MIOFIBRILA EM DETALHE BASE MOLECULAR DA CONTRAÇÃO MUSCULAR (alfa-actinina) (actina+tropomiosina) CONTRAÇÃO: 1.Ca 2+ se liga a troponina; 2. exposição dos sítios de ligação a miosina na actina -ligação;

Leia mais

Postura e Equilíbrio. Ms. Roberpaulo Anacleto

Postura e Equilíbrio. Ms. Roberpaulo Anacleto Postura e Equilíbrio Ms. Roberpaulo Anacleto NÚCLEOS MOTORES DO TRONCO ENCEFÁLICO MESENCÉFALO Núcleos do III e IV Áreas integrativas visuais, auditivas e pupilares PONTE Núcleos do V, VI e VII Áreas de

Leia mais

17/05/2017 PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO

17/05/2017 PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO Desencadear movimentos reflexos Regular movimentos em execução Facilitar a alternância de movimentos Coordenar a atividade de músculos individuais

Leia mais

MEDULA ESPINHAL FUNÇÃO. Prof. João M. Bernardes. A medula desempenha duas funções principais:

MEDULA ESPINHAL FUNÇÃO. Prof. João M. Bernardes. A medula desempenha duas funções principais: MEDULA ESPINHAL Prof. João M. Bernardes FUNÇÃO A medula desempenha duas funções principais: Conduz os impulsos nervosos do encéfalo para a periferia e vice-versa; Processa informações sensitivas de forma

Leia mais

Sensibilidade 1. Organização geral, receptores, padrões de inervação Vias ascendentes e córtex somatossensorial. Luiza da Silva Lopes

Sensibilidade 1. Organização geral, receptores, padrões de inervação Vias ascendentes e córtex somatossensorial. Luiza da Silva Lopes Sensibilidade 1 Organização geral, receptores, padrões de inervação Vias ascendentes e córtex somatossensorial Luiza da Silva Lopes Sensibilidade As informações sensitivas sobre os meios interno e externo

Leia mais

Fisiologia Humana Sistema Nervoso. 3 ano - Biologia I 1 período / 2016 Equipe Biologia

Fisiologia Humana Sistema Nervoso. 3 ano - Biologia I 1 período / 2016 Equipe Biologia Fisiologia Humana Sistema Nervoso 3 ano - Biologia I 1 período / 2016 Equipe Biologia ! Função: processamento e integração das informações.! Faz a integração do animal ao meio ambiente! Juntamente com

Leia mais

Sistemas Humanos. Sistema Nervoso

Sistemas Humanos. Sistema Nervoso Sistemas Humanos Prof. Leonardo F. Stahnke NEURÔNIOS: São células especializadas na condução de impulsos nervosos. Quanto a sua função podem ser classificados em: sensitivos, motores ou associativos. 1

Leia mais

Sistema Nervoso Central Quem é o nosso SNC?

Sistema Nervoso Central Quem é o nosso SNC? Controle Nervoso do Movimento Muscular Sistema Nervoso Central Quem é o nosso SNC? 1 SNC Encéfalo Medula espinhal Encéfalo - Divisão anatômica Cérebro Cerebelo Tronco encefálico 2 Condução: Vias ascendentes

Leia mais

Sistema neuro-hormonal

Sistema neuro-hormonal Unidade 4 Sistema neuro-hormonal 9.º ano O que é o sistema neuro-hormonal? + Sistema nervoso Sistema hormonal 9.º ano O Sistema Nervoso- que função Ver Pensar Sentir emoções Comunicar Executar movimentos

Leia mais

Sistema Vestibular Equilíbrio (movimento e posição)

Sistema Vestibular Equilíbrio (movimento e posição) Sistema Vestibular Equilíbrio (movimento e posição) Qual a relevância do tema no curso de Medicina? Principais sinais e sintomas decorrentes de alterações do sistema vestibular. Tontura Desequilíbrio Nistagmo

Leia mais

Anatomia e Fisiologia Animal Sistema Nervoso

Anatomia e Fisiologia Animal Sistema Nervoso O que é o sistema nervoso? Como é constituído? Quais são suas funções? Qual é a sua importância para o organismo? : Anatomia e Fisiologia Animal É uma rede de comunicações Capacitam animal a se ajustar

Leia mais

Fisiologia do Sistema Nervoso

Fisiologia do Sistema Nervoso Fisiologia do Sistema Nervoso Motricidade Somática II Profa Dra Eliane Comoli Depto Fisiologia FMRP-USP Organização Hierárquica do Movimento Córtex: propósito e comando do movimento. Núcleos da Base e

Leia mais

FISIOLOGIA VETERINÁRIA I CONTROLE CENTRAL DA FUNÇÃO MOTORA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Prof. Maria Amélia Fernandes Figueiredo

FISIOLOGIA VETERINÁRIA I CONTROLE CENTRAL DA FUNÇÃO MOTORA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Prof. Maria Amélia Fernandes Figueiredo FISIOLOGIA VETERINÁRIA I CONTROLE CENTRAL DA FUNÇÃO MOTORA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Prof. Maria Amélia Fernandes Figueiredo INTRODUÇÃO Motricidade: movimento intencional x tônus postural CÓRTEX

Leia mais

SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES

SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO Sempre vivo com eletricidade, o SN é a principal rede de comunicação e coordenação do corpo. É tão vasta e complexa que numa estimativa reservada, todos os nervos de um

Leia mais

Tronco Encefálio e Formação Reticular. Msc. Roberpaulo Anacleto

Tronco Encefálio e Formação Reticular. Msc. Roberpaulo Anacleto Tronco Encefálio e Formação Reticular Msc. Roberpaulo Anacleto TRONCO ENCEFÁLICO -Área do encéfalo que estende-se desde a medula espinhal até o diencéfalo TRONCO ENCEFÁLICO = BULBO + PONTE + MESENCÉFALO

Leia mais

Fisiologia. Iniciando a conversa. Percebendo o mundo. Sistema Nervoso

Fisiologia. Iniciando a conversa. Percebendo o mundo. Sistema Nervoso Fisiologia 2 Sistema Nervoso Iniciando a conversa Percebendo o mundo Na aula desta semana, vamos abordar um dos sistemas mais relacionados ao processo ensino-aprendizagem: o sistema nervoso. Iniciaremos

Leia mais

O encéfalo é o centro da razão e da inteligência: cognição, percepção, atenção, memória e emoção. Também é responsável pelo.

O encéfalo é o centro da razão e da inteligência: cognição, percepção, atenção, memória e emoção. Também é responsável pelo. Sistemanervoso O encéfalo é o centro da razão e da inteligência: cognição, percepção, atenção, memória e emoção Também é responsável pelo controle da postura e movimentos Permite o aprendizado cognitivo,

Leia mais

Sistema Nervoso. BIOLOGIA YES, WE CAN! Prof. Thiago Moraes Lima

Sistema Nervoso. BIOLOGIA YES, WE CAN! Prof. Thiago Moraes Lima BIOLOGIA YES, WE CAN! Prof. Thiago Moraes Lima 1) Introdução O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas,

Leia mais

FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO HUMANO

FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO HUMANO FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO HUMANO Controle do funcionamento do ser humano através de impulsos elétricos Prof. César Lima 1 Sistema Nervoso Função: ajustar o organismo animal ao ambiente. Perceber e

Leia mais

Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto Origem de alguns reflexos Os seres vivos devem se ajustar ao meio; Existem três propriedades fundamentais para esta adaptação: Irritabilidade Condutibilidade

Leia mais

Coordenação Nervosa Cap. 10. Prof. Tatiana Outubro/ 2018

Coordenação Nervosa Cap. 10. Prof. Tatiana Outubro/ 2018 Coordenação Nervosa Cap. 10 Prof. Tatiana Outubro/ 2018 Função Responsável pela comunicação entre diferentes partes do corpo e pela coordenação de atividades voluntárias ou involuntárias. Neurônios A célula

Leia mais

Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las. (Madre Teresa de Calcutá)

Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las. (Madre Teresa de Calcutá) ESPECIALIZAÇÃO TURMA 11-2014 Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las. (Madre Teresa de Calcutá) Prof Vilma Godoi CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA TURMA 11-2014 CONTROLE MOTOR: DA

Leia mais

FISIOLOGIA DO SISTEMA MOTOR. Professora MaíraValle

FISIOLOGIA DO SISTEMA MOTOR. Professora MaíraValle FISIOLOGIA DO SISTEMA MOTOR Professora MaíraValle DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO Sistema Sensório Sistema Motor Sistema Neurovegetativo SISTEMA MOTOR SOMÁTICO As vias motoras somáticas controlam

Leia mais

SISTEMA NEURO-HORMONAL. Ciências Naturais 9º ano Prof. Ana Mafalda Torres

SISTEMA NEURO-HORMONAL. Ciências Naturais 9º ano Prof. Ana Mafalda Torres SISTEMA NEURO-HORMONAL 1 Ciências Naturais 9º ano Prof. Ana Mafalda Torres CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA NEURO-HORMONAL O sistema neuro-hormonal é formado pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal. 2 SISTEMA

Leia mais

Estrutura e Funções do. Telencéfalo PROF. MUSSE JEREISSATI

Estrutura e Funções do. Telencéfalo PROF. MUSSE JEREISSATI EURO ANATOMIA Estrutura e Funções do Telencéfalo PROF. MUSSE JEREISSATI mussejereissati@hotmail.com website: www.mussejereissati.com Feito com Apple Keynote AGORA, NÃO! 3 O Cérebro (Encéfalo) Está dividido

Leia mais

Sistema Nervoso. Aula Programada Biologia

Sistema Nervoso. Aula Programada Biologia Aula Programada Biologia Tema: 1) Introdução O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as

Leia mais

SISTEMA NERVOSO HUMANO

SISTEMA NERVOSO HUMANO SISTEMA NERVOSO Consiste de células que processam e transmitem a informação Células sensoriais: transduzem a informação proveniente do meio ambiente e do corpo e enviam comandos para os efetores,como os

Leia mais

Sistema Nervoso Cap. 13. Prof. Tatiana Setembro / 2016

Sistema Nervoso Cap. 13. Prof. Tatiana Setembro / 2016 Sistema Nervoso Cap. 13 Prof. Tatiana Setembro / 2016 Função Responsável pela comunicação entre diferentes partes do corpo e pela coordenação de atividades voluntárias ou involuntárias. Neurônios A célula

Leia mais

Sistema Nervoso Periférico. Anatomofisiologia do Sistema Nervoso Central. Sistema Nervoso Central. Medula espinhal.

Sistema Nervoso Periférico. Anatomofisiologia do Sistema Nervoso Central. Sistema Nervoso Central. Medula espinhal. Sistema Nervoso Periférico Anatomofisiologia do Sistema Nervoso Central Profa Geanne Matos Cunha Departamento de Fisiologia e Farmacologia Interface entre o SNC e o ambiente Receptores sensoriais Neurônios

Leia mais

Inervação sensitiva do músculo esquelético e regulação medular do movimento

Inervação sensitiva do músculo esquelético e regulação medular do movimento CINESIOLOGIA Jan Cabri / Raul Oliveira 2º ano 2008/2009 Inervação sensitiva do músculo esquelético e regulação medular do movimento Estímulo sensitivo Medula Resposta Aula 4 1 ESTRUTURA FUNCIONAL DO SISTEMA

Leia mais

Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las. (Madre Teresa de Calcutá)

Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las. (Madre Teresa de Calcutá) ESPECIALIZAÇÃO TURMA 10-2013 Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las. (Madre Teresa de Calcutá) Prof Vilma Godoi CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA TURMA 10-2013 CONTROLE MOTOR: DA

Leia mais

SISTEMA NERVOSO. Prof. Fernando Belan - BIOLOGIA MAIS

SISTEMA NERVOSO. Prof. Fernando Belan - BIOLOGIA MAIS SISTEMA NERVOSO Prof. Fernando Belan - BIOLOGIA MAIS SISTEMA NERVOSO encéfalo Sistema nervoso central (SNC) medula espinal nervos Sistema nervoso periférico (SNP) gânglios SISTEMA NERVOSO TECIDO NERVOSO

Leia mais

ANATOMIA DO TRONCO ENCEFÁLICO

ANATOMIA DO TRONCO ENCEFÁLICO TRONCO ENCEFÁLICO ANATOMIA DO TRONCO ENCEFÁLICO Localizado entre a medula e o diencéfalo; Ventralmente ao cerebelo. Constituído por três estruturas: Bulbo (medula oblonga); Ponte; Mesencéfalo; O tronco

Leia mais

Fisiologia do Sistema Nervoso. Cláudia Minazaki

Fisiologia do Sistema Nervoso. Cláudia Minazaki Fisiologia do Sistema Nervoso Cláudia Minazaki Conteúdo para estudar: 1. SNC e SNP 2. Classificação fisiológica: sistema nervoso somático e visceral (órgãos e estruturas de constituição e funções) 3. Organização

Leia mais

Tronco Encefálico, Cerebelo e Suas Conexões

Tronco Encefálico, Cerebelo e Suas Conexões Curso de Pós-graduaP graduação - IPUB Neurociências Aplicadas Ciclo Básico B Núcleo Comum Disciplina de Neuroanatomia Prof: Alfred Sholl Tronco Encefálico, Cerebelo e Suas Conexões 27/04/2010 Anatomia

Leia mais

Prof. Me. Alexandre Correia Rocha

Prof. Me. Alexandre Correia Rocha Prof. Me. Alexandre Correia Rocha www.professoralexandrerocha.com.br alexandre.personal@hotmail.com Ementa Apresentar um corpo de conhecimento para melhor entender as respostas fisiológicas mediante a

Leia mais

TRONCO ENCEFÁLICO 25/05/2010

TRONCO ENCEFÁLICO 25/05/2010 TRONCO ENCEFÁLICO Localização: entre diencéfalo e medula, ventralmente ao cerebelo Constituição: Substância cinzenta (núcleos) Substância branca (tratos, fascículos e lemniscos) Formação reticular Divisão:

Leia mais

Módulo: Neuroanatomofisiologia da Deglutição e da Comunicação Verbal Conteúdo: Tronco Encefálico

Módulo: Neuroanatomofisiologia da Deglutição e da Comunicação Verbal Conteúdo: Tronco Encefálico Módulo: Neuroanatomofisiologia da Deglutição e da Comunicação Verbal Conteúdo: Tronco Encefálico M.Sc. Prof.ª Viviane Marques Fonoaudióloga, Neurofisiologista e Mestre em Fonoaudiologia Coordenadora da

Leia mais

Tronco Encefálico. M.Sc. Profª Viviane Marques

Tronco Encefálico. M.Sc. Profª Viviane Marques Tronco Encefálico M.Sc. Profª Viviane Marques Coordenadora da Pós-graduação em Fonoaudiologia Hospitalar UVA Docente do mestrado de HIV/AIDS e Hepatites Virais UNIRIO Tutora da Residência Multiprofissional

Leia mais

Reeducação Funcional 17/10/2016 UNIDADE VII. PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS. Controle Motor: Unidade VII PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS

Reeducação Funcional 17/10/2016 UNIDADE VII. PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS. Controle Motor: Unidade VII PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS Reeducação Funcional Unidade VII PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS Profa. MSc. Dayse Danielle de Oliveira Silva UNIDADE VII. PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS - PROGRAMAÇÃO DOS MOVIMENTOS: PRÉ-PROGRAMAÇÃO - PROGRAMAÇÃO

Leia mais

CÉLULAS NERVOSAS NEURÔNIO. O tecido nervoso é constituído de dois tipos de células: neurônio e neuróglia (células da glia)

CÉLULAS NERVOSAS NEURÔNIO. O tecido nervoso é constituído de dois tipos de células: neurônio e neuróglia (células da glia) CÉLULAS NERVOSAS O tecido nervoso é constituído de dois tipos de células: neurônio e neuróglia (células da glia) NEURÔNIO Corpo celular local onde estão presentes o núcleo, o citoplasma e estão fixados

Leia mais

SISTEMA EPICRÍTICO X SISTEMA PROTOPÁTICO CARACTERÍSTICAS GERAIS

SISTEMA EPICRÍTICO X SISTEMA PROTOPÁTICO CARACTERÍSTICAS GERAIS SISTEMA EPICRÍTICO X SISTEMA PROTOPÁTICO CARACTERÍSTICAS GERAIS Características Sistema epicrítico Sistema protopático Submodalidades Tato fino, propriocepção consciente Tato grosseiro, termossensibilidade,

Leia mais

Plano de Aula Medula espinal Diagnóstico topográfico

Plano de Aula Medula espinal Diagnóstico topográfico Plano de Aula Medula espinal Diagnóstico topográfico Prof. Dr. José Carlos B. Galego 1-Introdução: A medula espinal estende-se da base do crânio até o nível da segunda vértebra lombar, por onde cursam

Leia mais

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto ANATOMIA HUMANA Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto Do ponto de vista funcional pode-se dividir o sistema nervoso em SN somático e SN visceral. Sistema Nervoso somático

Leia mais

Fisiologia do Sistema Nervoso Motricidade Somática: Córtex Motor e Áreas Pré-motoras. Profa Dra Eliane Comoli Depto Fisiologia FMRP-USP

Fisiologia do Sistema Nervoso Motricidade Somática: Córtex Motor e Áreas Pré-motoras. Profa Dra Eliane Comoli Depto Fisiologia FMRP-USP Fisiologia do Sistema Nervoso Motricidade Somática: Córtex Motor e Áreas Pré-motoras Profa Dra Eliane Comoli Depto Fisiologia FMRP-USP ROTEIRO DE AULA TEÓRICA: Motricidade Somática Córtex Motor Primário

Leia mais

Funções do Córtex Cerebral. Profª Viviane Marques

Funções do Córtex Cerebral. Profª Viviane Marques Funções do Córtex Cerebral Profª Viviane Marques Profª Viviane Marques Classificação das Áreas Corticais Classificação Anatômica Classificação Filogenética Classificação Estrutural Classificação Funcional

Leia mais

BIOLOGIA IV - Cap. 25 Profa. Marcela Matteuzzo. Sistema Nervoso

BIOLOGIA IV - Cap. 25 Profa. Marcela Matteuzzo. Sistema Nervoso Sistema Nervoso Dispões de mensagens elétricas que caminham por nervos; Coordena diversas funções do organismo; Reação rápida aos estímulos; Equilíbrio e movimento. Sistema Nervoso Central - SNC Medula

Leia mais

ENSINO MÉDIO SISTEMA NERVOSO

ENSINO MÉDIO SISTEMA NERVOSO ENSINO MÉDIO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as condições reinantes

Leia mais

HISTOLOGIA TECIDO NERVOSO

HISTOLOGIA TECIDO NERVOSO HISTOLOGIA TECIDO NERVOSO https://www.youtube.com/watch?v=nvd1xbnamou Classificação SNC corpos celulares dos neurônios (substância cinzenta) prolongamentos (substância branca) SNP Nervos sensitivos (aferentes)

Leia mais

Controla funções orgânicas e é responsável pela interação do animal com o meio ambiente.

Controla funções orgânicas e é responsável pela interação do animal com o meio ambiente. Sistema Nervoso Controla funções orgânicas e é responsável pela interação do animal com o meio ambiente. Muitas funções dependem da vontade e muitas são inconscientes. Divisão Sistema Nervoso Central constituído

Leia mais

O surgimento do sistema nervoso está associado ao aumento da complexidade e do tamanho dos animais.

O surgimento do sistema nervoso está associado ao aumento da complexidade e do tamanho dos animais. INTRODUÇÃO O surgimento do sistema nervoso está associado ao aumento da complexidade e do tamanho dos animais. Atua na coordenação das múltiplas atividades do organismo, na integração das diversas partes

Leia mais

PSICOFISIOLOGIA DAS PRINCIPAIS REGULAÇÕES COMPORTAMENTAIS. Cérebro reptiliano e principais regulações primárias do comportamento

PSICOFISIOLOGIA DAS PRINCIPAIS REGULAÇÕES COMPORTAMENTAIS. Cérebro reptiliano e principais regulações primárias do comportamento PSICOFISIOLOGIA DAS PRINCIPAIS REGULAÇÕES COMPORTAMENTAIS Cérebro reptiliano e principais regulações primárias do comportamento 1 NÍVEL MEDULAR MEDULA ESPINAL Embriologia, Localização e Morfologia Deriva

Leia mais

TRONCO ENCEFÁLICO FUNÇÃO. Prof. João M. Bernardes

TRONCO ENCEFÁLICO FUNÇÃO. Prof. João M. Bernardes TRONCO ENCEFÁLICO Prof. João M. Bernardes FUNÇÃO O tronco encefálico funciona como uma área de passagem para muitas vias descendentes e ascendentes; Está envolvido no controle da respiração, funções do

Leia mais

HISTOLOGIA TECIDO NERVOSO

HISTOLOGIA TECIDO NERVOSO HISTOLOGIA TECIDO NERVOSO Classificação SNC corpos celulares dos neurônios (substância cinzenta) prolongamentos (substância branca) SNP Nervos sensitivos (aferentes) Entrada Saída Nervos cranianos e nervos

Leia mais

Fonte: Anatomia Humana 5 edição: Johannes W. Rohen

Fonte: Anatomia Humana 5 edição: Johannes W. Rohen Prof. Bruno Pires MORFOLOGIA Divisões: Sistema Nervoso Central: formado por encéfalo e medula espinhal Encéfalo: Massa de tecido nervoso presente na região do crânio. Composta por tronco encefálico, cérebro

Leia mais

Sistema Nervoso Central e Periférico

Sistema Nervoso Central e Periférico Sistema Nervoso O sistema nervoso é responsável por coordenar todas as funções do organismo, desde jogar futebol e assistir a um filme até piscar os olhos ou chorar. As informações vêm de todas as partes

Leia mais

TRATOS ASCENDENTES E DESCENDENTES DA MEDULA ESPINAL

TRATOS ASCENDENTES E DESCENDENTES DA MEDULA ESPINAL TRATOS ASCENDENTES E DESCENDENTES DA MEDULA ESPINAL DEFINIÇÕES: FUNÍCULO: regiões da substância branca da medula espinal que formam tratos por onde trafegam informações ascendentes (da periferia para o

Leia mais

Classificação e Características do Tecido Nervoso

Classificação e Características do Tecido Nervoso Classificação e Características do Tecido Nervoso CARACTERÍSTICAS GERAIS TRANSMISSÃO DE IMPULSOS NERVOSOS RELAÇÃO DIRETA COM O SISTEMA ENDÓCRINO Organização do Sistema Nervoso Humano Divisão Partes Funções

Leia mais

MAPAS SOMATOTÓPICOS NOS DIFERENTES NÍVEIS SOMESTÉSICOS HOMÚNCULO SOMATOTÓPICO. Tato- muito preciso Dor- pouco preciso

MAPAS SOMATOTÓPICOS NOS DIFERENTES NÍVEIS SOMESTÉSICOS HOMÚNCULO SOMATOTÓPICO. Tato- muito preciso Dor- pouco preciso MAPAS SOMATOTÓPICOS NOS DIFERENTES NÍVEIS SOMESTÉSICOS HOMÚNCULO SOMATOTÓPICO Tato- muito preciso Dor- pouco preciso MAPAS SOMATOTÓPICOS EM OUTROS ANIMAIS COELHO GATO MACACO Porém os mapas são dinâmicos!

Leia mais

RCG0212 Estrutura e Função do Sistema Nervoso FMRP - USP

RCG0212 Estrutura e Função do Sistema Nervoso FMRP - USP RCG0212 Estrutura e Função do Sistema Nervoso FMRP - USP Disciplinas do 3 º Semestre: RCG0212 Estrutura e Função do Sistema Nervoso RCG0214 Fisiologia I Depto. Anatomia Depto. Fisiologia RCG0243 Imunologia

Leia mais

17/05/2017 REFLEXOS DO TRONCO CEREBRAL REFLEXO DO TRONCO CEREBRAL: REFLEXO OCULAR MOVIMENTOS SACÁDICOS (NISTAGMO) OUTROS REFLEXOS DO TRONCO CEREBRAL

17/05/2017 REFLEXOS DO TRONCO CEREBRAL REFLEXO DO TRONCO CEREBRAL: REFLEXO OCULAR MOVIMENTOS SACÁDICOS (NISTAGMO) OUTROS REFLEXOS DO TRONCO CEREBRAL REFLEXOS DO TRONCO CEREBRAL Movimentos automáticos e estereotipados da cabeça, olhos e pescoço Relacionados com as características do estímulo intensidade, duração, localização Organizados inteiramente

Leia mais

Componentes Psicomotores: Tônus e Equilíbrio

Componentes Psicomotores: Tônus e Equilíbrio Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Departamento de neurociências e ciências do comportamento Componentes Psicomotores: Tônus e Equilíbrio Mayara Thais Correr Disciplina:

Leia mais

CURSO: MEDICINA PCI NERVOSO E LOCOMOTOR

CURSO: MEDICINA PCI NERVOSO E LOCOMOTOR CURSO: MEDICINA PCI NERVOSO E LOCOMOTOR Neurohistologia e Neuroembriologia Humana PowerPoint Lecture Slide Presentation and Copyright 2010 by Dra. Iêda M. L. Guedes, Neurobiologista celular e molecular

Leia mais