VEGETAÇÃO: BASES FITOSSOCIOLÓGICAS E TRANSMISSÃO DA INFORMAÇÃO. Prof. Pedro Eisenlohr
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- Augusto Sampaio Galvão
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1 VEGETAÇÃO: BASES FITOSSOCIOLÓGICAS E TRANSMISSÃO DA INFORMAÇÃO Prof. Pedro Eisenlohr
2 Ferramentas de estudo da vegetação Fitossociologia (Phyto = planta; sociologia = grupos ou agrupamentos): estudo das características, classificação, relações e distribuição de comunidades vegetais naturais, principalmente por meio da descrição e análise de atributos quantitativos.
3 ao acaso Parcelas distribuição sistemática parcelas contíguas
4 Quadrante
5 Parâmetros fitossociológicos Parâmetros fitossociológicos: para uma avaliação momentânea da estrutura da vegetação. Abundância (n): é o número de indivíduos amostrados por espécie ou para a comunidade Densidade (D): é o número de indivíduos por unidade de área (ind.ha -1 ) Densidade absoluta (DA): é o número de indivíduos (n) de uma determinada espécie na área: DA = n/área Unidade de medida: ind.ha -1 Densidade relativa (DR): é a relação do número de indivíduos de uma espécie (n) e o número total de indivíduos amostrados (N) DR = (n/n) x 100 Unidade de medida: %
6 Tabela fitossociológica Área amostral: 1 hectare Número de parcelas: 100 de 10 x 10 m cada
7 Parâmetros fitossociológicos Frequência (F): é o número de parcelas em que determinada espécie ocorre e indica a dispersão média de cada espécie. Frequência absoluta (FA): relação entre o número de parcelas em que certa espécie ocorre e o número total de parcelas amostradas: FA = (Pi / P) x 100 Pi: n. de parcelas que a espécie ocorre P: n. total de parcelas amostradas Unidade de media: % Frequência relativa (FR): relação entre FA de certa espécie com a soma das FAs de todas as espécies amostradas: FR = (FAi / FA) x 100 Fai: frequência absoluta de uma espécie Unidade de medida: %
8 Tabela fitossociológica Área amostral: 1 hectare Número de parcelas: 100 de 10 x 10 m cada
9 Parâmetros fitossociológicos Dominância (Do): é a taxa de ocupação do ambiente pelos indivíduos amostrados. É calculada a partir da área basal (AB): AB = π / 4 x d² d: diâmetro de cada indivíduo Unidade de medida: cm 2 ou m 2 (dividir por ) Dominância absoluta (DoA): é a AB de uma espécie em uma área: DoA = AB / área Unidade de media: m 2.ha -1 Dominância relativa (DoR): é a relação entre a AB de uma espécie e a AB total das espécies amostradas. DoR = (AB/ AB) x 100 Unidade de medida: %
10 Tabela fitossociológica Área amostral: 1 hectare Número de parcelas: 100 de 10 x 10 m cada
11 Parâmetros fitossociológicos Índice de Valor de Importância (IVI): fornece uma ideia da densidade, dispersão espacial e a dimensão alcançada por uma espécie, refletindo a importância ecológica desta. VI = DR + DoR + FR VI = valor máximo de 300 VI % = valor máximo 100, expresso em % Índice de Valor de Cobertura (IVC): fornece informações relacionadas ao número de indivíduos e a biomassa de cada espécie. VC = DR + DoR VC = valor máximo de 200 VC % = valor máximo 100, expresso em %
12 Tabela fitossociológica Área amostral: 1 hectare Número de parcelas: 100 de 10 x 10 m cada
13 Acessórios da Fitossociologia Levantamentos florísticos: lista de espécies em certo local. Subsidiar estudos fitogeográficos e de recuperação de áreas degradadas. Diagramas de perfil: parcela retangular estreita em que as plantas de interesse são medidas e desenhadas em escala. Fonte: Klein, R.M Ecologia da flora e vegetação do Vale do Itajaí. Sellowia 32:
14 Formas de vida de Raunkiaer Aplicado às plantas vasculares. Espécies agrupadas em classes de formas de vida, estabelecidas de acordo com o grau de proteção conferido ao sistema de brotamento. Conjunto das gemas vegetativas capazes de resistir à estação desfavorável e que vão reconstruir, no início da estação favorável, o sistema aéreo da planta.
15 Terófitos (théros = verão, colheita) Vegetais que completam seu ciclo de vida dentro de uma mesma estação favorável. Suas sementes sobrevivem à estação desfavorável protegidas pelo substrato. Representam o máximo grau de proteção à gema vegetativa, pois a gema está presente no próprio eixo embrionário e protegida pelos envoltórios da semente. Predominantes em clima com severa restrição hídrica (ex: desertos, regiões estépicas etc.).
16 Geófitos (geo=terra) Apresentam gemas vegetativas no sistema subterrâneo. As gemas, enterradas no solo, ficam pouco vulneráveis à estação desfavorável, pois a camada de solo (e, em alguns casos, neve) acima delas atua como isolante. No início da estação favorável, brotam devido às reservas acumuladas em seu sistema subterrâneo e reconstroem seu sistema aéreo, podendo florescer e frutificar.
17 Hemicriptófitos (hemi = pela metade, pelo meio; kruptós = escondida) Apresentam gemas vegetativas também no sistema subterrâneo, mas no nível do solo e não abaixo dele. Frequentemente, as gemas são protegidas por escamas, folhas ou bainhas foliares vivas ou mortas. Variedade de formas dominantes nas regiões de latitudes médias. Excluindo as regiões secas, úmidas quentes e polares extremas, são dominantes em todas as floras mundiais.
18 Caméfitos (khamaí = próximo à terra) Gemas vegetativas no sistema aéreo, acima da superfície do solo, porém abaixo de certa altura (variável entre os autores 25 cm ou 50 cm). Caso apresentem gemas acima desta altura, seus ramos secam e caem periodicamente (estação desfavorável). Na estação desfavorável, as gemas vegetativas ficam protegidas pelos restos mortos do sistema aéreo, pela serapilheira, por uma camada de neve ou pelo sistema aéreo denso.
19 Fanerófitos (phanerós = visível, aparente) Sistemas aéreos bem expostos à atmosfera. Gemas vegetativas acima de 25 ou 50 cm. Dependendo do clima, que se traduz em maiores ou menores restrições à sobrevivência do sistema aéreo da planta, a altura do vegetal varia. Nanofanerófitos gemas entre 0,25 e 2 m (arbustos). Macrofanerófitos gemas acima de 2 m (árvores).
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21 O espectro normal de Raunkiaer Base para comparação. Caso o espectro da flora analisada não se adequasse ao espectro normal, ela seria atribuída a um fitoclima específico espécies representativas da flora mundial.
22 46% 9% 26% 6% 13%
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24 Transmissão do conhecimento
25 Como fazer uma pesquisa científica? Pesquisa científica: Atividade para responder a uma indagação. Tudo começa com uma pergunta.
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27 A ESTRUTURA DA CIÊNCIA
28 PUBLICAR = TORNAR PÚBLICO A publicação científica é um passo ético necessário entre a geração de conhecimento aplicável e sua disseminação para além da Ciência. Não se deve permitir que o conhecimento com implicações tecnológicas seja divulgado para a comunidade não-científica antes que tenha sido publicado, isto é, antes que tenha recibo o aval da sociedade científica de sua área.
29 A CIÊNCIA E A TÉCNICA A partir do século XVII, se uniram Nos países fortemente dominados por uma mentalidade da economia, isso gerou a divisão da ciência em pura e aplicada.
30 A CIÊNCIA E A TÉCNICA A ciência pura procura produzir o conhecimento pelo conhecimento, pressupondo que isso é um bem ético. A ciência aplicada procura aplicar o conhecimento para desenvolver técnicas (processos e produtos), tendo levado à criação da tecnologia. Em decorrência da tecnologia, vivemos num mundo em que os sinais da ciência estão em toda parte.
31 A CIÊNCIA E A TÉCNICA Em última instância, a tecnologia representa um ambiente de teste de parte do conhecimento científico. Se a teoria binária está errada, então os computadores podem não funcionar corretamente. Se as teorias sobre eletricidade, composição atômica da matéria e termodinâmica estão erradas, então a lâmpada não funciona. A tecnologia não garante a verdade científica, mas algum grau de acerto.
32 A CIÊNCIA E A TÉCNICA Nos países fortemente dominados por ideias da economia, a divisão da ciência em pura e aplicada gerou um questionamento da ciência pura: Para que serve essa pesquisa? Responde-se a essa pergunta com outra: O que promove o conhecimento científico?
33 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO É o melhor discurso que os cientistas podem apresentar sobre os dados disponíveis num dado momento. Os dados podem permanecer, mas as ideias que os explicam mudam. Na Ciência, guiamo-nos por alguns referenciais (aceitos), que são os referenciais que não conseguimos negar no momento, mas que não são necessariamente permanentes ou definitivos.
34 REY, L Planejar e redigir trabalhos científicos. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda.
35 PARA QUEM ESCREVEMOS? Escrevemos para pessoas com excesso de informações e que devem ser muito críticas e restritivas às informações que recebem. Quando publicamos um artigo, estamos publicando uma ideia. Uma vez publicada a ideia, ela pode ser aceita pelos outros cientistas ou permanecer no esquecimento. Não basta fazer uma excelente pesquisa e escrever um excelente texto: é necessário convencer os demais cientistas.
36 Pérolas Os artigos publicados estão corretos - Cientistas empíricos acreditavam que estavam construindo um conhecimento correto devido à força dos resultados. - As conclusões científicas, após várias confirmações, tornavam-se leis imutáveis. - Crença popular de que a ciência fornece verdades. - Então não vale a pena questionar o conhecimento. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
37 A base lógica do pensamento científico não permite que estabeleçamos verdades absolutas. A construção do conhecimento se dá por meio do discurso lógico, baseado em evidências empíricas. Portanto, não conhecemos verdades, e sim evidências. Aquilo que de mais plausível existe até o momento. O conhecimento é aceito até que se prove o contrário. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
38 Pérolas Inclua no artigo todos os dados coletados no projeto - Acredita-se que tudo o que o cientista faz interessa aos outros cientistas. - Produz-se assim um manuscrito longo, com informações desnecessárias. - Não se publicará algo do tipo em periódicos de boa qualidade. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
39 Pérolas Estudos quantitativos são mais consistentes que os qualitativos - Perde-se a oportunidade de se aproveitar conclusões e informações importantes vindas de estudos qualitativos. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
40 Pérolas Publique, não importa onde. - Caso se publique em veículo impróprio, se esconderá para sempre a informação e a descoberta. - Se a revista tiver baixa qualidade científica, o artigo será lido por poucos e pouco crédito receberá da comunidade científica. - Por que se perderá tempo com revistas de baixo escalão, em vez de investi-lo em periódicos renomados? As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
41 Pérolas Quanto mais publicações você tiver, melhor. - Quantidade vs. Qualidade. - Teses e artigos muito grandes. - Eficiência científica é parte da qualidade do cientista. - Quanto seus artigos estão repercutindo na ciência internacional de bom nível? As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
42 Pérolas A publicação é o último passo de uma pesquisa. - Da concepção à publicação. - O cientista deve se preocupar com o destino dos seus artigos como eles têm ajudado na construção científica da sua área? Têm levado ao desenvolvimento de novas tecnologias? Têm levado à formulação de estratégias para conservação da biodiversidade? As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
43 Pérolas Revistas que cobram para publicar são de melhor qualidade - Há boas revistas pagas, assim como há boas revistas não pagas. - Não há nenhuma relação entre Fator de Impacto e periódicos pagos. - Assim, o critério capitalista não tem influência sobre o que a comunidade científica prefere ler. - A revista deve ser escolhida pela influência em sua área de atuação, pela sua qualidade e pela adequação em relação ao assunto do seu trabalho. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
44 Pérolas Revistas de boa qualidade são as indexadas - Há vários indexadores, alguns mais rigorosos, outros menos. - Use preferencialmente artigos indexados no ISI Web of Science, ou pelo menos que estejam no Scielo. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
45 Pérolas Notas científicas/short communications são publicações inferiores - Não se deve compará-las com os resumos expandidos. São coisas completamente diferentes. - Uma publicação científica deve fornecer toda a informação necessária para o leitor avaliar as razões do estudo, a adequação dos procedimentos e dos dados, bem como a validade das conclusões. - Isso pode ser feito em uma short communication ou em full paper depende do caso. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
46 Short communication vs. full paper - Nos dois casos, espera-se a divulgação de uma grande novidade. - Short communication ainda sem ter elucidado boa parte do fenômeno. A explicação ainda não está completamente entendida. As pérolas tratadas neste curso são inspiradas em Volpato, G. (2010). Pérolas da Redação Científica. Cultura Acadêmica: São Paulo. 189 p.
47 Estudos de Caso
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