GUINÉ-BISSAU. Indicadores sociodemográficos e estruturais. MONTEPIO l Departamento de Estudos // janeiro 2015 GUINÉ-BISSAU
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1 GUINÉ-BISSAU Indicadores sociodemográficos e estruturais Superficie > Km2 Dens. Populacional > 42 Hab/Km2 Reservas Externas > ^9 $ 1
2 Guiné-Bissau/previsões económicas Unidade: taxa de crescimento PIB PIB Nominal Deflator do PIB Inflação (IPC) Investimento ( PIB) Poupança Nacional Bruta ( PIB) Dívida Pública ( PIB) Saldo Orçamental ( PIB) Balança Corrente (10^9 $) Balança Corrente ( PIB) População (10^6) População anos ( total) Taxa de Desemprego PIB PPP (10^9 $) PIB per capita PPP $ PIB per capita $ Exportações () Bens () Importações () Bens () Agricultura ( PIB) Indústria ( PIB) Serviços ( PIB) Esperança Vida à nascença (anos) Fonte : FMI (World Economic Outlook - outubro de ); Banco Mundial (restantes dados históricos sem previsões). 2
3 Principais Exportações de Bens () Código Descrição Valor (mm$) Peso () 08 Frutos comestíveis, cascas de citrinos e melões Peixes, crustáceos, moluscos, e outros investebrados aquáticos Madeira e artigos de madeira, carvão vegetal Resíduos, resíduos da indústria alimentar, ração animal Minérios, escórias e cinzas Outros produtos Fonte: International Trade Centre (ITC). Principais Importações de Bens () Código Descrição Valor (mm$) Peso () 27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação Ferro e Aço Cereais, farinha, amido e preparações à base de cereais Cereais Bebidas alcoólicas Outros produtos Fonte: International Trade Centre (ITC). Principais Parceiros Comerciais de Importações () Principais Parceiros Comerciais de Exportações () País Valor (mm$) Peso () País Valor (mm$) Peso () Portugal Índia Senegal Gana Índia China Espanha Togo China Costa do Marfim Outros países Outros países Fonte: International Trade Centre (ITC). Fonte: International Trade Centre (ITC). Top 10 das Importações de Portugal da Guiné-Bissau () Top 10 das Exportações de Portugal para a Guiné-Bissau () Tipo de Produto Valor ( ) Serviços de recolha, tratamento e deposição de resíduos; serviços de valorização de materiais Madeira e cortiça e suas obras, excepto mobiliário; obras de espartaria e de cestaria Share () TCMA () Tipo de Produto Valor ( ) Share () TCMA () Coque e produtos petrolíferos refinados Bebidas Equipamento eléctrico * Outros produtos minerais não metálicos Máquinas e equipamentos, n.e Produtos alimentares Produtos informáticos, electrónicos e ópticos Máquinas e equipamentos, n.e Produtos da agricultura, da produção animal, da caça e dos serviços relacionados Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento Produtos alimentares Equipamento eléctrico Vendas por grosso e a retalho e serviços de reparação de veículos automóveis e motociclos * Vendas por grosso e a retalho e serviços de reparação de veículos automóveis e motociclos Produtos químicos Produtos informáticos, electrónicos e ópticos Produtos diversos das industrias transformadoras Produtos químicos Fonte: INE. Fonte: INE. *No caso deste produtos, não se calcula TCMA por não se terem realizado importações em e/ou. Peso da Guiné-Bissau nas Importações de Portugal Peso da Guiné-Bissau nas Exportações de Portugal Importações de Portugal deste país (milhares ) Exportações de Portugal para o país (milhares ) Importações totais de Portugal (milhares ) Exportações totais de Portugal (milhares ) Peso das importações do país () Peso das exportações para o país () Fonte: INE. Fonte: INE. 3
4 Conjuntura Restabelecimento da Democracia em renova esperanças no país Guiné-Bissau / previsões económicas do Departamento de Estudos do Montepio PIB Inflação Balança Corrente ( PIB) Saldo Orçamental ( PIB) Fonte : Montepio (Departamento de Estudos). Os dados históricos são da Bloomberg. POLÍTICA INTERNA A Guiné-Bissau tem sofrido com a instabilidade política contínua e com a ausência de instituições eficientes ao longo de mais de duas décadas, o que a tornou num dos países mais pobres e frágeis do mundo. A Guiné-Bissau tem enfrentado várias adversidades. A luta pela independência foi uma das mais precoces, longas e sangrentas em África. Quando a independência foi conquistada em 1974, a construção de um Estado viável e próspero apresentou vários desafios: até essa data não tinha existido um esforço para desenvolver infraestruturas ou instituições durante os tempos coloniais; a somar a isto, as tensões étnicas resultaram numa Guerra Civil em 1998, o que causou a perda de vidas humanas e a destruição dos poucos ativos físicos que existiam. Depois de décadas de instabilidade, um período de calma e progresso surgiu em. No entanto, em abr-12, um golpe de estado militar anulou as conquistas sociais e económicas que a Guiné-Bissau tinha já alcançado e, uma vez mais, lançou o país numa crise política e económica. Golpe de Estado em abr-12 lançou novamente o país numa crise política e económica Entretanto tiveram lugar as eleições gerais em (entre abr-14 e mai-14), tendo sido restaurada a ordem democrática. Estas eleições são descritas por muitos observadores como as mais livres e justas na história do país. O registo de votantes e de participação registaram níveis recorde. As condições para o progresso e estabilidade passaram a ser favoráveis. Existe um consenso entre a comunidade internacional sobre o sucesso da transição e a necessidade urgente de aprofundar o progresso, de apoiar o Governo recém-eleito e de reiniciar esforços mais amplos para o desenvolvimento do país. A Guiné-Bissau é uma república, sendo o Presidente o chefe de Estado e o Primeiro-Ministro o chefe de Governo. O poder legislativo é unicameral e exercido pela Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau (Assembleia Nacional), que é composta por 100 membros. Os deputados são eleitos pelo voto popular a partir de círculos plurinominais para um mandato de 4 anos. O sistema judicial é dirigido por um Supremo Tribunal da Justiça, composto por 9 juízes nomeados pelo Presidente. As eleições de deram a vitória do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). O candidato do PAIGC, José Mário Vaz, foi eleito Presidente e tomou posse a 23-jun-14. A tomada de posse da Assembleia Nacional realizou-se a 17-jun-14 e a 4-jul-14 foi constituído o novo Governo liderado pelo Primeiro- Ministro Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC. Sendo o novo Governo dominado por membros do PAIGC, inclui também 5 ministros (aproximadamente 30) de partidos políticos da oposição e 5 mulheres (também 30). Os ministros da oposição têm as pastas da energia, indústria, justiça, comércio, cultura (conduzindo reformas do setor empresarial), comunicação social, trabalho e reforma administrativa. As 5 ministras ocupam os seguintes ministérios chave: defesa (com uma prevista reforma e modernização do exército), justiça, educação, saúde, bem como da mulher e da coesão familiar e social. O novo Governo já efetuou esforços consideráveis para aumentar a sua legitimidade. Aumentar a capacidade e responsabilização vão ser agora os próximos passos cruciais. O Governo foi formado com um princípio inclusivo, com um terço da composição deste a ser constituído por partidos minoritários. Isto aumenta a legitimidade uma vez que representa diversos setores da população. O Governo tem demonstrado também um compromisso com o mandato de servir a população através do pagamento de salários públicos, manutenção de escolas abertas, e melhoria no acesso a serviços de água e energia. Os esforços contínuos para suster e aumentar a legitimidade serão uma prioridade de topo. Esta prioridade deverá ser mais desenvolvida ao aumentar a responsabilização do Governo, assim como a respetiva capacidade para aumentar o fornecimento de bens e serviços públicos. Entretanto, as eleições gerais de restauraram a ordem democrática 4
5 O foco nos seguintes pilares será crucial para um novo começo que restaure o crescimento, reduza a pobreza e alcance uma maior prosperidade: i) fortalecimento do setor público; ii) melhoria no fornecimentos dos serviços públicos; e iii) libertar o potencial do setor privado. Em conjunto, estes vão apoiar o progresso na construção do Estado, ao fortalecer o compacto social entre o Governo e os cidadãos POLÍTICA EXTERNA Até, cerca de 32 anos depois da independência de Portugal (em 1973), a Guiné-Bissau possuía missões diplomáticas em apenas 10 países, sendo uma das nações mais diplomaticamente isoladas do mundo. Nesse ano, o então eleito Presidente Nino Vieira decidiu aumentar as relações internacionais a fim de trazer um crescimento económico ao país, tendo chegado a outros 9 novos países até, em, ser assassinado. A evolução da diplomacia da Guiné-Bissau foi sendo sempre bastante condicionada pela instabilidade política permanente no país. Os principais parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau são a União Europeia (UE) em conjunto com doadores bilaterais europeus, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA), o Banco de Desenvolvimento do Oeste Africano (BDOA), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), as Agências das Nações Unidas, o Grupo Banco Mundial e o FMI. Outros importantes doadores não-tradicionais são Angola, China e Irão. A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) corresponde a uma contribuição crítica para o apoio ao Orçamento do Estado. Em, o país situou-se em 20º lugar no ranking dos países mais dependentes de ajuda. As receitas domésticas para o período de /12 financiadas principalmente por donativos foram mais reduzidas do que a média da África Ocidental e do resto da sub-região. Os donativos para a Guiné-Bissau corresponderam a quase 10 do PIB em. No entanto, o decréscimo no financiamento externo devido à retirada da ajuda por vários doadores em e, na sequência da crise política de, levou à redução da APD é provável que esta retome na sequência do recente restauro da ordem constitucional com as eleições de. As melhorias decisivas na governação da Guiné-Bissau vão traduzir-se certamente numa alocação mais substancial da APD. ATIVIDADE A Guiné-Bissau é, como referido, um dos países mais pobres e mais frágeis do mundo. Após a sua independência de Portugal em 1974, a Guiné-Bissau passou por frequentes convulsões políticas e repetidos choques económicos, que lançaram o país numa situação de fraco equilíbrio tornando difícil alcançar e sustentar resultados em matéria de desenvolvimento. A Guiné-Bissau é uma economia rural, quase inteiramente dependente de uma única colheita o caju. Trata-se da principal fonte de rendimento para a maioria dos pobres do país. As castanhas de caju são também a principal exportação da Guiné-Bissau, correspondendo a cerca de 85 a 90 do total das exportações do país. A vasta maioria da colheita de caju é produzida por pequenos agricultores e virtualmente todos os pequenos agricultores estão envolvidos no cultivo de alguma quantidade de caju. Existe, por isso, uma ligação próxima entre a pobreza, preços agrícolas e níveis de produção. Uma vez que a Guiné-Bissau tem uma sociedade largamente agrária, a pobreza é relativamente disseminada ao longo do país, embora seja relativamente mais reduzida na capital, Bissau. O combate à redução da pobreza tem sido afetado por um nível reduzido de crescimento económico que registou, em média, 3.3 nos últimos 10 anos. Este desempenho situa-se ligeiramente acima da metade do crescimento da África Subsaariana, que atingiu uma média de 5. Economia rural quase inteiramente dependente da cultura do caju A economia é dominada pela agricultura, que inclui o cultivo de caju, mas também outras atividades, incluindo uma produção de arroz e horticultura. De facto, o principal produto de alimentação é o arroz e, por algum tempo, foi até um produto de exportação da Guiné-Bissau. Desde meados da década de 90, todavia, os preços favoráveis do caju levaram muitos agricultores a desconsiderar o arroz e os requisitos de trabalho mais intensivos associados a esta cultura, a favor do caju. O arroz ainda corresponde a cerca de 2/3 da produção de cereais no país e a 3/4 do consumo. No entanto, todo o arroz é consumido domesticamente e principalmente em áreas rurais, enquanto os habitantes urbanos dependem das importações. As pescas são relativamente subdesenvolvidas na Guiné-Bissau, embora os navios internacionais pesquem e exportem volumes substanciais. A agricultura e outras atividades do setor primário correspondem a mais de 40 do PIB, que é um valor elevado de acordo com padrões regionais. Devido a uma porção significativa de agricultura no PIB, o setor tem sido também um impulsionador no desempenho de crescimento e é a principal fonte de emprego na Guiné-Bissau, empregando cerca de 80 dos trabalhadores. O crescimento do PIB per capita tem estagnado, em parte, devido ao fraco crescimento da produtividade. A Guiné- Bissau ainda terá de viver uma revolução verde como aquelas que motivaram o desenvolvimento em 5
6 outras regiões notavelmente no Leste Asiático e consequentemente os ganhos de produtividade na agricultura, o motor económico do país, têm sido moderados. O comércio, outro grande setor da economia de Guiné-Bissau, tende a ser de pequena escala e com pouco potencial para ganhos de produtividade. Embora o crescimento da produtividade tenha sido relativamente reduzido e frágil, a estrutura demográfica do país resultou num dividendo demográfico modesto, uma vez que a população ativa cresceu, em relação aos dependentes. No entanto, com uma média de 2.2, o crescimento populacional ao longo dos últimos 10 anos, tem sido apenas 1.1 p.p. abaixo da média do crescimento do PIB, com o PIB per capita a acabar por crescer a uma taxa reduzida e sintomática de uma economia em estagnação. O PIB da Guiné-Bissau colapsou após o golpe militar de, tendo retomando o crescimento ainda em, mas só em, na sequência do regresso com sucesso à Democracia, terá iniciado uma recuperação mais consistente. Tendo crescido cerca de 9.7 em, o PIB decresceu em 1.7 em, regressando aos crescimentos em, mas com um crescimento de apenas 1.5, um mínimo (além naturalmente da queda de ) desde 2003 (+0.6) e não recuperou desde então. Podem ser identificados dois canais principais para o efeito do golpe no desempenho económico: um através da retirada do financiamento dos doadores e outro através de opções políticas domésticas. A economia colapsou após o golpe militar de A maioria dos doadores retirou de forma imediata o respetivo apoio financeiro na sequência do golpe militar de. A comunidade internacional condenou de forma veemente a intervenção militar e reagiu através da suspensão das suas atividades. Os donativos oficiais praticamente caíram para metade entre e, de cerca de 6.6 do PIB para apenas 3.7. Neste contexto, as despesas registaram também um corte. A despesa de capital, que era financiada quase na íntegra pelos doadores, caiu em 80.4 em, mas as despesas correntes tiveram também de ser cortadas, caindo em 20.1 em. O défice geral foi financiado ao utilizar os recursos do Tesouro no Banco Central, através de apoio financeiro de doadores não tradicionais (geralmente em termos não concessionais), e com a acumulação de atrasos de pagamento. Assim que o período de transição terminou, o Banco Mundial entrou para providenciar apoio temporário através do financiamento de salários nos setores da educação e saúde, aliviando alguma da pressão sob o orçamento. No entanto, a situação orçamental continuou precária e as greves de trabalhadores do setor público continuam a ocorrer de forma frequente. Os efeitos de contágio e replicação sobre outros setores de atividade têm trazido dificuldades económicas adicionais ao país. A falta de apoio dos doadores e o reduzido investimento associado afetaram de forma negativa setores como a construção e a energia. A situação de energia no país é desesperada e a deterioração no fornecimento de energia enfraqueceu ainda mais a atividade económica. De forma similar, a falta de energia afetou a provisão de água da rede especialmente na cidade capital, Bissau colocando sérios riscos à saúde pública, a somar ao efeito nocivo nas empresas. Os frequentes erros de política têm agravado uma situação já por si só precária. Em, quando os preços do caju eram particularmente elevados, o Governo decidiu apoiar o setor privado na tentativa de entrar no processamento de caju, que providenciava mais valor acrescentado do que a exportação em bruto, assim como outras atividades agroindustriais, através de uma sobretaxa nas exportações de caju. No entanto, isto levou a uma série de consequências não desejadas, uma vez que o fraco ambiente de governação do fundo alimentado por esta sobretaxa FUNPI (Fundo para a Promoção da Industrialização dos Produtos Agrícolas) resultou em mau uso dos recursos, além de acrescentar mais uma barreira na estrutura de preços. Os exportadores de caju recusaram-se a pagar a sobretaxa FUNPI e as disputas em torno da questão resultaram em disrupções sérias das campanhas de caju em e. Isto resultou em repercussões no setor bancário, uma vez que o crédito malparado aumentou, o crédito aos comerciantes abrandou e o círculo vicioso iniciou-se, minando o sucesso da campanha de caju, mesmo quando os preços internacionais do caju atingiram outro pico em. O FUNPI prejudicou também o Orçamento, parcialmente através do efeito disruptivo na campanha de caju, mas também através do estímulo ao contrabando de caju em bruto. O contrabando leva à perca de receita tributária e de taxas portuárias e de transporte. Em as estimativas de contrabando situaram-se em aproximadamente toneladas, o que significaria perder cerca de US$ 6 milhões em receita fiscal e US$ em taxas portuárias e de transporte. Os efeitos nos agricultores têm sido devastadores. O peso acrescido em termos de preço tem tido um efeito negativo nos agricultores pobres, que têm o poder negocial mais reduzido e, por isso, carregam a maioria do peso do imposto do FUNPI e da queda dos preços mundiais. Os preços agrícolas caíram em 69 em e os termos de troca entre o caju e o arroz também se deterioraram. Com a queda dos preços agrícolas, 1 kg de arroz foi trocado por 3 kg de castanha de caju em, uma apreciação face à taxa de câmbio 1:1 registada em. Consequentemente, a insegurança alimentar aumentou. Um inquérito sobre segurança alimentar conduzido pelo Programa Alimentar Mundial (WFP) descobriu que a percentagem de população rural que enfrenta insegurança alimentar severa aumentou de 20 em para 40 em (ou pessoas). Estima-se que o imposto FUNPI tenha aumentado a pobreza absoluta em 2 p.p. e a pobreza extrema em 3 p.p.. Restabelecimento da Democracia em permitiu uma recuperação económica mais consistente Em, a economia iniciou uma recuperação económica mais consistente. Por um lado, isto é devido ao regresso dos doadores no seguimento das eleições gerais de sucesso. Todos os grandes doadores estão a reatar as relações com a Guiné-Bissau e a suspensão do país por parte da União Africana foi levantada. Espera-se que o défice orçamental seja financiado com o apoio do Banco Mundial (através do pagamento dos salários dos professores e trabalhadores da saúde) e outras multilaterais, a União Europeia, e parceiros bilaterais, incluindo Timor- Leste. O FMI iniciou a preparação de um Instrumento de Crédito Rápido (Rapid Credit Facility) para contrariar a queda de 23 nas reservas internacionais entre e o ano do golpe e os bancos comerciais regionais e locais, com confiança renovada no novo Governo democrático da Guiné-Bissau, adquiriram obrigações governamentais na ordem dos 15 mil milhões de fracos CFA, para apoiar no pagamento dos salários e redução dos salários em atraso. A recuperação das finanças 6
7 públicas irá apoiar o crescimento ao reestabelecer um Governo operacional e relançar uma agenda de investimentos públicos. A campanha de caju de foi melhor do que a de e as perspetivas para uma retoma do crescimento melhoraram. Ajustadas de sazonalidade, as estimativas recentes sugerem que o volume de exportações de caju permanece relativamente estagnado. Isto deve-se em parte à sobretaxa FUNPI e ao contrabando, mas também potencialmente devido a um aumento na exportação ilegal de madeira, que bloqueou o acesso ao porto para as exportações de caju. No entanto, um aumento dos preços internacionais sugere que o resultado de poderá registar uma melhoria modesta face a anos anteriores. Estimamos um crescimento real do PIB de 2.9 em, seguida de uma nova aceleração para 4.0 em. Se forem realizados mais ganhos na recuperação da estabilidade macroeconómica e orçamental, no processo de construção do Estado, e na melhoria das empresas privadas, espera-se uma economia mais dinâmica no médio/longo prazo, perspetivando-se ligeiras acelerações económicas até final do período de previsão, com a economia de Guiné- Bissau a dever crescer a um ritmo médio anual de cerca de 4.4 no período /19. DESAFIOS AO DESENVOLVIMENTO Combater o crescimento anémico e a pobreza e extrema A Guiné-Bissau encara alguns dos desafios de desenvolvimento mais difíceis do mundo, combinando uma pobreza extrema e um crescimento com uma fragilidade persistente. Cerca de 70 de uma população de 1.6 milhões vive abaixo do limiar nacional de pobreza e 33 em pobreza extrema. A partir da guerra civil de 1998, o crescimento económico mal excedeu o crescimento da população: o rendimento nacional bruto per capita em foi estimado em cerca de US$ 590. O crescimento económico médio não tem igualado sequer o ritmo do crescimento da população. Em, a pobreza na linha nacional de pobreza de US$ 2 por dia era de 70; e a extrema pobreza no nível de US$ 1 por dia era de 33. A pobreza crónica é profunda e está enraizada e, na verdade, tem estado a aumentar: a taxa de pobreza subiu 10 a partir de 2002 e a pobreza extrema aumentou em 23 desde 2002, estimando-se que podem ter aumentado ainda mais desde. A estabilidade política resultante das eleições gerais de dão a oportunidade de concretizar um novo começo e virar a página do crescimento anémico e da pobreza. A maior parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) estão fora do alcance de Guiné-Bissau. Há graves lacunas de infraestruturas, em particular no que se refere ao porto e ao abastecimento de eletricidade e água. A economia está excessivamente dependente de uma única cultura o caju, enquanto o arroz e os combustíveis representam as importações com mais peso, deixando o país vulnerável às flutuações dos preços mundiais nas três matérias-primas. INFLAÇÃO A inflação tem sido relativamente reduzida, particularmente devido à filiação da Guiné-Bissau na Zona do Franco CFA. Ao entrar na União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e na Zona do Franco CFA, as autoridades da Guiné-Bissau adotaram efetivamente um conjunto de instituições modernas para conduzir a política monetária e de taxa de câmbio. No centro encontra-se o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), que tem um historial extenso de implementar uma política monetária cautelosa a nível regional focada particularmente em manter a consistência do acordo de paridade (peg) com o Euro. O resultado tem sido uma inflação reduzida e estável, embora a Guiné-Bissau permaneça vulnerável à inflação importada. Ser membro da União Monetária significa também que a competitividade externa não pode ser expandida através de políticas cambiais. O aumento da produtividade é, por isso, chave para impulsionar a competitividade e os salários reais. A inflação, medida pela variação homóloga do índice harmonizado dos preços no consumidor (IHPC) índice é harmonizado para seguir a mesma metodologia de produção ao nível dos Estados Membros da sub-região da UEMOA cifrou-se em -0.1 em dezembro, subindo face aos -0.6 observados no mês anterior, mas permanecendo em terreno negativo, o que foi a tendência em (apenas em set-14 a inflação foi ligeiramente positiva, em +0.2). Em dezembro, as maiores quedas homólogas dos preços ocorreram nas classes das comunicações (-9.9) e do vestuário e calçado (-3.9), ao passo que os maiores acréscimos ocorreram na educação (+5.2) e nos restaurantes e hotéis (+3.5). Em termos anuais, assistiu-se a uma redução da inflação média anual, dos 0.7 observados em para -1.0 em, um valor que ficou, ainda assim, um pouco acima dos -1.3 que tinham sido previstos pelo FMI em out-14, com a inflação a regressar a terreno negativo pela 1ª vez desde (-1.6). Em termos prospetivos, apontamos para que a inflação regresse a terreno positivo em, devendo ascender aos 2.9, prevendo-se uma nova desaceleração para 2.3 em e a posterior estabilização em torno dos 2.5 desde até ao final do período de previsão. Inflação em terreno negativo em, pela 1ª vez desde 7
8 POLÍTICA ORÇAMENTAL Défice orçamental deverá terse desagravado ligeiramente em Foram observados progressos significativos na estabilização orçamental entre e, apoiados por uma iniciativa de redução da dívida pública. Na sequência de um período volátil de política orçamental no período pós-guerra Civil, as políticas orçamentais prudentes permitiram à Guiné-Bissau suportar os efeitos da crise financeira global de /08 e dos anos subsequentes relativamente bem. Embora o défice orçamental tenha atingido 7.2 do PIB em, foi eliminado em, quando passou inclusivamente a apresentar um ligeiro excedente orçamental de 0.5, naquele que foi o 1º excedente numa década. Em, o desempenho forte das receitas e o apoio orçamental elevado, em conjunto com o controlo rigoroso da despesa primária, levaram o excedente orçamental a atingir uns impressionantes 3.8 do PIB. Entretanto o saldo orçamental viu-se reduzido a menos de metade em, voltando aos défices em e não se prevendo saída dessa situação no médio prazo. Note-se que, ao entrar na União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e na zona do Franco CFA da África Ocidental, as autoridades da Guiné-Bissau adotaram efetivamente um conjunto de instituições modernas para conduzir a política monetária e de taxa de câmbio, pelo que o financiamento monetário do défice orçamental deixou de ser uma opção para a Guiné-Bissau. Os dados da execução orçamental conhecidos para dão alguns sinais animadores para a evolução do défice orçamental das administrações públicas no total do ano, estimando-se que, depois da redução observada em, dos 2.6 do PIB em para 2.2, o défice tenha registado um novo alívio para 1.9 em. Já para prevemos um agravamento do défice orçamental, para 2.6 do PIB, devendo encetar uma rota descendente a partir de, esperando-se uma redução do défice para 2.3 nesse ano, e com o défice orçamental no horizonte /19 a dever-se situar numa média de 1.9. POLÍTICA CAMBIAL Os desenvolvimentos cambiais na Guiné- Bissau encontram-se fortemente condicionados pela participação do país na Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA). A paridade entre o franco CFA e o euro implica que se verifique uma estabilidade cambial entre a Guiné-Bissau e os seus parceiros comerciais, uma vez que estes são na sua grande maioria países vizinhos que também utilizam o franco CFA como moeda oficial e países pertencentes à Zona Euro. A principal exceção é a Índia, principal destino das exportações guineenses (essencialmente castanha de caju). O franco CFA está indexado ao euro, à taxa de CFAfr/EUR e, portanto, varia de acordo com movimentos do euro/ dólar. Espera-se que o euro enfraqueça contra o dólar no período /16, dado que o BCE tem colocado a sua política monetária ainda mais expansionista enquanto a Reserva Federal americana iniciará em o movimento de subida de taxa de juro. Como resultado, o franco CFA deverá desvalorizar-se a partir de uma média estimada de 494 CFAfr/USD em para 558 e CFAfr/USD em. Em linha com os movimentos do euro em relação ao dólar, o franco CFA deverá apreciar a partir de, para uma média de 531 CFAfr/USD em. O franco CFA está indexado ao euro e deverá acompanhar os movimentos do euro/dólar POLÍTICA MONETÁRIA A política monetária na Guiné-Bissau é conduzida pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), à semelhança de outros países da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA). Num contexto de ausência de pressões inflacionistas que não colocam em risco o objetivo da estabilidade de preços e com o propósito de promover o crescimento económico, o BCEAO tem vindo a promover sucessivas reduções da taxa de juro de referência desde jun-12 tendo esta fechado em 3.5, o que representa uma descida de 75 p.b.. O sistema de reservas mínimas, revisto em por forma a garantir a harmonização entre todos os Estados- Membros da UEMOA, não tem sofrido alterações desde mar-12, quando o rácio de reservas mínimas passou de 7 para 5. O objetivo destes cortes de taxas foi forçar a baixa das taxas de empréstimos bancários praticadas pelos bancos que se financiam no BCEAO e melhorar as condições de financiamento à economia. Essa queda nas taxas de juro levou a uma redução das taxas interbancárias, permitindo aos bancos locais refinanciar-se a custos mais baixos. Ainda que o impacto não tenha sido ainda totalmente avaliado até ao momento, o efeito de transmissão sobre 8
9 os mutuários parece baixo, na medida em que as taxas praticadas não foram alteradas. As taxas de juro estão ainda elevadas e são pouco favoráveis ao investimento privado. No entanto, a descida das taxas diretoras tem permitido aos bancos locais compensar o aumento das perdas relacionadas com o arrefecimento económico verificado após o golpe de Estado de abr-12. Na última reunião do BCEAO, em 3-set- 14, a autoridade decidiu manter inalteradas as suas principais taxas de juros. A taxa de juro de referência manteve-se, assim, nos 3.50, nível em que se encontra desde a reunião de 16- set-13. Por seu lado, a taxa de reservas obrigatórias exigida aos bancos manteve-se em 5.0, encontrando-se neste nível desde a reunião de mar-12. A adesão do país à Zona do Franco, a qual coloca regras orçamentais restritivas e limita o acesso ao financiamento monetário para fazer face ao défice, ajuda a manter a estabilidade dos preços. Apesar da política monetária conduzida pelo BCEAO permitir a estabilização dos preços e das taxas de câmbio, esta compromete a capacidade dos países de fazer face aos choques externos. Assim, a falta de sincronização dos ciclos económicos na UEMOA, a heterogeneidade das estruturas económicas, bem como a falta de integração, aumentam os seus constrangimentos. Isto é especialmente importante para a Guiné-Bissau, tendo em conta a sua dependência ao setor primário e o seu ciclo económico errático, em parte devido aos acontecimentos políticos. O ciclo económico da Guiné-Bissau mais dessincronizado face à UEMOA torna a política monetária única menos positiva para o país CONTAS EXTERNAS A balança de pagamentos é dominada, do lado das exportações, pelo caju e, do lado das importações, por alimentos e combustíveis. A economia é aberta, com as exportações e importações por via terreste e marítima a corresponderem a mais de 70 do PIB. No entanto, a abertura do lado das importações reflete tanto o nível de necessidades, como as consequências das políticas. A Guiné-Bissau tem uma grande exportação, a castanha de caju, sendo que um dos principais destinos é a Índia, onde as castanhas de caju em bruto são processadas para consumo local e reexportadas para outros mercados asiáticos e/ou mercados desenvolvidos. Os choques nos preços de caju, arroz e petróleo têm um efeito considerável na balança corrente. Os choques em termos de troca traduzemse ainda no rápido aumento do nível de pobreza e de insegurança alimentar. No caso de um choque adverso nos preços do caju, os agricultores pobres lutam para conseguirem juntar os recursos necessários através de dinheiro ou troca direta para adquirirem arroz. A produção de arroz foi severamente afetada em, devido ao início tardio da época das chuvas. A Guiné-Bissau importa principalmente combustíveis e alimentos que correspondem em conjunto a cerca de 60 das importações totais, assim como materiais de construção (e.g., cimento) e bens transformados, especialmente veículos automóveis. Note-se, contudo, que a favorecer o saldo da balança corrente estão as remessas dos emigrantes, que apoiam os orçamentos das famílias. A diáspora da Guiné-Bissau é vasta e concentrada principalmente em Portugal, Senegal e Gâmbia. Os Guineenses que vivem no estrangeiro remetem para a Guiné- Bissau um montante considerável de recursos, equivalentes a 7 a 8 do PIB em anos recentes. Numa base per capita, os migrantes baseados na Europa, especialmente Portugal, França, e Espanha, enviam os montantes mais amplos de remessas, refletindo o maior nível de rendimentos nestes países de acolhimento. Estimamos que o saldo da balança corrente tenha acabado por melhorar no total de, de um défice de 4.6 do PIB em para um excedente de 1.6, perspetivando-se, contudo, um regresso da balança corrente aos défices em, mas mais modestos que os observados no passado recente. Prevê-se um défice de 0.6 para, que deverá subir para 1.3 em e mantendo-se uma tendência levemente ascendente até, com o défice da balança corrente a dever situar-se numa média anual de 1.7 do PIB no período /19. Balança corrente deverá regressar aos défices em, mas para níveis inferiores aos observados no passado recente 9
10 POPULACÃO População cresceu a um ritmo médio anual de 2.2 na última década A população da Guiné-Bissau é etnicamente diversa e tem muitas línguas distintas, costumes e estruturas sociais. A população do país pode ser dividida nos seguintes grupos étnicos: fulas e os povos de língua mandinga, que compõem a maior parte da população e estão concentrados no norte e nordeste do território; os balantas, que vivem nas regiões costeiras do sul e os manjacos, que ocupam as áreas costeiras do centro e norte. A maioria dos restantes são mestiços, com ascendência mista de portugueses e africanos, além de uma minoria de Cabo Verde. Os nativos de Portugal compreendem atualmente uma percentagem muito pequena da população do país. Depois de Guiné- Bissau ter conquistado a independência, a maioria dos cidadãos portugueses deixou o país. O país tem uma pequena população de chineses. Estes incluem comerciantes e mercadores de ascendência portuguesa e chinesa de Macau, uma antiga colónia portuguesa na Ásia. Apenas 14 da população do país fala a língua oficial, o português, que é o idioma usado pelo Governo desde o período colonial. Cerca de 44 da população fala kriol, uma língua crioula baseada no português e que é efetivamente a língua nacional de comunicação. A restante população fala uma variedade de línguas africanas nativas das suas etnias. A maioria dos portugueses e mestiços falam uma das línguas africanas e o kriol como segunda língua. O francês é ensinado nas escolas, porque o país é cercado por nações de língua francesa, além de ser membro da Francofonia. Ao longo do século XX, a maioria dos guineenses praticavam alguma forma de animismo. No início do século XXI, muitos se converteram ao islamismo, que hoje é praticado por cerca de 50 da população do país. A maioria dos muçulmanos da Guiné-Bissau é de denominação sunita, sendo que cerca de 2 que pertencem à seita Ahmadi. O cristianismo é seguido por cerca de 10 da população do país e 40 continuam a manter as crenças nativas. De acordo com os dados do último Censo efetuado no país (3º Recenseamento Geral da População e Habitação, em ), a população da Guiné- Bissau ascendeu a pessoas residentes em, com o INE a estimar que tenha ascendido a em, evidenciando uma tendência de ligeiro crescimento desde. O crescimento populacional cresceu a um ritmo médio anual de 2.2 nos últimos 10 anos, prevendo o INE de Guiné-Bissau um crescimento médio anual de 1.2 no período a 2020, devendo encerar 2020 com habitantes. 10
11 Índice de Liberdade Económica - The Heritage Foundation A Guiné-Bissau é a 143ª economia mais livre dos países que compõem o índice em A pontuação da Guiné-Bissau ao nível da liberdade económica é de 51.3 pontos, correspondendo à 143ª economia mais livre dos países que compõem o índice de. Trata-se de um resultado 0.2 pontos acima do observado no ano anterior, refletindo melhorias na liberdade laboral, gestão dos gastos ENQUADRAMENTO O Presidente João Vieira, destituído em 1998, ganhou a Presidência em, mas foi assassinado em mar-08. Malam Bacai Sanha, que venceu as eleições em jun-09, morreu em jan-12 e um golpe militar em abr-12 impediu a realização de eleições para determinar o seu sucessor. Manuel Serifo Nhamadjo públicos, compensando as deteriorações na liberdade de investimento, na liberdade de comércio e na liberdade na corrupção. A Guiné-Bissau está classificada em 33º lugar entre os 46 países da África Subsariana e a sua pontuação permanece bastante abaixo das médias regional e mundial. A Guiné-Bissau integrou pela 1ª vez o índice em 1999, tendo o índice de liberdade económica avançado desde então cerca de 18 pontos. Sem qualquer declínio nas 10 liberdades económicas que compõem o índice e com melhorias significativas na área de abertura económica, medida pela liberdade de tornou-se Presidente em mai-12 como parte de um acordo de transição. A Guiné-Bissau continua altamente dependente da agricultura de subsistência, da exportação de castanha de caju (o mais importante bem da cultura comercial do país) e da ajuda externa. A agricultura emprega mais de comércio e pela liberdade financeira, o país saiu do lugar de economia reprimida em e registou a sua pontuação mais elevada no índice de liberdade económica em. O progresso da Guiné-Bissau para uma maior liberdade económica exigirá reformas institucionais mais profundas para garantir uma transição eficaz para uma economia aberta e em que vigora o estado de direito. A corrupção e a fraca aplicação dos direitos de propriedade canalizam a maior parte dos recursos económicos, o sistema judicial carece de transparência e independência. 80 da força de trabalho e representa mais de 60 do PIB e cerca de 90 das exportações. O país é um importante ponto de ligação para o tráfico de drogas e de armas de grupos internacionais criminosos. ESTADO DE DIREITO A corrupção é generalizada, impulsionada em grande parte pelo tráfico de drogas ilícitas. Com instituições fracas e fronteiras facilmente atravessadas, a Guiné-Bissau tornou-se um importante ponto de ligação para os traficantes de droga da América Latina e que deslocam cocaína para a Europa. Os escassos recursos e a corrupção endémica desafiam seriamente a independência judicial. Os juízes e os magistrados são pouco qualificados, pagos de forma irregular e altamente suscetíveis à corrupção ligada à pressão política. INTERVENÇÃO DO GOVERNO A taxa máxima de IRS aumentou para 20 e a de IRC para 25. Outros impostos incluem o IVA. A carga fiscal global é de 8.6 do PIB. A despesa pública é de 21 do PIB e a dívida pública tem vindo a aumentar e, recentemente, chegou a cerca de 60 do PIB. A insegurança fiscal permanece elevada, após um golpe de Estado em. EFICÁCIA DA REGULAÇÃO Criar um negócio tornou-se mais simples, mas outros requisitos regulamentares continuam a ser onerosos. Os requisitos mínimos de capital são 3 vezes superiores ao rendimento médio anual. O mercado de trabalho formal é subdesenvolvido. O Governo mantém o controlo dos preços sobre os produtos chave através da imposição de preços de referência para os combustíveis e os alimentos básicos. ABERTURA ECONÓMICA A tarifa alfandegária média na Guiné-Bissau é de A instabilidade política tem sido um impedimento para o investimento estrangeiro. O setor financeiro subdesenvolvido constitui um sério obstáculo ao crescimento do setor privado. A maioria da atividade económica permanece fora do setor bancário formal e os financiamentos de médio e longo prazo não são de fácil acesso. 11
12 Indicadores de Risco Rating Heritage Foundation Country's Score Over Time SCORE Overall Score Property Rights Freedom from Corruption Government spending Fiscal Freedom Business Freedom Labor Freedom Monetary Freedom Trade Freedom Investment Freedom Financial Freedom Country Comparisons Fonte: The Heritage Foundation. Moody's S&P Fitch
13 MONTEPIO l Departamento de Estudos // janeiro GUINÉ-BISSAU Chart Book 10 Guinea-Bissau - GDP Grow th $ 750 Guinea-Bissau Per Capita GDP 8.0 Guinea-Bissau Investment ( GDP) Source: IMF (October ) GDP Growth () Source: IMF (October ) Per Capita GDP Source: IMF (October ) GDP 10 Guinea-Bissau Gross National Saving ( GDP) 4 Guinea-Bissau Current Account ( GDP) 12 Guinea-Bissau Inflation Rate Source: IMF (October ) GDP Source: IMF (October ) GDP Source: IMF (October ) Inflation Rate Guinea-Bissau Unemployment Rate Dados não disponíveis no WEO oct/ Guinea-Bissau Public Debt ( GDP) 4 2 Guinea-Bissau Budget Balance ( GDP) Source: IMF (October ) GDP Source: IMF (October ) GDP Guinea-Bissau - Population 10^ Guinea-Bissau - Exports Grow th 30 Guinea-Bissau - Imports Grow th Source: IMF (October ) Population Growth Rate () Source: IMF (October ) Exports Growth () Source: IMF (October ) Imports Growth () 13
14 DEPARTAMENTO DE ESTUDOS Rui Bernardes Serra Chief Economist José Miguel Moreira Senior Economist Margarida Filipe Junior Economist Artur Patrício Junior Economist APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Florbela Cunha Head of Unit Rita Marques Trade Finance Luis Carvalho Africa Business Carla Marques Mendes International Business Advisor Alexandra Neves International Business Advisor Advertência Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e para fins exclusivamente informativos. Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas. As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração, podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio. Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo. Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta elementos constantes deste documento. Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório. O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte. 14
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