Protocolo de Colaboração entre o Museu de Portimão e a Associação Projecto IPSIIS
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- Kléber Barros Palmeira
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1 Protocolo de Colaboração entre o Museu de Portimão e a Associação Projecto IPSIIS Considerandos: 1º Objetivos Enquadrar institucional e cientificamente a atividade de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados, desenvolvido pela ASSOCIAÇÃO PROJECTO IPSIIS, de forma articulada e coordenada pelo MUSEU DE PORTIMÃO. O presente protocolo permite dar continuidade à atividade de recolha, nas zonas de atuação (Anexo I), de artefactos arrojados com interesse e informação histórico-arqueológica que, de outro modo, seriam negligenciados/perdidos. 2º Atribuições É atribuição da ASSOCIAÇÃO PROJECTO IPSIIS, de acordo com o seu Regulamento Interno, promover a investigação, divulgação e salvaguarda do património cultural, histórico e arqueológico (Artigo 3.º), bem como colaborar com outras entidades que tenham os mesmos propósitos (Artigo 4.º). Conforme o Regulamento do MUSEU DE PORTIMÃO é atribuição desta instituição investigar, incorporar, inventariar, conservar, interpretar, expor, divulgar e valorizar os testemunhos materiais e imateriais mais significativos na construção da memória e identidade coletiva das comunidades, na área de influência do Museu, de forma sistemática e permanente (Artigo 10º Objetivos, n.º2 a). Enquanto membro integrante da REDE PORTUGUESA DE MUSEUS, O MUSEU DE PORTIMÃO é a instituição preferencial para a incorporação de bens arqueológicos provenientes de trabalhos arqueológicos e de achados fortuitos. A convergência de atribuições destas duas entidades permite o estabelecimento do presente protocolo, mediante o qual pretendem enquadrar as ações de cooperação, partilhando o objetivo conjunto de salvaguarda, investigação e divulgação do espólio recolhido através da atividade de prospeção com detectores de metais em zonas de praias e de depósitos de dragados. 3º Antecedentes O presente protocolo surge na sequência do acordo de colaboração estabelecido no ano 2000, e vigente até ao ano de 2011, entre o extinto CENTRO NACIONAL DE ARQUEOLOGIA NÁUTICA E SUBAQUÁTICA/INSTITUTO PORTUGUÊS DE ARQUEOLOGIA e um grupo de cidadãos (PROJECTO IPSIIS), agora enquadrados na ASSOCIAÇÃO PROJECTO IPSIIS. Este património cultural subaquático advém das dragagens no Rio Arade e da Ria de Alvor, dando lugar ao aparecimento de uma imensidão de artefactos arrojados, dispersos pelas praias e depósitos de dragados. O espólio recolhido ao longo do desenvolvimento da atividade do grupo PROJECTO IPSIIS encontra-se depositado no MUSEU DE PORTIMÃO, recolhido ao longo dos anos de atividade do projeto. Foi solicitado por parte da DIRECÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL-DGPC ( ; CS ; Proc. 1999/131), que o MUSEU DE PORTIMÃO se associasse institucionalmente à ASSOCIAÇÃO PROJECTO 1
2 IPSIIS, conferindo enquadramento e legitimidade científica das atividades desenvolvidas, assegurando a salvaguarda, conservação e divulgação pública dos bens culturais móveis, delas resultantes. 4º Enquadramento Legal Lei nº 121/99 de 20 de Agosto - Utilização de detectores de metais Lei n.º 107/2001 de 8 de Setembro Lei de bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural Lei n.º 47/2004 de 19 de Agosto - Lei-quadro dos Museus Portugueses, em particular o Artigo 47.º - Estruturas associativas e voluntariado Decreto-Lei nº 164/97 de 27 de Junho - Rege a atividade arqueológica em meio subaquático Decreto-Lei n.º 270/99 de 15 de Julho - Regulamento de Trabalhos Arqueológicos Decreto-Lei n.º 115/2012 de 25 de Maio Missão e atribuições da Direção Geral do Património Cultural Aviso 6/ Convenção para a Proteção do Património Cultural Subaquático - UNESCO 5º Zonas de Atuação: O projeto desenvolve-se em zonas do Domínio Público Marítimo correspondentes às praias e depósitos de dragados, nomeadamente o depósito de dragados de Alvor, Praia de Alvor, Praia da Torralta (Alvor), Praia dos Três Irmãos (Alvor), Prainha (Alvor), Praia do Alemão (Portimão), Praia do Vau (Portimão), Praia dos Careanos (Portimão), Praia do Branquinho (Portimão), Praia da Rocha (Portimão), depósito de dragados de Portimão, depósito de dragados de Ferragudo, Praia da Angrinha (Lagoa), Praia Grande (Lagoa), Praia do Molhe (Lagoa), Praia do Pintadinho (Lagoa), Praia dos Caneiros (Lagoa) (Anexo I). 2
3 PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO ENTRE O MUSEU DE PORTIMÃO E A ASSOCIAÇÃO PROJECTO IPSIIS O presente Protocolo de Colaboração é celebrado entre: 1 Outorgante O MUSEU DE PORTIMÃO, estrutura orgânica tutelada pela Câmara Municipal de Portimão, pessoa coletiva de direito público, NIF n.º , com sede na Praça 1 de Maio, Portimão, adiante designada como Museu, aqui representada, por delegação da Presidente da Câmara Municipal de Portimão, pelo seu Diretor, José Manuel da Silva Gameiro, e 2 Outorgante ASSOCIAÇÃO PROJECTO IPSIIS, NIPC n.º , com sede na Travessa da Paz, Lote 6B, , Portimão, adiante designada como Associação Ipsiis, aqui representada pelo seu Presidente da Direção da Associação, José António Morgado Alves de Sousa. É celebrado e reciprocamente aceite o presente Protocolo de Colaboração, que se rege pelas disposições constantes do clausulado seguinte: Cláusula Primeira (Objeto) 1. O presente protocolo visa regular a cooperação entre as Partes Outorgantes, tendo em vista o enquadramento institucional e científico da atividade de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados, desenvolvido pela Associação Ipsiis. Esta atividade permite a recolha nas zonas de atuação (Anexo I) de património arqueológico móvel descontextualizado. 2. Este protocolo irá cria condições para a produção de conhecimento científico, tendo por base o espólio recolhido através da atividade de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados. Cláusula Segunda (Atribuições do Museu) 1. Coordenar cientificamente a atividade da Associação Ipsiis de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados, acompanhando os trabalhos desenvolvidos no seu âmbito através dos seus técnicos especializados. 2. Elaborar em cada ano civil o Pedido de Autorização de Trabalhos Arqueológicos (PATA) relativa aos trabalhos de prospeção com detectores de metais, sendo este requerido pelos técnicos superiores de arqueologia do Museu de Portimão. Constará em anexo ao PATA os requerimentos relativos à emissão 3
4 anual das licenças nominais de prospeção com detectores de metais para os membros da Associação Ipsiis, de acordo com o disposto no presente protocolo. 3. Efetuar as ações de conservação e restauro que se mostrarem como necessárias à preservação e salvaguarda dos artefactos. 4. O Museu, enquanto instituição integrante da Rede Portuguesa de Museus, recebe em depósito os artefactos recolhidos na atividade de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados. 5. Investigar os artefactos recolhidos na atividade de prospeção e coordenar a cedência para estudo por parte da comunidade científica. 6. Proceder ao registo e inventário dos artefactos recolhidos na atividade de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados. 7. Proceder à divulgação pública dos artefactos recolhidos e trabalhos desenvolvidos no âmbito do presente protocolo, pelos canais que considerar apropriados. 8. Confirmar que a(s) autoridade(s) competente(s) pela fiscalização e/ou policiamento dos territórios de atuação têm conhecimento das licenças anuais de prospeção com detectores de metais atribuídas pela instituição que tutela o património cultural. 9. O Museu reserva-se o direito de selecionar artefactos, provenientes da atividade de prospeção da Associação Ipsiis para integrar exposições no próprio museu ou em outras instituições, mencionando a Associação Projecto Ipsiis como entidade responsável pela sua recolha. 10. O Museu de Portimão, de acordo com o seu Regulamento, Política de Incorporações e Normas para o estudo e investigação das coleções, facultará à investigação externa o espólio proveniente da atividade de prospeção da Associação Ipsiis. 11. O espólio proveniente da atividade de prospeção da Associação Ipsiis, atualmente em depósito no Museu de Portimão, passa a reger-se pelas disposições do presente protocolo, ficando derrogados os Contratos de Cedência de Peças Arqueológicas previamente assinados entre o Museu de Portimão e os membros da Associação Ipsiis. Cláusula Terceira (Atribuições da Associação Ipsiis) 1. Cumprir e fazer cumprir aos seus associados as disposições legais no domínio da prospeção com detectores de metais, bem como as constantes no presente protocolo. 2. Entregar ao Museu de Portimão, até 48 horas após o seu achado, todos os artefactos recolhidos no âmbito do projeto. 4
5 3. Prestar toda a colaboração na identificação, georreferenciação e elaboração de fichas dos achados. 4. Apoiar a eventual conceção de projetos museológicos relacionados com os trabalhos desenvolvidos no âmbito do presente protocolo. 5. Apoiar a produção/edição de textos de divulgação e material gráfico relacionados com os trabalhos desenvolvidos no âmbito do presente protocolo, mencionando neste elementos o nome da Associação Ipsiis. 6. Autorizar a elaboração de materiais com intuitos comerciais baseados no espólio proveniente da atividade de prospeção da Associação Ipsiis. Todo o merchandising referido poderá ser alvo de contrato específico. 7. Respeitar os pressupostos do presente protocolo, garantindo a idoneidade dos associados autorizados a desenvolver a atividade de prospeção com detectores de metais. Cláusula Quarta (Atribuições solidarias aos dois outorgantes) 1. Elaborar o plano de trabalhos anual de trabalhos de prospeção com detectores de metais em zonas delimitadas de praias e de depósitos de dragados. 2. Determinar anualmente quais os elementos autorizados a desenvolver as prospeções com detectores de metais, reservando-se as duas entidades o direito de solicitar à entidade competente o cancelamento da(s) licença(s) já emitida(s) se considerar que algum elemento não cumpriu as disposições do presente protocolo. 3. Elaborar os relatórios anuais e demais documentação tida por necessária. 4. Promover reuniões entre as partes no âmbito da monitorização do presente protocolo. Obrigatoriamente deverá realizar-se uma reunião no final do ano civil, com o objetivo de efetuar uma análise e avaliação dos trabalhos anuais, preparar o relatório final e o novo Pedido de Autorização de Trabalhos Arqueológicos (PATA). 5. Promover a realização de ações de sensibilização e divulgação ao público dos resultados dos trabalhos da Associação Ipsiis. Cláusula Quinta (Dúvidas) 1. As dúvidas suscitadas na interpretação do presente Protocolo de Colaboração ou os assuntos dele emergentes serão resolvidos por acordo entre as Partes outorgantes e comunicadas às entidades de tutela. 5
6 Cláusula Sexta (Entrada em vigor e vigência) 1. O presente acordo entra em vigor na data da sua assinatura e vigorará até ao final de O seu âmbito e desenvolvimento será objeto de monitorização e avaliação por ambas as partes na reunião anual e automaticamente renovado no final de cada ano civil. Cláusula Sétima (Rescisão) 1. As Partes Outorgantes podem proceder à rescisão do presente Protocolo de Colaboração a qualquer momento, por mútuo acordo ou por iniciativa de uma das entidades signatárias, se forem infringidos gravemente os compromissos e obrigações assumidos, mediante aviso, por escrito, e com uma antecedência mínima de 30 dias. 2. A Parte Outorgante responsável pela rescisão do presente protocolo fica obrigada a comunicar o facto às entidades de tutela do património cultural, bem como à(s) autoridade(s) competente(s) pela fiscalização e/ou policiamento dos territórios de atuação Feito e assinado em duplicado. Portimão, / de 2013 O Primeiro Outorgante Câmara Municipal de Portimão Por delegação da Presidente da Câmara O Diretor do Museu do Portimão (José Manuel da Silva Gameiro) O Segundo Outorgante Associação Projecto IPSIIS O Presidente (José António Morgado Alves de Sousa) 6
7 ANEXOS: Anexo I Cartografia das zonas de Atuação 7
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