Ocorre interação entre vírus e bactérias com fatores de estresse ambientais, físicos, psicológicos, e daqueles decorrentes da fisiologia normal
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1 1 COMPLEXO RESPIRATÓRIO BOVINO - BRONCOPNEUMONIAS Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo DEFINIÇÃO Infecção do trato respiratório inferior por bactérias normalmente saprófitas do trato respiratório superior devido a infecção primaria viral ou estresse que levam a baixa resistência do animal INTRODUÇÃO Etiologia das doenças respiratórias bovinas é: Multifatorial Complexa Não completamente definida Ocorre interação entre vírus e bactérias com fatores de estresse ambientais, físicos, psicológicos, e daqueles decorrentes da fisiologia normal INTRODUÇÃO Doença viral primária e não complicada Leve ou assintomática Doença viral com complicação bacteriana Pneumonia Sinais de enfermidade respiratória severa As bactérias mais frequentemente isoladas dos pulmões são habitantes normais da mucosa oral, nasal e orofaríngea de bovinos sadios INTRODUÇÃO Perdas econômicas significativas e maiores que outras enfermidades em bovinos Causa importante de mortalidade em bezerros Clearance mucociliar Partículas maiores que 2 mm de diâmetro são removidas pelo aparato mucociliar Muco + partículas -> batimento ciliar -> orofaringe -> deglutição Remoção ajudada pelo reflexo de tosse Partículas de 0,5 a 2 mm de diâmetro podem atingir o alvéolo Fagocitose por macrófagos alveolares MECANISMOS EFICIENTES!!!!!!!!!!!!!! Trato respiratório de bovinos sadios e não estressados 1
2 Altamente resistentes a invasão bacteriana por via aerógena Inoculação experimental de grandes quantidades de bactérias por aerossol, intratraqueal ou endobronqueal Só existirá doença se os mecanismos protetores forem afetados Diminuição da eficiência do aparato mucociliar Desidratação Exposição prolongada a ar frio Exposição a gases irritantes Viroses respiratórias Diminuição da eficiência dos macrófagos alveolares Privação de alimento Frio Acidose Hipóxia Tratamento com corticóides Estresse Endotoxinas Diminuição da eficiência dos macrófagos alveolares Uremia Anestesia Cetose IBR BVD PI-3 BRSV (experimental) Outros mecanismos de patogenia infecções experimentais IBR, PI-3 Diminuição do clearance pulmonar a M. haemolytica Estresse -> pneumonia PI-3, IBR, BRSV e Herpes 4 Destruição de células respiratórias epiteliais ciliadas Macrófagos alveolares são afetados por 2 semanas após infecção viral Duração da supressão correlacionada com a dose de infecção do vírus 2
3 Outros mecanismos de patogenia Endotoxinas Lesão tecidual ativação da coagulação e sistema complemento -> atração e ativação de neutrófilos M. haemolytica Citotoxina letal para macrófagos e neutrófilos VIROSES RESPIRATÓRIAS VIROSES RESPIRATÓRIAS Vários são os isolados do CRB: Herpes vírus bovino do tipo 1 * Vírus sincicial respiratório bovino * Parainfluenza 3* Herpes vírus bovino do tipo 4 Adenovirus bovino (8 tipos) Enterovirus bovino (7 tipos) VIROSES RESPIRATÓRIAS Outros virus isolados: Rhinovirus bovino Reovirus bovino Coronavirus bovino Calicivirus Influenza virus HERPES VÍRUS BOVINO DO TIPO 1 DNA vírus (alfa-herpesvirus) Relacionado a diversas síndromes: Respiratória Rinotraqueite infecciosa bovina (IBR) Conjuntival Reprodutiva Vulvovaginite pustular infecciosa (IPV) Aborto Balanopostite Mastite Septicemia neonatal HERPES VÍRUS BOVINO DO TIPO 1 Alta morbidade 3
4 Baixa mortalidade Forma respiratória não contaminada Forma latente no tecido nervoso Gânglio trigêmeo Vírus modificado para vacina Reativação: Estresse Transporte Corticoides infecções HERPES VÍRUS BOVINO DO TIPO 1 Forma respiratória Rinite, traqueite e pirexia Lesão nos cílios e na mucosa Infecção de macrófagos Infecções secundárias BVD, BRSV ou bactérias concomitantes Infecções multiplas Lesão local + imunossupresão Principalmente em associação com BVD HERPES VÍRUS BOVINO DO TIPO 1 Broncopneumonia bacteriana 7 a 10 dias após inicio Sem contaminação Sintomas por 7 a 14 dias Abortos Durante sintomatologia 4 a 8 semanas após DIARRÉIA VIRAL BOVINA RNA vírus Gênero pestivirus Família Flaviviridae Infecções pelo vírus da BVD: Assintomático Diarréia viral bovina Doença das mucosas Imunossupressão Repetição de cio Aborto Mumificação fetal Infecções persistentes 4
5 DIARRÉIA VIRAL BOVINA Forma respiratória Papel controverso Efeito imunossupressivo Importante na patogenia do CRB Isolado em associação com M. haemolytica Interações sinérgicas: M. haemolytica, BHV-1 e BRSV Agente primário VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO BOVINO RNA virus Familia Paramyxoviridae Pneumovirus não aglutinante Efeito citopatico característico in vitro e in vivo Pneumonia intersticial em jovens e adultos BRSV VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO BOVINO Importante no CRB pela alta disseminação Responsável de 11 a 73% dos problemas respiratórios ao redor do mundo Alta mortalidade Contaminação bacteriana Transmissão Contato direto Aerosol Período de incubação 3 a 5 dias VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO BOVINO Altera função dos macrófagos alveolares sem infecta-los Diminui ciclo Deprime resposta linfocitaria Formação de complexos ag-ac Ativação do complemento Lesão tecidual nas vias aéreas Edema instersticial PARAINFLUENZA 3 RNA vírus Familia paramyxoviridae Hemaglutinante Assintomático ou sintomatologia leve Quando não complicado 5
6 Predispõe a M. haemolytica mortalidade PARAINFLUENZA 3 Infecta macrófagos alveolares Infecta vias aéreas superiores e inferiores Lesão nas células epiteliais ciliadas Presente no muco HERPES VÍRUS BOVINO DO TIPO 4 Sorologicamente distinto dos BHV1 e BHV2 Patogenia não totalmente clara Doenças do trato respiratório Aborto e metrite Mamilite Doença intestinal PRINCIPAIS AGENTES BACTERIANOS PRINCIPAIS AGENTES BACTERIANOS Pasteurella multocida Mannheimia (Pasteurella) haemolytica Histophilus somni (Haemophilus somnus) Truperella (Arcanobaterium) pyogenes PASTEURELLA MULTOCIDA Gram negativa Habitante normal das vias aéreas superiores Frequentemente isolado de pulmões de bezerros Pneumonia enzootica dos bezerros Mecanismos de defesa impedem colonização das vias aéreas inferiores PASTEURELLA MULTOCIDA OPORTUNISTA Coloniza vias aéreas inferiores quando mecanismos de defesa estão comprometidos Isolado de infecções mistas H. somni, T. pyogenes, Mycoplasma e vírus Sensível a vários antimicrobianos MANNHEIMIA HAEMOLYTICA 16 sorotipos 6
7 Mannheimia (Pasteurella) haemolytica sorotipo A1 Bactéria mais freqüentemente isolada de pulmões com pneumonia nos bovinos Pleuropneumonia necrosante fibrinosa lobar No CRB é menos isolada que P. multocida Bastonete Gram Negativo Habitante normal das vias aéreas superiores MANNHEIMIA HAEMOLYTICA Capsula Impede a fagocitose Exotoxina Letal a macrófagos alveolares, mastócitos e neutrófilos Endotoxina Ativa complemento e coagulação MANNHEIMIA HAEMOLYTICA Habilidade em residir nas vias aéreas superiores como sorotipo 2 (não patogênico) e sob estresse se converter ao sorotipo 1 (patogênico) Agente primário Algumas estirpes altamente resistentes a antimicrobianos HISTOPHILUS SOMNI Gram negativo Agente primário Em Associação Pasteurella micoplasma HISTOPHILUS SOMNI Alteração da microbiota do trato respiratório superior Ativação por estresse de forma latente Endotoxina Exotoxina Hemolisinas Fatores quimiotateis Mediadores inflamatórios TRUPERELLA (ARCANOBACTERIUM) PYOGENES Cocobacilus Gram positivo Oportunista 7
8 Capacidade de estabelecer infecções piogenicas em qualquer lugar de um bovino Agente secundário Estresse Intracelular em macrófagos BACTEROIDES MELANINOGENICUS Anaeróbio Oportunista Anaeróbios tem sido isolados de 1/3 dos pulmões de animais mortos por broncopneumonia OUTROS AGENTES MICOPLASMAS Frequentemente isolados de pulmões de bovinos Em associação com outros patógenos (50 a 90%) 12 espécies isoladas Mycoplasma mycoides mycoides Pleuropneumonia Agente primário M. bovis, M. dispar e Ureaplasma Lesões pulmonares secundarias Sinais Clínicos Dependem do estagio da doença e se existe contaminação bacteriana secundária 6 a 10 horas após estresse Introdução de novos animais Depressão Anorexia isolamento Sinais Clínicos Hipertermia Cabeça baixa Orelhas caídas Olhos semicerrados Muflo seco e crostoso Corrimento nasal presente ou não Seroso a mucopurulento Nasal e lacrimal 8
9 Sinais Clínicos Dispnéia Quando intensa pescoço esticado e boca aberta Tosse Auscultação Normal Bezerros Aumento dos ruídos normais Estertores secos Estertores úmidos Percussão Detecta área de consolidação Aspirado transtraqueal Citologia Cultivo e antibiograma Radiologia Extensão das áreas de consolidação Identificação de: Pneumotórax Abscesso Fibrose Enfisema Patologia clínica hiperfibrinogenemia Objetivos Eliminar as bactérias patogênicas secundarias Limitar a reação inflamatória Terapia de suporte Enfermagem Antimicrobianos Cultivo e antibiograma Mortalidade entre 5 e 20% Diminui com o tratamento nos estágios iniciais da doença 9
10 Antimicrobianos SULFA + TRIMETOPRIM Largo espectro de ação Primeira escolha PENICILINA Gram + T. pyogenes, Estafilo e Estrepto Pode ser eficaz contra Pasteurella Tratamento tardio = morte Antimicrobianos CEFTIOFUR Tratamentos refratários Concentração adequada na pleura Sem resíduo no leite OXITETRACICLINA Recidivas / Resistência Concentração na pleura micoplasmas Antimicrobianos FLORFENICOL Amplo espectro Animais jovens Grande concentração nas secreções pulmonares Resíduo no leite Antimicrobianos MACROLIDEOS Resistência cruzada entre o grupo é comum TILOSINA Resíduo 14 dias carne 3 dias leite Micoplasmas Pasteurella Histophilus TILMICOSINA Resíduo 28 dias carne > que 1 mês no leite Pasteurella e Haemophilus 10
11 Anti-inflamatórios Corticóides Resposta favorável BRSV Imunossupressão Em pasteureloses Resposta pobre Maior tempo de recuperação Maior numero de recidivas Anti-inflamatórios AINES Flunixim meglumine 2,2 mg/kg IV PI-3 Melhora marcante dos sinais clínicos Redução na consolidação pulmonar Pasteurella Associado a tetraciclina Melhora marcante dos sinais clínicos Tratamento Suporte Eliminar estresse Evitar Chuva Frio / Calor Superpopulação Nutrição Hidratação PREVENÇÃO Identificar e alterar fatores de risco Nutrição Transferência de imunidade passiva Ambiente Ventilação Superpopulação Sujeira Compra e transporte Vacinação 11
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