ELOGIO DESCRITIVO: Uma alternativa à crítica.

Transcrição

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2 ELOGIO DESCRITIVO: Uma alternativa à crítica. Profª Gabriela Caldeira Aranha

3 Apresentação da professora Pós-graduação: Relações Interpessoais e a Construção da Autonomia Moral. Unifran. Ética, valores e cidadania na escola Universidade de São Paulo em parceria com a UNIVESP e NASCE. Graduação: Pedagogia. FFCLRP USP. Experiência profissional: Escola Miró Ribeirão Preto Cargo: Professora Educação Infantil 2009 Prefeitura Municipal de Campinas Cargo: Professora Educação Infantil

4 Apresentação da aula Quando a criança erra, o que fazer? Elogiar os acertos dará incentivo de continuar? As pessoas sempre têm boas intenções ao fazer um elogio, mas muitas vezes não sabem como fazê-lo. O elogio descritivo favorece a construção da autoestima, além de ajudar a progredir em seus erros.

5 O que é o elogio? De acordo com Ginott (1975) O elogio é uma avaliação sincera e positiva de uma pessoa ou de um ato.

6 Elogiar é sempre bom? Elogio geralmente é visto como algo positivo; Eleva a autoestima, a autoconfiança, e motiva a aprendizagem, mas... Dependendo da maneira como ele é feito pode até causar efeitos contrários aos esperados!

7 Elogio Valorativo Faz julgamento à personalidade ou caráter do sujeito. Esse tipo de elogio pode provocar culpa, a pessoa pode não se sentir merecedora ou passar a se comportar de maneira inadequada. Pode, ainda, causar ansiedade e medo de decepcionar quem a elogiou. É como se ela precisasse ser sempre do mesmo jeito, não tendo o direito de errar! A pessoa que o recebe pode ter uma relação de dependência com o outro.

8 Exemplos: Maria ajudou sua professora guardando e organizando cada caixa de brinquedo da sala. Ao terminar, ouviu de sua professora: Você é uma menina muito especial! Queria ter outros alunos bondosos como você. Ao fazer um desenho Rodrigo mostrou-o para sua professora, que disse: Parabéns! Está lindo! Você é um verdadeiro artista.

9 Elogios como esses podem trazer uma carga muito pesada. Afinal: Quem é bondosa o tempo todo? Será que os artistas só fazem belas obras? Muitos artistas antes de fazer uma obra fazem muitos testes. Aqui não se valoriza o processo e sim o produto final. Elogios valorativos emitem julgamentos que não permitem a pessoa errar! Afinal, todos querem ser valorizados por algo.

10 Contra os ataques é possível nos defendermos: contra o elogio não se pode fazer nada. Sigmund Freud

11 Elogio Descritivo Descreve fatos e sentimentos. Assim, ao invés de referir-se à personalidade, refere-se a atos específicos, a esforços e realizações, e aos sentimentos do outro com relação a isso. Permite que a própria criança se avalie ao ouvir a descrição de suas ações. O elogio é dado pela própria criança ao ver reconhecida a sua realização.

12 Exemplos: Maria ajudou sua professora guardando e organizando cada caixa de brinquedo da sala. Ao terminar, ouviu de sua professora: Vejo que você se esforçou para deixar a nossa sala em ordem. É bom ficar em um ambiente organizado. Obrigada pela ajuda. Ao fazer um desenho Rodrigo mostrou-o para sua professora, que disse: Quantas cores você usou! Este desenho está bem colorido. Parece ser um lugar gostoso, dá até vontade de ir pra lá.

13 Assim, Maria não se sentirá obrigada a ser organizada sempre (em muitos processos criativos é necessário bagunça!). Rodrigo pode perceber que, ao usar muitas cores, o desenho fica colorido. E que uma pintura pode trazer sensações agradáveis, como a descrita pela professora. Os elogios aqui foram pontuais e não eternizados!

14 (...) Ainda assim, alguns tipos de elogio sincero podem trazer o oposto dos resultados esperados. GINOTT (1975) Exemplos: A mãe de Edna, para elogiar um cartão que a filha fizera ao visitá-la no hospital, disse: Você é tão atenciosa, é sempre tão bondosa... Você é um amor de filha. Quando irritadas, as crianças podem desejar infortúnios... Quando sua mãe ficou doente, Edna se sentiu culpada! Poderia ter dito: Adorei o cartão. É adorável. Já estou me sentindo melhor.

15 Portanto, O elogio é bom quando descreve ações e sentimentos, sem emitir julgamento. Ele exige que o professor preste atenção à criança para que o faça. Colabora para a autoestima, pois com a fala da professora, é a criança que concluirá seu mérito naquele acontecimento.

16 Críticas Podem ser feitas da seguinte maneira: Reconhecer o que acertou, descrevendo e indicando o que precisa ser melhorado/revisto. Ex: Vamos, você está atrasada!!! Ainda nem guardou seu lanche! Alternativa usando a linguagem descritiva: Você já organizou o seu lanche. Agora só falta guardá-lo. O ERRO faz parte do processo de aprendizagem!

17 Para Samalin (1997), os educadores: (...) acreditam que podem fazer uma criança melhorar apontando o que há de errado com ela, mas a triste realidade é que a crítica reforça o próprio comportamento que está se tentando corrigir. No entanto, quando o educador se utiliza da linguagem descritiva, evita críticas hostis e que correm o risco de reforçar o comportamento do educando. Ainda que esta não seja uma tarefa fácil e demande treino, vigia e reflexão.

18 Outras razões para elogiar Iniciativa: boas ideias precisam ser valorizadas. Não importa o produto final. Valorização do processo. Esforço: a tentativa da criança precisa ser sempre reconhecida. Mesmo quando não consegue atingir o resultado esperado, ou poderá nem querer tentar da próxima vez.

19 Para ir além Textos: Super Interessante O problema do elogio: shtml O que acontece quando você fica elogiando a inteligência de uma criança.

20 Para refletir Elaborar uma lista sobre os elogios e colocar nas categorias: Valorativos e Descritivos, podem ajudar a ampliar o repertório. Pode-se compartilhar com outros professores, para discutir quais as consequências de cada um.

21 Referência bibliográfica FABER, A. (et al).elogio que não humilha, crítica que não fere. In: Como falar para o aluno aprender. São Paulo: Summus, 2005, p GINOOT, H. Elogio: Uma nova atitude. In: Pais e Jovens. Rio de Janeiro: Block editora, p SAMALIN, N. (et al). Amar seu filho não basta: Uma nova visão da disciplina infantil. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 1997.