A Medicina Legal e a Psiquiatria Internamento Compulsivo
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- Maria Júlia Leila Fagundes Ramires
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1 MEDICINA LEGAL FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA Módulo X Medicina Geral e Ciências Sociais 6 de Maio de 2010 A Medicina Legal e a Click to edit Master subtitle style Docente: Prof. Doutor Jorge Costa Santos Ana Catarina Franco; Fernando Pereira; Nina Fernandes; Rui Cerejo
2 Forense Interface entre e Direito e respeita a todas as situações que podem levantar dúvidas sobre as capacidade de uma pessoa: Imputabilidade / inimputabilidade (art. 20º, nº1 C.Penal); Capacidade de gerir pessoas e bens (art. 138º C. Civil); Capacidade de executar a função parental, na atribuição de poder paternal de um filho(a) em caso de divórcio (art. 1978º C. Civil); Avaliação do dano psíquico em matéria cível ou do trabalho; Perigosidade; Internamento compulsivo; Valor psicológico do testemunho;
3 Internamento História da Compulsivo Lei de Saúde Mental 1963 Lei 2118 (1.ª Lei de Saúde Mental) Centros de Saúde Mental (CSM) nos diferentes distritos. Década de 70 Ministério da Saúde tenta integrar os cuidados de Saúde Mental no Sistema Geral de Prestação de Cuidados Extinguem-se os CSM e passam para a competência de Hospitais Gerais. 24 de Julho 1998 Lei de Saúde Mental vigente Lei n.º 36/98 (princípios gerais da política de saúde mental e internamento compulsivo do portador de anomalia psíquica).
4 O que é? Internamento por decisão judicial de portador de anomalia psíquica grave Anomalia Psíquica Grave Na vertente psiquiátrica, não existe o conceito de anomalia psíquica Doença ou Perturbação Mental
5 Doença Mental perda de liberdade do doente sobre si mesmo, demonstrada por alterações da vida psíquica e do comportamento, psicologicamente incompreensíveis em relação à sua biografia até aquele momento, através do aparecimento de estruturas psíquicas qualitativamente diferentes das que ocorrem em indivíduos saudáveis (Fernandez,1976), tendo como característica central a perda da capacidade de julgar, de se autodeterminar livremente.4 No entanto Nem um comportamento desviante, nem conflitos primários entre o sujeito e a sociedade podem ser considerados perturbações mentais.
6 Em Internamento que situações Compulsivo se aplica? Quando for a única forma de garantir a submissão a tratamento do internado e finda logo que cessem os fundamentos que lhe deram causa; Quando for proporcional ao grau de perigo e ao bem jurídico em causa; Sempre que possível, deve ser substituído por tratamento em ambulatório; As restrições aos direitos fundamentais decorrentes do internamento compulsivo são as estritamente necessárias e adequadas à efectividade do tratamento.
7 Dois tipos Não Urgente ou Regular Urgente Perigo iminente para os bens jurídicos, nomeadamente por deterioração aguda do seu estado
8 Não Urgente ou Regular Quem tem legitimidade para o requerer? Representante legal do portador de anomalia psíquica; Qualquer pessoa com legitimidade para requerer a interdição; As autoridades de Saúde Pública e Ministério Público; Director Clínico, se o doente estiver em internamento voluntário; Médico no exercício das suas funções que comunique às autoridades de saúde. Artigo 13º
9 Como Internamento se processa? Compulsivo É feito requerimento ao tribunal onde se explica porquê e sempre que possível é acompanhado já de documentos que eventualmente justifiquem o pedido. O juiz, ao receber o requerimento, notifica o doente, fala com ele e depois com a família e com o defensor que a mesma nomeia; estes têm 5 dias para dizer o que entenderem. O juiz leva ao Ministério Público e é pedida avaliação clínica psiquiátrica.
10 É pedido ao hospital da área de residência ou ao serviço psiquiatria do IML uma avaliação clínico-psiquiátrica, feita por dois psiquiatras com prazo de 15 dias. Os serviços remetem ao tribunal num prazo máximo de 7 dias. Ao receber a avaliação, o juiz marca e preside à sessão conjunta, podendo ser convocados os médicos. O juiz decide, especificando as razões clínicas apresentadas.
11 Quem tem legitimidade para o requerer? Autoridade Polícia (oficiosamente ou a requerimento) Autoridades Saúde Pública Se por mandado: Urgente - Forças policiais devem ser acompanhadas, sempre que possível, por elementos do estabelecimento onde será instituída terapêutica; Se oficiosamente (urgência ou perigo na demora): - Qualquer agente policial procede à condução imediata do internando. Artigo 23º
12 Como Internamento se processa? Compulsivo A condução é comunicada de imediato ao Ministério Público com competência na área em que aquela se iniciou. No hospital é feita observação pelo médico de urgência, com registo, e a primeira avaliação clínica psiquiátrica, além do tratamento. Avaliação positiva internamento. Estabelecimento comunica de imediato ao tribunal, com cópia do mandado e do relatório de avaliação clínica psiquiátrica. Avaliação negativa restituído à liberdade e vai o expediente ao Ministério Público.
13 Após receber a avaliação clínica psiquiátrica, o juiz decide em 48h, confirmando ou não o internamento. O juiz ordena uma nova avaliação clínica psiquiátrica, feita por 2 psiquiatras (têm 5 dias para a fazer). Ao receber esta nova avaliação, o juiz marca a sessão conjunta.
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