Editorial. Prevenção de Riscos Profissionais. julho Boletim Informativo PRP. PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais

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1 Boletim Informativo PRP Prevenção de Riscos Profissionais Editorial A utilização do trabalho temporário em Portugal tem vindo a constituir-se como um recurso cada vez mais utilizado pelas empresas. Tal realidade torna imprescindível que se acautela as necessárias e devidas condições de Segurança e Saúde destes milhares de trabalhadores e trabalhadoras temporários que, por serem temporários, não deixam de ser trabalhadores com direito a prestarem o seu trabalho em condições de Segurança e Saúde, tal como consagrado na Constituição da República Portuguesa. julho PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais A promoção das condições de Segurança e Saúde no Trabalho deve garantir e ser estendida a todos os trabalhadores e trabalhadoras, independentemente do vínculo contratual que liga os trabalhadores à empresa. Visite o A Ficha Prática que consta deste número é, pois, dedicada à Segurança e Saúde no Trabalhadores Temporários.. Destaques nesta Edição: Uma Publicação Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da UGT Campanha Nacional de Segurança e Saúde para os Trabalhadores Temporários FICHA PRÁTICA PRP n.º 23 Segurança e Saúde no Trabalho nos Trabalhadores Temporários Dados sobre Sinistralidade laboral relativos a Guia eletrónico sobre a Gestão da Idade no Trabalho 10

2 Página 2 PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais Campanha Nacional de Segurança e Saúde para os Trabalhadores Temporários O trabalho temporário estabelece-se numa dialética complexa, protagonizada por três sujeitos o trabalhador temporário, a empresa de trabalho temporário e a empresa utilizadora, dando origem a um modelo de vínculo laboral tripartido. Em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho, o trabalhador temporário tem o direito a beneficiar do mesmo nível de proteção que os restantes trabalhadores do utilizador. Decorrente da própria natureza do vínculo contratual, os trabalhadores temporários têm menos tempo para conhecer a atividade que vão desenvolver, os inerentes riscos profissionais, bem como as estratégias de prevenção mobilizadas para os eliminar ou minimizar. Esta Campanha foi, pois, estruturada com vista a garantir a igualdade em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho dos trabalhadores temporários e dos trabalhadores das empresas utilizadoras. Tem como objetivos estratégicos: A melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores temporários em matéria de segurança e saúde no trabalho; A dinamização de uma cultura de segurança nos locais de trabalho e de acolhimento dos trabalhadores temporários; A promoção de locais de trabalho seguros e saudáveis; A redução da sinistralidade laboral. Estes objetivos estratégicos consubstanciam-se numa finalidade de regularização de situações irregulares dos trabalhadores temporários direcionando-se para os seguintes objetivos operacionais: a) Informar e sensibilizar os agentes do mercado laboral sobre as obrigações existentes no regime do trabalho temporário, promovendo o seu cumprimento; b) Reforçar o nível de cumprimento das disposições legais relativas ao trabalho temporário; c) Promover da avaliação de riscos dos locais de trabalho; d) Garantir igualdade de tratamento dos trabalhadores temporários e dos trabalhadores das empresas utilizadoras, nomeadamente em matéria de segurança e saúde no trabalho; e) Informar e formar os trabalhadores temporários em matéria de segurança e saúde; f) Promover a participação das empresas prestadoras de serviços externos de SST, bem como técnicos de segurança no trabalho na disseminação da informação e na avaliação de riscos nos locais de trabalho; g) Promover uma cultura de segurança e saúde no trabalho em ETT s. A UGT encontra-se envolvida no desenvolvimento desta Campanha, na qualidade de parceiro institucional da mesma. Consulte o Programa Enquadrador

3 Página 3 Ficha Prática n.º 22 Segurança e Saúde no Trabalho nos Trabalhadores Temporários O trabalhador temporário beneficia da mesma proteção dos demais trabalhadores da empresa utilizadora de trabalho temporário. O que se entende por Trabalhador Temporário? Pessoa que celebra com uma Empresa de Trabalho Temporário um contrato de trabalho temporário, pelo qual se obriga a prestar a sua atividade profissional a utilizadores, mantendo o vínculo jurídico-laboral à Empresa de Trabalho Temporário. O que se entende por Empresa de Trabalho Temporário? Pessoa, individual ou coletiva, cuja atividade consiste na cedência temporária a terceiros, utilizadores, da utilização de trabalhadores que, para esse efeito, admite e remunera. O que se entende por Empresa Utilizadora de Trabalho Temporário? Pessoa individual ou coletiva, com ou sem fins lucrativos, que ocupa, sob a sua autoridade e direção, trabalhadores cedidos por Empresa de Trabalho Temporário. As obrigações em matéria de Segurança e Saúde para com o trabalhador temporário, são da responsabilidade da Empresa de Trabalho Temporário (ETT) e da Empresa Utilizadora de Trabalho Temporário (EUTT). Continuação...

4 Qual a legislação de enquadramento? Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro; Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro e sucessivas alterações legislativas Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho. Quais os direitos dos Trabalhadores Temporários? São direitos dos trabalhadores temporários, os seguintes: - Trabalhar num local de trabalho seguro e saudável; - Vigilância de saúde assegurada pelo médico do trabalho da empresa de trabalho temporário; - Beneficiar de uma vigilância médica especial, a cargo da empresa utilizadora do trabalho temporário, quando ocupar um posto de trabalho particularmente perigoso; - Receber informação escrita da empresa de trabalho temporário, antes da cedência ao utilizador, sobre um conjunto vasto de matérias; - Receber formação suficiente e adequada ao posto de trabalho, tendo em conta a sua qualificação profissional e experiência sobre os riscos e as medidas de prevenção do trabalho que vai realizar, a cargo da empresa utilizadora; - Ser consultado e fazer propostas de melhoria das condições de segurança e de saúde no trabalho da empresa utilizadora; - Cessar o trabalho em caso de perigo grave e iminente, não podendo ser prejudicado em virtude de se ter afastado deste; - Receber informação escrita com as instruções sobre as medidas a adotar em caso perigo grave e iminente; - Dispor de equipamentos de proteção individual distribuídos pela empresa utilizadora do trabalho temporário. Aceda ao nosso Blog em: Cont.

5 Quais os deveres dos Trabalhadores Temporários? - Cumprir as instruções de segurança da empresa utilizadora; - Não adotar comportamentos que possam colocar em causa a sua segurança e a sua saúde, dos seus colegas de trabalho ou de terceiros; - Manter em bom estado e não danificar os equipamentos de trabalho e os materiais colocados à sua disposição; - Prestar informações aquando da sua admissão que permita avaliar a sua aptidão física e psíquica para o trabalho que vai realizar; - Comparecer aos exames médicos e realizar os testes que visem garantir a Segurança e a Saúde no Trabalho; - Tomar conhecimento da informação sobre Segurança e Saúde no Trabalho que lhe for transmitida; - Participar na formação sobre Segurança e Saúde no Trabalho que lhe seja destinada; - Comunicar à empresa utilizadora ou ao responsável por ela designado qualquer avaria ou defeito nos sistemas de proteção ou situação de trabalho que possa representar perigo grave e imediato; - Adotar as medidas estabelecidas pela empresa utilizadora para os casos de perigo grave e iminente; - Utilizar corretamente os equipamentos de proteção individual de acordo com as instruções recebidas. Em termos de SST, que obrigações tem a Empresa Utilizadora para com os Trabalhadores Temporários? O empregador utilizador tem a obrigação de assegurar um conjunto de obrigações para com os com os trabalhadores temporários que contrata, nomeadamente: Assegurar o mesmo nível de proteção, em termos de SST, que os restantes trabalhadores da empresa ou do estabelecimento do utilizador; Formar, em matéria de SST, tendo em consideração os riscos profissionais face às características dos postos de trabalho que irão ocupar e das tarefas que irão desenvolver; Formar/Informar, em matéria de SST, no que respeita as Cont. medidas de primeiros socorros, de combate a incêndio e de evacuação, em caso de sinistro;

6 Página 6 Formar/Informar no que respeita as medidas e as instruções a adotar em caso de perigo grave e iminente; Disponibilizar os equipamentos de proteção individual, EPI, necessários, face aos riscos associados à natureza do posto de trabalho e das tarefas a desenvolver. Que obrigações tem a Empresa Utilizadora para com a Empresa de Trabalho Temporário? Antes da colocação do trabalhador temporário, o utilizador deve informar, por escrito, a empresa de trabalho temporário sobre: Os resultados da avaliação dos riscos para a segurança e saúde do trabalhador temporário inerentes ao posto de trabalho a que é afeco e dos riscos profissionais gravosos; Os riscos relativos a postos de trabalho particularmente perigosos; Necessidade de qualificação profissional adequada e de vigilância médica especial; As medidas e as instruções a adotar em caso de perigo grave e iminente; As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndio e de evacuação, em caso de sinistro, bem como os trabalhadores ou serviços encarregados de os colocar em prática. Que obrigações tem a Empresa de Trabalho Temporário em matéria de SST? Comunicar aos trabalhadores temporários, por escrito, e antes da cedência ao utilizador, todos os elementos enunciados na questão anterior; Realizar os exames de saúde de admissão, periódicos e ocasionais dos trabalhadores temporários, incumbindo ao respetivo médico do trabalho a conservação das fichas clínicas; Realizar o seguro de acidentes de trabalho dos trabalhadores temporários. PRP - Prevenção Riscos Profissionais

7 Página 7 Que aspetos deve a Empresa utilizadora assegurar que estão a ser cumpridos? Que os trabalhadores temporários foram considerados aptos em resultado do exame de saúde; Que os trabalhadores temporários dispõem das qualificações profissionais requeridas para o exercício das suas tarefas; Que os trabalhadores temporários receberam a informação relativa às medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente; às medidas de primeiros socorros, de combate a incêndio e evacuação. O que garantir quando os postos de trabalho em causa são particularmente perigosos? Em situações em que os postos de trabalho a ocupar pelos trabalhadores são particularmente perigosos, ou as atividades a desenvolver por aqueles de risco elevado, a empresa utilizadora deverá garantir que: Os trabalhadores temporários beneficiem de uma vigilância médica especial e adequada aos riscos profissionais em causa, devendo o médico do trabalho pronunciar-se sobre a existência ou ausência de qualquer contraindicação e informar o médico do trabalho da empresa de trabalho temporário. Quais as comunicações que são obrigatórias durante a execução do trabalho temporário? - A empresa utilizadora de trabalho temporário deve comunicar a contratação do trabalhador temporário, nos 5 dias subsequentes ao inicio da sua atividade, aos serviços de SST, aos representantes dos trabalhadores para a SST, aos trabalhadores com funções específicas neste domínio e à comissão de trabalhadores; - Em caso de acidente de trabalho de acidente de trabalho ocorrido com trabalhador temporário, a empresa utilizadora deve comunicar a ocorrência à empresa de trabalho temporário.

8 Página 8 PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais Sinistralidade Laboral 2016 Segundo os dados publicados no Site da ACT, ocorreram no nosso país até ao início do mês de junho de 2016, 50 acidentes de trabalho mortais, tendo-se registado 82 acidentes de trabalho graves. Nota: As estatísticas sobre acidentes de trabalho, aqui apresentadas, referem-se apenas aos acidentes de trabalho objeto de ação inspetiva no âmbito da atuação da ACT. Tipo de acidente Acidentes Mortais Acidentes Graves Nas instalações In itinere Em viagem, transporte ou circulação Total Última Atualização Estatística: 2 de junho de 2016

9 Página 9 Cancro ocupacional: vitória para os trabalhadores! A Comissão Europeia aprovou uma proposta de revisão da diretiva sobre a prevenção do cancro no trabalho, tendo anunciado limites de exposição vinculativos para 13 novas substâncias cancerígenas mais dez do que na direciva anterior. Esta é uma notícia importante para a saúde dos trabalhadores europeus, diz Esther Lynch, Secretária-Confederal da CES, e uma vitória duramente alcançada para os trabalhadores e os seus sindicatos. Embora alguns desses limites sejam insuficientes e algumas substâncias não tenham sido abrangidas, este é um passo significativo que demonstra que, após 12 anos de inércia, a Comissão Europeia deu finalmente ouvidos às exigências feitas para proteger os trabalhadores dos cancros ocupacionais, refere Lynch, que espera ainda que a Comissão estabeleça mais limites de exposição para pelo menos 15 substâncias até ao final do ano. Saiba mais Aqui. CES subscreve pacto sobre como lidar com riscos resultantes da exposição a substâncias cancerígenas no local de trabalho A Confederação Europeia de Sindicatos (CES), juntamente com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA) e outras instituições europeias, subscreveu um pacto sobre riscos resultantes da exposição a substâncias cancerígenas no local de trabalho, comprometendo-se a promover ações voluntárias de sensibilização para esta matéria e à partilha de boas práticas com vista à redução dos referidos riscos. Saiba mais Aqui.

10 Página 10 Guia eletrónico sobre a Gestão da Idade no Trabalho Procura informações e orientações concretas sobre a gestão da idade no trabalho? Consulte este Guia, elaborado pela EU-OSHA,sobre a gestão da Segurança e Saúde no Trabalho no contexto do envelhecimento da população ativa, lançado no âmbito da Campanha «Locais de trabalho saudáveis para todas as idades». Independentemente de ser empregador, trabalhador, gestor de recursos humanos ou profissional de SST, este guia eletrónico tem informação muito útil sobre a temática. O Guia eletrónico está estruturado em torno de quatro temas: 1 - O envelhecimento e o trabalho; 2 Locais de trabalho saudáveis para todas as idades; 3 - Locais de trabalho que promovem a saúde; 4 - O regresso ao trabalho. Independentemente da sua idade ou função laboral, o guia eletrónico pode ajudar a saber mais sobre o envelhecimento saudável e o trabalho sustentável. Aceda ao Guia Aqui. Aceda ao Site da Campanha Europeia Locais de trabalho saudáveis para todas as idades Aqui.

11 Página 11. Prevenção + Segurança = Investimento Seguro Uma Publicação Departamento de Segurança e Uma Publicação do Saúde no Trabalho da UGT