Poda: uma técnica a ser explorada
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- Alexandra Brandt de Caminha
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1 Google: Banco de imagens Google: Banco de imagens Eng. Agr. MSc. Décio Joaquim Campo Consultoria
2 Imagens do Banco Google
3 A poda nas plantas cítricas adultas NÃO é uma prática usual no Brasil. Comum nos países produtores do Mediterrâneo Nos EUA a poda mecânica é prática comum mesmo em pomares cujos frutos são destinados à indústria
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6 A poda enérgica é desnecessária à planta produtiva e sadia; prejudica seu desenvolvimento e produção; acarreta despesa e pode ocasionar infecção...o conselho final é podar o menos possível; quando há dúvida, não se poda... (LARANJA, Ariosto Rodrigues Peixoto, Ministério da Agricultura, RJ, 1963). A PODA SÓ É FEITA, QUANDO NECESSÁRIA. Isso porque, em pomar de citros não se faz poda, a não ser para tirar galhos doentes, secos ou para rejuvenescer pomares velhos. CULTURA DOS CITROS, Cati, 1973
7 Objetivos básicos: Formação e manutenção da arquitetura da planta, de modo que tenha uma maior exposição ao sol e melhor conversão de energia; Favorecer a utilização de máquinas e equipamentos, além de padronizar o tamanho de plantas, maximizando tratos culturais e colheita; Formação de uma arquitetura capaz de sustentar melhor o peso da produção, com um mínimo de dano aos galhos; Acentuada melhora da produtividade do pomar (relação produção/área - stand produtivo); Antecipação da idade produtiva; Diminuição do tempo de retorno do investimento; Aumento da área produtiva, com a renovação e a recuperação de áreas perdidas; Redução de alternância de safra e melhor convivência com variedades problemáticas; Aumento de produção.
8 TIPOS DE PODA 1. Formação É a poda básica feita no viveiro; obedece legislação; o tronco principal é podado entre 40 e 60 cm de altura, objetivando formar plantas com 3 a 5 pernadas, preferencialmente saindo de posições diferentes em espiral na parte superior; ou mudas de palito (pavio), sem pernadas; Como complemento desta poda, quando a muda tiver pernadas, elas serão reduzidas a cm antes de sair do viveiro; Quando de pavio, poderão ser conduzidas no campo.
9 JUVENILIDADE: espinhos acentuados, folhas grandes, dominância apical, ramos grossos etc DOMINÂNCIA APICAL Foto: Décio Joaquim Caráter a ser evitado
10 DOMINÂNCIA APICAL Os ramos crescem, se fortalecem, apresentam fortes espinhos e folhas acima do tamanho padrão, sem que haja brotação lateral; A concentração de Auxina (AIA) no meristema apical, talvez seja a principal razão da DA, mas com certeza não é a única; A Auxina faz do ápice caulinar um dreno para a Citocinina produzida na raiz, o que pode ser outro fator preponderante para a DA; também os nutrientes (Fósforo) são conduzidos para o ápice; Outro fator: ao se remover o ápice e quebrar a DA, aumentam bastante os níveis de Auxina nas gemas laterais e diminuem os níveis inibidores de ABA, proporcionando a brotação das axilares.
11 JUVENILIDADE O crescimento em altura está restrito ao meristema apical; Os tecidos e os órgãos juvenis (que são formados inicialmente) localizam-se na base da parte aérea; A fase juvenil das plantas lenhosas podem durar muitos anos; Em citros, registra-se entre 5 e 8 anos; nesse caso, as estruturas juvenis podem compor uma parte expressiva da planta madura; Alcançar um tamanho suficientemente grande parece ser mais importante do que a idade cronológica da planta na determinação da transição para a fase adulta;
12 JUVENILIDADE Condições que retardam o crescimento tendem a prolongar a fase juvenil ou mesmo causar um rejuvenescimento das partes aéreas (deficiências minerais, baixa intensidade luminosa, estresse hídrico, desfolhamento, baixas temperaturas etc); Por outro lado, condições que promovam crescimento vigoroso aceleram a transição para a fase adulta; ACELERAR O CRESCIMENTO PODE RESULTAR EM FLORESCIMENTO PRECOCE
13 Fotos: Décio Joaquim JUVENILIDADE
14 JUVENILIDADE Tamanho apenas não basta! Para transmitir a quantidade suficiente de estímulo floral para o ápice, é preciso incrementar o número de folhas; Uma vez alcançada a fase adulta, a mesma é relativamente estável;
15 JUVENILIDADE A enxertia tem, também, a função de antecipar a entrada da fase adulta. Borbulhas retiradas do alto de plantas adultas grandes desenvolvem mais cedo sua condição de florescer; O mesmo se dá com borbulhas de plantas mais velhas nas borbulheiras; A exposição à baixa condição luminosa prolonga a juvenilidade ou provoca a sua volta (rejuvenescimento). POR QUÊ? POR CAUSA DA REDUÇÃO NO SUPRIMENTO DE CARBOIDRATOS (SACAROSE) ENVIADO AO ÁPICE
16 VIGOR DA COMBINAÇÃO COPA/CAVALO JUVENILIDADE se mostra mais acentuada nos primeiros anos, principalmente em certas variedades e/ou combinações: Pera IAC 2000, Valência, Hamlin, Westin, Rubi, Folha Murcha etc
17 MUDAS ENVELHECIDAS Cultura prática da laranjeira, Trajano Monteiro, Melhoramentos, sem data
18 ROTEIRO PARA A CONDUÇÃO DAS PLANTAS, NO CAMPO 1º. passo: determinação do número de pernadas; 2º. passo: seleção das gemas que formarão as pernadas; 3º. passo: corte das pernadas, em função do seu comprimento; 4º. passo: supressão do excesso de brotação e eliminação da brotação interior; 5º passo: manutenção.
19 Uniformidade do stand Fotos: Décio Joaquim
20 Fotos: Décio Joaquim
21 TIPOS DE PODA 2. Rejuvenescimento Para recuperar plantas mais velhas, com pouca vegetação, com folhas pequenas e queda de produção. Não devem ter problemas fitossanitários que comprometam sua recuperação; Para recuperar plantas com Leprose, por exemplo; Tipo de poda drástica, com completa renovação da copa; Deve-se selecionar as novas brotações; procurar eliminar os brotos mais internos e aqueles em duplicidade nas gemas; Imprescindível pincelamento do tronco, logo após a poda; A esqueletização poderá ser empregada, também.
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23 TIPOS DE PODA 3. Tratamento de inverno Para ser empregada a qualquer momento, não apenas no inverno; Objetiva a limpeza de ramos com doenças e pragas (Leprose, Rubelose, Cochonilhas, Brocas, CVC etc; Retirada de galhos secos como controle de Pinta Preta, por exemplo; Facilita o controle futuro de pragas e doenças, promovendo aeração; Indicado para ser realizada após a colheita.
24 TIPOS DE PODA 4. Poda lateral Poda de controle do tamanho da planta; antecipa o fechamento e a falta de insolação; abre mais espaço para os tratos culturais; facilita as pulverizações; Melhora as condições para pegamento interno; Melhora o tamanho médio da fruta; Aumenta o número de pontos de florescimento; Deve ser repetida anualmente; alinha o pomar; Concentra a importância das teses de cortar pouco e saber o momento de fazer.
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26 TIPOS DE PODA 5. Poda de topo Promove o aumento do número de brotações em uma área da planta de grande produtividade; Concorre para diminuir o tamanho da planta ou mantê-la em um modelo que deve variar para cada variedade; Não deve ser empregada para reduzir o tamanho da planta drasticamente, pois promoverá decréscimo de produção, além de promover rejuvenescimento do material vegetativo maduro; É clássica a informação que relaciona maior quantidade de material vegetal cortado com a diminuição da produção.
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28 TIPOS DE PODA 6. Outros tipos de poda em cítricos Supressão de ramos: usada em tangerinas, por exemplo; Desbrota: eliminação de ramos ladrão; eliminação de excesso de pernadas etc Desponte: corte de ramos dominantes; Desbaste de plantas: retirada de plantas ou de partes delas, ganhando mais espaço para as remanescentes; eliminação de plantas doentes;
29 Fonte: Ramiro Ojeda PERA/CLEÓPATRA, plantio 2002 Densidade: 408 plantas/ha (7,0m x 3,5m) Grupo Branco Peres, Pirajuí, SP
30 Fonte: Ramiro Ojeda PERA/CLEÓPATRA, plantio 2002 Densidade: 408 plantas/ha (7,0m x 3,5m) Grupo Branco Peres, Pirajuí, SP
31 Fonte: Ramiro Ojeda PERA/CLEÓPATRA, plantio 2002 Densidade: 408 plantas/ha (7,0m x 3,5m) Grupo Branco Peres, Pirajuí, SP
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33 Fonte: Ramiro Ojeda Hamlin/Swingle, 1993 Densidade 520 pl/ha (6,4 m x 3,0 m Grupo Branco Peres, Reginópolis, SP Safra 00/01 Sem poda = 38,2 t/ha Safra 01/02 Sem poda = 36,9 t/ha Safra 02/03 Poda lateral = 75,9 t/ha Safra 03/04 Poda topo = 52,7 t/ha Safra 04/05 Poda lateral = 92 t/ha Safra 05/06 Poda topo = 62 t/ha Safra 06/07 Poda lateral = 63 t/ha Safra 07/08 Poda topo = 65 t/ha
34 Quando podar? : Inputs ambientais mais comuns para o florescimento: comprimento do dia e temperatura; O estímulo ocorre na folha a partir de certo momento em que os fitocromos são ativados pela diminuição da luz; O estímulo floral é transmissível, parecendo ser transportado pelo floema, de natureza química; A velocidade ou taxa do movimento do estímulo floral ou do transporte do sinal pode ser medida; O estímulo pode ser fisicamente bloqueado por anelamento, por exemplo;
35 Quando podar? : O estímulo floral é translocado junto com os açúcares no floema; sujeito às relações fonte:dreno; Uma folha induzida localizada próxima ao ápice tem maior probabilidade de causar florescimento do que uma folha que alimenta raízes, localizada na base do caule; Uma folha induzida não conseguirá atingir as gemas do ápice que são preferencialmente abastecidas por folhas mais próximas.
36 Quando podar? : Sílvio Roberto Penteado, Enxertia e Poda de Fruteiras, 2010, aconselha: Para as fruteiras tropicais e subtropicais, que têm folhas perenes, a melhor época é depois da colheita e/ou então, após o período do pegamento da frutificação. Nessas fruteiras, se for feita antes do florescimento, a planta pode vegetar e não frutificar...
37 PROCESSO FLORAL 3 SEMANAS EVOCAÇÃO DIFERENCIAÇÃO (FLORADA) INDUÇÃO DIFERENCIAÇÃO (FOLHAS NOVAS) ESTRESSE HÍDRICO Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev OUTONO INVERNO PRIMAVERA VERÃO
38 Para podar, lembrar que: Os citros produzem flores em gemas produtivas formadas em ramos maduros (de 2 a 4 meses de idade); O início da formação dos ramos de Primavera (indução), começa em meados do Outono, influenciado por uma relação com a diminuição da luz diária; A poda de qualquer ramo trará como resultado a quebra da dominância apical e, consequente brotação, nem sempre associada ao florescimento; Portanto, deverão ser evitados cortes feitos imediatamente antes à indução e, posteriormente, antes do florescimento; pode sempre após a colheita.
39 O ideal é que a poda seja leve (deve-se pentear a planta); ramos entre 3 mm e 15 mm; Quanto mais intensa for a poda, mais tempo a planta demorará a recompor os níveis de produção anteriores à poda ( Juvenilidade); Não podar com a finalidade única de abrir as ruas; não esperar para podar. Na Primavera, tem-se a seguinte situação: Gemas formadas no último Outono (com 6 meses) = 40% brotam com 2 brotos cada; Gemas formadas no último Verão (com 8 meses) = 25% brotam e, apenas com 1 broto cada; Gemas formadas na última Primavera (12 meses) = praticamente não brotam.
40 A poda melhora a qualidade da fruta produzida; A poda uniformizará o pomar; estabelecerá um padrão de crescimento para as variedades; Facilitará, melhorará e barateará os controles fitossanitários; Uniformizará as brotações e permitirá melhor acompanhamento de inspeções de pragas e doenças; Consegue-se determinar diferentes resultados para talhões e variedades diferentes em função da época em que se poda o pomar; tamanho e desenvolvimento de brotos serão diferentes em função do momento da poda; Após poucos anos, cada produtor criará uma logistíca de poda para seu pomar (época de corte, tamanho dos cortes, inclinação de corte (em torno de 5 a 15%, para a poda lateral e, de 15 a 30% para a poda de topo), conjunção ou alternância dos cortes laterais e de topo etc)
41 A PODA EXIGE MANUTENÇÃO A PODA EXIGE CUIDADOS POSTERIORES COM A BROTAÇÃO A PODA NÃO TERMINARÁ COM A DOMINÂNCIA APICAL A PODA, POR SI SÓ, NÃO CONTROLA DOENÇAS A PODA, POR SI SÓ, NÃO MANTÉM ALTA A PRODUÇÃO Inteligente o produtor que souber tirar proveito da poda, a partir da primeira florada posterior à ela
42 Fotos: Décio Joaquim
43 Google: Banco de imagens Google: Banco de imagens Eng. Agr. MSc. Décio Joaquim Campo Consultoria Fone: (14)
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