Critérios de Inclusão de Plantas Medicinais em Farmacopéias Tradicionais:
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- Vítor Morais Chagas
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1 Área temática: Etnobotânica e Medicina Tradicional Critérios de Inclusão de Plantas Medicinais em Farmacopéias Tradicionais: O CONTINUUM O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA ALIMENTO-MEDICINA
2 Dimensões para discussão A S P E C T O S T E Ó R I C O S A inclusão de plantas em farmacopeias tradicionais e o papel do continuum alimento-medicina A S P E C T O S P R ÁT I C O S O uso de plantas silvestres na alimentação humana em florestas secas do Brasil
3 CORPUS DE CONHECIMENTO FARMACOPÉIAS TRADICIONAIS RELAÇÃO HOMEM x NATUREZA Etnobotânica e Medicina Tradicional Experiências Sociais Observação da natureza Intercâmbio cultural Transmissão de conhecimento Milhares de anos de evolução
4 Representações da vida cotidiana DEMANDAS PRÁTICAS DAS PESSOAS UNIVERSO DE CRENÇAS E RELIGIOSIDADES
5 CULTURA A CULTURA B CULTURA C CULTURA D
6 CULTURA A CULTURA B CULTURA D CULTURA C Maior contato entre diferentes culturas Eventos de urbanização Comunicação em massa Interatividade
7 Os saberes tradicionais tornaram-se mais dinâmicos, transcendendo as barreiras do local para o regional
8 Os saberes tradicionais tornaram-se mais dinâmicos, transcendendo as barreiras do local para o regional Farmacopéias T R A D I C I O N A I S
9 F A R M A C O P E I A S T R A D I C I O N A I S Construídas a partir da construção e troca de informações culturais Reproduzem a diversidade biológica e cultural de uma região
10 F A R M A C O P E I A S T R A D I C I O N A I S Como elas são formadas? Como as pessoas escolhem as espécies que vão usar?
11 Eficiência química F A R M A C O P E I A S T R A D I C I O N A I S
12 Disponibilidade e Acessibilidade F A R M A C O P E I A S T R A D I C I O N A I S Fonte: Albuquerque et al. (2012)
13 Continuum alimento-medicina F A R M A C O P E I A S T R A D I C I O N A I S
14 Continuum ALIMENTO-MEDICINA Deixe seu alimento ser sua medicina e sua medicina ser seu alimento (HIPÓCRATES, AC) Recursos alimentícios Recursos medicinais
15 Continuum ALIMENTO-MEDICINA Recursos alimentícios Recursos medicinais Estudos no mediterrâneo mostram ligação entre tradição alimentar de populações humanas e menores taxas de doenças do coração, câncer, diabetes e aumento da longevidade da população
16 Continuum ALIMENTO-MEDICINA Deixe seu alimento ser sua medicina e sua medicina ser seu alimento (HIPÓCRATES, AC) Recursos alimentícios E S T U D O S A C A D Ê M I C O S Recursos medicinais ETNOBIOLOGIA
17 Pesquisas demonstram alta sobreposição nesses usos Recursos alimentícios Recursos medicinais Seria esta sobreposição uma coincidência? Existe um continuum evolutivo no uso desses recursos? Sistemas médicos e nutricionais evoluíram de forma independente Esses dois sistemas explicam a trajetória evolutiva de nossa espécie na apropriação da natureza
18 Continuum ALIMENTO-MEDICINA Do ponto de vista farmacológico, existem evidências que plantas utilizadas na alimentação apresentam compostos com ação farmacológica C O M U N I D A D E M A A S A I - T A N Z A N I A Dieta composta por plantas ricas em saponinas e fenóis. Compostos químicos que desempenham um importante papel no combate a doenças cardiovasculares.
19 Continuum ALIMENTO-MEDICINA SELEÇÃO DE RECURSOS Populações de caçadores-coletores são consideradas as mais bem nutridas da história Nutrição Tratar doenças Estratégia evolutiva vantajosa Alta diversidade de espécies florestais utilizadas na alimentação
20 Continuum ALIMENTO-MEDICINA SELEÇÃO DE RECURSOS Populações de caçadores-coletores são consideradas as mais bem nutridas da história Alta diversidade de espécies florestais utilizadas na alimentação Nutrição Tratar doenças Estratégia evolutiva vantajosa Desenvolvimento da agricultura Modificação dos hábitos alimentares Redução de 50% na diversidade de plantas usadas na dieta Aparecimento de muitas doenças nas populações modernas REVOLUÇÃO NEOLÍTICA
21 Estudos FARMACOLÓGICOS Qual a contribuição da dieta de plantas silvestres e os seus potenciais benefícios a saúde? Abordam principalmente plantas com indicação popular e ignoram plantas alimentícias não cultivadas
22 O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Conhecimento da BIODIVERSIDADE de plantas alimentícias nas florestas secas do Brasil Fonte: Campos, L.Z.O
23 O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Onde se encontra a BIODIVERSIDADE brasileira? Mata Atlântica Cerrado FLORESTAS Caatinga SECAS Floresta Amazônica Pantanal Pampas espécies de fanerógamas
24 Fonte: Nascimento, V.T. (2010) O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Caatinga Riqueza de plantas usadas na alimentação humana 40% 35% 30% Hábito 35% 36% 29% % 20% % 10% famílias botânicas 81 48% 48 Fabaceae Myrtaceae Cactaceae 40 29% 23% 5% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Árvores Arbustos Ervas Partes usadas 67% 13% 8% 8% 4% 0 Total de espécies Exóticas Nativas Indeterminadas
25 Spondias tuberosa (umbu) Eugenia pyriformis (ubaia) Psidium schenckianum (pirim) O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Lins-Neto, E.M.F. (2012) Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Pilosocereus pachycladus (facheiro) Tacinga inamoena (cumbeba) Pilosocereus gounellei (Xiquexique) Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Fonte: Nascimento, V.T. (2010)
26 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas na ALIMENTO-MEDICINA CAATINGA O CONTINUUM Fonte: Lins-Neto, E.M.F. (2012) Spondias tuberosa (UMBU) Na medicina tradicional é indicado para tratar problemas digestivos (diarreia, cólicas), inflamações uterinas, diabete
27 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas na CAATINGA O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Lins-Neto, E.M.F. (2012) Spondias tuberosa (UMBU)
28 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas na CAATINGA O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Lins-Neto, E.M.F. (2012) Spondias tuberosa (UMBU)
29 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas na CAATINGA O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Lins-Neto, E.M.F. (2012) Área de pasto nativo Área de cultivo Spondias tuberosa (UMBU)
30 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas na CAATINGA O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Pilosocereus pachycladus (FACHEIRO)
31 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas na ALIMENTO-MEDICINA CAATINGA O CONTINUUM Fonte: Gómez, M.P.C. (2011) Pilosocereus pachycladus (FACHEIRO)
32 Caatinga Fonte: Nascimento, V.T. (2010) Há espécies com potencial nutritivo e bioativo, se comparadas com outras espécies cultivadas usadas na dieta da população local Grande parte são reconhecidas como espécies de importância alimentícia e medicinal O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Interessantes para estudos mais aprofundados de seu potencial de produção e sua viabilidade econômica Fonte: Nascimento, V.T. (2010) Interessantes para futuros estudos de sua atividade antioxidante
33 RECURSO SUBUTILIZADO Caatinga Há espécies com potencial nutritivo e bioativo, se comparadas com outras espécies cultivadas usadas na dieta da população local Grande parte são reconhecidas como espécies de importância alimentícia e medicinal Principal obstáculo a ser superado: Fatores culturais O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA São considerados alimentos emergenciais ( famine foods ). Seu consumo é associado a períodos de sofrimento (grandes secas) e escassez de recursos financeiros Fonte: Lins-Neto, E.M.F. (2012)
34 O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Cerrado 33 espécies nativas Myrtaceae 13 famílias Fabaceae botânicas Arecaceae Fruto: 28 espécies 18 espécies Sementes: 5 espécies preferidas Fonte: Cavalcanti, M.C.B.T. (2012)
35 Attalea speciosa (babaçu) Syagrus cearenses (catolé) Acrocomia intumescens (macaúba) O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Campos, L.Z.O Caryocar coriaceum (pequi) Hancornia speciosa (mangaba) Hymenaea stignocarpa (jatobá)
36 Caryocar coriaceum (PEQUI) Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas no CERRADO O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Cavalcanti, M.C.B.T. (2012)
37 Espécie de maior importância alimentícia em comunidades inseridas no CERRADO Na medicina tradicional é empregado no tratamento de doenças respiratórias (gripe, bronquite, coqueluche, asma) O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Cavalcanti, M.C.B.T. (2012) Caryocar coriaceum (PEQUI)
38 A preferência de uma espécie alimentícia está relacionada ao seu NÚMERO DE USOS? Fonte: Campos, L.Z.O (2015) O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA A preferência por uma espécie alimentícia não está relacionada ao número de categorias de usos A maioria das espécies nativas preferidas também tem uso medicinal
39 TÉCNICA: Matriz de critérios e opções A categoria medicinal influencia a preferência de uma ESPÉCIE ALIMENTÍCIA? O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Fonte: Campos, L.Z.O (2015) Nas três áreas estudadas as pontuações (0-10) foram semelhantes apenas entre as categorias alimentícia e medicinal Segundo os coletores o uso medicinal influencia na classificação de uma espécie como alimentícia
40 A riqueza de plantas silvestres alimentícias ainda é pouco conhecida, e existem muitos desafios: O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Considerações FINAIS Falta de pesquisas Fonte: Campos, L.Z.O Políticas de incentivo ao consumo destes recursos Preconceito e desinteresse da população
41 O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Considerações FINAIS Plantas utilizadas na alimentação podem interferir na frequência que determinadas doenças ocorrem Estimular o seu consumo pode contribuir para redução do uso de medicamentos alopáticos, que muitas vezes são caros e pouco acessíveis para algumas populações Fonte: Gómez, M.P.C. (2011)
42 O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA Considerações FINAIS Estudos envolvendo o continuum alimento-medicina oferecem importantes contribuições para a bioprospecção, ampliando a escolha de plantas candidatas a estudos farmacológicos Pesquisas que apresentam o foco em plantas medicinais podem deixar de lado alguns recursos alimentícios que possam apresentar potencial médico. Fonte: Gómez, M.P.C. (2011)
43 OBRIGADO! O CONTINUUM ALIMENTO-MEDICINA marcelo.alves@upe.br Programa de Pós- Graduação em Educação (mestrad0) Programa de Pós-Graduação em Ecologia (mestrad0) Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza (mestrado e doutoramento)
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