Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande
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- Rubens Galvão Vilanova
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1 Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande T E R M O D E A C O R D O P A R A O R E M A N E J A M E N T O D A P O P U L A Ç Ã O D I R E TA M E N T E A T I N G I D A P E L O A P R OV E ITA ME N TO H ID R E L ÉTR I CO B A R R A G R A N D E SETEMBRO / 2002
2 ÍNDICE I. APRESENTAÇÃO 1. Introdução Objetivo Características do Empreendimento, Marcos e Eventos Principais Terminologia...08 II. DIRETRIZES E CRITÉRIOS PARA REMANEJAMENTO E COMPENSAÇÃO DA POPULAÇÃO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE 5. Público-Alvo e Critérios de Acesso às Modalidades de Remanejamento Estudo de Caso Força de Trabalho Localização dos Novos Imóveis e Glebas para as Alternativas de Reassentamentos Modalidades de Remanejamento...20 III. PROCEDIMENTOS PARA AQUISIÇÃO DAS ÁREAS NECESSÁRIAS À IMPLANTAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE 10. Aquisição de Áreas Necessárias à Implantação do Empreendimento Considerações Iniciais Seqüência de Atividades...22 IV. PROCEDIMENTOS PARA REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE ATRAVÉS DA ALTERNATIVA DE REASSENTAMENTO RURAL COLETIVO 11. Reassentamento Rural Coletivo Considerações Iniciais Glebas para os Reassentamentos O Projeto Parcelamento da Gleba Aprovação e Ajustes do Parcelamento Desmatamento e Destoca Terraceamento Sistema Viário Abastecimento d Água Abastecimento de Energia Elétrica Benfeitorias Comunitárias Tamanho dos Lotes Lote Rural Convencional Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Edificações Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Aprovação do Loteamento no INCRA Utilização do Novo Imóvel Assistência Técnica e Social Despesas com Mudança Verba de Manutenção Repasse de Recursos Apoio à Primeira Safra Opção pelo Reassentamento Composição do Valor da Dívida Forma de Pagamento Despesas com Escrituração e Registro do Novo Lote
3 V. PROCEDIMENTOS PARA REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE ATRAVÉS DA ALTERNATIVA DE AUTO-REASSENTAMENTO INDIVIDUAL SISTEMA CARTA DE CRÉDITO 12. Auto-Reassentamento (Carta de Crédito) Considerações Iniciais Tamanho dos Lotes Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Exceções Edificações Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Características Mínimas dos Imóveis Orientações pela BAESA Validade da Carta de Crédito Valor da Carta de Crédito Promessa de Venda do Imóvel Escolhido Vistoria do Imóvel Escolhido Aquisição do Imóvel Escolhido e Aprovado Diferença entre o Valor da Carta de Crédito e o Valor de Aquisição do Novo Imóvel Utilização do Novo Imóvel Despesas com Mudança Verba de Manutenção Repasse de Recursos Apoio à Primeira Safra Opção pelo Reassentamento Composição do Valor da Dívida Forma de Pagamento Despesas com Escrituração e Registro do Novo Lote...45 VI. PROCEDIMENTOS PARA REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE ATRAVÉS DA ALTERNATIVA DE REASSENTAMENTO EM ÁREAS REMANESCENTES 13. Reassentamento em Áreas Remanescentes Considerações Iniciais Ordem de Prioridade para Ocupação dos Lotes Tamanho dos Lotes Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Edificações Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Sistema Viário Abastecimento d Água Abastecimento de Energia Elétrica Utilização do Novo Imóvel Assistência Técnica e Social Despesas com Mudança Verba de Manutenção Repasse de Recursos Apoio à Primeira Safra Opção pelo Reassentamento Composição do Valor da Dívida Forma de Pagamento Despesas com Escrituração e Registro do Novo Lote
4 I APRESENTAÇÃO 1. Introdução Objetivo Características do Empreendimento, Marcos e Eventos Principais Terminologia
5 1. INTRODUÇÃO É entendimento pacífico que a perfeita interação entre o empreendedor, a comunidade e os agentes institucionais envolvidos no processo de implantação de um empreendimento do porte de uma usina hidrelétrica assume destacada importância na identificação dos impactos sociais, culturais, políticos e econômicos verificados na região de influência do empreendimento. Desta sorte, a política geral de remanejamento aqui acordada busca atender a população diretamente atingida pela implantação do Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande, e leva em conta a realidade social, econômica, política e cultural da região de influência do empreendimento. O presente documento explicita os conceitos, diretrizes básicas e procedimentos que referenciam as diversas alternativas de remanejamento populacional, com a finalidade de liberar as áreas necessárias à implantação do Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande. Este documento constitui material referencial de fácil acesso nas ações de implementação das diversas alternativas de remanejamento, facilitando a comunicação com os atingidos e aumentando a agilidade no processo decisório. 5
6 2. OBJETIVO O objetivo das proposições aqui apresentadas é definir uma linha de conduta para o tratamento das questões relativas aos serviços e ações necessárias à execução do programa de remanejamento populacional, proporcionando que os atingidos pelo processo sejam indenizados ou reassentados de forma satisfatória e adequada, com qualidade de vida e acesso a terra, aos recursos naturais e serviços (água potável e infra-estrutura). Para os efeitos do presente documento, Remanejamento é um programa que visa relocar a população diretamente atingida pela implantação do empreendimento, seja através de indenização em dinheiro, seja através de alternativas de reassentamento. Todo o processo deverá ser feito de forma participativa e transparente, com a adoção de programas e procedimentos de comunicação capazes de esclarecer aos atingidos sobre todas as etapas de levantamentos e de negociação. A participação de todo e qualquer atingido nos programas de remanejamento expostos no presente Termo de Acordo, implica no conhecimento e aceitação das condições aqui estabelecidas. 6
7 3. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO, MARCOS E EVENTOS PRINCIPAIS 3.1. Grupo Investidor Barra Grande Energia S.A... 50,0% Alcoa Alumínio S.A ,3% DME Energética Ltda.... 8,8% Camargo Corrêa Cimentos S.A.... 5,9% 3.2. Características do Reservatório De acordo com o Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, os indicadores principais do empreendimento estão representados na tabela que segue: Imóveis Famílias Municípios Número Total Área Atingida (há) Número Total Residentes na Área Atingida Margem Direita Santa Catarina Anita Garibaldi , Cerro Negro , Campo Belo do Sul , Capão Alto , Lages 4 22, Sub-Total , Margem Esquerda Rio Grande do Sul Pinhal da Serra , Esmeralda , Vacaria , Bom Jesus 4 10, Sub-Total , Total Geral , Marcos e Eventos Principais Desvio do Rio... Outubro de 2002 Início do Enchimento do Reservatório... Dezembro de
8 4. TERMINOLOGIA As definições e conceitos básicos aqui apresentados são pertinentes para o contexto das atividades do empreendimento Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande. Agregado: É todo trabalhador rural que vive em imóvel de terceiros em troca do uso de todo o imóvel ou parte dele, com ou sem remuneração para as tarefas de conservação ou produção executadas em favor do proprietário. Arrendatário: Trabalhador rural que, através de contrato agrário, obtém por tempo determinado ou não o uso e gozo de imóvel rural, no todo ou em parte, incluindo ou não outros bens e benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele exercer atividades de exploração agrícola, agro-industrial, extrativa vegetal ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel. Área Atingida: É a fração de terra que, com a formação do reservatório, ficará submersa, acrescida da área necessária à formação da área de preservação permanente (APP). Área Remanescente: É a parcela de terra não atingida diretamente pelo empreendimento, parte integrante de um imóvel parcialmente atingido. Diretamente Atingidos: São todas as pessoas, unidades familiares, órgãos oficiais, entidades ou empresas que possuem imóveis alcançados pela formação do reservatório, acrescida da área necessária à formação da área de preservação permanente. Beneficiários: São os indivíduos ou unidades familiares de qualquer natureza que preencham os requisitos para enquadramento nos programas de remanejamento populacional, devidamente explicitados no capítulo Público-Alvo e Critérios de Acesso às Modalidades de Reassentamento adiante. Benfeitorias Reprodutivas: São as culturas comerciais ou domésticas implantadas no imóvel, cuja remoção implica em perda total ou parcial, compreendendo culturas anuais e permanentes, pastagens cultivadas e/ou outros melhoramentos que, embora não negociáveis separadamente das terras, serão cotados em separado, objetivando a apuração do valor de reposição patrimonial. Benfeitorias Não Reprodutivas: Constituem os elementos da infra-estrutura física incorporada ao imóvel ao longo do tempo, compreendendo edificações, instalações de apoio à produção, melhoramento de solo, abastecimento d água, energia elétrica e outros assemelhados. Cadastro Sócio-Econômico: É um levantamento de campo que objetiva o dimensionamento e a caracterização das famílias vinculadas às áreas diretamente atingidas pelo empreendimento, que norteia os estudos, definindo os projetos, planos e programas de remanejamento. Data da Negociação: Será entendida como data da negociação, a data da aceitação, pelos titulares do imóvel, dos valores ofertados pela BAESA Energética 8
9 Barra Grande S.A. ou, não havendo aceitação ou quando existirem fatores que impeçam a negociação direta do imóvel, a data de ajuizamento da competente ação de desapropriação. Filho da Terra: Todo indivíduo, diretamente atingido, que nasceu e/ou cresceu no imóvel atingido, freqüentou a escola da comunidade, saiu do imóvel temporariamente, desde que após 01 de janeiro de , tendo retornado até 27 de junho de 2001 (data de emissão da Licença Ambiental de Instalação), e que esteja atualmente fisicamente vinculado (morando ou trabalhando) com o imóvel atingido, dele dependendo para sua subsistência, não sendo assalariado. Imóvel: É a área de terras propriamente dita, independentemente do número de registros que sobre ela existam. Indivíduo: É a pessoa sozinha, independente de vínculo familiar. Não-proprietário: É aquele trabalhador rural que, vivendo e/ou trabalhando em terra de terceiros, não tem vínculo de propriedade da terra, nela se enquadrando as categorias de agregados, arrendatários, parceiros rurais e posseiros. Parceiro Rural: É o trabalhador rural que, através de contrato agrário, obtém por tempo determinado ou não o uso e gozo do imóvel rural, no todo ou em parte, incluindo ou não outros bens e benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele exercer atividades de exploração agrícola, agro-industrial, extrativa vegetal ou mista, e/ou recebe animais para criar, recriar, invernar, engorda ou extração de matéria prima de origem animal, mediante partilha de risco, produtos e/ou lucros havidos nas proporções que estipularem. Incluem-se nesta definição, meeiros, terceiros e similares. Permuta: Forma de indenização a proprietários ou posseiros, através da qual são trocadas áreas remanescentes dos imóveis adquiridos pela BAESA Energética Barra Grande S.A. passíveis de recomposição fundiária, por outra(s) também atingida(s) pelo empreendimento. Posseiro: É aquele que detém a posse mansa e pacífica de determinado imóvel atingido e não registrado (que não possua título de propriedade), devidamente reconhecido pelos confrontantes, nele residindo e/ou trabalhando. Propriedade: Consiste no domínio de determinado bem, incluindo terras e suas benfeitorias reprodutivas e não-reprodutivas. Proprietário: É o legítimo dono de um ou mais imóveis, comprovado através de documentação específica e aceita para tal finalidade (matrícula ou transcrição). Unidade Familiar Composta: É a unidade familiar convencional acrescida de outros indivíduos, parentes ou não, desde que residam em uma mesma casa. Unidade Familiar Convencional: É aquela com força de trabalho igual ou superior a 2,00 (equivalente a um casal) e constituída exclusivamente pelo casal e seus filhos. 1 Situações excepcionais, em especial aqueles que, embora tenham deixado o imóvel atingido antes de 01 de janeiro de 1993, mas que continuaram a manter vínculo com o mesmo, serão objeto de Estudo de Caso. 9
10 Unidade Familiar Especial: É a unidade familiar que, possuindo força de trabalho inferior a 2,0, apresenta características extraordinárias (indivíduos com mais de 60 anos, portadores de deficiência física, mental, ou outras doenças incapacitantes e/ou limitantes). Unidade Familiar Incompleta: É aquela que é composta por apenas um dos cônjuges e um ou mais filhos. Siglas: Seguem as principais siglas utilizadas e os seus respectivos significados. ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas APP = Área de Preservação Permanente BAESA = Energética Barra Grande S.A. CCR = Carta de Crédito CSE = Cadastro Sócio-Econômico FT = Força de Trabalho RRC = Reassentamento Rural Coletivo AHE BARRA GRANDE = Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande 10
11 II DIRETRIZES E CRITÉRIOS PARA REMANEJAMENTO E COMPENSAÇÃO DA POPULAÇÃO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE 5. Público-Alvo e Critérios de Acesso às Modalidades de Remanejamento Estudo de Caso Força de Trabalho Localização dos Novos Imóveis e Glebas para as Alternativas de Reassentamentos Modalidades de Remanejamento
12 5. PÚBLICO-ALVO E CRITÉRIOS DE ACESSO ÀS MODALIDADES DE REMANEJAMENTO De maneira geral, constitui-se público-alvo do presente programa, o conjunto de proprietários e não-proprietários de imóveis diretamente atingidos pelo empreendimento AHE BARRA GRANDE Aquisição de Áreas Atingidas pelo Empreendimento O público-alvo a ser alcançado na aquisição de áreas para a implantação do AHE BARRA GRANDE é formado por: a) Proprietários; b) Posseiros; c) Herdeiros ou sucessores de espólios que incluem imóveis atingidos pelo empreendimento Acesso às Alternativas de Reassentamento A inclusão nos projetos de REASSENTAMENTO far-se-á de acordo com a composição da unidade familiar e segundo os critérios abaixo: Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Proprietários Proprietários (pessoas físicas) de imóveis com até 25 hectares, cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, atingidos total ou parcialmente pelo empreendimento, que: a) não possuam outro imóvel economicamente viável fora da área atingida pelo empreendimento, quer isoladamente ou considerando composição com área remanescente do imóvel atingido; b) o remanescente do imóvel atingido, se houver, tenha sido inviabilizado pelo empreendimento, para a continuidade das atividades desenvolvidas; c) tenham adquirido a propriedade do imóvel atingido, devidamente registrado, antes de Outubro de 1997, data de fechamento do Cadastro Sócio- Econômico 2 ; d) mantenham vínculo físico (residam ou trabalhem) com o imóvel atingido, dele dependendo para a sua subsistência, não sendo assalariados Não Proprietários Arrendatários, parceiros rurais, agregados e posseiros, cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, que: 2 Casos especiais serão objeto de Estudo de Caso. 12
13 a) mantenham vínculo físico (residam ou trabalhem) com o imóvel atingido pelo empreendimento; b) dependam da fração atingida do imóvel para a sua subsistência; c) a área remanescente do imóvel atingido não comporte a força de trabalho da unidade familiar; d) não sejam assalariados 3 ; e) não sejam proprietários de imóvel economicamente viável fora da área do futuro reservatório Filhos de proprietários de áreas atingidas pelo empreendimento, cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, que: a) tenham formado uma nova unidade familiar até a data da negociação do imóvel atingido ao qual se vinculam; b) mantenham vínculo físico (residam ou trabalhem) com o imóvel atingido pelo empreendimento; c) dependam do imóvel atingido para a sua subsistência; d) a área remanescente do imóvel atingido não comporte a força de trabalho da unidade familiar; e) não sejam assalariados 4 ; f) não sejam proprietários de imóvel economicamente viável fora da área do futuro reservatório Filhos solteiros com idade superior a 21 anos, cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, que: a) tenham completado 21 anos até a data de negociação do imóvel atingido ao qual se vinculam; b) sejam comprovadamente independentes economicamente dos pais; c) mantenham vínculo físico (residam ou trabalhem) com o imóvel atingido pelo empreendimento; d) dependam do imóvel atingido para a sua subsistência; e) a área remanescente do imó vel atingido não comporte a força de trabalho individual; f) não sejam assalariados 5 ; g) não sejam proprietários de imóvel economicamente viável fora da área do futuro reservatório Usufrutuários de imóveis atingidos pelo empreendimento, cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, que: a) o usufruto, em vigência, tenha sido instituído antes do Cadastro Sócio- Econômico concluído em Outubro de 1997; b) mantenham vínculo físico (residam ou trabalhem) com o imóvel atingido pelo empreendimento; c) dependam do imóvel atingido para a sua subsistência; d) a área remanescente do imóvel atingido não comporte a força de trabalho da unidade familiar; e) não sejam assalariados 6 ; 3 Casos especiais (trabalho na Usina, p. ex.) serão objeto de Estudo de Caso. 4 Idem. 5 Idem. 13
14 f) não sejam proprietários de imóvel economicamente viável fora da área do futuro reservatório Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Pessoas sozinhas cuja Força de Trabalho (F.T.) não atinja 1,0 ou unidades familiares cuja Força de Trabalho (F.T.) não atinja 2,0, cadastradas no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, com limitações em sua capacidade produtiva agropecuária, serão consideradas Casos Especiais, e poderão, após Estudo de Caso a ser realizado pela BAESA Energética Barra Grande S.A., ter acesso a uma das modalidades de reassentamento Observações Complementares Filhos solteiros com idade inferior a 21 anos, cadastrados no Cadastro Sócio- Econômico concluído em Outubro de 1997, serão considerados dependentes dos pais e comporão a Força de Trabalho (F.T.) familiar, não tendo acesso individualizado a programas de reassentamento Filhos solteiros com idade superior a 21 anos, cadastrados no Cadastro Sócio- Econômico concluído em Outubro de 1997, dependentes economicamente dos pais, comporão a Força de Trabalho (F.T.) familiar, não tendo acesso individualizado a programas de reassentamento Indivíduos cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, que não compuserem uma unidade familiar independente, desenvolvendo atividades agropecuárias e vivendo em dependência econômica, que não estejam inseridos nas categorias do item retro, de uma outra unidade familiar, comporão a Força de Trabalho (F.T.) dessa família e acompanharão a mesma na modalidade de remanejamento escolhida por essa, não tendo acesso individualizado a programas de reassentamento Pessoas que transferiram a propriedade de imóvel atingido após o Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, reservando-se na qualidade de usufrutuários, arrendatários, agregados, parceiros rurais e similares do bem, ainda que cadastrados no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997, não terão acesso às modalidades de reassentamento. Situações excepcionais serão objeto de estudo de caso a ser realizado pela BAESA Energética Barra Grande S.A O usufruto instituído após o Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997 poderá, a critério do usufrutuário e do nu-proprietário, ser mantido no novo imóvel adquirido mediante reassentamento oferecido pela BAESA Energética Barra Grande S.A., caso o nu-proprietário seja beneficiário de uma das alternativas de reassentamento. Situações excepcionais serão objeto de estudo de caso a ser realizado pela BAESA Energética Barra Grande S.A Serão excluídas do público-alvo do presente programa todas as pessoas que, comprovadamente, diretamente atentarem contra a integridade física de prepostos ou propriedades da BAESA Energética Barra Grande S.A., ainda que preenchidos todos os critérios de acesso. 6 Casos especiais (trabalho na Usina, p. ex.) serão objeto de Estudo de Caso. 14
15 Uma vez reconhecido pela BAESA Energética Barra Grande S.A. o cumprimento de todos os critérios de acesso às alternativas de reassentamento, o beneficiário poderá optar por uma das modalidades de reassentamento oferecidas. 15
16 6. ESTUDO DE CASO Estudo de Caso é um instrumento que objetiva identificar os indivíduos e famílias que, obedecidos os critérios de acesso acordados no presente documento, se caracterizam como beneficiários de uma das alternativas de reassentamento patrocinadas. A fim de facilitar o entendimento e a aplicação prática das diretrizes ora apresentadas, o procedimento de Estudo de Caso é dividido em duas macro-categorias: CADASTRADOS e NÃO CADASTRADOS. A macro-categoria de CADASTRADOS caracteriza-se por aqueles indivíduos e/ou unidades familiares cadastradas no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de Já a macro-categoria de NÃO CADASTRADOS, mais complexa e delicada, divide-se em duas micro-categorias, assim denominadas: especial e filhos da terra. A primeira micro-categoria de NÃO CADASTRADOS, especial, busca identificar, através de Estudo de Caso a ser realizado pela BAESA Energética Barra Grande S.A., cuja decisão vincula as partes, os indivíduos ou famílias não cadastradas no Cadastro Sócio-Econômico concluído em Outubro de 1997 por omissão involuntária, decorrente de informação infundada, incompleta ou devido a uma ausência eventual e comprovadamente temporária, voltaram a manter vínculo físico (morar ou trabalhar) com o mesmo. Incluem-se aqui, ainda, os indivíduos ou famílias que comprovadamente moravam e/ou trabalhavam em imóvel atingido não cadastrado pelos entrevistadores do Cadastro Sócio-Econômico. Com relação à ausência eventual e temporária, o solicitante de Estudo de Caso deverá, ainda, demonstrar enquadramento em uma das seguintes situações: a) Prestando serviço militar obrigatório (certificado de dispensa de incorporação). b) Estudando fora (histórico escolar). c) Enfermo ou cuidando de familiares enfermos, necessitando de assistência médica hospitalar (declaração de internação hospitalar ou atendimento hospitalar regular). d) Prestando serviços temporários em outro imóvel/localidade (CTPS, contrato temporário de trabalho, recibo de salário). e) Vínculo empregatício (CTPS). f) Cumprindo pena decorrente de processo judicial (atestado prisional). g) Morando em áreas próximas e trabalhando no imóvel atingido. A segunda micro-categoria visa identificar, através de Estudo de Caso a ser realizado pela BAESA Energética Barra Grande S.A. e cuja decisão vincula as partes, os filhos da terra, já caracterizados no item Terminologia. Superada a etapa inicial de enquadramento e caracterização em uma das macrocategorias e, caso NÃO CADASTRADO, em uma das micro-categorias, passa-se à etapa seguinte, que objetiva identificar quais indivíduos e unidades familiares 16
17 continuam a manter vínculo físico (moram e/ou trabalham) com o imóvel atingido pelo empreendimento, dele dependendo para sua subsistência. O conjunto de provas documentais constitui-se na condição básica e essencial para o Estudo de Caso. Para tanto, o conjunto de documentos que será analisado, sem a ele se limitar, para análise de acesso do solicitante, é o seguinte: a) Certidão de nascimento, batismo, casamento; b) Carteira de vacinação dos filhos; c) Carteira de Trabalho e Previdência Social; d) Faturas de energia elétrica; e) Contrato de arrendamento, em vigência, de imóvel atingido, devidamente registrado ou com firma reconhecida ou autenticado (no caso de nãocadastrados, o contrato deverá estar registrado ou com firma reconhecida ou autenticado com data anterior ao Cadastro Sócio-Econômico); f) Contrato de trabalho; g) Certificado de reservista; h) Bloco de produtor rural, em nome do solicitante, vinculado ao imóvel atingido; i) Ficha de criação/vacinação de gado; j) Históricos e/ou boletins escolares próprios e dos filhos; k) Informações existentes em Cooperativas, Mercados, Lojas, Hospitais, Bancos, Sindicatos, Igrejas etc; l) Registro de imóvel na área atingida. Uma vez reconhecido pela BAESA Energética Barra Grande S.A. o cumprimento de todos os critérios de acesso às alternativas de reassentamento, este poderá optar por uma das modalidades de reassentamento oferecidas. Se, ao final do Estudo de Caso a ser realizado pela BAESA Energética Barra Grande S.A., o indivíduo ou unidade familiar postulante a benefício de reassentamento não se enquadrar nos critérios acordados no presente documento, seu caso será, ainda, submetido à análise de uma Comissão Paritária formada por representantes da BAESA Energética Barra Grande S.A. e lideranças dos atingidos, a fim de que sejam supridas eventuais dúvidas ou lacunas que, uma vez superadas, ensejarão a tomada de decisão final, que vincula as partes, pela BAESA Energética Barra Grande S.A.. 17
18 7. FORÇA DE TRABALHO (F.T.) Força de Trabalho (F.T.) é um valor numérico atribuído à capacidade e disponibilidade de cada pessoa para a execução de tarefas vinculadas à exploração agropecuária, variando de acordo com a faixa etária. Os respectivos valores constam na tabela a seguir: Tabela 1 - FORÇA DE TRABALHO POR FAIXA ETÁRIA FAIXA FAIXA ETÁRIA F.T a 60 1,00 02 mais de 60 0,50 Indivíduos com idade entre 05 e 10 anos acrescerão, na Força de Trabalho da unidade familiar a qual estiverem vinculados, 0,25 cada um. Indivíduos com idade entre 11 e 14 anos acrescerão, na Força de Trabalho da unidade familiar a qual estiverem vinculados, 0,60 cada um. Pessoas portadoras de doenças limitantes ou incapacitantes à execução de atividades agropecuárias, terão a Força de Trabalho (F.T.) diminuída ou até mesmo suprimida, conforme o caso, para efeitos de dimensionamento dos lotes. 18
19 8. LOCALIZAÇÃO DOS NOVOS IMÓVEIS E GLEBAS PARA AS ALTERNATIVAS DE REASSENTAMENTOS Todas as alternativas de reassentamento, com exceção do reassentamento em áreas remanescentes, envolvem a aquisição de áreas de terras rurais ou urbanas, com dimensões e localizações variadas. Havendo necessidade de estabelecer-se uma delimitação que conferisse agilidade à sua implementação, foi definida uma área de abrangência cujos limites englobam o Planalto Catarinense e Gaúcho, Oeste e Meio Oeste Catarinense e Alto Uruguai, preferencialmente em regiões próximas ao lago. Poderão ser admitidas exceções, por solicitação dos atingidos e a critério da BAESA Energética Barra Grande S.A., quando houver fatores extraordinários que assim o justifiquem. 19
20 9. MODALIDADES DE REMANEJAMENTO São modalidades de remanejamento populacional: a) Indenização em dinheiro aos proprietários ou posseiros de imóveis e/ou benfeitorias atingidos pelo empreendimento; b) Reassentamento Rural Coletivo - áreas parceladas em lotes rurais individuais, com infra-estrutura comunitária; c) Auto-Reassentamento (Carta de Crédito) - a própria família se responsabiliza pelo seu reassentamento, através da busca e aquisição de um imóvel que obedeça as características mínimas estabelecidas pela BAESA Energética Barra Grande S.A.; d) Reassentamento em Área Remanescente - áreas de imóveis que foram adquiridos na sua totalidade, mas que não serão inundadas e não farão parte da área de preservação permanente na orla do reservatório. 20
21 III PROCEDIMENTOS PARA AQUISIÇÃO DAS ÁREAS NECESSÁRIAS À IMPLANTAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE 10. Aquisição de Áreas Necessárias à Implantação do Empreendimento Considerações Iniciais Seqüência de Atividades
22 10. AQUISIÇÃO DE ÁREAS NECESSÁRIAS À IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Considerações Iniciais O item em análise contém os conceitos, diretrizes e procedimentos para as pesquisas de mercado e avaliações aplicáveis à aquisição das áreas necessárias à implantação do Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande. Para tanto, são utilizados dados coletados na região de sua influência, permitindo que a atividade de avaliações para fins de indenização de bens patrimoniais possa alcançar a credibilidade e aceitabilidade necessária ao bom andamento dos trabalhos. Respeitando os compromissos assumidos com as diversas lideranças da população diretamente atingida pelo empreendimento, e após prévio conhecimento da metodologia, dos critérios e dos procedimentos inerentes ao processo, representantes por eles designados acompanharam as pesquisas necessárias, conforme adiante explicitado. Os atingidos acompanharão todas as atividades de levantamentos em seu imóvel, ratificando-os antes do encaminhamento para avaliação. Os laudos, elaborados com base nos levantamentos ratificados e nos valores unitários obtidos através da pesquisa de preços, são submetidos à análise do beneficiário para que este possa, com maior clareza, exercer sua opção pela indenização ou outra modalidade de remanejamento disponibilizada, desde que preenchidos os critérios de enquadramento. No mérito, os conceitos e critérios seguem as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, especialmente a NBR-8799 e a NBR-5676, que tratam, respectivamente, das Avaliações de Imóveis Rurais e Imóveis Urbanos, possibilitando respostas para as questões referentes à determinação dos valores unitários básicos Seqüência de Atividades A aquisição dos bens pressupõe o desenvolvimento de atividades que são realizadas da seguinte forma: a) Demarcação da Cota de Inundação: A demarcação da cota de inundação máxima normal (647m) está sendo materializada em campo. b) Cadastramento Fundiário dos Imóveis Atingidos: Compreende a elaboração de plantas e memoriais descritivos com base em levantamentos topo-cartográficos e dados de campo objetivando a identificação do imóvel e os limites da cota de inundação máxima normal (647m) e da área de preservação permanente. Contém as divisas dos imóveis, o nome dos proprietários lindeiros, a classificação e os quantitativos de solos em conformidade com a sua aptidão agrícola, tudo a partir das informações do Levantamento Físico. 22
23 c) Levantamento Físico: Compreende o levantamento das benfeitorias reprodutivas e não reprodutivas existentes no imóvel, quantificando e qualificando-as na presença do proprietário ou de seu representante. Nele estão incluídas todas as investigações necessárias, em especial as que dizem respeito à classificação dos solos quanto a sua aptidão agrícola, ao manejo da terra, a localização e o acesso ao imóvel. d) Pesquisa e Determinação de Valores Unitários: As pesquisas para a determinação dos custos de reposição das culturas permanentes e construção são realizadas diretamente no comércio local onde serão levantados os preços de materiais de construção, mão-de-obra, frutos, insumos agrícolas, mudas etc. As pesquisas de mercado para a determinação do preço da terra nua de imóveis rurais, são realizadas em cartórios, imobiliárias, corretores, sindicatos, prefeituras, bancos etc, de forma a obter-se uma gama de elementos confiáveis que, após vistoriados e deduzidos os valores estranhos ao da terra nua, identificando as condições de acesso, manejo e aptidão agrícola, permitam, por homogeneização e análise estatística, a determinação do valor unitário da terra nua. Tais pesquisas são fatores fundamentais na apuração do valor final da avaliação, razão pela qual, para minimizar ação de especuladores e dar a credibilidade necessária aos laudos de avaliação, devem ser efetuados através de comissões de pesquisa formadas por atingidos e/ou seus representantes e técnicos da BAESA Energética Barra Grande S.A.. A área de abrangência da pesquisa de preços compreendeu 27 (vinte e sete) municípios situados num raio de 100km no entorno do reservatório, dentre os quais os 9 (nove) municípios diretamente atingidos. O Movimento dos Atingidos por Barragens MAB se propõe a participar das futuras pesquisas de preços, discutindo a metodologia e a forma de aplicação da coleta de dados em campo, bem como a inclusão da rede de energia elétrica com pontos de luz. e) Avaliação: A metodologia a ser utilizada na área do reservatório obedece ao Método de Reposição de Bens Patrimoniais e observa, basicamente, as recomendações das normas brasileiras para avaliação e os critérios adotados pelo empreendedor. O critério para avaliação das benfeitorias reprodutivas (culturas permanentes) e não reprodutivas (construções) será o definido pelo Método de Custo, acrescido do valor econômico no que diz respeito às plantações. A avaliação das construções será feita através da determinação do Valor da Remoção, considerando o custo de desmontagem, quebra de materiais, transporte e custo de reconstrução, bem como, no caso de edificação residencial, um valor de locação de outro imóvel pelo período tecnicamente definido como necessário para a remoção da benfeitoria e sua reconstrução em outro local. Para a avaliação da terra nua será adotado o critério definido pelo Método Comparativo por classe, uso atual dos solos e acessibilidade. Serão consideradas as seguintes classes de solo: Classe Mecanizável (A), também denominada "Boa"; Classe Agricultável Tração Animal (B), também denominada "Regular"; 23
24 Classe Agricultável Tração Braçal (C), também denominada "Restrita"; Classe Inapta ao Uso Agrícola (D), também denominada "Inapta. As áreas serão levantadas de acordo com os critérios acima estabelecidos, sendo que, para fins de avaliação e indenização, as terras classificadas como Inaptas (D), são consideradas como Restritas (C). O Movimento dos Atingidos por Barragens MAB registra a intenção de que as terras fossem indenizadas sem distinção por classe, considerando todas como uma única classe, de tal forma que tal questão possa ser retomada nas próximas negociações. As áreas de posse serão avaliadas dentro dos mesmos critérios adotados para avaliação de áreas legalizadas, desde que fique constatado tratar-se de possuidor de boa fé. As culturas temporárias não serão avaliadas quando os proprietários forem avisados no mínimo 6 (seis) meses antes da necessidade de desocupação do imóvel, após o imóvel ser indenizado. Caso haja necessidade de liberação do imóvel em menos de 6 (seis) meses após a indenização e a partir do aviso ao proprietário, sem que exista tempo hábil para a colheita, as culturas temporárias serão indenizadas. As benfeitorias secundárias, aí entendidas as estradas e caminhos, poços d água, sistemas de abastecimentos, redes elétricas e acessos serão avaliadas pelo seu custo de reposição ou relocação. f) Laudos Administrativos: os laudos administrativos que comporão os valores finais das indenizações amigáveis serão elaborados por imóveis, em separado, contemplando a avaliação dos bens patrimoniais, com o acréscimo de 4% sobre os valores dos mesmos, a fim de que possam fazer frente a despesas legais com aquisição de novos bens. g) Apresentação de Valores: o procedimento a ser adotado para aquisição dos bens a serem atingidos é o do entendimento direto com o proprietário, através do diálogo franco e cordial, procurando, sempre que possível, afastar a intermediação de terceiros que possam, eventualmente, pretender tirar proveito econômico ou político da ocasião. A BAESA Energética Barra Grande S.A. assume os ônus decorrentes da escrituração e registro das áreas a serem por ela adquiridas. h) Pagamento: os pagamentos serão realizados em um prazo máximo de 30 (trinta) dias a partir da data do acordo quanto ao valor da indenização. i) Prazo para a Liberação do Imóvel: efetivado o pagamento, o proprietário terá um prazo, a ser acordado entre BAESA Energética Barra Grande S.A. e atingido, para a remoção das benfeitorias da área a ser adquirida e entrega da área para a BAESA Energética Barra Grande S.A.. j) Imissão de Posse: nos casos em que o procedimento judicial para imissão de posse se fizer necessário, em decorrência da não aceitação dos valores oferecidos, ou por absoluta impossibilidade de solução a respeito de controvérsias sobre títulos de propriedades, deverá ser realizada minuciosa perícia no imóvel e elaborado o correspondente laudo pericial para fins de imissão de posse. 24
25 IV PROCEDIMENTOS PARA REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BARRA GRANDE ATRAVÉS DA ALTERNATIVA DE REASSENTAMENTO RURAL COLETIVO 11. Reassentamento Rural Coletivo Considerações Iniciais Glebas para os Reassentamentos O Projeto Parcelamento da Gleba Aprovação e Ajustes do Parcelamento Desmatamento e Destoca Terraceamento Sistema Viário Abastecimento d Água Abastecimento de Energia Elétrica Benfeitorias Comunitárias Tamanho dos Lotes Lote Rural Convencional Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Edificações Indiv íduos e Unidades Familiares Convencionais Indivíduos e Unidades Familiares Especiais Aprovação do Loteamento no INCRA Utilização do Novo Imóvel Assistência Técnica e Social Despesas com Mudança Verba de Manutenção Repasse de Recursos Apoio à Primeira Safra Opção pelo Reassentamento Composição do Valor da Dívida Forma de Pagamento Despesas com Escrituração e Registro do Novo Lote
26 11. REASSENTAMENTO RURAL COLETIVO Considerações Iniciais Os Reassentamentos Rurais Coletivos caracterizam-se pela aquisição de grandes extensões de terras, onde serão reassentadas, via de regra, no mínimo 20 famílias de agricultores beneficiários por projeto. Serão construídos uma casa e um galpão de apoio à produção, além de fornecida a infra-estrutura básica (estrada, energia elétrica e água) ao atendimento das famílias. Também serão implantadas benfeitorias comunitárias, sempre que possível aproveitando as porventura existentes. Na hipótese dos Reassentamentos Rurais Coletivos localizarem-se próximos (até 5km do morador mais distante) das sedes municipais ou de núcleos comunitários, será dispensada a construção de benfeitorias comunitárias. Toda compra de área de terra para Reassentamento Rural Coletivo deverá ter a vistoria e anuência dos atingidos. A BAESA Energética Barra Grande S.A. apresentará os projetos num prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias após a aquisição da área e liberará a área, tão logo possível e mediante condições a serem estabelecidas entre as partes, para que as famílias a serem reassentadas possam utilizá -la para o plantio. A coordenação e a execução dos trabalhos dentro dos reassentamentos poderão ser feitas pelos próprios atingidos, desde que estejam organizados para isso. Os reassentamentos serão construídos preferencialmente em forma de mutirão entre os atingidos. Os recursos poderão ser repassados para uma associação dos reassentados Glebas para os Reassentamentos Bolsa imobiliária A BAESA Energética Barra Grande S.A. manterá um cadastro, de atualização permanente, das glebas em oferta na região delimitada e que obedeçam aos seguintes requisitos: a) tenham sido aprovadas em vistorias preliminares através de Relatórios Técnicos de Viabilidade; b) tenham preço compatível, documentado em oferta escrita, tanto no que diz respeito à qualidade dos solos quanto ao aproveitamento que poderá ser obtido através da recomposição fundiária da gleba em lotes de pequeno porte, considerados os fatores limitadores ao uso pretendido (cobertura vegetal, banhados e outros condicionantes assemelhados); c) tenham tamanho compatível para proporcionar economia de escala bem como para suportar o número de famílias necessárias para compor uma nova comunidade; d) tenham a documentação em perfeita ordem ou as garantias de que, em tempo hábil, não haverá obstáculos para a sua regularização. 26
27 Clientela É entendido como clientela, salvo exceções, um conjunto de, no mínimo, 20 (vinte) beneficiários que tenham formalizado a Opção Condicional, manifestando, por escrito, a intenção de adesão aos projetos de Reassentamento Rural Coletivo Opção Individual Na ocasião da visita, ou quando da negociação do imóvel ao qual estiverem vinculados, os beneficiários assinarão a "Opção Definitiva" que substituirá a "Opção Condicional" pela alternativa escolhida. Esta assinatura é irretratável e a desistência na participação naquele projeto específico implicará na renúncia ao acesso de qualquer das outras alternativas de reassentamento, incluindo a participação em outros projetos coletivos. Caberá ao beneficiário, a partir deste momento, única e exclusivamente a indenização, quando o mesmo for proprietário. Antes da Opção Definitiva, a BAESA Energética Barra Grande S.A. deverá mostrar aos beneficiários de modalidades de reassentamento as áreas disponíveis para Reassentamento Rural Coletivo, de preferência uma em cada Estado atingido Compra da Área Após cumpridas as condicionantes descritas nos itens a o imóvel estará apto a ser adquirido Associação de Beneficiários Para cada Reassentamento Rural Coletivo será incentivada a formação de uma Associação de Beneficiários para gerir e/ou acompanhar a implantação, tanto das ações relativas a implementação do projeto, quanto de outras de interesse da coletividade O Projeto O projeto do Reassentamento Rural Coletivo será elaborado pela BAESA Energética Barra Grande S.A. com a participação da clientela, principalmente na aprovação do macro-zoneamento, na definição das relações de vizinhança, na distribuição espacial da Reserva Legal e na definição de assuntos relativos aos Equipamentos Comunitários. O projeto, sem se limitar, será elaborado considerando as etapas ou atividades listadas nos itens a seguir: Levantamento Físico Consiste em estabelecer a classificação da aptidão agrícola e as classes de solos predominantes (pedologia), o uso atual dos solos, os tipos climáticos, a hidrologia, a vegetação e a geologia da área destinada ao projeto Levantamento Aerofotogramétrico Consiste no mapeamento da gleba, em escala conveniente, incluindo o traçado das curvas de nível, a rede hidrográfica, a localização de edificações preexistentes, taipas e açudes, a vegetação, as estradas e outros elementos físicos, condicionantes do projeto. 27
28 Levantamento Topográfico Consiste na realização de serviços de apoio terrestre referenciais à restituição aerofotogramétrica e na concretização e definição das divisas das terras adquiridas, para implantação do sistema viário, demarcação dos lotes e outras atividades que o requeiram Macro-zoneamento Consiste em distribuir sobre a gleba, em projeto preliminar, o sistema viário troncal, o Núcleo Comunitário, as Áreas de Reserva Legal, as Áreas de Preservação Permanente e aquelas áreas destinadas aos lotes Parcelamento da Gleba Consiste em estabelecer a estrutura fundiária a partir do macro-zoneamento, utilizando como parâmetros de dimensionamento dos lotes a Força de Trabalho familiar e a aptidão agrícola dos solos. A localização e a conformação considerarão as relações de vizinhança, a ordem seqüencial de prioridade dos beneficiários quanto a sua origem no reservatório, consensada como sendo de jusante para montante, as restrições ambientais e outros fatores condicionantes do projeto Aprovação e Ajustes do Parcelamento Concluída a minuta da proposta de parcelamento, essa será levada à discussão com os reassentandos, a quem caberá propor ajustes. Esse trabalho será feito por aproximações sucessivas até que ocorra o fechamento do projeto, isto é, todos os lotes estejam definidos e adequados à clientela, devidamente acordados, mesmo que ainda existam lotes disponíveis. Considerando que o fechamento é condicionado por diversos fatores que limitam as possibilidades de manter uma correlação exata entre Força de Trabalho e área correspondente, poderá haver uma flexibilidade quanto ao acréscimo ou decréscimo de área a ser adotada Desmatamento Quando houver necessidade de desmatamento, esse será executado após a obtenção da respectiva licença do órgão ambiental pela BAESA Energética Barra Grande S.A., independente de quem for a responsabilidade por sua execução Terraceamento Para garantir a conservação dos solos será elaborado projeto de terraceamento, quando necessário, de acordo com os critérios que vêm sendo praticados nos projetos de micro-bacias. No entanto, dependendo das condições de solo e do tipo de relevo, poderá ser proposta e/ou adotada uma outra alternativa de conservação do solo. 28
29 11.8. Sistema Viário A partir do sistema viário previsto no projeto de parcelamento da gleba, será elaborado projeto executivo e as respectivas Especificações Técnicas correspondentes, integrando-o ao projeto de terraceamento. O projeto do sistema viário deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal, uma vez que este será repassado à municipalidade após concluída sua implantação. Os acessos internos aos lotes, ligando a estrada troncal às edificações, quando aplicável, serão projetados e executados de forma a garantir acessibilidade permanente e drenagem compatível para melhor conservação do solo Abastecimento d'água Consiste na pesquisa de locais para construção de poços convencionais, aproveitamento de nascentes ou, na ausência dessas alternativas, na determinação dos locais para perfuração de poços artesianos Abastecimento de Energia Elétrica Todos os imóveis serão abastecidos por energia elétrica, normalmente monofásica, salvo quando o beneficiário possuía rede trifásica em seu local de origem. O projeto abrangerá a Rede de Distribuição Geral, os equipamentos para rebaixamento e regulagem da tensão, bem como as redes de alimentação domiciliares Benfeitorias Comunitárias Quando distante mais de 5km da sede municipal ou núcleo comunitário, será garantido pela BAESA Energética Barra Grande S.A. à comunidade reassentanda o acesso a benfeitorias destinadas à instrução, à prática religiosa, à recreação e para armazenagem de insumos e produtos agrícolas, tudo discutido com cada comunidade reassentanda. A área do núcleo será dimensionada para conter os equipamentos comunitários. Resultado de negociação entre a Associação de Beneficiários e a BAESA Energética Barra Grande S.A. e, ainda, quando couber, com a respectiva Prefeitura Municipal, os equipamentos comunitários poderão não ser construídos quando existirem na gleba, ou mesmo fora dela, em posição aceitável em relação a distribuição das famílias e, quando houverem, na área do projeto, edificações compatíveis com as finalidades Tamanho dos lotes Lote Convencional Rural Entende-se por Lote Convencional Rural a área de 17,0ha (conforme Tabela 2), ou área equivalente (Tabela 4), que será destinada a uma unidade familiar composta por 02 (duas) Forças de Trabalho (F.T.) Indivíduos e Unidades Familiares Convencionais O tamanho dos lotes nos reassentamentos coletivos é determinado a partir da Força de Trabalho (F.T.) familiar, composta pela soma das FT s de seus membros, conforme tabelas abaixo: 29
30 FINALIDADE F.T./ ÁREA Tabela 2 - DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DO LOTE CLASSE DE APTIDÃO AGRÍCOLA 1 F.T (ha) INSTALAÇÃO E ACESSO INTERNO 3 0,5 0,5 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 LAVOURA DE SUBSISTÊNCIA E COMERCIAL 2 F.T (ha) 3 F.T (ha) 4 F.T (ha) 5 F.T (ha) 6 F.T (ha) 7 F.T (ha) 8 F.T (ha) 9 F.T (ha) 3 7,0 10,0 16,0 18,2 22,0 25,8 29,6 33,4 37,0 PASTAGEM 4 e 5 2,0 3,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 RESERVA LEGAL 6 2,5 3,5 3,5 5,8 7,0 8,2 9,4 10,6 11,8 ÁREA TOTAL DO LOTE - 12,0 17,0 23,0 29,0 35,0 41,0 47,0 53,0 59,0 Considerar: a) interpolações lineares para Forças de Trabalho intermediárias; b) cálculo do acréscimo proporcional da área de lavoura para os valores decimais intermediários entre 2 e 3 FT s: AP = valor decimal da FT x 1,5 ha. Tabela 3 - CLASSES DE APTIDÃO AGRÍCOLA SISTEMA DE MANEJO CLASSE DE A B C TIPO DE UTILIZAÇÃO INDICADA APTIDÃO 1 - BOA 2 - REGULAR 1 A 2 a 1 B 2 b 1 C 2 c LAVOURA 3 - RESTRITA 3 (a) 3 (b) 3 (c) 4 - BOA REGULAR 4 P 4 p PASTAGEM PLANTADA RESTRITA 4 (p) 5 - BOA REGULAR 5 N 5 n 5 S 5 s SILVICULTURA E/OU PASTAGEM NATURAL RESTRITA 5 (n) 5 (s) 6 - SEM APTIDÃO AGRÍCOLA PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA Legenda: Números: Classes de aptidão Letras: Sistemas de Manejo Letras Maiúsculas: Boa aptidão para aquela classe de solo, naquele manejo Letras Minúsculas: Aptidão regular Letras Minúsculas entre Parêntese: Aptidão restrita a.1) Classificação dos Sistemas de Manejo: A - Práticas agrícolas que refletem um baixo nível tecnológico, podendo, no entanto, ser mais elevado em algumas áreas; B - Práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico razoável; C - Práticas agrícolas que refletem um alto nível tecnológico; P - Pastagem; N - Pastagem natural; S - Silvicultura. a.2) Grupos de Classes de Aptidão: Classe 1 - Aptidão boa para cultura do ciclo curto e/ou longo em pelo menos um dos sistemas de manejo A, B e C; Classe 2 - Aptidão regular para culturas de ciclo curto e/ou longo em pelo menos um dos sistemas de manejo A, B e C, podendo ser nas demais restrito ou sem aptidão; Classe 3 - Aptidão restrita para culturas de ciclo curto e/ou longo, em pelo menos um dos sistemas de manejo A, B e C, podendo ser inapto nos demais; Classe 4 - Aptidão boa, regular e restrita, para pastagem plantada, que está sendo considerada como um tipo de utilização no sistema de manejo B; Classe 5 - Aptidão boa, regular, restrita ou sem aptidão para silvicultura e/ou pastagem natural, que estão sendo considerados como tipos de utilização nos sistemas de manejo B e A, respectivamente; Classe 6 - Sem aptidão para uso agrícola, a não ser em casos especiais, indicado para preservação da flora e fauna ou recreação. 30
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