APROPRIAÇÃO DE RECEITAS INDIRETAS POR UMA UNIDADE DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM
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- Lívia Fagundes Corte-Real
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1 APROPRIAÇÃO DE RECEITAS INDIRETAS POR UMA UNIDADE DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM Fernando R. da Matta Baptista Irene T. Rabello Laignier Vitória, 2005
2 Introdução JUSTIFICATIVA DO TRABALHO A contabilidade das UTCs normalmente contempla apenas as receitas provenientes da comercialização do material reciclável recuperado e do composto orgânico produzido; não se contemplam as receitas indiretas nem as economias geradas pela recuperação e utilização direta de resíduos orgânicos (antes aterrados) em processos de compostagem; entre os principais custos a serem reduzidos estão: o transbordo e o aterramento dos resíduos.
3 Metodologia A UNIDADE DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE VITÓRIA ES - (UTCV) A UTCV recebe todos os resíduos sólidos urbanos gerados no município, classifica-os e procede à recuperação do material reciclável, compostagem dos resíduos celulósicos e descarte dos rejeitos em aterrro sanitário. Inaugurada em 1990, a UTCV foi administrada pela Companhia de Desenvolvimento de Vitória até 1997, quando a Secretaria de Serviços da PMV assumiu sua administração. Criou-se assim condições para sua integração ao Sistema de Limpeza Urbana (SLU). A partir de 2000, procedimentos foram implantados objetivando esta integração, de maneira gradual e pautada em princípios da sustentabilidade de seu modelo gerencial.
4 Unidade de Triagem e Compostagem de Vitória - UTCV
5 Metodologia CONHECIMENTO PLENO DA ORIGEM DOS RSU GERADOS NO MUNICÍPIO Diante da necessidade de se destinar corretamente os resíduos coletados, dividiu-se o SLU em duas frentes de trabalho: a) Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU): coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD); coleta de Resíduos Sólidos Inertes (RSI); coleta de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS); limpeza e remoção de Resíduos Sólidos Diversos (RSOD); limpeza e remoção de resíduos de locais específicos (mangues, praias, eventos). b) Coleta de resíduos provenientes da varrição de vias públicas.
6 Metodologia CODIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS DIVERSOS TIPOS DE RSU COLETADOS PELO SLU O processo de codificação, aliado à quantificação, fornece a quantidade de cada tipo de resíduo sólido coletado pelo SLU, em função de suas características. Ocorre durante a pesagem do veículo transportador, na UTCV. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REAPROVEITAMENTO DE CADA TIPO DE RESÍDUO Visando minimizar a quantidade de resíduos a ser transbordada e aterrada, avaliou-se o potencial de reuso, recuperação para reciclagem ou utilização direta/indireta de cada tipo de resíduo, em variados processos produtivos.
7 FIGURA 1 - Codificação e quantificação dos resíduos na UTCV Código Resíduo Resíduo domiciliar , , , , , Resíduo particular 2.172, , , , , Resíduo de caixa estacionária Resíduos de morros/avenidas 2.368, , , , ,0 810, ,1 945,9 386,7 194, Algas marinhas 73, ,0 717, ,2 837, Resíduos de madeiras/podas 3.256, , , ,9 4249, Bagaço de cana 321,8 286,5 248,6 215,7 190, Coco verde/palmito 68,3 144,0 767,8 92, /02/03/04 Resíduos coletados seletivamente 95,3 116,7 202, , ,0 Total de resíduos recebidos pela UTCV , , , , ,4
8 FIGURA 2 - Codificação utilizada para a pesagem dos resíduos na UTCV
9 FIGURA 3 - Potencial de reaproveitamento dos resíduos que chegam à UTCV CÓDIGO CARACTERISTICA DO RESÍDUO ORIGEM 1106 Madeiras e podas Manutenção de áreas verdes 1110 Domiciliar De residências e comércios 1115 Coletado em Morros/Avenidas Locais de difícil acesso 1120 Particular Residências e comércios De serviços de Saúde Coletado por caixas estacionárias 1150 Algas marinhas Praias Hospitais, laboratórios, clínicas, outros Pontos viciados e coleta manual 1155 Varrição Varrição de vias públicas 1160 Bagaço de cana Pastelarias e caldos de cana Coletado Seletivamente Coletado Seletivamente Coletado Seletivamente Coletado Seletivamente 2260 Coco verde/palmito Postos de Entrega Voluntária (PEVs) Coleta seletiva Porta-a-Porta Coleta seletiva de origem particular Coleta de volumosos - PAPAMÓVEIS Coleta de coco verde gerado na orla e palmito na Semana Santa POTENCIAL DE REAPROVEITAMENTO Madeiras: Produção de carvão Podas: Matéria-prima para a compostagem, após trituração. Triagem e recuperação de material reciclável Triagem e recuperação de material reciclável Triagem e recuperação de material reciclável Aterramento Sanitário Triagem e recuperação de material reciclável Matéria-prima para compostagem Matéria-prima para compostagem Matéria-prima para compostagem Triagem e recuperação de material reciclável Triagem e recuperação de material reciclável Triagem e recuperação de material reciclável Triagem e recuperação de material reciclável Matéria-prima para compostagem
10 Os resíduos (1110, 1140 e 1120) já eram utilizados como matéria-prima no processo de triagem de material reciclável, desde o inicio das atividades da UTCV Outros foram sendo inseridos no processo de triagem, após avaliação do seu potencial e a viabilização de sua coleta em separado de outros resíduos com características diferentes (1115, 2001, 2002, 2003 e 2004). Com relação aos resíduos com características orgânicas, apenas o lixo pós-triagem era utilizado no processo de compostagem até A partir de 1997, produção de adubo orgânico a partir de outras fontes orgânicas : bagaço de cana (1997); galhos finos triturados (2000); algas marinhas (2000); aparas de grama (2000); segregação e comercialização madeiras contidas nos resíduos de podas de árvores (2000); coco verde (2002) e resíduos orgânicos de feiras livres (2002).
11 Metodologia CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS Estudos específicos sobre a quantidade e a qualidade do material reciclável potencialmente e efetivamente comercializável presente no lixo urbano municipal (diferentes roteiros de coleta ) Otimização do processo de triagem do material reciclável, uma vez que priorizou-se a triagem do lixo urbano com maior potencial de recuperabilidade do material reciclável.
12 Resultados A integração da UTCV ao SLU foi um passo decisivo para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pela Prefeitura aos cidadãos, a otimização desses custos globais e uma mudança no perfil da UTCV, no que se refere aos seus resultados contábeis. A codificação e quantificação dos resíduos recebidos pela UTC permitiram o levantamento: das despesas correntes (operacionais, administrativas e custos com mão de obra); da receita direta, obtida a partir da comercialização do material reciclável recuperado e de parte do composto orgânico produzido; das receitas indiretas (utilização, pela PMV, do adubo orgânico produzido e utilização de outros resíduos orgânicos no processo de compostagem).
13 R$/ano Resultados Figura 4 - Receita operacional bruta da UTCV, no período 2000 a Receita direta (R$) Receita indireta (R$)
14 R$/ano Resultados Figura 5 - Composição da receita operacional da UTCV, no período de 2000 a Comercialização de Mat. Reciclável Redução de aterramento Redução de transbordo Composto orgânico
15 Conclusões A instalação de uma UTC no município deve ser precedida de estudos de viabilidade técnica e financeira que verifiquem sua viabilidade operacional, com a devida sustentabilidade que requer qualquer investimento que venha a ser realizado visando a preservação do meio ambiente e a melhoria de aspectos relacionados ao SLU. A apuração da receita operacional de uma UTC deve ser realizada considerando-se não somente a comercialização direta do material reciclável e do adubo orgânico, mas também contemplando-se as receitas indiretas advindas da utilização direta do adubo orgânico pela Prefeitura local, caso isso venha a ocorrer, bem como a apuração das economias geradas ao SLU devido à redução do quantitativo de resíduos a serem destinados ao aterramento sanitário. Neste contexto, as receitas apuradas podem ser duplicadas ou triplicadas.
16 Conclusões As condições para que se possa mensurar essas economias geradas provêem da integração da UTC com o SLU. A minimização do quantitativo de resíduos a serem descartados depende de sua caracterização, codificação e quantificação, visando avaliar seu potencial de recuperação, reutilização ou inserção de cada tipo de resíduo, diretamente, em um novo processo produtivo. Existe um enorme potencial de aproveitamento direto de resíduos orgânicos, coletados pelo SLU, em processos de compostagem visando a produção de adubo orgânico para uso agrícola, porém é necessário que se efetue sua coleta de forma segregada e destine-os ao processo de compostagem, ao invés de transbordá-los e aterrá-los.
17 Obrigada!
18
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