ARTE E REDES SOCIAS. Orientação Denise Agassi 2015

Transcrição

1 ARTE E REDES SOCIAS Orientação Denise Agassi 2015

2 Noções de REDE Na Antiguidade, a idéia de rede estava associada à natureza, corpo, cidade e cosmos.

3 REDE NATURAL Século XVII os pesquisadores observam que um cristal reuni pequenos poliedros iguais e unidos entre si. Conforme avançam as pesquisas, percebem que esta ordem se replica nas moléculas e está presente em toda estrutura natureza.

4 Beijing Stadium, Ai Weiwei REDE ARTIFICIAL De natural, ela passa a ser artificial graças ao domínio da ordem que a representa. Domínio técnico. A rede pode ser construída e se torna um modelo de racionalidade. Ela passa a ser um objeto pensando a sua relação com o espaço.

5 REDE DE COMUNICAÇÃO No século XIX, um ensaio militar representa o território como um esboço de linhas imaginárias e ordenadas em rede. A rede é objetivada como matriz técnica, infraestrutura itinerária de estradas de ferro ou telegrafia, modificando a relação com o espaço, tempo, entre as pessoas ao criar relações entre territórios.

6 Comunicação em rede a partir de 1969 Arpa network.

7 Mapa da Internet

8 Cada fibra, cada nó, cada servidor da net é parte de mim. A medida que interajo com a rede, reconfiguro a mim mesmo. Minha extensão rede me define exatamente como meu corpo material me definiu na velha cultura biológica. Não tenho nem peso nem dimensão em qualquer sentido exato. Sou medido pela minha conectividade. Roy Ascott

9 REDE ORGANIZADA SÓLIDOS - rede estrutural que delimita e garante a circulação dos fluxos. FLUIDOS o que circula pelas estruturas

10 João Modé Projeto Rede, O artista coloca estrategicamente corda e linha em um determinado lugar, para que o público interaja e crie ele mesmo a tal rede (e sejam co-autores da obra). A ação lúdica quase sempre resulta num emaranhado de cordas, uma teia.

11 Web 2.0 Conjunto de comunidades e serviços colaborativos, que tem como principal diferencial seu ambiente de interação e participação através de plataformas web [2004]. - wikis, - redes sociais, - tecnologia da Informação.

12 (Web 1.0) - código HTML - hipertexto - imagem : gif 88 x 31dpi e ASCII - estruturas de formulários - não é possível inserir conteúdos nas páginas, fazer comentários, respostas, etc. - salas de chat

13 Interação / envolvimento - Territorialmente ilimitado - Sociabilidade aleatória - Identidades falsas e representação de papéis - Mundo real x mundo virtual - Visão esteriotipada do cidadão da Internet

14 Participação 24h, Erik Kessels. A cada minuto, 60 horas de vídeos são publicados no YouTube, fotos são publicadas no Flickr, 500 tweets apontam para links de vídeos. Isso não é nada comparado aos 14 bilhões de fotos armazenados no Facebook. Fermentados por dispositivos móveis, redes sociais e aplicativos, como o Instagram, redefinem a cultura das imagens que, cada vez mais, existe para ser linkada, likada e comentada. (Infográfico de Ricardo Van Steen. Pesquisa Giselle Beiguelman. Revista Select jun/jul 2012).

15 See something or say something, Eric Fischer. Flickr (vermelho) Twitter (azul), os dois (branco).

16 Internet inteira é uma grande rede social - s - wikis - bancos de dados - comunidades - redes sociais - celulares

17 Casa da Xiclete Está surgindo uma era de autocomunicação de massas. Em suas análises anteriores, e nas de outros autores, já se falava numa era de comunicação compartilhada, que substituiria a de comunicação de massas. Manuel Castells acrescenta, agora, um outro dado. Além de dispensar o conteúdo dos grandes meios, estabelecendo trocas de conteúdos em pequenos grupos, os cidadãos estão se tornando capazes de falar às massas. As redes sociais permitem multiplicar mensagens transmitidas por pequenos grupos, quando estes são capazes de sensibilizar as sociedades.

18 Can I be your friend? Vítimas do Facebook NOAH Short Short Cuts Canada Festival Exposição na internet deixa usuários vulneráveis a golpes Reportagem Fantástico 21/10/ The anti-social network short film

19 Still de film,1980. Cindy Sherman IDENTIDADE A internet facilita a criação de uma pessoa fictícia online abrindo simplesmente uma conta no correio eletrônico ou publicando uma página pessoal.

20 - A criação de perfis falsos estava mais relacionada com a primeira geração do internet. Os artistas buscavam criar este tipo de relação para testar os limites e as fragilidades do sistema. - A representação de papeis e a construção de identidades parece estar fortemente concentrado em adolescentes, pois estão vivendo um processo de descobrir sua identidade e de fazer experiências.

21 Banco de dados para troca de identidade, de Olia Lialina permite que o público doe ou escolha outra identidade.

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23 Na web 1.0 a interação online estava por trás de um avatar ou nickname. Mas na Web 2.0, as redes sociais, blogs e banco de dados, nos estimulam a revelar nosso lado mais intimo e pessoal. Deste modo, também somos responsáveis pela criação do nosso próprio perfil na rede e podemos utilizar esta ferramenta de forma mais consciente, uma vez que nossos dados pessoais servem ao mercado consumidor e ao sistema de vigilância (micro e macro) que espiona tudo que fazemos.

24 Eu >> Selfie Estamos transformando a era da Informação! - Em 2006 pessoas comuns foram eleitas personalidades do ano pela Revista Times.

25 Facebook Profiles Scraped for Fake Dating Site - MyFoxNews - Lovely- Faces-1.com - Face to Facebook.

26 Os buscadores tem poder, naturalmente, à medida que é uma máquina que utiliza seus próprios critérios. Dizem que os algoritmos são aleatórios, mas na realidade não é assim: eles utilizam seus próprios critérios e condicionam o que buscamos e o que não buscamos[ ] Google é um negócio, não uma ideologia. Manuel Castells

27 Quando você acessa um produto gratuito, isso significa que você é o produto. Ronaldo Lemos Lei de proteção a privacidade.

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29 Graham Caldwell O que há de tão importante nisso a ponto da Revista Times e o jornal O Globo escolherem você, (sim, você, nós! pessoas comuns), como personalidade do ano? 2. A importância disso está em afirmar um sistema onde trabalhamos de graça, que transforma a nossa criatividade e vida pessoal em mercadoria e dados para controle social.

30 Google Home View Google Street View

31 Internet das Coisas (Internet of Things) refere-se a criação de um sistema global de registro de bens usando um código eletrônico de produtos, sensores wireless e nanotecnologia parar ligar os objetos do mundo de um modo sensorial e inteligente.

32 Somos Anonymous! We Are Legion - Anonymous Documentario

33 Os imageboards (chans) têm origem nos fórums online japoneses, inspirados em painéis públicos nos quais qualquer pessoa pode fixar uma mensagem e iniciar uma linha de discussão anônima.

34 NOSSOS SUPER-HEROIS Bradley Manning Julian Assange Aaron Schwartz Edward Snowden Anonymous

35 WikiLeaks Entrevista com Julian Assange Cypherpunks - Liberdade e o Futuro da Internet isbn=

36 Meta4WALLS. Lucas Bambozzi Forum Porto Arte NET ART

37 Recomendação de documentários sobre internet WikiRebels - O documentário The Pirate Bay: Away From Keyboard - TPB:AFK Doc: Hackers Criminosos e Anjos Aaron Schwartz

38 O Outro faz as mesmas coisas que você

39 Testament e Mass Ornament, Natalie Bookchin

40 Corinne Vionnet. Photo Oportunnities ( )

41 50 people see the Eiffel Tower, Neil Kandalgaonkar

42 Denise Agassi,

43 Viagem-arquivo Net arte instalação Leste / Oeste. Tags sobre o nascer e pôr do sol.

44 Outro dia, vi um post em um site, dizendo O Instagram anunciou que não aceitará mais upload de fotos de pôr do sol (principalmente as com a hashtag #semfiltro). Já temos o suficiente. Gratos. A mensagem deixada pela assessoria da rede social 1. A noticia era falsa, mas ao mesmo tempo possível, pois estima-se que todos os dias 1 bilhão de fotos do poente sejam publicadas somente no Instagram (o mesmo vale para gatos e comida japonesa). Em tempos de redes sociais e compartilhamento frenético de dados, especialmente relacionados a promoção da vida pessoal e abarcados pelo mercado publicitário, convém questionar para que mais serve bilhões de fotografias diárias do por-do-sol ou do nosso cotidiano?

45 Exposição Viagem-arquivo Net arte instalação Leste / Oeste e Sul. Oficina Cultural Oswald de Andrade, 2013.

46 Em A Repetição Kierkegaard pensará a questão da escolha pelo viés do cotidiano repetitivo da existência. Pondera que o homem tende a existir cotidianamente tentando reter as experiências prazerosas através da recordação ou de uma busca incessante por novidades, entendendo a repetição como da ordem da estética. Ou, ainda, o homem tentará viver a repetição da existência buscando assegurá-la através de um fazer programado e organizado, na ilusão de que assim pode deter o fluxo dos acontecimentos e, com isso, os acontecimentos indesejados. Propõe que o homem pode, também, entender a repetição cotidiana como uma dádiva cujo sentido lhe escapa. Desta forma a existência dar-se-á sempre de forma renovada, como algo onde se pode encontrar alegria, por vezes dor...

47 As redes socias nos possibilitam o armazenamento e troca de dados mas como disponibilizar ou localizar o conteúdo que está na rede? - Indexação taxonômica (classificação): tag, geotags, #hastags - Buscadores : relevância Café Filosofico com Martha Gabriel. A era da busca: os oráculos digitais.

48 Estamos criando a ilusão de solidez ao colocar nome nas coisas, ao etiqueta-las. Se me dá um nome me nega. Ao dar-me um nome, um rótulo, nega as outras possibilidades do que eu poderia ser. Ao classificar a partícula em ser uma coisa, a está criando, definindo-a, para que ela possa existir. Kierkegaard (filósofo e teólogo dinamarques ).

49 No contexto da net arte, a articulação dos bancos de dados se estruturam a partir de algorítimos baseados em palavraschave e outros parâmetros de programação préestabelecidos pelo artista.

50 Em tempo de tags, metatags e indexadores de busca, o quê é o nome da coisa e o quê é o nome possível da representação da coisa? O que acontece nas vísceras dos search engines? Que tipo de sentido é produzido quando tudo passa a ser regido pelas formas de indexação atuais?

51 O nome disso é Terra. O nome disso é mundo. O nome disso é globo. O nome disso é esfera. O nome disso é azul. O nome disso é bola. O nome disso é hemisfério. O nome disso é luz. O nome disso é planeta. O nome disso é velocidade. O nome disso é Sudão. O nome disso é Austrália. O nome disso é Brasil. Como é que chama o nome disso? Arnaldo Antunes

52 Encontro amoroso entre policial e manifestante Movimento organizado de ravers promove dança coreografada durante um after-party em parque no interior de São Paulo - JM IstoÉ subjetividade!, Antoni Muntadas. O público é convidado a interpretar as imagens e postar as legendas no Flickr. São 18 imagens selecionadas do arquivo de fotojornalismo da revista semanal brasileira IstoÉ.

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54 Yoko Ono em 1967 lançou o projeto Smile Piece, solicitando ao público que enviasse uma foto pessoal sorrindo. Hoje, passados 40 anos, ela dá continuidade ao seu projeto através da web. Para participar basta tirar uma foto de você mesmo sorrindo e postá-la no Twitter ou Instagram acompanhada da hashtag #smilesfilm, o código permitirá à artista recuperar as fotos e reuni-las em um único formato.

55 youtag, Lucas Bambozzi. Em tempo de tags, metatags e indexadores de busca, o quê é o nome da coisa e o quê é o nome possível da representação da coisa? O que acontece nas vísceras dos search engines? Que tipo de sentido é produzido quando tudo passa a ser regido pelas formas de indexação atuais?

56 Monumento Online, Denise Agassi

57 Vista On Vista Off # 2, net art, Denise Agassi Programação: Fernando Kreigne (1º versão) e Caio Fazolin, Estudio Zoomb (2º versão). A net art Vista On Vista Off # 2 geolocaliza videos online, em tempo real, cruzando informações de uma bússola digital com tags pré- selecionadas em diversos idiomas. As palavras referem- se à vista (aérea, panorâmica, mirante, etc) e aos locais apontados pelo disposirvo. O público aciona a obra ao rotacionar a peça 360º que está fixada no centro de um espaço redondo e fechado. Projeto comissionado pela Residência Ar]sRca LabMIS, em 2010 e premiado pelo FesRval Vivo arte.mov, 2011.

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64 Referências Bibliográficas BAMBOZZI, Lucas. Public Life and Pervasive Systems. Dissertation to Institute of Digital Art and Technology, School of Computing, Communications and Electronics, University of Plymouth, Plymouth, UK, BRUSCKY, Paulo. Arte Correiro. FERREIRA, Gloria. COLTRIM, Celia. Escritos de Artista. - CASTELLS, Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, negócios e a sociedades. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, BR&ei=BPxyTLmCIoaBlAf2073pDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCsQ6AEwAA#v=onepage&q=tecnomeritocr %C3%A1tica&f=false FABRIS, Annateresa. A captação do movimento: do instantâneo ao fotodinamismo. ARS (São Paulo) vol.2 no.4 São Paulo FONTENELLA, Fernando. Nós somos Anonymous: anonimato, trolls e a subcultura dos imageboards. XXXIII Encontro brasileiro das Ciêncas da Comunicação. - FREIRE, Cristina. Paulo Bruscky, Arte, arquivo e utopia. Companhia Editora de Pernambuco, JANA, Reena e TRIBE, Mark. New Media Art. Taschen, LEÃO, Lucia. O Chip e O Caleidoscópio: VR Webcams. - LEMOS, Andre. Cibercultura como território recombinante. Territórios Recombinantes. Premio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, LOVINK, Geert. The internet of things: a critique of ambient technology and the all-seeing network of RFID. A pdf of this publication can be freely downloaded at: - MUSO, Pierre. Filosofia da Rede. PARENTE, Andre (org.). Tramas da Rede. Ed. Sulina, PIANOVISK, Fabiana. Arte Postal Arte. - PRADO, Gilbertto. Arte Telemática: dos intercâmbios pontuais aos ambientes virtuais multiusuários: Depois do turismo vem o Colunismo. São Paulo: Itaú Cultural, 2003:70.