I iimi mil mil um um um um um mi mi
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- Mariana Vasques Alcântara
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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N I iimi mil mil um um um um um mi mi * * Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n , da Comarca de Atibaia, em que é apelante MINISTÉRIO PUBLICO sendo apelado PREFEITURA MUNICIPAL DE JARINU. ACORDAM, em Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. POR MAIORIA DE VOTOS. VENCIDA A 3 a JUÍZA, QUE DECLARARÁ.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ANTÔNIO CELSO AGUILAR CORTEZ (Presidente sem voto), RENATO NALINI E REGINA CAPISTRANO. São Paulo, 11 de março de / ^ _ * s LINEU PEINADO RELATOR
2 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Voto n ^5 Apelante : MINISTÉRIO PÚBLICO Apelado : PREFEITURA MUNICIPAL DE JARINU Comarca : JARINU/ATIBAIA Recurso n /5-00 Juiz de I o Grau: DRA. ROBERTA VIRGINIO DOS SANTOS K. Ação civil pública - Anulação de leis municipais - Declaração incidental de inconstitucionalidade - Tratando- *"' se de lei de efeitos concretos, possível o ajuizamento de ' ação civil pública visando sua anulação. Q Inconstitucionalidade que pode ser examinada mediante o controle difuso como causa de pedir e não como pedido S~ direto. Recurso provido. 5 Trata-se de recurso de apelação interposto nos autos da ação civil pública que foi extinta sem julgamento de mérito pela R. Sentença de fls. Sustenta o apelante, em preliminar, que a liminar requerida seja analisada e deferida. Alega que a R. Sentença violou o que vem previsto nos artigos 29, inciso XII, 37, "caput", 129, inciso III, além do principio insculpido no artigo 5 o, inciso XXXV, todos da Constituição Federal. Afirma não poder se admitir a decisão de ser o pedido formulado equivalente ao de uma ação direta de inconstitucionalidade, até porque, mesmo que se aceitasse como verdadeiro esse fundamento, não se pode olvidar da possibilidade do controle difuso da constitucionalidade por via incidental. Aduz que a inicial descreve todas as irregularidades verificadas nas alterações legislativas que não atenderam o princípio de planejamento urbanístico, ferindo oesma Apelação Cível n 732.8
3 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 2 constitucional que exige o planejamento municipal democrático. Sustenta que a legislação impugnada possui natureza de ato administrativo (efeitos concretos), gerando todas as lesões enfocadas, sendo plenamente admissível a Ação Civil Pública para prevenção de danos ao meio ambiente e ao urbanismo, ambos interesses difusos. Alega que no caso a execução das leis combatidas geram danos de natureza difusa (urbanísticos e ambientais), passíveis de proteção preventiva por meio de ação civil pública. Aduz que o Município não pode criar leis alterando áreas rurais para urbanas, passando a permitir diferentes tipos de atividades em favor de interesses particulares. O recurso recebeu resposta, tendo a D. Procuradoria ofertado parecer no sentido de ser dado provimento ao recurso. É o breve relatório, adotado no mais, o da R. Sentença de fls. Visa o Ministério Público com a presente ação, ver declaradas nulas as Leis Municipais 1542/02, 1568/03, 1589/03, 1595/03 e 1631/04, e, em pedido alternativo, declarar nulas as alterações promovidas na organização do território municipal, obrigando a Municipalidade de JARINU a instituir o Plano Diretor, e se abster de autorizar a instalação de loteamento nas áreas objeto de transformação de rural para urbana. A R. Sentença indeferiu a petição inicial afirmando não ser possível a utilização de ação civil pública para se declarar a inconstitucionalidade de lei municipal. A R. Sentença, no que tange ao^^e-dido Apelação Cível n &5-5/5-00
4 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 3 principal não merece qualquer reparo. Não é possível que se utilize de ação civil pública para obter a declaração de inconstitucionalidade de lei, anotado que cabe ao Poder Judiciário apreciar a aplicação da lei no caso concreto, única missão a que os Juizes deste país devem se ater, não sendo lícito, nem razoável se4 exigir dos Juizes qualquer tipo de engajamento, eis que tal eqüivaleria a lhes retirar a isenção e a eqüidistância que devem nortear os julgamentos. No entanto, a petição inicial que foi indeferida continha pedido alternativo. E este reúne condições de ser examinado pelo MM. Juízo "a quo" conferindo á peça processual condições para o prosseguimento da ação aforada. Com efeito. Ainda que se possa abstrair a questão de se tratar de lei de efeito concreto, passível de exame pelo poder Judiciário de sua legalidade e inconstitucionalidade, até mesmo em aplicação do controle difuso de inconstitucionalidade, é claramente possível que o Juiz, à luz do ordenamento jurídico vigente, o que sem qualquer sombra de dúvida inclui as disposições constitucionais, declare o alcance do dispositivo legal e sua aplicabilidade aos fatos. Tal se dá porque editada a lei, que deve possuir, em regra, caráter geral, é possível, senão necessário que o Juiz examine a sua aplicação, determinando se ela pode ser aplicada e em qual caso. E este, é, a hipótese do pleito subsidiário que não foi examinado pelo MM. Juiz "a quo" e não está contaminado por qualquer vedação quanto a utilização da via Apelação Cível n ^^00
5 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 4 processual eleita. O pedido de apreciação da medida liminar feito pelo Ministério Público em suas razões de recurso não foi expressamente encampado pelo D. Procurador Oficiante. Mesmo assim a hipótese não é de se conceder a antecipação de tutela pretendida por ora, pois o simples decorrer do tempo, sem que tenha o Ministério Público ajuizado ações em face de cada caso concreto por violação aos princípios legais e de proteção ao meio ambiente com a implantação de qualquer loteamento nas páreas rurais transformadas em urbanas indica sua desnecessidade. Ademais o Município réu editou lei que contém o plano Diretor da cidade, até mesmo em função da declaração de inconstitucionalidade feita por esta Corte nos autos da ação direta de inconstitucionalidade da Lei Municipal n 1542/02, sendo certo ser necessária a oitiva do ente público para a concessão de liminar. E, a questão ainda depende do exame de provas que venham a ser produzidas, de forma que a pretendida liminar deve ser indeferida, podendo, se o caso, ser oportunamente reapreciada à luz de novos fatos. O pré-questionamento da questão constitucional e da legislação federal perde sua razão de ser com o provimento do recurso. Em suma: se dá provimento ao recurso, para que possa prosseguir a ação civil pública ofertada em seus ulteriores termos. LINEU PEINADO RELATOR Apelação Cível n /5-00
6 SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Câmara Reservada ao Meio Ambiente Voto n Apelação com Revisão n ( /5-00) - Jarinú / Atibaia. Apelante: Ministério Público do Estado de São Paulo. Apelada: Prefeitura Municipal de Jarinú. DECLARAÇÃO DE VOTO DIVERGENTE Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL - INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA PARA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI MUNICIPAL QUE APROVOU O PLANO DIRETOR - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO - POSSIBILIDADE - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA - AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE ATO CONCRETO NA PEÇA INICIAL. Em se tratando de ação civil pública questionando lei em tese, ou seja, sem a indicação de ato concreto, cujo objeto seja um "facere" ou "non facere", afigura-se incompatível suscitar "incidenter tantum" questão concernente à inconstitucionalidade de leis ou atos normativos. Isso porque, como a sentença tem efeito "erga omnes", o mandamento judicial dela decorrente, ao mesmo tempo que determina que ninguém 1 RZCS Apel d Ftev n 994\0 ( /5-00)
7 SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Câmara Reservada ao Meio Ambiente poderá praticar a conduta do réu, implica na necessidade de todos os indivíduos sujeitarem-se à declaração de inconstitucionalidade de lei tida por inconstitucional pelo juiz da causa. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. SENTENÇA MANTIDA. Adotado o relatório contido no voto do eminente Desembargador Relator, dele ouso divergir pelos fatos e fundamentos abaixo enumerados. Com a devida vênia, tenho para mim que o recurso não está a merecer provimento pelas razões e fundamentos a seguir aduzidos. Da análise detida da petição inicial, extrai-se que a pretensão se identifica como própria de uma ação direta de inconstitucionalidade. À guisa de ilustração, cumpre transcrever o clarividente trecho do V. Acórdão proferido por esta Colenda Câmara Especial, relatado pelo eminente Desembargador Torres de Carvalho, nos autos da Apelação /0-00, j. 2/8/2007: 2 RZCS Apel C/Rev n ) ( /5-00)
8 SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Câmara Reservada ao Meio Ambiente "A dificuldade, como esta ação demonstra, está na caracterização da declaração de inconstitucionalidade como pedido principal ou como causa de pedir, como objeto da ação ou como questão incidental de cuja solução depende o pedido. Observo que a existência de pedido, por si só, não afasta a complexidade da análise, toda ação tem pedido e o Ministério Público, conhecedor da jurisprudência, não formula ações em que a declaração de inconstitucionalidade seja o pedido principal. (...) A descrição do apelo desnuda o objeto da ação. O autor não indica ato concreto a ser anulado, não indica nenhum parcelamento ou loteamento a que a lei se aplique; não indica nenhuma pessoa natural ou jurídica a ser atingida pela decisão (a isso não servindo a indicação no pólo passivo da ADELG, associação de empreendedores que, ela mesma, não loteia nem implanta loteamentos), não indica nenhum caso ou situação concreta a ser apreciada pelo juiz". É o que ocorre, "mutatis mutandis", no 3 [\y^ Apel d Rev n" (7WW )
9 SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Câmara Reservada ao Meio Ambiente caso em comento, já que da leitura da peça inicial não é possível deduzir nenhuma relação jurídica concreta subjetiva a justificar a declaração incidental de inconstitucionalidade. Nem se alegue que a singela alteração de uso do território municipal, ou a possibilidade de, no futuro, virem a ser analisadas ou permitidas instalações de loteamentos em área rural que foi transformada para urbana, de per si, gera dano concreto, tampouco alterando a solução da lide eventual indicação de algumas pessoas jurídicas de direito privado a implantarem futuramente os loteamentos, até porque estes, no momento apropriado, serão devidamente analisados quanto à viabilidade técnica, administrativa, legal e ambiental do empreendimento. O controle judicial aqui deverá ser feito com a indicação das peculiaridades dos empreendimentos que possam, potencial ou efetivamente, gerar significativo impacto ambiental ou de vizinhança, observada, incidentalmente, a compatibilidade do plano diretor que dá suporte aos empreendimentos com as diretrizes do planejamento urbano, apontando, ainda, a conexão da causa de pedir fática com o pedido. Destarte, em se tratando de ação civil pública questionando lei em tese cujo objeto seja um "facere" ou "non facere", afigura-se incompatível suscitar "incidenter tarifam" questão RZCS Apel d Rev n Í668-0 ( /5-00)
10 SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Câmara Reservada ao Meio Ambiente concernente à inconstitucionalidade de leis ou atos normativos sem a indicação de atos concretos. Isso porque, como a sentença tem efeito "erga omnes", o mandamento judicial dela decorrente implicaria na necessidade de todos os indivíduos sujeitarem-se à determinada lei tida por inconstitucional pelo juiz prolator da sentença. A questão não é nova nesta Colenda Câmara Reservada ao Meio Ambiente, consoante se aufere do Al /4-00, j. 17/9/2009. Isto posto, nego provimento ao recurso e confirmo a muito bem lançada decisão recorrida, constante dos autos às fls. 1406/1413, de lavra da eminente Juíza Roberta Virgínio dos Santos. Para fins de acesso aos Egrégios Tribunais Superiores, ficam expressamente prequestionados todos os artigos legais e constitucionais mencionados pelos litigantes. É o meu voto. Regina Zaqiyía Capistrano da Silva. 3 a Juíza. 5 RZCS Apel d Rev n ( /5-00)
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