A Polaridade no Sistema Internacional Pós-Guerra Fria

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1 Afonso Rodrigues Mariano Júnior A Polaridade no Sistema Internacional Pós-Guerra Fria Belo Horizonte 2006

2 Afonso Rodrigues Mariano Júnior A Polaridade no Sistema Internacional Pós-Guerra Fria Monografia apresentada ao Curso de Graduação de Relações Internacionais do Centro Universitário de Belo Horizonte. Orientador: Prof. Rafael Ávila Belo Horizonte 2006

3 Afonso Rodrigues Mariano Júnior A Polaridade no Sistema Internacional Pós-Guerra Fria Monografia apresentada ao Curso de Graduação de Relações Internacionais do Centro Universitário de Belo Horizonte. Belo Horizonte 2006 Orientador - Rafael Ávila Leonardo Ramos Danny Zahreddine

4 Sumário INTRODUÇÃO... pág. 04 CAPITULO 1 - A QUESTÃO DA POLARIDADE DO SISTEMA INTERNACIONAL E SUA SUSCETIBILIDADE EM RELAÇÃO AOS CONFLITOS... pág. 06 CAPITULO 2 AS CONSIDERAÇÕES POLÍTICAS E HISTÓRICAS DA ESTRUTURA SISTÊMICA NA GUERRA FRIA... pág O SURGIMENTO DAS GRANDES POTÊNCIAS... pág A LÓGICA DA GUERRA FRIA... pág O PODER E A PAZ NUCLEAR... pág O FIM DA BIPOLARIDADE... pág. 39 CAPÍTULO 3 O SISTEMA INTERNACIONAL NA ÚLTIMA DÉCADA DO SÉCULO XX... pág QUE PAZ?... pág. 56 CONCLUSÃO... pág. 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... pág. 65

5 Introdução Na área de Relações Internacionais, duas temáticas nunca saíram, de maneira geral, da pauta dos debates teóricos. Essas temáticas são a guerra e a paz. Muitos acreditam que a guerra, assim como, a paz estão intrinsecamente ligadas umas as outras, porém essa relação nem sempre é verdadeira. Ao longo da história humana nações e povos intercalaram momentos de guerra e paz, sem nunca terem realmente conhecido às razões que motivaram seu comportamento. Isso é devido ao fato de que, mais do que um ímpeto ou vontade, tanto a guerra quanto a paz são uma construção influenciada pela estrutura do sistema. O objetivo do presente trabalho é observar a estrutura do sistema internacional pontuando as diversas formas de como ele se articula, influencia e é influenciado em relação ao comportamento de seus principais atores, os Estados. A elucidação dessa dinâmica permite desvendar a inquietante pergunta: como a paz se relaciona com a estrutura do sistema e qual o objetivo da mesma? Uma vez, que a guerra, muita das vezes, pode ser considerada como produto do egoísmo humano, segundo Morgenthau ou através da busca pela maximização do poder, como diz Mearsheimer (2001). A relevância desse tema nas relações internacionais se expressa na incerteza que todo Estado tem em relação a sua sobrevivência. Incerteza essa que norteia as ações de um Estado dentro do cenário internacional. Assim sendo, é importante conhecer como o Estado age em relação às lacunas e constrangimentos que a estrutura do sistema, a guerra e a paz, colocam a sua frente. Esse conhecimento se faz necessário tanto para compreender as ações dos Estados no passado, quanto para prever seus possíveis passos no futuro. No primeiro capítulo iremos abordar como a estrutura do sistema internacional funciona, pontuando os aspectos da Teoria do Realismo Ofensivo, especificamente, através da explanação de Mearsheimer (2001). Para compreender como a polaridade sistêmica é construída e como ela se relaciona com a distinção de poder dentro do cenário internacional.

6 E, de certa forma, tentar estabelecer como a polaridade interfere na suscetibilidade para conflitos dos Estados no ambiente internacional. Após conseguirmos teorizar sobre a estrutura sistêmica e seus pressupostos, no segundo capítulo, passaremos a analisar através de uma observação histórica-estrutural como se constituía a polaridade durante a Guerra Fria, sem esquecer do contexto político e ideológico envolvidos naquele momento. Para tanto focaremos no comportamento dos principais Estados do período, evidenciando sua busca pela paz e também, de certa forma, como o sistema colabora para uma construção da mesma. Por fim, no terceiro capítulo lidaremos com a mudança da estrutura sistêmica ocorrida com o fim da Guerra Fria, para analisarmos se o comportamento das potências, ou até mesmo elas, foram modificados. Sem deixar de lado as considerações sobre a paz e o tipo de paz praticado nessa conjuntura sistêmica. É claro que para isso vamos utilizar a teoria exposta, no primeiro capítulo, para solucionar mais uma das grandes indagações do acerca do sistema internacional: qual tipo de estrutura vigora no pós-guerra Fria? E a resposta dessa pergunta é imprescindível para se estabelecer um vinculo entre o comportamento das potências e a sua suscetibilidade para conflitos envolvendo outras potências.

7 CAPITULO 1 - A QUESTÃO DA POLARIDADE DO SISTEMA INTERNACIONAL E SUA SUSCETIBILIDADE EM RELAÇÃO AOS CONFLITOS. Uma das construções centrais do tema se refere à questão da hegemonia, partindo dos pressupostos realistas de Mearsheimer (2001), temos a condição inerente de que os Estados são os principais atores das relações internacionais e os mesmos primam por sua sobrevivência dentro de um sistema anárquico. Esta anarquia do sistema é responsável pela busca constante de poder pelos Estados com o único objetivo de maximizá-lo em detrimento às demais potências. Para um Estado, o ponto central é se tornar a única hegemonia no mundo e, dessa forma, minimizar suas preocupações frente às ameaças de um outro Estado. Existe uma distinção entre as abordagens realistas no que se refere ao comportamento agressivo das potências, o realismo ofensivo indica que esse comportamento se dá devido à busca do poder pelas grandes potências. Essa diferença se expressa no realismo defensivo, exposto por Waltz (Waltz apud Mearsheimer, 2001), que apesar de colocar a reação agressiva das grandes potências como um fator relacionado à sobrevivência na anarquia do sistema internacional, vinculando essa necessidade dos Estados em se comportarem defensivamente para manter sua posição, ou status quo, no sistema internacional, usando à balança de poder. Realismo defensivo, que é frequentemente referido como realismo estrutural, entra em cena no fim de década de 1970 através de Waltz com a Theory of International Politics. Diferente de Morgenthau, Waltz não assume que as grandes potências são inerentemente agressivas porque elas estão atreladas ao ganho de poder; ao invés disso ele começa pela assumida posição de que os Estados meramente aspiram pela sobrevivência. (...) Não obstante, ele mantém que a estrutura do sistema internacional força as grandes potências a prestar cuidadosa atenção na balança de poder (Mearsheimer, 2001, pág. 19, tradução livre). A base teórica do realismo defensivo está arraigada na concentração de poder do Estado para manter a balança de poder. Ao contrario o realismo ofensivo afirma que os Estados se comportam para maximizar seu poder, tendo a hegemonia como objetivo final.

8 Mearsheimer (2001) expõe, ainda, que a anarquia força os Estados a procurar por segurança para competir com outros Estados por poder, porque poder é a melhor forma de garantir a sobrevivência. Assim, acredito que o realismo ofensivo, pontua de forma mais elucidativa, as reais intenções dos Estados em relação ao poder, por isso aplicaremos essa teoria ao longo desse texto. Particularmente, a anarquia força a procura de segurança por parte dos Estados para competir por poder com cada outro Estado, porque poder é o melhor caminho para sobreviver (Mearsheimer, 2001, pág. 19, tradução livre). Toda a construção teórica do realismo ofensivo de Mearsheimer (2001) é baseada em cinco pressupostos elementares. O primeiro se refere à anarquia do sistema internacional, sendo que essa anarquia não pode ser compreendida como caos ou falta de ordem e sim como a ausência de um ator capaz de sobrepujar a soberania dos Estados e ditar o comportamento dos mesmos. O segundo se refere a capacidade ofensiva militar que as grandes potências têm, e que podem ser utilizadas para danificar e possivelmente destruir uma as outras. O terceiro pressuposto afirma que os Estados nunca podem estar seguros em relação às intenções dos outros Estados, isso porque as motivações de um Estado podem mudar rapidamente ocasionando uma inversão de suas intenções em relação a um outro. O quarto ponto indica que a sobrevivência é o principal objetivo de um Estado, especificamente a manutenção da sua integridade territorial e de sua autonomia na ordem política doméstica, esse pressuposto é fundamental para a delimitação da soberania de um Estado e sobre o alcance de sua autoridade. Por fim, o quinto pressuposto afirma que as grandes potências são atores racionais, pois elas observam o ambiente externo e pensam estrategicamente como sobreviver nele, através da compreensão das preferências dos outros Estados, do seu próprio comportamento e de como esse comportamento afeta os demais Estados. Minha explicação para o porquê das grandes potências competirem umas com as outras por poder e se esforçarem para obter a hegemonia, é derivada de cinco suposições sobre o sistema internacional. Nenhuma destas suposições sozinhas determina que Estados se comportem competitivamente. No entanto, quando consideradas em conjunto, elas retratam um mundo em que os Estados têm uma

9 considerável razão para pensar e, às vezes, comportasse agressivamente. Em particular, o sistema encoraja os Estados a procurar oportunidades de aumentar ao máximo seu poder vis-a-vis outros Estados (Mearsheimer, 2001, pág 29, tradução livre). Porém, tornar-se uma hegemonia global é uma tarefa difícil de ser realizada, devido ao fato de que, para fazê-lo, o Estado precisa ser capaz de projetar poder por todo o globo. A tarefa é bastante complexa porque, segundo Mearsheimer (2001), o poder terrestre é o mais importante instrumento de poder militar do Estado, e não basta somente projetar poder sobre um pretenso Estado rival, deve-se ter a capacidade de dominá-lo em seu território. Sendo assim, para alcançar a condição de hegemonia global, o Estado precisa projetar seu poder terrestre no intuito de dominar o território de seu pretenso rival. A dificuldade disso é que o mundo possui grandes oceanos e diversos mares, e projetar poder terrestre através deles é uma tarefa complicada, pois o Estado a ser invadido terá vantagem para se defender de um possível ataque. Esse fator foi chamado de poder parador das águas, o principal motivo da não existência de uma hegemonia global. O principal impedimento a dominação mundial é a dificuldade de projetar poder através dos oceanos em direção ao território de uma grande potência rival (Mearsheimer, 2001, pág 41 tradução livre). (...) Largas massas de água são formidáveis obstáculos que causam significativos problemas de projeção de poder para as forças atacantes (Mearsheimer, 2001, pág 44, tradução livre). Portanto, aos Estados, resta apenas a condição de se tornarem hegemonias regionais, ou seja, alcançarem pleno poder militar e uma condição de riqueza favorável, em uma massa contínua de terra, onde não existam outras possíveis potências para rivalizar nessa disputa pela hegemonia regional. Essa situação requer um entendimento sobre a distinção de potências insulares e potências continentais, uma vez que tal condição geográfica pode habilitar um Estado quanto ao seu pretenso posto de Hegemon. Potências Insulares são consideradas Estados que estão separados de outras potências por grandes massas de água, Potências Continentais são aquelas que possuem dentro do seu próprio continente outras potências rivais na busca pela hegemonia. É importante estabelecer

10 que as potências regionais tendem a impedir o surgimento de outras possíveis potências, mesmo em outro território, porque elas se sentem ameaçadas por essa futura possibilidade. De certa forma, as potências querem expandir seu poder, visando maximizá-lo, sendo que, em última instância, elas primaram pela manutenção do status quo do sistema vigente, desde que isso garanta sua posição de potência. Por hegemonia global pode se entender que é uma situação na qual um único Estado alcança uma condição ímpar de poder bélico e de riqueza que o capacita a projetar essa poder por todo o globo, tamanha é essa capacidade que, mesmo que todos os demais rivais se unam, o Hegemon não poderá ser derrotado. Nas próprias palavras de Mearsheimer (2001): (...) é que exceto por um evento incomum onde um Estado alcance uma clara superioridade nuclear, isto é, virtualmente impossível para qualquer Estado alcançar a hegemonia global. O principal impedimento para a dominação mundial é a dificuldade de projetar poder através dos oceanos, em direção a uma grande potência rival (Mearsheimer, 2001, pág. 41, tradução livre). Em contrapartida existe a hegemonia regional, quando ocorre uma situação onde um Estado é capaz de projetar poder de forma similar ao de um Hegemon global, porém dentro de uma região específica onde não haja outro Estado que possa lhe fazer frente; mais uma vez segundo Mearsheimer (2001). A melhor situação que uma Grande Potência pode esperar ter é uma condição de hegemonia regional e possível controle de uma outra região próxima e acessível por terra. (...) Estados que alcançam a hegemonia regional esforçam-se por prevenir que Grandes Potências em outras regiões dupliquem seu feito (Mearsheimer, 2001, pág. 41, tradução livre). Outra concepção de hegemonia pode ser vista na teoria da estabilidade hegemônica, na qual Gilpin (2002) afirma que, para que haja a existência de uma hegemonia, é necessário que os outros Estados acreditem na legitimidade e na necessidade da existência da mesma. E para exercer esse papel, é necessário que a potência hegemônica se incline favoravelmente a uma ordem internacional liberal, ou seja, que ela tenha como objetivo determinados valores liberais. O que define, em última instância, uma potência hegemônica é o seu desejo e a sua

11 capacidade de estabelecer e manter as normas e regras de uma ordem econômica, e o enfraquecimento dessa ordem advindo do possível declínio dessa potência hegemônica. A Teoria da Estabilidade Hegemônica afirma que um tipo particular de ordem econômica internacional, a ordem liberal, não poderia florescer sem a presença de um poder hegemônico. É preciso também que a potência hegemônica tenha um compromisso com os valores do liberalismo, ou seja, que seus objetivos sociais e a distribuição interna de poder se inclinem favoravelmente a uma ordem internacional liberal. (...) A Hegemonia ou Liderança baseia-se na crença generalizada em sua legitimidade e, ao mesmo tempo, na necessidade de mantê-la. Os outros Estados aceitam a regra proposta pela potência hegemônica em razão de seu prestígio e status no sistema político internacional; faz-se necessário um grau considerável de consenso ideológico para que a potência hegemônica tenha o necessário apoio dos outros Estados poderosos (Gilpin, 2002, pág 92). Porém, a teoria da estabilidade hegemônica não debate determinados aspectos que devem ser considerados nessa abordagem, enfocando os fatores econômicos como principal meio de se alcançar à condição de Hegemon, vai além do consenso proposto por Gilpin (2002) e possui uma grande implicação na formação da estrutura do sistema internacional. Em relação à discussão proposta para o debate entre a relação da estrutura do sistema internacional e a possibilidade de paz, a explanação de Mearsheimer (2001) parece ser mais completa, abrangendo vários fatores, como o ganho de poder, que estão ligados à existência de uma hegemonia, o que leva a escolha da Teoria do Realismo Ofensivo para tratar desse tema. Continuando dentro do raciocínio de Mearsheimer (2001), essas questões de poder e hegemonia conduzem o sistema a três estruturas no cenário internacional, em relação à polaridade do sistema, sendo elas; a bipolaridade, a multipolaridade desbalanceada e multipolaridade balanceada, visto que hegemonia global (unipolaridade) é muito difícil, ou até mesmo impossível, de ser alcançada. E, por conseqüência, há uma discussão sobre qual dessas estruturas é menos inclinada para o conflito e como cada uma influencia nas relações entre as potências. Existe ainda uma estrutura conhecida como unipolaridade, essa estrutura pressupõe a existência de um único Estado capaz de influenciar e dominar todos os seus demais rivais,

12 sem que nenhum tenha, mesmo que juntos, a capacidade de sobrepô-lo. Porém, para a teoria de Mearsheimer (2001), essa estrutura é um aspecto descartável, uma vez que, segundo a própria teoria o único meio de se influenciar e dominar todo o globo, é através da hegemonia, fato impossível diante do poder parador das águas, que limitam a projeção de poder dos Estados, dessa forma a unipolaridade não é incluída dentro desse arcabouço teórico. A primeira estrutura possível de acontecer é a bipolaridade; o sistema bipolar ocorre quando duas potências de igual poder (ou pelo menos próximo disso) dividem as áreas de controle e de influência no mundo. Essas potências temem aquilo que podemos chamar de destruição mútua ou enfraquecimento mútuo, por possuírem capacidades mais ou menos simétricas de projeção de poder e de riqueza, elas evitam ao máximo um conflito direto, portanto torna a guerra um instrumento menos comum. O motivo disso, segundo Mearsheimer (2001) é: Assim, bipolaridade é a mais estável das diferentes conjunturas, por quatro razões. Primeira, há relativamente menos oportunidades para conflito na bipolaridade, e só um possível conflito fatal envolvendo as grandes potências. Segundo, o poder é distribuído mais equitativamente entre as grandes potências, o que é uma importante fonte estrutural de estabilidade. Além do mais, há oportunidade limitada para os grandes potências avançarem contra outros estados ou tirar proveito de potências menores. Terceiro, dissuade o cálculo errôneo e assim reduz a probabilidade que as grandes potências tropecem na guerra. Quarto, embora o medo esteja constantemente em jogo na política mundial, a bipolaridade não amplia essas ansiedades que assombram estados (Mearsheimer, 2001, pág. 346, tradução livre). De acordo com a citação descrita acima e partindo do marco teórico de Mearsheimer (2001), que desenvolve sua idéia a partir de elementos históricos como o período da Guerra Fria, a existência de armas nucleares e o temor da destruição mútua, então, a razão para que a bipolaridade seja considerada como a mais estável se dá pelos seguintes fatores: O primeiro refere-se à oportunidade de conflitos no cenário internacional, na qual a existência de duas grandes potências força os demais Estados a se enquadrarem dentro da esfera de influência das mesmas. De forma geral, conflitos que envolvam os Estados que façam parte dessas

13 esferas de influência (partindo da idéia de que eles fazem parte de lados diferentes na esfera de influência) tendem a ser considerados como da competência das grandes potências. Devido a isso, qualquer conflito entre pequenos Estados pode se tornar um conflito entre as grandes potências, configurando em uma situação de um único conflito, mesmo que maquiado através do engajamento de terceiros Estados. Por exemplo, suponhamos que Brasil e Argentina entrem em guerra e que eles façam, respectivamente parte da esfera de influência dos EUA e da URSS. Os resultados dessa guerra podem interferir no campo de influência das grandes potências, portanto elas se preocupam em garantir que sua esfera permaneça intacta, engajando-se indiretamente no conflito. Em suma, existe apenas um conflito que envolve as duas grandes potências e a possibilidade de um enfrentamento direto entre as mesmas. O segundo é referente à equidade de poder entre as duas potências, ou seja, as capacidades desses Estados são similares e isso contribui para que haja uma maior estabilidade no sistema internacional. Isso dá, ao sistema internacional, uma maior estabilidade em relação aos possíveis conflitos que as ações dos Estados poderiam acarretar, refreando o comportamento ofensivo dos mesmos. Um exemplo disso pode ser visto dentro da lógica da Guerra Fria, na qual os EUA não invadiram Cuba para não causar uma reação da URSS. Uma vez que, por disporem de recursos semelhantes, evitavam ao máximo entrar em um conflito direto com o outro. O terceiro fator é redução dos erros de cálculo com a função de se evitar guerras, isso se dá por causa do menor número de atores envolvidos nas decisões das grandes potências, já que, no sistema bipolar, existem apenas duas e fica menos complexo calcular as possibilidades que abarcam o envolvimento e a atitude das mesmas. Como, por exemplo, a própria invasão citada acima, os EUA já calculam que se eles tomarem essa atitude, ela será respondida pela URSS e isso, provavelmente, levará as duas grandes potências ao conflito.

14 O quarto e último fator afirma que a bipolaridade não amplia o medo existente na política mundial, isso pode ser explicado pela própria divisão do sistema internacional em duas esferas de influência, pois já se sabe as intenções e os limites que essas potências possuem e isso não permite muitas surpresas no cenário internacional. Um exemplo claro disso é, no período da Guerra Fria, o medo da destruição por intermédio das armas nucleares já era uma constante ameaça para os Estados, sendo impossível aumentar o temor advindo da ameaça à sobrevivência do Estado. A segunda estrutura possível para o sistema internacional é a multipolaridade balanceada, ou equilibrada; uma estrutura na qual existem três ou mais potências e todas possuem uma certa simetria de poder e de riqueza, tornando difícil distinguir a mais poderosa dentre todas. Elas disputam as mesmas áreas de influência, mas são menos propensas a projetar seu poder sem evitar uma grande possibilidade de conflitos. São três as razões que tornam esse sistema mais propenso à guerra: Primeiro, por apresentar uma maior possibilidades para o conflito principalmente entre as próprias grandes potências. Guerras que envolvem simultaneamente grandes potências são incomuns. Segundo, o poder pode ser distribuído desigualmente entre os Estados principais, e esses com capacidade militar maior estarão inclinados a começar guerras, porque eles podem pensar que tem a capacidade de vencer os outros. Essa também será a oportunidade para as grandes potências atacarem terceiros Estados e coagir ou conquistar as potências menores. Terceiro, o erro de calculo é um sério problema, embora os níveis altos de temor entre as grandes potências sejam improváveis, porque não há lacunas excepcionais de poder entre os estados principais no sistema (Mearsheimer, 2001, pág. 346, tradução livre). Os fatores que para Mearsheimer (2001) delineiam à multipolaridade balanceada devem ser considerados em comparação com o sistema bipolar, sendo colocados da seguinte forma: O primeiro fala sobre a maior ocorrência de conflitos devido a existência de uma terceira ou mais grandes potências no cenário internacional. Isso eleva o número de conflitos, envolve as grandes potências e não garante a proteção dos demais Estados, por exemplo, a Guerra da Criméia (1853), situação na qual a Rússia atacou o Império Otomano, que recebeu ajuda com a entrada da França e da Inglaterra para o seu lado.

15 O segundo se refere à desigualdade da distribuição do poder e a coloca como um dos motivos que propiciam a ocorrência de guerras. As grandes potências, devido a esse fator, tendem a se inclinarem mais em direção a guerra, pois elas não possuem uma medida correta sobre a capacidade militar de um outro Estado. Outro exemplo pode ser visto na própria Guerra da Criméia, na qual de acordo com a quadro abaixo, não é possível mensurar em termos de contingente militar o real poder de uma das potências. Nota-se que em termos de forças armadas a Rússia, praticamente, duplica seu exército. Enquanto os demais Estados pouco ampliaram suas tropas, no mesmo período de tempo. Número de homens nas forças armadas européias ( ) Guerra da Criméia Áustria Reino Unido França Prússia Rússia fonte: Mearsheimer, 2001, pág 352 Tabela 9.2, tradução livre. O terceiro coloca em questão os erros de cálculo, pelo o único e simples motivo da existência de mais Estados considerados como grandes potências. O exemplo disso se compara com o sistema bipolar na qual se tem, entre as grandes potências, uma única possibilidade de guerra, que é A x B. No sistema multipolar, com apenas três grandes potências, há possibilidade de vários conflitos, como A x B, A x C, B x C, A x B x C, A x (B + C), B x (A + C) e C x (A + B), entre outras combinações dessas variáveis, sendo muito mais complexo o cálculo de tais possibilidades de conflito, isso aumenta consideravelmente as chances de erro de cálculo.

16 Por fim, a terceira, a multipolaridade desbalanceada; ocorre quando existem três ou mais potências, porém uma já alcançou tamanho poder militar e riqueza, isso torna sua relação com as demais assimétrica, esse Estado pode ser considerado como um pretenso Hegemon regional. Mearsheimer (2001) explica esse sistema da seguinte forma: É a forma mais perigosa de distribuição de poder. Não somente por possuir todos os problemas da multipolaridade balanceada, também sofre do pior tipo de desigualdade: a presença de um potencial Hegemon. Isso declara que ambos tem capacidade significativa de causar problema e desova níveis altos de temor entre as grandes potências. Ambos esses desenvolvimentos aumentam a probabilidade de guerra, sendo possível envolver todas as grandes potências no sistema e é especialmente custoso (Mearsheimer, 2001 pág. 347, tradução livre). A multipolaridade desbalanceada possui a existência de um pretenso Hegemon como um dos fatores preponderantes para que esse tipo de sistema seja o mais propenso a guerra entre as grandes potências. A presença desse Hegemon, segundo o próprio Mearsheimer (2001), aumenta o nível de medo entre as grandes potências. Potenciais Hegemons também levam à guerra pelo aumento do nível de temor ou medo entre as grandes potências. Medo é endêmico para os Estados no sistema internacional, e ele guia a competição por poder, de modo que possa aumentam suas possibilidades de sobrevivência nesse mundo perigoso. O surgimento de um potencial Hegemon, no entanto, torna as outras grandes potências especialmente temerosas, e elas procuraram, duramente, por meios de corrigir esse desbalanceamento de poder sendo inclinadas a perseguir de forma arriscada políticas mais seguras. A razão é simples: quando um Estado ameaça dominar os demais, o valor de longo termo para permanecer em paz declina e os Estados ameaçados estarão mais dispostos as possibilidades de melhorar sua segurança (Mearsheimer, 2001, pág 344, tradução livre). É justamente essa maior disposição para aumentar a segurança que torna o sistema multipolar desbalanceado mais propenso aos conflitos, envolvendo as grandes potências. Esse temor que as demais potências sentem em relação ao potencial Hegemon torna essa estrutura mais apta às situações de insegurança, o que leva a medidas para a garantia da sobrevivência e possivelmente aos conflitos. No decorrer da história mundial, tivemos períodos intercalados de multipolaridade balanceada e desbalanceada, bem como de bipolaridade que ocorreram mais comumente na antiguidade e, mais recentemente, durante a Guerra Fria. A lógica desse período se difere dos

17 demais por um motivo que vai além da existência de apenas duas potências, esse fato é encontrado na questão das armas nucleares, sendo que esse poderio bélico coloca em xeque a segurança dos Estados, mesmo as potências, devido ao seu enorme poder destrutivo. A impressionante ausência de conflitos envolvendo diretamente as grandes potências durante a Guerra Fria, pode ser observada através do prisma de garantia da sobrevivência, dentro de algo que pode ser chamado de paz nuclear. Para entender essa corrente de raciocínio é preciso voltar um pouco na idéia de paz armada, essa paz é alcançada da seguinte forma: as duas principais potências sentiam-se mutuamente ameaçadas uma pela outra, no intuito de minimizaram essa insegurança elas passaram a se armar, e quando uma potência adquiria um instrumento de guerra mais avançado a outra se sentia impelida pela necessidade de sobrevivência a conseguir igualar esse avanço e superar a rival com uma outra inovação bélica. Essa prática ficou conhecida como corrida armamentista, que gerou a doutrina do Mutual Assured Destrution, ou seja, destruição mutua assegurada (MAD), fator que contribuiu para um mundo mais estável em relação aos conflitos envolvendo Grandes Potências. Uma vez que um conflito mesmo que convencional, entre as potências se inicie, não se pode garantir que o mesmo não alcançará uma escala nuclear. Mearsheimer (2001) argumenta que, (...) todas as Grandes Potências pensam que guerras convencionais e nucleares são parte de uma mesma rede, e que não há um caminho distinto entre os dois tipos de conflitos (Mearsheimer, 2001, pág. 132, tradução livre). Porém, essa frágil dimensão do emprego do tipo de guerra num determinado conflito e suas possíveis conseqüências levam os tomadores de decisão a optarem por métodos convencionais de combate, evitando uma possível situação de MAD. Esse ciclo de avanços militares cresce de forma espiral e nunca soluciona o problema da insegurança, por conseguinte as potências nunca sabiam o real poder da outra e, evitavam

18 ao máximo, um conflito que as envolvessem diretamente, essa era a lógica baseada na corrida armamentista que, por fim, gerou a paz armada. Esses avanços militares conseguiram produzir cada vez mais armas com capacidade de destruição massiva, e os Estados se sentiram impelidos a alcançar esse tipo de tecnologia nuclear, porém a obtenção desse tipo de tecnologia também não diminui a questão da insegurança. Tamanha foi à aquisição desse tipo de arma, que uma guerra na qual elas fossem utilizadas, acabaria em uma destruição mútua e na destruição do mundo. Como o sistema bipolar é menos suscetível aos erros de cálculo, a probabilidade de um conflito se estender para uma guerra de grandes proporções é muito maior, por isso, as potências se sentem mais compelidas a dialogar e cooperar evitando ao máximo uma guerra. O fato de sistemas bipolares serem menos suscetíveis aos erros de cálculo, e o fato de sistemas multipolares serem mais suscetíveis aos mesmos, deve-se ao número de Grandes Potências interagindo no sistema, sendo que haverá no sistema multipolar no mínimo o envolvimento de três potências, e somente a inclusão dessa terceira potência aumenta o número de interações no sistema. Tal fato multiplica a quantidade de informações necessárias, para a elaboração de análises referente às Potências, aumentando as possibilidades de interação decisiva entre elas, o que leva á uma maior margem para o erro de cálculo. Portanto a questão da suscetibilidade da existência de conflitos, seja entre grandes potências ou outros Estados, está diretamente vinculada à estrutura do sistema internacional. Não que os Estados não possuam motivos suficientes para entrar em conflito, mas, pelo fato de a conjuntura e a dinâmica das relações internacionais permitirem a existência de um maior ou menor número de constrangimentos para que haja esse tipo de contenda entre os Estados. Sendo assim, a existência de paz ou não no sistema internacional não pode ser avaliada somente em relação a ausência ou presença de conflitos, mas também por um maior número de fatores como, por exemplo, a estrutura sistêmica, a situação política e a conjuntura

19 histórica. Somente dessa forma, podemos averiguar se determinada polaridade sistêmica é mais favorável para a paz ou não. É dessa maneira que, no próximo capítulo, iremos observar e analisar, as considerações políticas e históricas no período final da Guerra Fria e na década de 1990, para delimitarmos a possível estrutura do sistema internacional na última década do século XX e relacioná-la com a suscetibilidade de conflitos e as possibilidades de paz.

20 Capitulo 2 As Considerações Políticas e Históricas da Estrutura Sistêmica na Guerra Fria. Nesse capítulo iremos abordar a Guerra Fria através da teoria sistêmica, vista no capítulo anterior, atentando para a estrutura bipolar e as considerações políticas e históricas que envolveram a disputa de influência entre as duas grandes potências do período. Para tanto devemos ter uma rápida compreensão do contexto que possibilitou EUA (Estados Unidos da América) e URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), se tornarem as principais potências do sistema internacional. O quadro que gerou essa situação foi a Segunda Guerra Mundial ( ), uma disputa onde alguns Estados motivados pelo expansionismo de seus governos autoritários, como a Itália e a Alemanha, entraram em um combate contra as demais nações, principalmente na Europa e na Ásia, tomando proporções mundiais. De um lado os Estados de regime autoritário, Alemanha, Itália e Japão e do outro um bloco composto por Inglaterra, França, EUA e Rússia, respectivamente o Eixo e os Aliados. A Segunda Guerra Mundial durou de 1939 até 1945, ano em que o Exército Vermelho (URSS) adentrou em Berlim, capital da Alemanha, impondo ao eixo sua rendição. A Itália já havia se rendido anteriormente em 1943 e o Japão se rendeu para os EUA em 1945, após a derrota do exército imperial para a União Soviética na Manchúria e o ataque nuclear infligido pelos norte-americanos. O desfecho da guerra se deu com a derrota dos Estados do Eixo e com a mudança sistêmica, que se consolidou em uma estrutura bipolar, possibilitando os EUA e a URSS, o status de grandes potências do cenário internacional. Vale lembrar que a estrutura vigente no período anterior a Segunda Guerra Mundial era multipolar balanceada e que os Estados que entraram em beligerância durante a mesma eram as principais potências daquele período.

21 2.1-O Surgimento das Grandes Potências Ao findar da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética eram um dos únicos Estados que tinham condições para de fato disputar o poder no mundo que se recompunha. Para Mearsheimer (2001), o poder de uma potência deve ser baseado nas capacidades materiais que cada Estado possuiu e ele é dividido em dois tipos: O poder latente que é baseado na riqueza do Estado e no tamanho de sua população, em outras palavras se refere ao potencial que um Estado tem para construir sua força militar e lutar suas guerras. E o poder militar que é baseado no tamanho e na força do exército 1 de um Estado somado ao suporte naval e aéreo. Estados têm dois tipos de poder: poder latente e poder militar. Essas duas formas de poder estão intimamente relacionadas, mas não são sinônimas, porque elas derivam de tipos diferentes de qualidade. Poder latente refere-se a ingredientes socioeconômicos que podem construir o poder militar; ele é baseado na riqueza e no tamanho total da população do Estado. Grandes potências precisam de dinheiro, tecnologia e pessoas para construir sua força militar e lutar suas guerras, e o poder latente do Estado refere-se ao potencial de matéria-prima que ele pode dispor quando compete com um Estado rival. (..) Poder militar é baseado largamente no tamanho e na força do exército de um Estado e no suporte de forças aéreas e navais. Mesmo num mundo nuclear, os exércitos são o principal ingrediente do poder militar (Mearsheimer, 2001, pág. 55 e 56, tradução livre). Parte Relativa de Riqueza Européia, EUA 54% 58% 61% 63% Alemanha 22% 23% 23% 19% URSS 12% 7% 7% 9% Reino Unido 9% 9% 9% 9% Itália 3% 3% Fonte: Mearsheimer, 2001, pág. 73, tabela 3.4, tradução livre. 1 O poder terrestre é considerado como o mais importante, pois para que um outro local seja dominado é necessário a presença de tropas terrestres. (...) Eles certamente podem contribuir para o sucesso de uma campanha militar, mas as guerras são vencidas principalmente em terra. Os mais poderosos Estados são aqueles que possuem as mais formidáveis forças terrestres. (Mearsheimer, 2001, pág. 56, tradução livre).

22 Os motivos pelos quais esses dois Estados alcançaram tal condição como potências no pós-segunda Guerra Mundial foram cruciais para a formação da nova estrutura sistêmica, ou seja, um mundo dividido em dois grandes blocos de influência, capitalistas e comunista respectivamente EUA e URSS. O quadro anterior mostra o aumento percentual da economia norte-americana, provavelmente, proveniente do comércio com a Europa, nos anos que se seguiram durante a Segunda Guerra Mudial. Os Estados europeus, mais precisamente a Inglaterra e a França não tinham condições para desfrutar os ganhos políticos e econômicos da guerra, uma vez que a Europa foi o principal cenário da mesma e os países precisavam se reestruturar. Tal fato afastou temporariamente não só esses dois Estados das grandes decisões mundiais, visto que França e Inglaterra faziam parte do grupo de Estados vencedores da Segunda Guerra Mundial e figuravam como defensores do capitalismo junto aos EUA, mas também toda a Europa. No continente asiático, os avanços japoneses durante a guerra e o próprio estágio de desenvolvimento dos demais países impediram, mesmo que temporariamente, uma reação por parte de qualquer um deles, principalmente a Coréia e a China. Nota-se também que boa parte dos países asiáticos já se encontravam sob a égide da URSS, o que diminuía consideravelmente qualquer articulação nesse sentido, os Estados asiáticos que não haviam aderido ao modelo soviético através da ascensão ou revolução de seus partidos comunistas, tiveram sua vontade política, de certa maneira, coibida ante ao domínio soviético por intermédio da coação do poderio militar da URSS. Quando o terceiro Reich finalmente ruiu em abril de 1945, a URSS se tornou o mais poderoso Estado europeu. A queda do império japonês quatro meses depois, levou a URSS a também se tornar o mais poderoso Estado no nordeste da Ásia. Não havia nenhuma outra grande potência na Europa ou no Nordeste da Ásia que pudesse parar o poderoso exército vermelho nessas regiões e estabilizar a hegemonia soviética. Os EUA foi o único Estado poderoso o bastante para conter a expansão soviética (Mearsheimer, 2001, pág 322, tradução livre). A África, que também foi palco de algumas batalhas durante a guerra e que há séculos havia estado sobre o domínio das metrópoles européias, não tinha sequer um Estado em

23 condições de galgar um posto de grande influência e destaque mundial. Ao contrário, o continente tinha a possibilidade de se desvincular do colonialismo europeu, e alcançar a independência de seus países. O único problema era que devido à demarcação arbitrária do limite territorial dos países, o continente emergiu em diversas guerras civis, que acabaram por atravancar ainda mais o desenvolvimento dos mesmos. Por fim o continente americano também não possuía Estados com condições de superar as dificuldades de desenvolvimento e se destacar mundialmente. Sendo que a maioria desses países, devido a suas possibilidades políticas, na época alguns desses Estados que sofriam com problemas de insurreições e adotavam políticas ditatoriais, muita das vezes financiadas pelo capital estrangeiro, preferiram aderir a égide norte-americana, uma vez que o mesmo era o único país da região que durante a guerra havia atingindo a condição de potência, e possuía riqueza e poder militar, suficiente para garantir esses Estados. Fonte: acessado em 2 de outubro de Assim o mundo havia sido dividido, de um lado os EUA e do outro a URSS, e a estrutura do sistema internacional também se modificou para o sistema bipolar. As condições pelas quais esses Estados chegaram a essa situação no final da Segunda Guerra Mundial não ocorreram somente pela não existência de possíveis candidatos à potência, e sim, por os dois

24 países possuírem outras características, das quais as mais importantes em relação à teoria realista de Mearsheimer (2001) serão mostradas ao decorrer do presente capítulo. Apesar da rápida desmobilização dos seus exércitos, os norte-americanos saíram do conflito, em termos de poder, em situação realmente invejável. A guerra beneficiara os EUA em vários sentidos: seu território não sofrera danos matérias por não ter sido campo de batalha; suas perdas humanas foram menores se comparadas com as dos outros países beligerantes 2 ; sua economia saiu fortalecida pelo esforço de guerra; o monopólio da força atômica dava-lhe a certeza de uma segurança relativamente barata e otimista e, por fim; a derrocada do Império Britânico dava aos EUA a condição de exercer o papel hegemônico frente aos interesses do capitalismo. A URSS, não obstante as grandes perdas materiais e humanas que sofrera com a guerra 3, era um dos poucos países, além dos EUA, em condições de manter seus subsistemas, dadas as enormes potencialidades naturais do país. Em 1945 o exército soviético ocupava a Europa Oriental além do rio Elba e seus domínios já alcançavam a Europa Central. Decorrente da desmobilização do exército norte-americano nessa região a URSS se tornou a maior força armada do mundo. Como podemos observar no quadro a seguir as maiores baixais durante a Segunda Guerra Mundial, com exceção da URSS, ocorrem nos países do leste da Europa, principalmente na Polônia, que serviu como colchão entre os exércitos da Alemanha e da União Soviética. 2 Como visto na tabela Quadro de Perdas Humanas II Guerra Mundial. 3 Idem.

25 Quadro de perdas humanas - II Guerra Mundial País Alemanha França Itália Polônia Grã-Bretanha Iugoslávia Tchecoslováquia URSS USA Japão China Perdas humanas (soldados) Fonte: Y.Durand Naissance de la guerre froide, Paris, pag. 47, publicado no site acessado em 13 de novembro de E ao final da guerra, assumiu o propósito de expandir seu poder de influência nos antigos Estados ocupados pelos nazistas assegurando a presença definitiva dos soviéticos nos territórios do Leste Europeu. Apesar de possuir condições favoráveis a um domínio hegemônico global a URSS havia saído bem desgastada do conflito e não percebia uma guerra contra os EUA como algo plausível naquele momento. A hegemonia, no entanto, não foi possível por duas razões: primeiro, dado a grande quantidade de danos infligidos pelo terceiro Reich na União Soviética, Stálin tinha que se concentrar na reconstrução e recuperação pós-1945, não iniciar outra guerra. Assim ele diminuiu o tamanho das tropas militares soviéticas de 12,5 milhões de soldados para 2,9 milhões em Segundo, os EUA era um país enormemente rico que não tinha a intenção de permitir o domínio completo da URSS na Europa e no Nordeste de Ásia (Mearsheimer, 2001, pág 198, tradução livre). Essas circunstâncias, impulsionadas pelo caráter expansionista das ideologias dominantes em cada uma dessas potências, agruparam os componentes que levariam à formação de dois blocos antagônicos e à conseqüente bipolarização do mundo, com seus vários atores se posicionando em torno desses dois pólos de poder.

26 2.2-A Lógica da Guerra Fria As tensões resultantes do confronto dessas duas superpotências alimentaram todo o contexto da Guerra Fria. Essa definição se deu, segundo Pereira (1984), da seguinte maneira: Guerra, porque os diplomatas dos dois blocos não podiam e nem queriam acertar suas divergências por meio de negociações e Fria, porque também não podiam e nem queriam acertá-las através da força (Pereira, 1984). Durante quarenta anos o mundo foi dividido e influenciado por duas linhas de pensamento, a norte-americana e a soviética, sendo que nesse período o conflito ideológico velado entre essas potências foi marcado por duas correntes, a corrida armamentista e a paz armada. A corrida armamentista pode ser associada com o dilema de segurança, uma vez que os Estados se armam cada vez mais, para se sentirem seguros quanto uma possível ameaça do outro. Seguindo uma lógica racional onde, quanto mais um estado se arma mais ameaçador ele tende a parecer para o outro, e que esse por sua vez busca se armar para minimizar sua insegurança frente ao primeiro. Por exemplo, no final da Segunda Guerra Mundial o EUA era o único Estado possuidor de armamento nuclear 4. Esse fato dava os EUA uma vantagem bélica em relação a URSS, que busca seu programa atômico a fim de igualar-se aos EUA em termos de armamento. Dessa forma os EUA investem na pesquisa de armamentos que possam lhe dar vantagem sobre o seu rival, tendo uma ação de igual proporção por parte da URSS, dessa forma gerando um ciclo espiral. Como visto no capítulo anterior, essa espiral culmina em uma preocupação por parte dos Estados, onde uma possível guerra entre essas potências terminaria na destruição mútua das mesmas, é nesse momento que podemos observar a paz armada. Visto que a busca por armamentos pelos Estados em questão foi tamanha, que a incerteza sobre quão capacitado o 4 Existem diferenças entre nuclear e atômico, porém usaremos o tremo genérico que é nuclear.

27 inimigo possa ser, deixa uma boa margem para o erro de cálculo. É valido pensar que os Estados prefiram não entrar em confronto direto, sendo assim, o sistema internacional permanece ausente de conflitos diretos entre as grandes potências, enquanto as mesmas se armam buscando se precaver de uma guerra posterior. O dilema de segurança que é um dos grandes conceitos da literatura de relações internacionais, reflete a lógica básica de realismo ofensivo. (...) Os Estados que aumentam seu poder relativo ao máximo estão preocupados principalmente com a distribuição de capacidades materiais. Em particular, eles tentam obter uma grande vantagem de poder sobre seus possíveis rivais, porque o poder é o melhor meio para sobreviver num mundo perigoso. (Mearsheimer 2001, tradução livre). O fato mais importante para a alteração da balança de poder entre as grandes potências na Guerra Fria, foi o fim do monopólio atômico que os EUA detinham desde A URSS, em setembro de 1949, alcançou a condição de possuidor de armamento nuclear, dando início ao projeto soviético de se chegar à paridade nuclear com os norte-americanos, esse fato culminou numa situação de dissuasão recíproca 5, sendo que as duas potências possuiam uma tecnologia militar parelha (na época o armamento nuclear era tido como o ultimo avanço em tecnologia bélica). Os termos de utilização desse poderio deixavam de pender somente para um dos lados da balança de poder. Essa igualdade de condições acerca da tecnologia nuclear colaborou ainda mais para a vertente da paz armada, e demonstrou claramente à dinâmica da corrida armamentista. A corrida armamentista deve ser vista nesse caso como, o meio pelo qual, as grandes potências se garantem em relação ao dilema de segurança, levando em consideração de que quanto maior for o poderio de uma delas tão maior será o de sua rival. Essa garantia de uma destruição mútua das partes beligerantes, em se tratando de grandes potências possuidoras de armas nucleares, compele o sistema internacional a uma situação de equilíbrio em razão da dissuasão proporcionada pela capacidade destrutiva de ambas as grandes potências. 5 A dissuasão atômica e nuclear está na capacidade do país detentor da tecnologia de usá-la ou não contra um inimigo. E por dissuasão podemos entender que é um ato que visa inibir o outro de usar de certos meios ou ter certos comportamentos, isto é se a política determinar que o objetivo seja impedir a concretização das ameaças por parte do outro (Loureiro dos Santos, 1983, pág. 327).

28 Dessa forma as superpotências, para manter sua fonte de poder político inalterado, usam da corrida armamentista para manter as bases de sua segurança uma vez que o atual equilíbrio mantido pela dissuasão mútua, resultando em dois fatores essenciais: a existência de um potencial de destruição adequado e absolutamente eficaz e a credibilidade do uso desse potencial de destruição. A tese de segurança máxima exige cada vez mais armamentos com um maior potencial de extermínio que o obtido anteriormente. A dissuasão atômica se apóia, fundamentalmente, na capacidade ofensiva da potência nuclear. Representa a possibilidade de resposta imediata e arrasadora ao ataque inimigo (Pereira, 1984, pág. 87). Os Estados interpretam a busca por segurança de um outro Estado, que tenha uma capacidade potencial de ameaçar a sobrevivência do primeiro, como um problema de segurança e dessa forma tomam atitudes similares para minimizarem essa insegurança. Assim, a maioria dos Estados que se sentem inseguros adotam medidas para diminuir ou eliminar essa insegurança. Essas medidas, em grande parte, são de âmbito bélico, portanto são percebidas por outro Estado como uma potencial ameaça, E esse Estado no intuito de se sentir mais seguro em relação ao primeiro Estado também se arma, gerando insegurança no mesmo e colaborando para a continuação dessa espiral na busca pela segurança através de armamentos militares. Nesse momento a segurança é invisível, qualquer tentativa de melhorar a segurança de um Estado por conseqüência do aumento da segurança de um outro, somente acelera a corrida armamentista via o dilema de segurança. Sendo assim, ações defensivas podem ser interpretadas como uma ameaça ofensiva (Terrif, 1999, pág.77, tradução livre). Foi dentro dessa linha de ação que os EUA e a URSS agiram durante todo o período da Guerra Fria, devido à assumida posição como potências regionais. Os EUA para contrapor a influência da URSS, mantinham um considerável contingente militar e uma política voltada a manutenção do maquinário de guerra, em tempos considerados de paz. A URSS também respondia, com medidas semelhantes, às medidas de aumento do maquinário bélico norteamericano. Em termos mais claros, a questão da corrida armamentista e da paz armada, forçavam as duas potências regionais, a disputar suas áreas de influência no âmbito

29 diplomático através de tramitações políticas no foro da Organização das Nações Unidas (ONU) 6. Porém por vezes essas disputas envolvendo as grandes potências, como no caso da Guerra Civil Grega ( ) e da Guerra do Vietnã ( ) que passaram da questão político-diplomático para combates militares indiretos, ou seja, as duas potências se enfrentavam veladamente por intermédio de países do terceiro mundo. Uma boa exemplificação desse tipo de disputa entre os EUA e a URSS foi a Guerra da Coréia, que ocorreu sob a bandeira da ONU. Esse conflito ideológico e militar se desenvolveu de 1950 a 1953, colocando o bloco soviético, de um lado e o bloco americano aliado às forças das Nações Unidas, de outro. Com o fim da Segunda Guerra Mundial a Coréia é dividida em duas zonas de ocupação, a norte-americana ao sul, e a soviética ao norte, correspondendo à bipolaridade sistêmica da Guerra Fria. Na realidade a península coreana havia sido ocupada pelas tropas japonesas desde 1910, com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial essas tropas se renderam ao sul para o exército dos EUA e ao norte para o exército Soviético, sendo assim separadas pelo paralelo 38º. Essa disputa por influência na península da Coréia, acarretou na divisão da região em dois países distintos, a Coréia do Norte (República Democrática Popular da Coréia) e a Coréia do Sul (República da Coréia), respectivamente aliadas ao bloco soviético e aos EUA e seus aliados. Em meio a disputas no âmbito político e diplomático, todas as tentativas de reunificação fracassaram, com ambos os lados reivindicando jurisdição completa sobre o território coreano. Esse fato tornou a fronteira entre os dois Estados uma região de grande tensão. 6 A Organização das Nações Unidas (ONU) é a organização internacional fundada em 1945 com o objetivo de manter a paz e a segurança internacionais; estabelecer relações cordiais entre as nações do mundo, obedecendo aos princípios da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos; e incentivar a cooperação internacional na resolução de problemas econômicos, sociais, culturais e humanitários. A evolução histórica das Nações Unidas foi determinada durante quase meio século pela "guerra fria" e pela rivalidade entre os dois grandes blocos econômico-políticos então existentes: o capitalista e o socialista. Essa situação perdurou durante aproximadamente meio século, ou seja, até a dissolução da União Soviética, no início da década de ( acessado dia 22 de setembro de 2006).

30 Nesse contexto podemos observar a disputa clara entre as potências norte-americana e soviética, no que se refere à questão da hegemonia regional, citada no primeiro capítulo. Os EUA buscavam quebrar a influência da URSS mantendo um governo pró-americano o mais próximo possível do território soviético, em contrapartida o outro bloco tentava diminuir a proximidade americana através da manutenção e do apoio a um governo pró-soviético, mesmo que isso acarretasse na divisão de um terceiro Estado ou até mesmo em uma guerra que envolvesse essas partes. Em 25 de junho de 1950, após a retirada nos anos anteriores dos exércitos da URSS e dos EUA, as tropas da Coréia do Norte, realizaram um ataque surpresa e invadiram o sul em uma tentativa de unificar o país sob o regime comunista. Nesse mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU, aproveitou-se da ausência do representante da URSS, e declarou a República Popular da Coréia agressora, nomeando o general norte-americano MacArthur para chefiar as tropas de intervenção da ONU, na Coréia. No dia 15 de setembro, as forças da ONU, que eram compostas quase totalmente por soldados norte-americanos, lançaram um contra ataque às tropas invasoras. A URSS não se envolveu diretamente no conflito, limitando-se a ajudar militarmente os norte-coreanos. Os combates foram violentos e as tropas da ONU avançaram através do território da Coréia do Norte. No fim de outubro, os norte-coreanos foram obrigados a recuar para o rio Yalu, próximo à fronteira com a China. Se sentido ameaçado, o governo chinês entrou na guerra, com uma grande ofensiva, forçando o recuo das tropas da ONU. Em 4 de janeiro de 1951, os chineses conquistaram a capital da Coréia do Sul. Vale lembrar nesse momento que as potências dentro do sistema bipolar, devido à simetria de poderes e a possibilidade de destruição ou enfraquecimento mútuo, evitam ao máximo um conflito direto entre as mesmas. Em sua obra Mearsheimer (2001) aponta duas possíveis estratégias das quais as grandes potências podem utilizar para manter inalterada a

31 balança de poder, principalmente quando se sentirem ameaçadas. Essas estratégias são: Balancing 7, quando uma grande potência assume a responsabilidade direta de prevenir uma agressão frente uma mudança da balança de poder. E Buck-passing 8, quando um Estado repassa para outro Estado, também ameaçado, a tarefa de deter uma possível agressão, evitando os encargos da luta. As grandes potências preferem utilizar a estratégia de buckpassing em detrimento a de balancing. Via de regra, as potências resolvem suas disputas através de terceiros Estados, sobretudo quando procuram ampliar sua área de influência em territórios onde a outra potência já possui ou busca essa mesma condição, sem se comprometer diretamente com o conflito e ainda repartindo o custo do mesmo com os demais Estados beligerantes. Desde que as grandes potências maximizaram sua parte do poder mundial, elas investem pesadamente em defesa e constroem forças formidáveis de luta. Essa capacidade militar impressionante é normalmente suficiente para deter Estados rivais frente a uma mudança da balança de poder. Mas ocasionalmente, grandes potências altamente agressivas, que são mais difícil de conter, entram em cena. Especialmente Estados poderosos como potenciais hegemons, invariavelmente caem nesta categoria. Para lidar com estes agressores, as grandes potências ameaçadas podem escolher entre duas estratégias: balancing e buck-passing. Elas invariavelmente preferem buck-passing, embora às vezes eles não tenham outra escolha senão utilizar o balncing contra uma ameaça (Mearsheimer, 2001, pag. 155, tradução livre). Uma nova ofensiva norte-americana, através da ONU, entre fevereiro e março, empurrou as tropas chinesas e norte-coreanas de volta ao paralelo 38º. Desde então, as posições permaneceram inalteradas durante mais dois anos de combate, o que resultou em muitas baixas para ambos os lados. A paz veio somente com o Armistício de Panmunjom, assinado em 27 de julho de O acordo manteve a fronteira entre as duas Coréias, definida no paralelo 38º e estabeleceu uma zona desmilitarizada entre as duas, que permanece até atualmente. 7 Ver Mearsheimer, 2001 pág Ver Mearsheimer, 2001 pág. 157.

32 Fonte: acessado em 2 de outubro de A lógica de ação dentro do sistema bipolar explica o desfecho desse conflito através da equidade de poderes e de uma menor propensão aos erros de cálculo, tal como aponta Mearsheimer (2001). Dessa forma a Guerra da Coréia terminou como havia começado, ambas as superpotências mantiveram suas áreas de influência sem terem se enfrentado diretamente. A compreensão das ações dessas potências dentro da sistemática da Guerra Fria nos traz a clara indicação de que as mesmas conseguem, por intermédio de intervenções militares e também por influência, determinar a conduta política dos demais Estados, principalmente se eles estiverem atrelados ao mesmo bloco de influência. De certa forma moldando a sociedade internacional de acordo com suas necessidades, através dos mecanismos que auxiliam a manutenção e sustentação de intervenções militares diretas e indiretas, como os bloqueios econômicos e outros tipos de pressão sobre os demais. Em suma as grandes potências atuam conforme suas possibilidades e de seus próprios objetivos, o único problema se dá quando esses objetivos são divergentes.

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