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Transcrição

1 1 de 7 06/06/ :23 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /SC EMBARGANTE : CELESC DISTRIBUIÇÃO S/A EMBARGADO : ACÓRDÃO DE FLS. INTERESSADO : MUNICÍPIO DE ITAJAI/SC INTERESSADO : MUNICÍPIO DE JOINVILLE/SC EMBARGANTE : MUNICÍPIO DE ABDON BATISTA/SC e outros INTERESSADO : MUNICÍPIO DE ITAPOA/SC INTERESSADO : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL INTERESSADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL INTERESSADO : MUNICIPIO DE PARAISO-SC EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. PREQUESTIONAMENTO. 1. Os embargos declaratórios não são a via adequada para o reexame de matéria já discutida, e apenas quando efetivamente houver contradição, omissão, obscuridade ou erro material, é que se mostra legítimo o seu manejo. 2. Não é necessário ao julgador enfrentar os dispositivos legais e constitucionais citados pela parte ou obrigatória a menção dos dispositivos legais e constitucionais em que fundamenta sua decisão, desde que enfrente as questões jurídicas postas na ação e fundamente, devidamente, seu convencimento. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, acolher em parte os embargos declaratórios dos Municípios e acolher os embargos de declaração da CELESC, nos

2 2 de 7 06/06/ :23 termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 31 de maio de Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO Relator Documento eletrônico assinado por Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei , de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço verificador v6 e, se solicitado, do código CRC 1B85C8D7. João Pedro Gebran Neto Data e Hora: 31/05/ :35 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /SC EMBARGANTE : CELESC DISTRIBUIÇÃO S/A EMBARGADO : ACÓRDÃO DE FLS. INTERESSADO : MUNICÍPIO DE ITAJAI/SC INTERESSADO : MUNICÍPIO DE JOINVILLE/SC EMBARGANTE : MUNICÍPIO DE ABDON BATISTA/SC e outros INTERESSADO : MUNICÍPIO DE ITAPOA/SC INTERESSADO : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL INTERESSADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL INTERESSADO : MUNICIPIO DE PARAISO-SC RELATÓRIO

3 3 de 7 06/06/ :23 Trata-se de embargos de declaração em face de decisão assim ementada: "AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. LEGITIMIDADE MPF. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO TRIBUTÁRIA. AUSÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. COBRANÇA INTEGRADA. IMPOSSIBILIDADE. É indiscutível a competência da Justiça Federal em razão de a demanda ter sido ajuizada contra autarquia federal sob regime especial, qual seja, a ANEEL, competente para fiscalizar a exploração do serviço público de distribuição de energia. Em se tratando de instrumento de tarifa, remuneração do concessionário de serviço público, não há que se falar em relação tributária. Afastada a alegação de litisconsórcio passivo necessário entre os Municípios e a CELESC, vez que o interesse deles é tão somente econômico. Para que se pretenda ter um serviço adequado, nos moldes da legislação de regência da matéria, não se pode efetuar a cobrança em um mesmo código de leitura ótica, dos valores referentes ao consumo mensal e do valor devido a título de COSIP. Há que se ter a autorização do consumidor para cobrar tudo junto no mesmo código de barras ou, então, tem que se destacar o valor referente ao COSIP, não podendo haver corte no fornecimento de energia elétrica ante a ausência de pagamento do tributo." Embarga o Município de Abdon Batista e outros apontando omissão quando (a) do não conhecimento de seu apelo por intempestividade, eis que não observado prazo em dobro (art. 188 do CPC) e sequer sua citação para ação ou intimação da sentença (art. 5º, LV, da CRFB/88); (b) da alegação de incompetência da Justiça Federal; (c) da ilegitimidade ativa do MPF; (d) da existência de litisconsórcio passivo necessário. Sustenta contradição no ponto em que é afastada a legalidade da cobrança por inexistir informação suficiente, enquanto na fatura é expressamente destacado o valor a título do encargo. Embarga a CELES indicando contradição no julgado pois há destaque do valor da contribuição da iluminação pública. Requer sejam conferidos efeitos infringentes ao julgado. O MPF opina pelo desprovimento dos embargos de declaração. É o relatório. Em mesa. Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO Relator Documento eletrônico assinado por Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei , de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço verificador v6 e, se solicitado, do código CRC A9B78F66. João Pedro Gebran Neto Data e Hora: 31/05/ :35

4 4 de 7 06/06/ :23 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /SC EMBARGANTE : CELESC DISTRIBUIÇÃO S/A EMBARGADO : ACÓRDÃO DE FLS. INTERESSADO : MUNICÍPIO DE ITAJAI/SC INTERESSADO : MUNICÍPIO DE JOINVILLE/SC EMBARGANTE : MUNICÍPIO DE ABDON BATISTA/SC e outros INTERESSADO : MUNICÍPIO DE ITAPOA/SC INTERESSADO : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL INTERESSADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL INTERESSADO : MUNICIPIO DE PARAISO-SC VOTO Inexiste omissão, contrariedade ou obscuridade que preencha os requisitos do art. 535 do CPC para interposição de embargos declaratórios em relação às preliminares de mérito apontadas pelos municípios embargantes. O voto condutor foi explícito quanto à incompetência da Justiça Federal d à ilegitimidade ativa do MPF. Não foi menos claro quanto a que título os municípios figuram nesta ação. Não ajuizada a ação contra os municípios, e afastado o litisconsórcio necessário, por óbvio não foram citados para contestar o feito. Nestes pontos os aclaratórios são evidente contrariedade à tese, o que inviabiliza efeitos infringentes. Proferida e publicada a sentença, em observância às normas do CPC, vieram os embargantes apelar intempestivamente. Com efeito o apelo não foi conhecido sob o fundamento de que interposto após 15 dias da intimação: o prazo iniciado em 10/05/07 findou em 31/05/07, considerando suspensão por inspeção da Vara Federal no período de 14 a 18/05/07. neste ponto merece correção a decisão para, na forma do art. 188 do CPC, enfatizar o prazo em dobro do qual gozam os embargantes. Entretanto, tal equívoco não lhes traz melhor sorte. Os prazo de 30 dias findou em 14/06/07, enquanto o apelo foi interposto em 19/06/07. desta forma, mesmo lhe dobrando o prazo, a insurgência é intempestiva. Com tal ressalva, mantida a decisão por seus legais fundamentos. Quanto ao último ponto objeto dos embargos declaratórios dos municípios, e aos aclaratórios da CELESC, com efeito a transcrição do parecer ministerial pode levar à conclusão

5 5 de 7 06/06/ :23 de que há certa contradição. Assim, é de ser esclarecido que a posição adotada pela Turma julgadora é o destaque efetivo, qual seja, código de barras diferentes, ou como ficou expresso, que a cobrança no mesmo código de barras (tarifa de energia elétrica e contribuição ao serviço de iluminação pública - COSIP) necessita da autorização do contribuinte. Isto é, não basta apenas a discriminação do valor à título de COSIP na fatura de consumo de energia elétrica, deve haver a possibilidade do contribuinte pagar o seu consumo doméstico de energia elétrica, separadamente da contribuição ao serviço de iluminação pública. Vale ressaltar que a jurisprudência colacionada, permitindo a cobrança da contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública conjuntamente com a fatura de consumo de energia elétrica, na forma do art. 149-A, único da CF, foi baseada na existência de lei municipal expressa neste sentido, conforme dispõe o art. 150, I da CF. Isto é, a faculdade de cobrança conjunta não prescinde da necessária autorização legislativa, como preceitua o caput do art. 149-A da CF, não sendo possível suprir a lei municipal, por simples convênio entre o Município e a concessionária de energia elétrica. Embora alguns Municípios mencionem a existência de lei, compulsando os autos o que se vê é exclusivamente lei implementando a contribuição, enquanto a forma de cobrança é efetivamente objeto de convênio (fl. 442). De qualquer forma, no ponto, esclareço que o presente julgado não alcança os municípios que possuam lei específica permitindo a cobrança conjunta da tarifa de energia elétrica e a contribuição ao serviço de iluminação pública. A lei municipal deve ser trazida pelas rés, CELESC E ANEEL, o que não ocorreu no caso dos autos. Ante o exposto, acolho em parte os embargos de declaração dos Municípios para corrigir equívoco e sanar contradição e acolho os embargos de declaração da CELESC para sanar a contradição e obscuridade apontadas, sem modificação no resultado. Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO Relator Documento eletrônico assinado por Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei , de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço verificador v6 e, se solicitado, do código CRC B42EAECB. João Pedro Gebran Neto Data e Hora: 31/05/ :35 EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 31/05/2011 APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº /SC

6 ORIGEM: SC INCIDENTE : EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PRESIDENTE : Desembargador Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ PROCURADOR : Dr(a)Jorge Luiz Gasparini da Silva APELANTE : CELESC DISTRIBUIÇÃO S/A APELANTE : MUNICIPIO DE PARAISO-SC APELANTE : MUNICÍPIO DE ITAJAI/SC APELANTE : MUNICÍPIO DE JOINVILLE/SC APELANTE : MUNICÍPIO DE ABDON BATISTA/SC e outros APELANTE : MUNICÍPIO DE ITAPOA/SC APELANTE : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Certifico que o(a) 3ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU ACOLHER EM PARTE OS EMBARGOS DECLARATÓRIOS DOS MUNICÍPIOS E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA CELESC. RELATOR ACÓRDÃO : Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO VOTANTE(S) : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ : Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA Letícia Pereira Carello Diretora de Secretaria Documento eletrônico assinado por Letícia Pereira Carello, Diretora de Secretaria, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei , de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço verificador v1 e, se solicitado, do código CRC 79126A49. LETICIA PEREIRA CARELLO: de 7 06/06/ :23

7 7 de 7 06/06/ :23 Nº de Série do Certificado: 1E85262BF605B450 Data e Hora: 01/06/ :12:54