Comparação dos processos iniciais de colonização e exploração do Brasil, México e Estados Unidos da América.

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1 Desenvolvimento Regional e Territorial Comparação dos processos iniciais de colonização e exploração do Brasil, México e Estados Unidos da América. Wellington Zachytko Vitti 1 Adalberto Dias de Souza 2 Ceres America Ribas 3 Omar Matheus G. D. de Souza 4 Resumo: As noções geográficas do planeta terra no século XV abrangiam não muito além da costa do velho continente, visto que os comércios ligavam Índia e China aos países europeus. Com a era das grandes navegações o foco político- econômico passou a serem as Américas, em especial por parte de Portugal, Espanha e Inglaterra, que utilizaram de diversos sistemas coloniais para sua exploração. Este processo acabou por causar diferenças estruturais, sociais e econômicas em cada região do continente americano. Esse trabalho tem como fundamento abordar os diferentes processos iniciais de colonização e exploração. Para tal a metodologia se utilizará de revisão bibliográfica por se tratar de uma pesquisa explanatória. Os resultados obtidos ainda são preliminares, pois o trabalho se encontra em desenvolvimento. Palavras-chave: Políticas públicas; Colonização das Américas; Desenvolvimento local e regional. Introdução Após a segunda metade do Século XV, o mundo, em especial a Europa, passou por grandes transformações em seu desenvolvimento de colônias e exploração através dos oceanos. Tais eventos vêm ao encontro com o processo de descobrimento das Américas, que passou a ser pauto principal das atividades econômicas e sociais entre os séculos XV e XVI. De acordo com Souza (2015) com o início das navegações de grande porte, no início do século XV o continente americano passou a fazer parte dos mapas de navegação, se tornando mais seguras, precisas e ágeis para a navegação intercontinental. 1Economista. Pós-Graduando. Docente do Programa Paraná Bom Negócio em Campo Mourão/PR. wellingtonzachytkovitti@gmail.com 2Mestre e Doutor em Administração. Doutor em Geografia. Docente do curso do curso de Administração da Unespar campus de campo Mourão. ad.unespar@gmail.com 3Mestre em Educação. Docente do curso do curso de Pedagogia da Unespar campus de campo Mourão. ceresribas@yahoo.com.br 4Advogado. Graduando do curso de Ciências Econômicas da Unespar. Pós-graduando em Direito Processual Civil. omarmatheusadv@gmail.com 1

2 Metodologia O trabalho foi desenvolvido à partir de pesquisa bibliográfica realizada por meio de livros, artigos, revistas e periódicos científicos, disponíveis em meio físico e eletrônico. Para Lakatos e Marconi (2003) esse tipo de pesquisa tem por objetivo o total domínio sobre o tema pesquisado. Assim, a partir do levantamento bibliográfico, objetivamos verificar as diferenças entre a arrecadação tributária no Brasil, o preço dos produtos nacionais, os serviços prestados e o custo de vida, em relação a outros países. Resultados e Discussões A relação econômica e política foram de extrema importância para as grandes navegações, a busca por novas terras, recursos naturais e até mesmo poder político são o pano de fundo desse período. Fundamentalmente, os fatores que levaram ao processo de exploração marítima são descritos por Erthal (2000) apud Gorender (1978), sendo que a priori existem quatro motivos que tiveram maior ênfase neste processo, sendo que o primeiro foi justamente o alto grau de envolvimento comercial existente entre Ásia, Europa e África, através de rotas fluviais e marítimas de comércio, que eram realizadas em sua maior parte por navegação de cabotagem, o que acabou por fundamentar a primeira relação de comércio mundial. O segundo fator envolvido foi o desenvolvimento do colonialismo Europeu, que por muitas vezes se dava econômica e politicamente subordinada a metrópole, o que vinha a enriquecer cada vez mais a Coroa Portuguesa. O terceiro fator foi decorrente da acumulação de capital e formação de sistemas capitalistas em determinados grupos de países Europeus que se utilizavam da comercialização mundial e já se encontravam a mercê de um processo de estagnação financeira, devido ao alto número de relações comerciais que vinham crescendo no período. Mediante essa situação era fundamental o encontro de novas rotas e regiões para exploração. Por fim o quarto fator refere-se ao processo sócio-cultural de miscigenação étnica e cultural decorrente da aceleração nas relações entre povos e regiões distintas do globo terrestre, tornando por um lado mais flexível as relações culturais e por outro, criando uma busca por identidade e predominância de cada povo (ERTHAL, 2000) (apud Gorender, 1978). 2

3 Dentro desses novos comportamentos socioeconômicos que estavam em desenvolvimento, o período das grandes navegações acabou por localizar o continente americano o que foi explorado e defendido por três principais países, sendo eles: Portugal (Sul da América); Espanha (Sul e Centro das Américas); e Inglaterra (Norte da América) que estava por se instaurar, ocorreu o processo de descobrimento das Américas (COSTA, 2014). Os métodos utilizados para a colonização das Américas foram fundamentalmente escolhidos, levando-se em conta os recursos disponíveis pela metrópole, além dos potenciais de exploração, verificado em cada região do continente americano. Costa (2014 apud P. Leroy Beaulieu) cita que os processos de colonização utilizados são de três naturezas distintas: As colônias de comércio onde havia feitorias; as de plantations onde havia exportação de produtos tropicais através de sistemas de monopólio, escravidão e volumoso investimento; e, as agrícolas que dependiam de numerosa população metropolitana e se desenvolviam de modo homogêneo, apresentando tendências para a independência política e econômica (COSTA, 2014 apud P. LEROY BEAULIEU, P. 1). O processo de colonização é descrito por Costa (2014), como sendo o resultado da presença de um elemento externo que se internaliza em um novo ambiente, estabelecendo assim uma organização social da nova sociedade que surge. Por isso, nem todo descobrimento realizado se constituiu efetivamente em colonização, uma vez que os países envolvidos no processo não possuíam contingente populacional suficiente para tal atividade. De acordo com Erthal (2000) a região que passou a constituir o Brasil é localizada na parte sul do Continente Americano, região que inicialmente era habitada por povos que viviam em situação simplória de desenvolvimento, em comparação com a Europa. Essa região em seu desenvolvimento acabou sendo alvo de grande cobiça dos povos europeus pelo seu domínio, em especial para extração mineral e florestal. Entretanto, em 1500, acabou sendo incorporada pela Coroa Portuguesa, se tornando a maior colônia portuguesa, situação que se manteve até a ruptura do pacto colônia em 1808 e efetiva independência em Durante a colonização os portugueses não atuaram sozinhos no processo, tendo participação de alguns povos indígenas, Europeus e Africanos que vieram, principalmente, em decorrência do cultivo das lavouras de cana-de-açúcar, que 3

4 representou o primeiro processo econômico não extrativista na colônia. Em concordância Silva (2006) cita que: [...] percebe-se que os primeiros colonizadores vieram para Brasil determinados a trabalhar no cultivo da lavoura de cana. E que, nesta atividade, a maior preocupação destes colonos era de enriquecer e se enobrecer, propósitos que estavam bem em conformidade com suas experiências (SILVA, 2006, P.3). Em relação às colônias inglesas nas Américas, em especial na parte norte do continente Monasterio e Ehrl (2015), destaca que as regiões exploradas pelos Britânicos eram inferiores em qualidade, quando comparadas com as portuguesas. Entretanto, as instituições políticas das colônias inglesas, apresentaram maior interesse, quanto ao processo de desenvolvimento e cultivo das novas áreas. Em sequência os autores citam que: Primeiro, as regras de ocupação da terra teriam gerado distribuição mais equitativa, por evitar a apropriação das não cultivadas. Além disso, como a taxação do trabalho dos colonos ingleses era menor, haveria maiores incentivos para produzir e acumular (op. cit., p. 2213). E, por fim, as colônias inglesas foram favorecidas também por não terem sido submetidas a restrições tão graves no comércio internacional quanto as demais nações do Novo Mundo (op. cit., p ). Em suma, as colônias inglesas teriam tido melhor desempenho que as das demais nações europeias, por não serem tão iliberais quanto às demais (MONASTERIO e EHRL, 2015 P.11). Em relação às colônias espanholas, as mesmas passaram por diversos processos de colonização e utilização territorial, principalmente após a eliminação dos nativos da região, Astecas na região do atual México e o império Inca onde hoje é o Peru. Em sequência Monasterio e Ehrl (2015), demonstra que: Colônias com grandes populações de nativos que sobreviveram ao contato com os europeus e onde instituições extrativas foram instaladas ou adaptadas. São as colônias espanholas em que a prática da encomienda levou à extração de recursos ou de tributos da população local. Mesmo sem economias de escala típicas do plantation, geraram-se sociedades tão desiguais quanto às do padrão anterior: instituições excludentes em que os nativos tiveram dificuldades de fugir dos pagamentos para as elites etnicamente distintas (MONASTERIO e EHRL, 2015 P.11). 4

5 Considerações finais As grandes navegações influenciaram diversos povos e culturas ao longo do tempo em todo mundo, em especial que participou efetivamente durante seu processo. Em relação às novas colônias que surgiam ao longo do continente Americano, verificamos que seu desenvolvimento inicial e métodos adotados, dependiam em grande parte da Coroa que estava por intermediar as relações Metrópole-Colônia. De forma que se verifica diferentes abordagens adotadas em cada região, embora todas se deram em períodos próximos de tempo. Referências COSTA, D. I. P. D. Estudo comparativo do povoamento e da colonização das fronteiras americanas, Estados Unidos e Brasil, Século XIX. Anais do XI Encontro Internacional da ANPHLAC, Niterói, ERTHAL, R. A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA no brasil e a pequena propriedade. GEOgraphia, v. II, n. 4ª Edição, p , FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, MONASTERIO, L.; EHRL, P. Colônias de povoamento versus Colônias de Exploração: de Heeren a Acemoglu. Brasília: IPEA, ISBN ISSN Disponível em: Acesso em: 20/05/2017. SILVA, C. R. D. A Experiência Portuguesa no processo de colonização do Brasil. [S.l.]: HISTEDBR, Disponível em: _Silva_artigo.pdf. Acesso em: 17/05/2017. SOUZA, W. D As Grandes Navegações e o Descobrimento do Brasil. Minas Gerais: UFMG, 4 p. Disponível em: pdf. Acesso em: 15/04/