Pesquisa Econômica Perspectivas Econômicas
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- Victor Gabriel Fragoso Fartaria
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1 Pesquisa Econômica Perspectivas Econômicas Pesquisa Macroeconômica Itaú Fevereiro 2017
2 Roteiro Internacional Dados globais apoiam os mercados emergentes em meio à incerteza política A dinâmica positiva da manufatura global continua, com PMI forte em janeiro; as taxas de inflação nas economias desenvolvidas estão subindo, impulsionadas pelos preços de energia, enquanto as medidas do núcleo continuam em níveis moderados; As taxas de juros devem subir nos EUA. Porém, com uma pressão salarial modesta, o Fed tem espaço para se movimentar de forma gradual (projetamos três aumentos em 2017, sendo o próximo em maio); O contexto de melhora da atividade global e alta moderada da inflação é positivo para os mercados emergentes; A China também está apertando a política monetária, mas a atividade deve se manter firme por enquanto; As incertezas políticas nos EUA, as eleições na Europa e a desaceleração na China continuam sendo riscos importantes. Brasil Rumo ao novo equilíbrio Expectativas ancoradas e desinflação disseminada abrem espaço para o estabelecimento da meta de inflação de 2019 em 4%, ante os 4,5% que vigoram desde Revisamos nossa projeção de IPCA para 4,4% este ano e para 3,8% em 2018; A tramitação da reforma da Previdência terá início este mês. Esperamos aprovação no 2T17; A atividade econômica apresenta sinais de melhora na margem, em linha com nosso cenário; Queda do risco país fortalece o real. Revisamos a projeção de câmbio para R$ 3,35 no fim de 2017 e R$ 3,45 em 2018; Inflação menor possibilita quedas adicionais da taxa Selic, que deve alcançar 9,25% em 2017 e 8,25% em 2018
3 Economia global: nossas projeções Mundo 3,4 3,2 3,1 3,6 3,6 EUA 2,4 2,6 1,6 2,3 2,4 Zona do Euro 0,9 1,6 1,7 1,6 1,3 Japão 0,0 1,2 1,1 1,4 1,0 China 7,3 6,9 6,7 6,4 5,8 Fonte: Itaú, Haver Analytics
4 Atividade global e inflação começam 2017 em alta O ciclo do setor manufatureiro continuou melhorando em janeiro. O índice PMI de manufatura global aumentou para 53,3 no mês, de 52,8 em dezembro. O índice está em seu nível mais alto desde 2011; A inflação global também está subindo. A composição mostra a inflação em alta nos mercados desenvolvidos, e caindo nos mercados emergentes. É importante salientar que nos desenvolvidos a inflação está aumentando devido aos preços de energia, mas o núcleo da inflação permanece estável; Essa combinação de dados é positiva para os mercados emergentes e para os preços de seus ativos. Índice PMI de manufatura global Índice Inflação nos mercados desenvolvidos % Inflação Proxy ex-alimentos & Energia 48 jan-11 jan-12 jan-13 jan-14 jan-15 jan-16 jan-17-1 jan-07 jan-09 jan-11 jan-13 jan-15 jan-17 Fonte: Haver Analytics, Itaú
5 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 EUA: perspectiva positiva, mas incertezas políticas permanecem altas Estimamos o crescimento acelerando para 2,2% no início do 1T17, taxa anualizada e dessazonalizada, na comparação de base trimestral. Além disso, vemos chances de maior crescimento do PIB durante todo o ano; A moderação recente nos salários e na inflação do núcleo indica que alguma folga persiste na economia. No entanto, com um mercado de trabalho forte, os salários e a inflação seguirão em tendência de alta; Apesar dos riscos e do início de ano turbulento, esperamos que uma combinação de políticas pró-crescimento prevaleça. Para que tal aconteça, a nova administração precisa aprovar reformas fiscais pró-crescimento e evitar uma guerra comercial. Crescimento do PIB %, anualizado Salários e Inflação %, variação anual 5.5% 4.5% Rendimendo médio por hora, MA3 Núcleo do deflator do PCE (dir.) %, Var. Anual % 2.5% 1.5% 0.5% 1.6% 2.3% 2.4% % % -2.5% Projeção Trimestral Anual dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 dez-17 Fonte: Itaú, Haver Analytics
6 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 Europa: atividade resiliente à frente dos riscos políticos A eleição presidencial na França é o principal evento do 1S17. Marine Le Pen, candidata do partido eurocético Frente Nacional, provavelmente chegará ao segundo turno. Embora todos os candidatos estejam à frente de Le Pen nas pesquisas do segundo turno, ela ainda tem chance de vencer; O PIB expandiu-se 0,5% no 4T16 em relação ao trimestre anterior. A melhora das condições financeiras, a política fiscal ligeiramente expansionista e um ambiente externo mais ameno contribuem para um crescimento mais forte. Intenções de voto Eleição na França % Crescimento do PIB (Zona do euro) % anualizado % 2.0% 1.5% 1.6% 1.6% 1.3% Fonte: Haver Analytics, Institutos de Pesquisa Nacionais, Itaú 18.5 Hamon 5 Macron Fillon Le Pen 0 3-jan jan jan-17 2-fev % 0.5% 0.0% -0.5% -1.0% -1.5% Trimestral Anual
7 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 China: muito a perder em uma guerra comercial O crescimento econômico deverá permanecer estável no 1T17. A atividade econômica e o crescimento do crédito exibiram um ritmo sólido nos últimos meses. O índice PMI de manufatura permaneceu alto em janeiro, e nosso índice de atividade corrente sugere que a economia ainda está próxima de um ritmo de 8%; O principal risco de curto prazo relaciona-se a políticas tributárias e tarifárias dos EUA. Apesar de algum avanço em reequilibrar a economia por meio do consumo doméstico, as exportações ainda representam 22% do PIB, bem acima das outras grandes economias; Revisamos nossa projeção do PIB para 6,4% (de 6,3%) em 2017, devido a um carrego estatístico melhor a partir de 2016, enquanto ainda antecipamos uma desaceleração moderada no 2S17. Índice PMI de Manufatura e Índice de atividade Crescimento do PIB %, anualizado %, mm3m Sa. Anualizada Índice Índice de Atividade pesada PMI de Manufatura Oficial (dir) % 8.0% 7.5% 7.0% 6.5% 6.0% 5.5% 5.0% 6.7% 6.4% 5.8% % 4.0% 5 48 jan-12 jan-13 jan-14 jan-15 jan-16 jan-17 Fonte: Haver Analytics, Itaú, NBS Trimestral Anual
8 LatAm: sinais de recuperação Os indicadores recentes são consistentes com a nossa expectativa de recuperação econômica na região, impulsionada pelo Brasil e pela Argentina; O ambiente externo tem sustentado as moedas da América Latina, mas a perspectiva de taxas de juros mais altas nos EUA provavelmente levará a alguma depreciação em relação aos níveis atuais. Ambiente de mercado melhorou na região, com exceção do México; A tendência das taxas de juros na América do Sul é de queda, mas as expectativas de inflação altas na Colômbia e na Argentina para este ano estão tornando os bancos centrais mais cautelosos nesses dois países. Ambiente de mercado Índice (desvios-padrão do valor histórico) América Latina ex-méxico México -10 mai-06 jan-09 set-11 mai-14 jan-17 Fonte: Itaú, Haver Analytics
9 Latam: nossas projeções Peru México PIB - % PIB - % PEN / USD (Dez) MXN / USD (Dez) Taxa de juros - (Dez) - % Taxa de juros - (Dez) - % IPC IPC Colômbia Chile PIB - % PIB - % COP / USD (Dez) CLP / USD (Dez) Taxa de juros - (Dez) - % Taxa de juros - (Dez) - % IPC IPC Argentina PIB - % ARS / USD (Dez) Lebac 35 d (Dez) - % IPC - % (Buenos Aires) Fonte: Itaú
10 Brasil: o que esperamos no curto prazo? Atividade econômica PIB (%) 0,1-3,8-3,5 1,0 4,0 Desemprego (%) Dezembro (PNAD cont.) 7,0 10,0 12,6 13,2 12,9 Inflação IPCA (%) 6,4 10,7 6,3 4,4 3,8 Política monetária Taxa SELIC (%) 11,75 14,25 13,75 9,25 8,25 Fiscal Superávit primário (% PIB) -0,6-1,9-2,5-2,2-1,6 Balança de pagamentos Câmbio (fim de período) 2,66 3,96 3,25 3,35 3,45 Conta corrente (% PIB) -4,3-3,3-1,3-1,5-2,1
11 Nova redução nas projeções para a inflação Para este ano, reduzimos a projeção para IPCA de 4,7% para 4,4%. O resultado mais favorável da inflação na margem e a revisão para baixo no cenário para a taxa de câmbio foram os principais fatores por trás da redução. Observamos que a desinflação tende a ensejar debate, bem-vindo, sobre a eventual redução da meta para a inflação; Para 2018, reduzimos a projeção para a inflação de 4,0% para 3,8%. A redução na projeção para a inflação no próximo ano foi motivada pela revisão no cenário para taxa de câmbio, pela menor inércia a ser gerada pela inflação deste ano, e pela perspectiva de estabelecimento da meta de 2019 em 4%, ante 4,5% atualmente; Decomposição IPCA Variação em 12 meses 20% 18% 16% 14% 12% IPCA Livres (76%) Administrados (24%) 10% 8% 6.3% 6% 4% 4.4% Fonte: Itaú, IBGE 2% projeção 0% dez-11 dez-12 dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 dez-17
12 2013.I 2013.II 2013.III 2013.IV 2014.I 2014.II 2014.III 2014.IV 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I 2017.II 2017.III 2017.IV 2018.I 2018.II 2018.III 2018.IV Sinais de melhora da atividade Em dezembro do ano passado, a produção industrial teve alta de 2,3%. A produção teve sua segunda alta consecutiva, atingindo seu maior patamar desde julho de 2016; O ano começou com melhora na confiança. Em janeiro, houve crescimento na confiança de empresários e consumidores. Na indústria, houve alta acentuada (5,7%) e composição favorável, com queda dos estoques e alta da demanda; Mantivemos nossas projeções para o PIB em 2017 e Para o quarto trimestre de 2016, estimamos uma queda do PIB de 0,5%, ante o terceiro trimestre após ajuste sazonal. No entanto, os indicadores antecedentes voltaram a melhorar, sugerindo volta do crescimento a partir do primeiro trimestre deste ano. Produção Industrial Índice com ajuste sazonal, 2012=100 PIB trimestral Variação trimestral dessazonalizada % % % 0.8% 1.1% dez-06 dez-08 dez-10 dez-12 dez-14 dez-16 Fonte: Itaú, IBGE 0.0% -1.0% -2.0% -3.0% Realizado Projeção -0.9% -2.3% -0.5% -1.1% -0.8%
13 Desemprego segue em alta Em dezembro do ano passado, a taxa de desemprego nacional atingiu 12,0%, três pontos percentuais (p.p.) acima do mesmo período do ano anterior. A taxa livre de efeitos sazonais teve sua 25ª alta consecutiva, passando de 12,3% para 12,6%; Em dezembro, houve destruição líquida de 462 mil empregos formais (Caged), melhor resultado para o mês desde Com ajuste sazonal, estimamos uma contração de 19 mil empregos. Esperamos que a destruição líquida de vagas continue se atenuando nos próximos meses, embora deva se prolongar até o segundo semestre deste ano. Taxa de desemprego %, com ajuste sazonal Criação de emprego formal (CAGED) Milhares, com ajuste sazonal dez-12 dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 dez-17 Fonte: IBGE, Itaú, FGV
14 Fiscal: foco nas reformas Os resultados fiscais continuaram em trajetória de piora em O déficit primário consolidado atingiu -2,5% do PIB, pior resultado da série histórica e apenas ligeiramente melhor do que a meta para o ano de -2,6% do PIB. A tendência de piora fiscal reforça a necessidade de avançar na aprovação das reformas para estabilizar a dívida pública no médio prazo; A reforma da Previdência deve ser aprovada (ainda que com algumas modificações) no Congresso Nacional no segundo trimestre de 2017; Mantivemos nossa previsão de déficit primário de 2,2% do PIB (R$ 142 bilhões) em 2017, em linha com a meta fiscal. Para 2018, esperamos um déficit primário de 1,6% do PIB (R$ 116 bilhões). 75% Dívida bruta do governo geral % do PIB 70% 65% 60% 55% 50% Fonte: BCB, Itaú
15 Depreciação menos intensa do real com queda do risco país Revisamos nossa projeção de taxa de câmbio para 3,35 reais por dólar ao fim de 2017 (ante 3,50) e 3,45 reais por dólar ao fim de 2018 (ante 3,50). No cenário doméstico, as perspectivas mais favoráveis (de aprovação de reformas fiscais), que levaram à queda do risco país e entrada maior de capitais, devem se manter, exercendo pressão para um real mais apreciado que antecipávamos; O déficit em conta corrente recuou de 3,3% do PIB em 2015 (US$ 59 bilhões) para 1,3% do PIB em 2016 (US$ 23,5 bilhões), principalmente devido à contribuição positiva da balança comercial. Para os próximos anos, revisamos a nossa projeção de déficit em conta corrente, mas sem comprometer a sustentabilidade externa Taxa de Câmbio BRL/USD, final de período Déficit em conta corrente % PIB, anual % % 1% % -1% -2% -1.3% -1.6% % -2.4% % -5% Fonte: Itaú, BCB
16 Juros menores em 2017 e em 2018 O cenário para política monetária se tornou mais favorável. A inflação segue em queda e as expectativas continuam ancoradas na meta para horizontes mais longos. A atividade segue fraca, mesmo com os sinais melhores na margem. As medidas de ajuste fiscal continuam avançando e o cenário externo segue favorável para os mercados emergentes, apesar de incertezas relacionadas às políticas que serão adotadas nos EUA; Esse ambiente possibilita uma redução sustentada da taxa de juros. Em nossa visão, a perspectiva de diminuição da meta reforça essa tendência. Esperamos agora que a taxa Selic alcance 9,25% no fim de 2017 (antes, 9,75%). Com relação a 2018, esperamos que a taxa Selic termine o ano de 2018 em 8,25% (8,50%, em nosso cenário anterior). 15% Selic % p.a. 14% 13% 13.00% 12% 11% 10% 9.78% 10.00% 9% 9.25% 8% 8.25% 7% Fonte: Itaú, Bloomberg Projeção equipe econômica Itaú Apreçamento da SELIC implícito na curva de DI futuro *Apreçamento calculado com dados de 10/fev
17 Conclusão Internacional Dados globais apoiam os mercados emergentes em meio à incerteza política A dinâmica positiva da manufatura global continua, com PMI forte em janeiro; As taxas de inflação nas economias desenvolvidas estão subindo, impulsionadas pelos preços de energia, enquanto as medidas do núcleo continuam em níveis moderados; As taxas de juros devem subir nos EUA. Porém, com uma pressão salarial modesta, o Fed tem espaço para se movimentar de forma gradual (projetamos três aumentos em 2017, sendo o próximo em maio); O contexto de melhora da atividade global e alta moderada da inflação é positivo para os mercados emergentes As incertezas políticas nos EUA, as eleições na Europa e a desaceleração na China continuam sendo riscos importantes. Brasil Rumo ao novo equilíbrio Expectativas ancoradas e desinflação disseminada abrem espaço para o estabelecimento da meta de inflação de 2019 em 4%, ante os 4,5% que vigoram desde Revisamos nossa projeção de IPCA para 4,4% este ano e para 3,8% em 2018; A tramitação da reforma da Previdência terá início este mês. Esperamos aprovação no 2T17; A atividade econômica apresenta sinais de melhora na margem, em linha com nosso cenário; Queda do risco país fortalece o real. Revisamos a projeção de câmbio para R$ 3,35 no fim de 2017 e R$ 3,45 em 2018; Inflação menor possibilita quedas adicionais da taxa Selic, que deve alcançar 9,25% em 2017 e 8,25% em 2018
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