Carros Híbridos e Elétricos: Os riscos e as soluções. Jorge Leite Director Nacional
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- Vasco Osório Benke
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1 Carros Híbridos e Elétricos: Os riscos e as soluções Jorge Leite Director Nacional
2 Ruído ou informação? Regra geral o som do trânsito é visto como poluição sonora. No entanto todos nós tiramos proveito das informações transmitidas pelo som.
3 Ruído ou informação? Os peões com deficiência visual podem utilizar o som do trânsito para detetar um cruzamento, para andar paralelo à estrada, para identificar o momento certo para atravessar e para identificar a rua em que estão. Usam o som do trânsito para identificar a presença das viaturas e prever os seus movimentos.
4 Ruído ou informação? Os peões com visão plena também utilizam a ausência de barulho para escolher o momento de atravessar a rua (sem olhar). Os ciclistas podem interpretar a ausência de barulho como o momento certo para mudar de faixa ou como indicação que podem relaxar porque não se está a aproximar nenhuma viatura.
5 Ruído ou informação? Contudo, a informação apenas existe, ou apenas pode ser interpretada, quando o nível do som é confortável. Alto demais não se consegue discriminar Baixo demais não se consegue detetar
6 Reduzir a poluição sonora Consequentemente a ACAPO está a favor de reduzir a poluição sonora em termos globais porque aumentará a quantidade e qualidade de informação sonora disponível para os peões com deficiência visual e o público em geral. No entanto cada viatura deve produzir ruído suficiente para permitir a sua deteção e permitir interpretar os seus movimentos, o que não acontece com os carros elétricos e híbridos quando estes circulam a baixa velocidade.
7 Quais os riscos? O risco mais óbvio é que o peão entra na estrada no momento errado. Pode acontecer quando um carro está em andamento ou parado.
8 Quais os riscos? O risco menos óbvio é que alguns peões com deficiência visual perdem confiança e deixam de circular sozinhos na rua. Perdem a sua autonomia.
9 Acidentes e seus parentes Acidentes, Quase-acidentes e, Incidentes
10 Acidentes e seus parentes Acidente contato físico entre a viatura e o peão Quase-acidente o contato físico não aconteceu por uma questão de frações de segundo ou por milímetros. Incidente um acidente não aconteceu porque alguém alertou o peão para o perigo (buzina, grito) e o peão não ficou à frente da viatura.
11 Acidentes e seus parentes Existem estatística sobre os acidentes na estrada, mas nada sobre quase-acidentes e incidentes. Numa fábrica uma série de incidentes resultará num novo procedimento. Na estrada uma série de incidentes pode resultar numa perda de confiança por parte do peão.
12 Exageramos os riscos? A posição das associações das pessoas com deficiência visual tem sido criticada, explicitamente nos EUA e indiretamente no Reino Unido.
13 Exageramos os riscos? Ninguém discute que os carros elétricos e híbridos emitem menos ruído a baixas velocidades. A questão é se estas viaturas estão envolvidas em mais acidentes com peões.
14 Exageramos os riscos? A NHTSA (National Highways Traffic Safety Administration) publicou um relatório técnico em setembro de 2009 intitulado: Incidence of Pedestrian and Bicyclist Crashes by Hybrid Electric Passenger Vehicles
15 Estudo da NHSTA Objetivo: Analisar a prevalência de acidentes com carros elétricos híbridos (HEV) sofridos por peões e ciclistas e comparar as taxas com os acidentes com carros com motores de combustão interna (ICE) em condições semelhantes.
16 Estudo da NHSTA HEV viaturas envolvidos em acidentes 77 acidentes com peões (0,9%) 54 acidentes com ciclistas (0,6%) ICE viaturas envolvidos em acidentes acidentes com peões (0,6%) acidentes com ciclistas (0,3%)
17 Estudo da NHSTA Segundo os autores: O estudo mostra que acidentes de peões e ciclistas com viaturas HEV e ICE acontecem frequentemente em estradas com limites de velocidade reduzidas, durante o dia e quando as condições atmosféricas são boas. A taxa de acidentes das HEV é superior à taxa das ICE.
18 Estudo da NHSTA Cuidado com os números! O estudo não diz que 0,9% das HEV chocam com peões, mas antes que 0,9% dos acidentes envolvendo HEV também envolverão peões. Ou seja, quando um condutor de uma HEV tem um acidente é mais provável que choque com um peão do que um condutor de uma ICE (9 vezes em mil comparado com 6 vezes em mil).
19 Estudo da NHSTA Pode haver diversas variáveis: - o perfil dos condutores; - as HEVs circulam mais em espaços urbanos onde circulam mais peões; - o motor quase silencioso à baixa velocidade convida o peão a chocar com a viatura.
20 Exageramos os riscos? Project report PPR525 foi elaborado ao pedido do Ministério de Transportes pelo Transport Research Laboratory e publicado em 2011 Assessing the perceived safety risk from quiet electric and hybrid vehicles to vision-impaired pedestrians
21 Projeto PPR525 Segundo os autores: HEV têm menos acidentes do que ICE; Proporcionalmente mais HEV batem em peões do que ICE; Os dados disponíveis não permitem explicar esta diferença; O número de acidentes com pessoas com deficiência foi insuficiente para chegar a uma conclusão; Deve-se alargar o grupo das HEV para incluir os modelos mais silenciosos das ICE.
22 Exageramos os riscos? Os autores do estudo americano e do relatório britânico falam na necessidade de haver mais dados para analisar melhor as variáveis e identificar os riscos. Mas mais dados implica mais acidentes.
23 Exageramos os riscos? Não! Porque o número de acidentes é irrelevante. O que influencia o comportamento do peão não é o risco objetivo, mas antes a sua perceção do risco.
24 perceived risk O estudo identificou o fator chave no título: O risco percecionado (risco subjetivo) Se me sinto seguro, atravesso a rua. Se não sinto seguro, não atravesso sozinho. ou; Fico nervoso e arrisco no momento errado.
25 perceived risk Temos de eliminar não só os acidentes mas também reduzir ao máximo os quase-acidentes e os incidentes. A solução existe!
26 Ninguém discute que os carros elétricos e híbridos emitem menos ruído a baixas velocidades. Ninguém discute que é mais fácil detetar a presença de um carro elétrico ou híbrido equipado com um sinal de alerta que funciona quando o carro circula a baixa velocidade.
27 A legislação americana Pedestrian Safety Enhancement Act of 2010 A lei que prevê um aumento na segurança do peão obriga o Ministro de Transportes a estudar e definir uma norma de segurança que assegure um meio de avisar peões cegos e outros das operações de viaturas com motor, até Janeiro de 2014.
28 A legislação americana As HEVs terão de ser equipadas com um som de alerta que permite um peão detetar a sua presença, direção, localização e operação; O condutor não precisa de ativar o som e não pode desativá-lo; O som de alerta é emitido enquanto o ruído de carro é insuficiente para ser detetado por um peão. O fabricante pode fornecer um ou mais sons para cada viatura; O fabricante deve fornecer o mesmo som ou conjunto de sons para cada marca e modelo
29 O som de alerta De acordo com a lei americana, o som de alerta tem de ser entendido pelos peões como o som de uma viatura em operação.
30 As expetativas da ACAPO Um som de alerta tem de ser entendido pelos peões como o som de uma viatura em operação. Um som que permite prever a posição, os movimentos e a velocidade das viaturas HEV que estão paradas ou a circular à baixa velocidade. Com o intuito de eliminar ao máximo os acidentes, quase-acidentes e incidentes, e assim manter os atuais níveis de autonomia entre os peões com deficiência visual.
31 Jorge Leite
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