Aula Um. Damos início ao curso de noções de macroeconomia voltado especialmente para a prova de Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo.

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1 Aula Um Olá, Pessoal! Damos início ao curso de noções de macroeconomia voltado especialmente para a prova de Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo. Nesta primeira faremos uma breve abordagem referente à teoria econômica referente à macroeconomia, procurando resumir o que veremos ao longo de todo o curso. Em continuação, nos voltaremos ao estudo das diversas formas de mensuração da riqueza de um país, especialmente com relação à mensuração do Produto Interno Bruto PIB. Trata-se de uma aula cheia de fórmulas, e que regularmente tem nos seus conceitos a maior parte das questões cobradas em prova pela banca. Na prova de 2006, das quinze questões de Economia e Finanças Públicas, duas eram sobre a aula de hoje. No último concurso para Fiscal da Prefeitura de São Paulo, também elaborada pela FCC, do total de dez questões, quatro tinham conceitos retirados da aula de hoje!! Por esse motivo eu lembro: bastante atenção, visto que esta aula é crucial para um bom desempenho em prova! A aula tem mais de 100 páginas (127), mas isto não é motivo de preocupação, ok? Deste total, apenas 60 páginas referem-se à teoria. O restante da aula é composta por exercícios e gabaritos comentados de cada uma delas, o que demonstra uma ótima oportunidade de vocês praticarem. Ressalto que serão abordados os seguintes itens do conteúdo programático: 1

2 Fluxo Circular da Renda, Contabilidade nacional. Mensurando a Renda Nacional: os agregados macroeconômicos: consumo, investimento, gastos do governo, exportações líquidas. PIB real X PIB nominal. Deflator do PIB. Vamos à aula Um grande abraço, Mariotti 2

3 1. Macroeconomia A Macroeconomia trata da evolução da economia como um todo, verificando o comportamento dos grandes agregados econômicos como a renda (o que nós trabalhadores ganhamos no fim do mês), o produto interno (total de bens e serviços produzidos dentro das fronteiras do país), investimento (realizado pelas empresas), poupança (dos consumidores) e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxas de câmbio. O desenvolvimento da Macroeconomia exigiu o acompanhamento desses agregados para aferição do desempenho geral da economia do país. Todos os dados obtidos são disponibilizados em valores monetários, por incluírem diversos produtos e serviços que não podem ser simplesmente somados, como é o caso de automóveis, casas e etc.. Devido a alguns aspectos que serão analisados oportunamente, se constatará que estes valores de bens e serviços são apresentados a preços correntes (nominais) ou a preços constantes (reais). No estudo da Economia são desenvolvidas diversas ferramentas, tais como os índices estatísticos e os deflatores, que representam medidas de cálculo de variação dos preços dos bens e serviços para cima e para baixo. Em relação à teoria macroeconômica, pode-se dizer que ela se preocupa com as questões conjunturais, de curto prazo. Dentre estas, cita-se em especial o desemprego, entendido como a diferença entre a produção efetivamente realizada e a produção potencial da economia, situação na qual todos os recursos econômicos estejam totalmente empregados. Junto com o desemprego, cita-se a inflação, responsável pelo aumento contínuo do nível geral dos preços. 3

4 Assim, diante desta pequena explanação, pode-se definir as seguintes metas da política macroeconômica: Pleno emprego dos recursos (máquinas das fábricas trabalhando na capacidade máxima); Estabilidade dos preços; Distribuição da renda socialmente justa; e Crescimento e Desenvolvimento Econômico. O pleno emprego de recursos refere-se ao fato de que todos os recursos produtivos estão sendo utilizados da forma mais eficiente possível, o que significa tanto uma maior produção de bens e serviços como também uma minimização do nível de desemprego. A estabilidade de preços garante calmaria ao ambiente econômico, sendo um dos pilares para o crescimento sustentado sem a necessidade de aumento generalizado dos preços. A distribuição da renda socialmente justa refere-se à capacidade do país de evitar a concentração da maior parte da riqueza nas mãos de poucas pessoas. Finalmente, temos o crescimento com o devido desenvolvimento econômico, voltado à ampliação da capacidade produtiva do país e a melhoria do bem-estar econômico e social da população. Uma vez abordados as definições e os conceitos iniciais da macroeconomia, passemos agora à análise das variáveis utilizadas para mensurar os resultados da economia de um país, seja em termos de geração 4

5 de renda e despesa, seja em termos de nível de produto da economia, denominado de Produto Interno Bruto PIB. 2. Fluxo Circular da Renda, Contabilidade nacional. Mensurando a Renda Nacional: os agregados macroeconômicos: consumo, investimento, gastos do governo, exportações líquidas. Iniciamos os estudos referentes aos agregados macroeconômicos abordando os conceitos que demonstram as chamadas óticas de mensuração da atividade econômica, que nada mais representam do que a forma de apuração da riqueza gerada no país durante determinado período de tempo, envolvendo a produção e comercialização de bens e serviços. 2.1 A ótica do produto O produto da economia é representado pelo somatório dos bens e serviços finais produzidos no país durante um determinado período de tempo, sendo comumente considerado o período anual. O seu cálculo deve evitar o problema de dupla contagem, ou seja, devem fazer parte deste somatório somente os bens e serviços finais, até porque não faz sentido somar bens e serviços que são insumos 1 para fabricação de novos bens e serviços. Exemplo: Na produção de um pneu são utilizados diversos insumos, tais como: borracha, malha de aço e mão-de-obra (estágio 1 de produção). Imaginemos que são gastos com estas matérias-primas um total de R$ 100,00 e que o pneu seja produzido e vendido por R$ 150,00 (estágio 2 de produção). O resultado do produto calculado corretamente é dado pelo o que foi produzido por outras empresas em termos de matérias-primas (borracha, malha de aço e mão-de-obra), que é igual a R$ 100,00, mais o que foi gerado de produto, em termos monetários, com a produção e venda do pneu, sendo representado pelo valor de R$ 150,00, reduzido do custo de produção, igual a R$ 100,00, num total de R$ 50,00. 1 Insumo são produtos, ou dito de outra forma, fatores de produção utilizados no processo produtivo. 5

6 Veja que o valor encontrado em termos de produto da economia (R$ 150) é simplesmente o valor obtido com a produção e venda do pneu, motivo pelo qual foi dito anteriormente que o cálculo do produto se dá a partir dos bens e serviços finais produzidos na economia. A fórmula para o cálculo do produto é representada pelo somatório de todos os bens finais produzidos na economia, multiplicado pelo valor monetário de cada bem ou serviço. Produto = serviços finais). n i= 1 ( P i xq i ), (somatório dos preços x somatório dos bens e Pode-se ainda calcular o produto através do conceito de valor adicionado, que é a diferença entre o valor bruto da produção de cada unidade produtiva menos o custo intermediário para a produção destes bens. Como exemplo, temos que o valor agregado (ou adicionado) na produção de pneus é igual ao valor da produção dos próprios pneus menos o consumo de borracha e fios de aço utilizados na sua fabricação. Valor adicionado = Valor bruto da produção - Compra de bens e serviços intermediários (receita total das vendas) (custo dos bens intermediários) Valor adicionado = 100 (estágio 1) (estágio 2) 100 (consumo intermediário) = 150 A Renda é o somatório das remunerações dos fatores de produção 2, tais como salários, juros, aluguéis e lucros. Para que uma economia funcione é necessário que tenhamos no mínimo dois agentes econômicos. As empresas, que são responsáveis pela 2 Os salários remuneram o fator de produção mão-de-obra. Os juros remuneram o fator de produção dinheiro empregado no processo produtivo. Os aluguéis representam o pagamento do fator de produção espaço utilizado na produção. Os lucros representam a própria remuneração da atividade produtiva privada. 6

7 produção de bens e serviços e as famílias, que são responsáveis por consumir os bens e serviços produzidos pelas empresas. Deve-se compreender que, para que as empresas possam produzir, estas necessitam de uma série de insumos, tais como mão-de-obra, espaço, dinheiro para usar na compra de bens intermediários e, de forma imprescindível, serem remuneradas pela sua atividade produtiva, chamada de lucro. Todos estes insumos são obtidos no mercado de fatores de produção, que representa o mercado onde se encontram os insumos utilizados no processo produtivo. Por meio da referência teórica denominada de fluxo circular de renda, ocorre a interação entre o mercado de fatores de produção e o mercado de bens e serviços, onde famílias e empresas realizam suas trocas, promovendo o atendimento às necessidades das famílias e a rentabilidade do processo produtivo das empresas O fluxo circular de renda O estudo macroeconômico trata da formação e distribuição do produto e da renda gerados pela atividade econômica, tendo como base o fluxo contínuo que se estabelece entre os agentes econômicos. Este fluxo (Fluxo Circular de Renda) precisa ser periodicamente mensurado (quantificado), para que se possa avaliar o desempenho da economia no período. Esta mensuração pode ser feita tanto pelo lado da produção e venda de bens e serviços finais na economia (ótica do produto e da despesa), como também pela renda gerada no processo produtivo (ótica de renda), que é a remuneração dos fatores de produção (salários (w), juros (j), aluguéis (a) e lucros(l)). 7

8 Receita Venda de bens e serviços Mercado de bens e serviços Consumo Compra de bens e serviços Empresas Famílias Insumos de produção Salários, aluguéis, juros e lucro Mercado de fatores de produção Trabalho, terra, capital Renda As empresas produzem bens e serviços usando vários insumos, tais como trabalho, terra e capital (prédios e máquinas). Estes insumos são chamados de fatores de produção. As famílias são as proprietárias destes fatores, os oferecendo para a produção de bens e serviços. As famílias e as empresas interagem nos dois mercados. No mercado de bens e serviços as famílias são compradoras e as empresas vendedoras. Inversamente, nos mercados de fatores de produção as famílias são vendedoras e as empresas compradoras. 2.3 A ótica da despesa Para se entender o conceito de agregados macroeconômicos supõe-se uma economia em que só existam três empresas. A empresa A produz trigo, sendo que o total de sua produção é vendido para a empresa B, que produz a farinha de trigo. O total de farinha de trigo produzida pela empresa B é vendido a Empresa C, que produz o pão e o vende aos consumidores finais. 8

9 QUADRO I EMPRESA (A) (PRODUTORA DE TRIGO) Despesas de Produção Receitas Salários 80 Vendas de trigo para Juros 30 Empresa B Aluguéis 20 Lucro 10 Total Do lado esquerdo do quadro encontram-se relacionadas as despesas necessárias para a produção de R$ 140,00 de trigo. Por simplificação e supondo que só existam as três empresas citadas, o setor trigo não tem despesas com a compra de matérias-primas, ou seja, a despesa da empresa A (R$ 140,00) é apenas o que ela gasta com o pagamento ou remuneração dos fatores de produção: salário, que é a remuneração do trabalho, (80); juros (30), que remunera o capital emprestado; aluguel da terra (20) e, finalmente, o lucro de (10), que representa a remuneração da capacidade empresarial, obtida pela diferença entre a receita da vendas (140) e o pagamento dos demais fatores de produção ( = 130). Do exposto até aqui, pode-se verificar a existência de uma identidade ou igualdade entre produto, renda e despesa. Se a economia fosse constituída apenas pela empresa A, teríamos: Produto = 140 de trigo; Renda = 140, proveniente dos fatores de produção; Despesa = 140, pagos pela empresa B na aquisição de trigo que, no caso, representa o consumo total da economia ou também chamada de despesa agregada. PRODUTO = RENDA = DESPESA AGREGADA = 140 9

10 de trigo: CURSO ON-LINE NOÇÕES DE MACROECONOMIA A empresa B apresenta a seguinte situação com a fabricação da farinha QUADRO II EMPRESA B PRODUÇÃO DE FARINHA DE TRIGO Despesa de Produção Compra de Trigo da Empresa A 140 Receitas Vendas da Farinha de Trigo Salários 50 para a Empresa C 245 Juros 10 Aluguéis 15 Lucros 30 Total Finalmente, para o caso da empresa C, que deseja produzir pães, temos a seguinte formatação das receitas e das despesas. QUADRO III EMPRESA C - PRODUÇÃO DE PÃES Despesas de Produção Receitas Compra de Trigo da Empresa B Vendas de pães para os 245 Salários 60 Consumidores finais 390 Juros 20 Aluguéis 30 Lucros 35 Total Com o entendimento do conceito de Demanda Agregada, pode-se derivar a chamada Identidade Macroeconômica Fundamental. Produto Agregado (valor final da produção de bens e serviços) = Renda Agregada (salários + juros + alugueis + lucros) = Despesa Agregada (consumo final com bens e serviços) 10

11 2.4 Um Pouco de Despesa Agregada (ou Demanda Agregada) Despesa Agregada é o gasto dos agentes econômicos com o Produto Agregado. No exercício anterior, bastante simplificado, a Despesa Agregada é composta apenas pelos gastos das famílias com bens e serviços finais. Esse gasto é conhecido como o consumo das famílias (C). DEMANDA AGREGADA = CONSUMO O Consumo é igual à compra de pão, 390. Verifica-se que ele é idêntico ao Produto Agregado, mas medido pela ótica dos agentes da Despesa. 2.5 Poupança Agregada, Investimento Agregado e Depreciação A partir de agora se passa a considerar que as famílias não gastam toda sua renda com a compra de bens de consumo. Na verdade elas também poupam, consumindo menos do que efetivamente ganham. Da mesma forma, as empresas não produzem apenas bens de consumo, mas também bens de capital 3 que se incorporam à produção, aumentando a capacidade produtiva da economia Poupança Agregada A Poupança Agregada (S) é a parte da Renda Agregada (RA) que não é gasta em consumo. 3 Máquinas e equipamentos. 11

12 Agregado Poupança Agregada (S) = Renda Agregada Consumo Diante desta característica, pode-se, afirmar que, pelo lado das famílias, a Renda Agregada será dividida em duas parcelas, uma referente ao consumo de bens e serviços e a outra referente à poupança (Poupança Agregada), gerada pelo total disponível de Renda Agregada menos o consumo (Consumo Agregado). Renda Agregada (RA) = Consumo Agregado (C) + Poupança Agregada (S) exposta. A equação acima é a simples manipulação da equação anteriormente Investimento Agregado e Depreciação Em sentido econômico pode-se definir investimento como sendo a geração ou ampliação da capacidade produtiva das empresas, de tal forma que, quando uma empresa compra máquinas e equipamentos para ampliar o seu processo produtivo, esta está realizando um investimento em termos econômicos. As aplicações de recursos excedentes no mercado financeiro representam um investimento no sentido financeiro da palavra. O Investimento agregado (I) é dividido em duas partes: A primeira referente ao que é chamado de acúmulo (variação) de estoques, que nada mais é que o total de bens que foram produzidos em período anterior e que não foram consumidos. A empresa, ao estocar as mercadorias não vendidas (e que não são perecíveis), está realizando um investimento no sentido econômico. A segunda parte do Investimento é formada pelos bens que aumentam a capacidade produtiva da economia, nos moldes da 12

13 compra de máquinas, instalações. Estes são comumente conhecidos como bens de capital. Conclui-se assim que o Investimento (também chamado de Taxa de Acumulação do Capital) é composto pelos bens de capital (máquinas e imóveis), e pela variação de estoques ( E). Nas contas nacionais as maquinas e imóveis são também denominados de Formação Bruta de Capital Fixo ou Investimento em capital Fixo (FBKf ou Ibkf). A partir destas considerações, pode-se definir a variável investimento a partir da seguinte expressão: I = FBKf + E Deve-se observar que o Investimento Agregado é um conceito que envolve produtos físicos, ou seja, "investimento em ações" também não seria considerado investimento no sentido econômico, sendo no entanto um investimento no sentido financeiro. A parte do Investimento formada pela Formação Bruta de Capital Fixo sofre com o processo da depreciação, que seria o desgaste natural devido a sua utilização no processo produtivo durante um dado período de tempo. Em decorrência da depreciação, pode-se diferenciar os conceitos de Investimento Bruto e Investimento Líquido. I l (Investimento Liquido) = I b (Investimento Bruto) - d (Depreciação) Os bens produzidos na Economia são em parte demandados pelas famílias, sendo denominados de bens de consumo. De outra parte temos os 13

14 Investimentos 4 realizados pelas empresas, que assim poderiam ser chamados de consumo das empresas. Com a inclusão do Investimento feito pelas empresas, pode-se novamente compor a distribuição da Demanda Agregada: Demanda Agregada (DA) = Consumo Agregado (C) + Investimento Agregado (I) 2.6 A Identidade Macroeconômica Poupança Agregada igual à Despesa Agregada Se for levada em consideração a Identidade Macroeconômica Fundamental de que Produto Agregado (PA) = Renda Agregada = Demanda Agregada, pode-se concluir que a Poupança Agregada da Economia (S) é igual ao Investimento Agregado (I). Se Renda Agregada (RA) = Demanda Agregada (DA), logo: Consumo Agregado (C) + Poupança Agregada (S) = Consumo Agregado (C) + Investimento Agregado (I) Poupança Agregada (S) = Investimento Agregado (I) A conclusão de que a Poupança Agregada da Economia é igual ao Investimento Agregado parte do pressuposto de as empresas se utilizam da parcela da Renda Agregada não consumida, a Poupança, financiando os 4 Mais a frente, faremos, dentro do tópico das contas nacionais no Brasil, a distinção entre o chamados investimentos privados e os investimentos públicos. 14

15 seus novos projetos através de empréstimos e financiamentos junto ao sistema financeiro, que é o responsável pela captação da poupança das famílias. 2.7 O Governo como participante do Processo Econômico Nas relações negociais entre famílias e empresas existe uma figura categórica, o governo, agente este que exerce a função tanto de ofertante de bens e serviços, na forma da justiça, segurança pública, como também demandante de outros bens e serviços (energia, telefonia, etc.), essenciais ao funcionamento do Estado. O fluxo circular de renda abaixo inclui agora o governo, servindo à sociedade com os chamados bens públicos e, de outra forma, mantendo o funcionamento da máquina pública através da cobrança de diversos tributos. Receita Venda de bens e serviços Mercado de bens e serviços Consumo Compra de bens e serviços impostos impostos Empresas Governo Famílias Bens públicos Bens públicos Insumos de produção Salários, aluguéis, juros e lucro Mercado de fatores de produção Trabalho, terra, capital Renda 15

16 Com a presença do governo a Renda Agregada passa a ser destinada não somente para Consumo (C) e Poupança (S), mas também para pagamento de Tributos 5 (T). Sendo assim, tem-se: Renda = Consumo(C) + Poupança (S) +Impostos (T) Observação: A partir de agora utilizaremos os termos sem o complemento agregado, mesmo se tratando do conjunto da Economia, Ok? Da mesma forma que o governo cobra impostos para financiar suas atividades, este realiza gastos para suprir as demandas por consumo de bens e serviços públicos por parte das famílias e empresas. Com a inclusão do governo no processo econômico, a Demanda Agregada passa a ser composta da seguinte forma: DA = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G) Sendo válida a Igualdade Macroeconômica Fundamental de que a Renda Agregada = Demanda Agregada, tem-se que: C + S + T = C + I + G Rearranjado os termos, chega-se a seguinte equação: I = S + (T G), sendo (T G) a expressão que caracteriza a poupança ou despoupança do governo. Esta representa a forma pela qual o governo administra o orçamento público. Quando ele gasta mais do que 5 Por mera simplificação passaremos a utilizar a palavra impostos como sinônima da palavra tributo. 16

17 arrecada, necessita realizar operações de empréstimos (crédito) com o setor privado, para cobrir o déficit incorrido. Adicionalmente, pode-se tirar outras conclusões a partir do resultado da equação I = S + (T G). O investimento agregado (I) ou também FBKf (Formação bruta de Capital Fixo) + E (variação de estoques) é financiado pela Poupança das Famílias (Poupança Privada) mais a Poupança ou Despoupança do governo. 2.8 Algumas conclusões iniciais Iniciou-se a abordagem do assunto Contas Nacionais - Identidades Macroeconômicas abordando a interação entre empresas e famílias no mercado de bens e serviços e no mercado de fatores de produção. No primeiro deles, verificou-se que os ofertantes são as empresas e os demandantes as famílias. Diferentemente, no segundo, os demandantes são as empresas e os ofertantes as famílias. Com a inclusão do governo, este passa a interagir com famílias e empresas, ofertando bens e serviços públicos e demandando bens e serviços para a manutenção de suas atividades. Os três agentes econômicos em conjunto denominam a chamada economia fechada, situação na qual o país não realiza trocas (compra e venda de bens e serviços) com o resto do mundo. A partir do próximo tópico será introduzo o resto do mundo como participante do processo econômico, pelas próprias características de 99% das economias do globo, de forma a ser medida a efetiva participação do resto do mundo no resultado das contas nacionais do país. 17

18 Ressalta-se desde já a necessidade de que vocês guardem bem esta fórmula. Esta afirma que o Investimento em uma economia é derivado do somatório das poupanças privada (ou das famílias) e pública (ou do governo): I = S + (T G) Ela é indispensável para a solução de questões que versem sobre as Identidades Macroeconômicas. Destaco uma questão bastante simples, e antiga, mas que bem elucida o que acabamos de estudar: (INSS/AUDITOR ESAF/2002) Considere os seguintes dados: poupança líquida =100; depreciação = 5; variação de estoques = 50. Com base nessas informações e considerando uma economia fechada e sem governo, a formação bruta de capital fixo e a poupança bruta total são, respectivamente: a) 100 e 105 b) 55 e 105 c) 50 e 100 d) 50 e 105 e) 50 e 50 Comentários: Algumas questões de concurso informam os dados das variáveis a partir dos seus valores líquidos. A esse respeito devemos nos preocupar em sempre utilizar os dados pelos seus valore brutos. Isto ocorre na questão proposta acima, em que a poupança é dada em termos líquidos. Para que obter o resultado bruto, ao qual utilizaremos para resolver a questão, deve-se 18

19 adicionar a depreciação, destacada como um dos dados da questão. Aliás, aí vai mais uma dica. Toda vez que existir uma variável líquida, para se chegar ao resultado bruto, deve-se acrescentar a depreciação, sendo válida também a inversão. Assim sendo, tem-se que a poupança bruta será o resultado da poupança líquida adicionada da depreciação. S bruta = S líquida + depreciação = = 105; Considerando que se trata de uma economia sem governo, para se obter o resultado da Formação Bruta de Capital Fixo (Fbkf), deve ser utilizada a identidade macroeconômica I = S (investimento é igual a poupança). I = Fbkf + E (variação de estoques) Fbkf + E = 105; considerando que a variação de estoques desta economia ao longo de um período foi de 50, tem-se que Fbkf é igual a 55; Fbkf + 50 = 105 Fbkf = 55 Gabarito: letra b. 3. O Balanço de Pagamentos Considera-se que o comércio internacional (o comércio entre os países) é benéfico à economia do nosso país, pois este traz vantagens decorrentes da divisão do trabalho (bens e serviços disponíveis) e da especialização (cada país se especializa nos bens e serviços em que possui vantagem comparativa). O 19

20 chamado princípio das vantagens comparativas, estudado na parte da economia chamada de internacional, baseia-se no fato de que se cada país deve produzir e vender os produtos com os quais possui maior vocação, produzindo a um menor custo, e assim ensejando um acúmulo de divisas (dinheiro) suficientes para adquirir os bens e serviços para os quais tem menor vantagem comparativa 6. Observação: O Brasil, por exemplo, possui vantagens comparativas na extração (produção) de minério de ferro e de soja, produtos considerados commodities, que são aqueles produtos que têm o seu preço negociado no âmbito do mercado internacional, ou seja, a definição do seu valor é decorrente das relações entre a oferta e a procura pelo em âmbito global. 3.1 Estrutura do Balanço de Pagamentos O Balanço de pagamentos é um registro estatístico-contábil de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes dos demais países no mundo, também chamados de não residentes da economia. De outra forma, pode-se dizer que estão registrados no Balanço de Pagamentos todas as exportações e importações de mercadorias e serviços, os fretes de mercadorias, os seguros destas, os empréstimos recebidos e feitos no exterior por empresas e pelo governo nacional, bem como uma série de outros bens, serviços e rendas. Diz-se assim que o Balanço de Pagamentos registra todas as transações com mercadorias, serviços e capitais entre a economia nacional e o resto do mundo. 6 Podemos dizer que o Brasil possui vantagem comparativa em relação aos Estados Unidos na produção de produtos agropecuários. No caso dos EUA, estes possuem vantagem comparativa na produção de softwares e hardwares. O resultado mais lógico seria a exportação por parte do Brasil de produtos agropecuários para o EUA e a importação de produtos associados à tecnologia da informação. 20

21 A estrutura do Balanço de Pagamentos se divide em duas grandes partes, os chamados Balanço de Transações Correntes e o Balanço Financeiro e de Capital. Na maior parte dos concursos as questões versam sobre as transações correntes que, conforme verificaremos mais adiante, são responsáveis pelo que chamamos de poupança externa ou despoupança externa. 21

22 Box referente às regras de contabilização do Balanço de Pagamentos: Quanto às regras de contabilização do Balanço de Pagamentos, destacase que para as transações correntes, quando as movimentações se constituírem em despesas a serem pagas ao exterior, estas serão debitadas, sendo creditadas quando se referirem a receitas obtidas em transações realizadas com o exterior. Contabilização das Transações Correntes Despesas pagas Contas debitadas Receitas recebidas Contas creditadas No caso das transações realizadas na Conta Financeira e de Capital, quando estas se constituírem em empréstimos ou investimentos realizados para/no exterior, bem como pela amortização de empréstimos e retorno de investimentos, respectivamente contraídos e recebidos anteriormente, seu registro se dará por meio de débitos nas contas (rubricas) específicas. O registro se dará por meio de créditos nas respectivas contas quando ocorrerem a contratação de empréstimos do exterior e o recebimento de investimentos, assim como o retorno de empréstimos e investimentos anteriormente realizados para/no exterior. Contabilização da Conta Financeira e de Capitais Invest. no Exterior./Emprestimos Feitos no Exterior / Amort. Emprést. Contas debitadas Contratação de Empréstimos/ Recebimento de Investimentos Contas creditadas 22

23 A. B. C. D. Balanço Comercial (Mercadorias) Balanço de Serviços e Rendas (Resultado Líquido) Transferências Correntes (unilaterais) Balanço de Transações Correntes ou Saldo em Conta Corrente (Resultado Líquido de A+B+C). Importações (débito) (FOB - free on board). Exportações (crédito) (FOB - free on board) Serviços 1 J1~7:4. ~.'?. ~a.as. ~... Viagens Internacionais (Turismo). Transportes (Fretes). Seguros. Serviços Diversos. Serviços Governamentais (Embaixadas). Royalties. Rendas (dos fatores de produção). Salários. Lucros, Dividendos e bonificações (ações). Juros (títulos da dívida). Bens doados. Moeda (dinheiro doado) Obs.: Excluem-se as transferências relativas ao patrimônio de migrantes internacionais. (diplomatas) Déficit ou Superávit Conta de Capital. Mutação de Patrimônio de Migrantes Internacionais (diplomatas). Aquisição/cessão de bens não financeiros não produzidos, tais como cessão de marcas e patentes E. Conta Financeira Capitais Autônomos F. Erros e Omissões Saldo do Balanço de G. Pagamentos Resultado Líquido de D + E + F. Investimento Brasileiro Direto (no exterior). Investimento Estrangeiro Direto. Reinvestimentos (Multinacionais). Empréstimos e financiamentos. Amortizações. Investimento em Portfólio (ações e outros). Derivativos Financeiros. Empréstimos de Regularização (FMI, BIRD) H. Variação das Reservas Internacionais Variação das Reservas = Saldo do Bal. de Pgtos. G + H = 0 23

24 3.1.1 Balanço Comercial O Balanço Comercial registra as entradas (importações) e saídas (exportações) de mercadorias sob o conceito FOB (free on board), isto é, incluindo as despesas até o embarque no navio transportador, seja no país, seja no exterior. As despesas com seguros e fretes das mercadorias exportadas e importadas fazem parte do conceito CIF (cost, insurance and freight), sendo registradas em contas próprias do Balanço de Serviços. As entradas de recursos provenientes das exportações são registradas com sinal positivo enquanto as importações são registradas com sinal negativo. Toda vez que o volume financeiro das exportações for maior que o das importações, ocorre um Superávit no Balanço Comercial. Diferentemente, quando as importações forem maiores que as exportações gera-se um Déficit no Balanço Comercial. Nota 1: O balanço comercial tem apresentado resultado superavitário nos últimos dois anos (em 2010 US$ 20,14 bilhões) (em 2011 US$ 29,8 bilhões). O resultado positivo, em 2011, foi superior ao ocorrido em 2010, decorrente especialmente da elevação do volume das exportações. Importante considerar que os saldos destas contas podem ser afetados tanto pelo preço quanto pela quantidade dos bens exportados e importados. Muito embora tenha ocorrido nos anos anteriores a 2010 (especialmente 2009) uma elevação das importações, decorrente da valorização da moeda nacional frente à moeda de troca internacional (dólar), de tal forma que cada dólar passe a valer cada vez menos reais, o que estimula as importações de bens e desestimula as exportações, esta última elevou-se como decorrência do aumento dos mercados consumidores no exterior. Série Temporal disponível em: 24

25 3.1.2 Balanço de Serviços e Rendas O segundo componente do Balanço de Pagamentos é o Balanço de Serviços e Rendas. São classificados como Serviços não fatores quando fizerem referência aos bens não tangíveis, tais como viagens internacionais, transportes e seguros, sendo estes ainda classificados como não-remunerações dos fatores de produção. As Rendas, diferentemente dos serviços não fatores, são remunerações dos fatores de produção (juros, lucros e dividendos), tanto é que esta parte do balanço também é chamada de balanço de serviços fatores. Ocorrerá um Superávit no Balanço de Serviços e Rendas quando o volume financeiro de entrada de recursos for maior que o de saída. Caso contrário, teremos um Déficit no Balanço de Serviços e Rendas. Nota 2: Diferentemente do balanço comercial, o balanço de serviços e rendas tem apresentado nos últimos dois anos déficits significativos, com resultados negativos de US$ 70,32 bilhões em 2010 e US$ 85,27 bilhões em 2011 (na verdade o seu histórico é de déficits). Estes déficits são devidos especialmente à rubrica de rendas (juros e lucros de aplicações financeiras). As principais subrubricas deficitárias são as referentes ao pagamento de rendimentos sobre as aplicações em renda variável (ações) e em títulos de renda fixa, representado, em sua maioria, por dívidas do governo federal. Série Temporal também disponível em: Transferências Correntes ou Unilaterais As Transferências Correntes ou Unilaterais representam as doações e as remessas de migrantes. Conforme o próprio nome diz, as transações são unilaterais, ou seja, sem uma contrapartida em bens, serviços ou rendas. 25

26 Não existe a entrada efetiva de recursos. Como estamos falando de um balanço, que também é estruturado pelo método das partidas dobradas, para todo crédito ou débito sempre haverá um registro contrário em alguma outra rubrica, diferenciando-se em qual será em função de se tratar de doações de bens (alimentos, veículos), que têm contrapartida na conta de importações, ou de doações em espécie (dinheiro), contabilizadas no balanço de capitais (conta financeira), conforme veremos mais à frente. Nota 3: A rubrica de Transferências Correntes é historicamente positiva, tendo o seu resultado decorrente do fato do Brasil ser uma economia em desenvolvimento, muito mais recebendo bens e recursos do que remetendo para o exterior. Nos anos de 2010 e 2011 os seus resultados foram, respectivamente, de US$ 2,90 bilhões e US$ 2,98 bilhões O Saldo das Transações Correntes O saldo ou resultado do BP em Transações Correntes é igual à soma dos saldos do Balanço Comercial, do Balanço de Serviços e Rendas e das Transferências Unilaterais. Se o resultado for positivo, isto é, se as vendas de mercadorias, de serviços e rendas, e as transferências unilaterais superarem as respectivas compras, ou seja, saída de recursos, teremos o que chamamos de Superávit do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes. De forma inversa, se as aquisições de mercadorias, de serviços e rendas e de transferências unilaterais superarem as vendas, teremos o chamado Déficit do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes. 26

27 Nota 4: CURSO ON-LINE NOÇÕES DE MACROECONOMIA Como decorrência da elevação do déficit do balanço de serviços e renda em 2011, frente ao ano de 2010, sem igual compensação promovido pelo superávit do balanço comercial no mesmo período, o saldo de transações correntes, nos últimos dois anos, fechou deficitário nos montantes de US$ 47,23 bilhões e US$ 52,48 bilhões. Vejamos uma questão sobre os pontos até agora abordados: (Aud. Subst./TCE-RO FCC/2010) Dados extraídos da Conta Corrente do Balanço de Pagamentos do Brasil, referentes ao ano calendário de 2009, em milhões de dólares americanos: Déficit no Balanço de Transações Correntes Superávit em Transferências Unilaterais Correntes Déficit em Rendas e Serviços Exportação de Mercadorias (FOB) O valor da Importação de Mercadorias (FOB) naquele ano equivaleu, em milhões de dólares americanos, a (A) (B) (C) (D) (E) Comentários: 27

28 Essa questão é muito interessante de ser resolvida, uma vez que consolida todos os entendimentos pertinentes ao balanço de pagamentos que abordamos na parte inicial da aula. Já são disponibilizadas na questão informações referentes ao resultado das transações correntes, que neste caso é deficitário, o superávit das transferências unilaterais, o déficit do balanço de rendas e o resultado da conta de exportações. Considerando que a questão solicita do candidato o resultado referente á conta de importações, basta apenas substituirmos os valores na fórmula já apresentada, para então chegarmos ao resultado: TC = (Exp Imp) + (Balanço de Serv. E Rendas) + (Res. Trans. Unil) = ( Imp) + ( ) Imp = Viu como fica fácil resolver este tipo de questão por meio da aplicação da fórmula? Gabarito: letra e. 3.2 As contas de Capital e Financeira A outra parte componente do Balanço de Pagamentos é representada pela Conta Capital e Financeira. Nas suas rubricas incluem-se todos os registros de movimentação financeira de ativos e passivos. Trata-se assim dos 28

29 principais 7 dos empréstimos e financiamentos, dos investimentos produtivos e especulativos (portfólio), das amortizações de empréstimos e financiamentos, das operações com derivativos financeiros (opções, futuros), bem como os reinvestimentos de lucros obtidos por empresas estrangeiras instaladas no país. Destaque: Em adição ao acima narrado, bem como de forma a não repetir literalmente a descrição dos itens componentes do Balanço de Pagamentos, reproduzo o link de acesso às informações do Balanço de Pagamentos no Brasil, disponível no sítio do BACEN: O registro contábil das entradas de recursos nas Contas de Capital e Financeira também é feito com sinal positivo, assim como nas contas das transações correntes. Existe, no entanto, uma importante diferença: estes registros representam o aumento dos passivos com o exterior, uma vez que a realização de investimentos no país por estrangeiros constitui uma confissão de dívida, direta ou indireta, além de poder estar suscetível à retirada pelos investidores quando assim entenderem (aplicações em portfólio). Da mesma forma, caso ocorram saídas de recursos, será reduzido o passivo do país com o exterior, destacando-se logicamente que esta redução tende a promover uma piora no resultado da Conta Financeira e de Capital. O resultado da Conta Financeira e de Capital poderá ser deficitário ou superavitário, em função do total de recursos externos que entrarem ou saírem do país. Esse resultado é apurado mensalmente, sendo sujeito a variações ao longo do ano. 7 Toda dívida contraída é composta do principal, que nada mais é do que o dinheiro tomado emprestado, e dos juros a serem pagos em decorrência do dinheiro tomado emprestado. 29

30 Nota 5: CURSO ON-LINE NOÇÕES DE MACROECONOMIA Tendo sido o Brasil umas das vedetes do cenário internacional no passado recente, elevou-se consideravelmente o volume de recursos ingressantes no país destinados à compra de ativos (papéis) de empresas em bolsas de valores e de títulos emitidos pelo governo federal e por grandes empresas necessitadas de recursos a serem destinados à ampliação de suas capacidades produtivas. Esta grande enxurrada de recursos levou a Conta Financeira e de Capitais a um superávit, em 2010, de US$ 99,66 bilhões e de US$ 112,4 bilhões em Série Temporal também disponível em: Erros ou omissões Erros ou omissões é a rubrica utilizada para fechar o Balanço de Pagamentos, uma vez que existem pequenas diferenças entre os saldos constatados nas contas supramencionadas. Considerando a existência de entradas e saídas de produtos na economia que não são contabilizados, resultado de contrabandos e descaminhos, além da existência de discrepâncias temporais em termos das estatísticas de dados, o objetivo da rubrica é a de zerar as diferenças constatadas. 3.4 O resultado (saldo) do Balanço de Pagamentos O saldo total do Balanço de Pagamentos é representado pelo batimento do saldo em Transações Correntes adicionado do saldo da Conta Capital e Financeira. Se o resultado for positivo temos um Superávit no Balanço de Pagamentos, também chamado de excesso de entrada de 30

31 divisas estrangeiras. Caso o resultado seja negativo temos um Déficit no Balanço, representando um excesso de saída de moeda estrangeira. Na ocorrência de um superávit do BP conclui-se que existirá um aumento das Reservas Internacionais do país, uma vez que mais entrou moeda estrangeira do que saiu. No caso contrário, ocorrerá uma diminuição das Reservas Internacionais. Importante considerar que todo país apresenta naturalmente dívidas com o exterior. Trata-se da conhecida dívida externa. Em situações em que ocorram superávits no balanço de pagamentos, que acaba por aumentar o nível de reservas internacionais em moeda estrangeira do país, diz-se que este mesmo país reduziu o seu endividamento externo líquido, que nada mais é do que a diferença entre o total de dívida que o país possui com o exterior 8 e o total de reservas internacionais que este mesmo país possui. As dívidas constituem passivos enquanto as reservas internacionais constituem ativos para com o exterior. Nota 6: Em função dos superávits da Conta Financeira, o resultado do balanço de pagamentos nos anos de 2010 e 2011 foi positivo, tendo alcançado os volumes, respectivamente, de US$ 49,10 bilhões e de US$ 58,63 bilhões. O resultado do Balanço de Pagamentos durante o ano de 2012 tem apresentado um resultado muito embora positivo, inferior aos demais anos. Até novembro de 2012 o resultado está em R$ 23,8 bilhões. 8 Destaca-se que a dívida do país que mencionamos não se refere tão somente à dívida pública externa, mas também a toda dívida privada contraída por empresas e por pessoas físicas com pessoas e empresas estrangeiras. 31

32 3.5 Os antigos Capitais Compensatórios Conforme dissemos, caso o BP seja superavitário ocorrerá uma variação positiva no volume de reservas internacionais em moeda estrangeira. Já se o resultado for deficitário, ocorrerá uma variação negativa no volume de reservas internacionais do país, uma vez que as contas (dívidas) com o exterior necessitam ser pagas. O fundo responsável por este pagamento é representado pelo total de aplicações em moeda estrangeira em posse da União, administradas pelo Banco Central do Brasil. Caso o estoque de reservas não seja suficiente para fazer frente ao déficit do balanço de pagamentos o Brasil terá que lançar mão dos chamados Empréstimos de Regularização, tal como o recebido pelo Brasil para fazer frente crise internacional ocorrida em Destaca-se que, segundo a nova metodologia de apuração do BP, os empréstimos de regularização (FMI) são registrados na Conta Financeira, mesmo sendo utilizados apenas para fechamento do resultado negativo do próprio BP. A interpretação acima narrada parte do pressuposto de que o Balanço de Pagamentos, assim como um balanço de empresa, deve fechar. Ainda novamente, se o resultado do Balanço de Pagamentos for deficitário, e não existir saldo suficiente de Reservas Internacionais, a necessidade de empréstimos será positiva. Dessa maneira podemos repetir que um Superávit no BP indica uma variação positiva das Reservas Internacionais (sobra de dinheiro proveniente de superávits do balanço). Vale reforçar novamente que os empréstimos de regularização referem-se às linhas de recursos especiais de organismos internacionais utilizados para financiar o Déficit do BP, tais como os emprésti- 32

33 mos do FMI, do Banco de Compensações Internacionais, etc. A variação das Reservas Internacionais representa o movimento líquido de entrada e saída de divisas, como Dólares, Euros, Pesos e Ouro Monetário. Outro ponto importante de ser considerado refere-se ao denominado Passivo Externo. Conforme foi verificado, na ocorrência de um déficit nas transações correntes, deve existir um conseqüente superávit da Conta de Capital e Financeira com o objetivo de fechamento do BP sem a necessidade de serem utilizadas as Reservas Internacionais. Como esse fechamento em equilíbrio se dá apenas em teoria, é comum a variação das Reservas. Ocorre que, em condições em que as Transações Correntes apresentem resultado deficitário, haverá a necessidade natural da ocorrência de resultado superavitário da Conta Capital e Financeira. Esta conta demonstra a variação do Passivo Externo do país, sendo que caso esta necessite ser superavitária, ocorrerá por conseqüência uma variação positiva do Passivo Externo. Adicionalmente, destaca-se que este Passivo Externo pode ser mensurado de forma bruta ou líquida. Será Passivo (ou Endividamento) Externo Bruto quando não forem abatidas do seu resultado o Saldo de Reservas Internacionais do país. Diferentemente, será considerado Passivo Externo Líquido quando forem abatidas do saldo do passivo as Reservas Internacionais. Por fim, é importante considerar que este Passivo Externo Bruto poderá se transformar em Ativo Externo Líquido, desde que o saldo de Reservas Internacionais seja maior do que o próprio Passivo Externo Bruto. 33

34 3.6 Definição de Renda Liquida Enviada ao Exterior RLEE Ao conceituarmos o Balanço de Pagamentos, verificamos que estes recursos se subdividem em: Rendas dos Fatores de Produção (salários, lucros, dividendos e juros), que recebem este nome por remunerarem os fatores de produção empregados no processo produtivo. (Relembre-se que os lucros são a própria renda da atividade produtiva, os juros são a remuneração ou renda do capital empregado). A Renda Liquida Enviada ao Exterior - RLEE é exatamente o resultado proveniente do total das rendas enviadas ao exterior menos o total das rendas recebidas do exterior. RLEE = Renda Enviada ao Exterior Renda Recebida do Exterior Denomina-se RLEE por um simples fato: Como a quantidade de empresas estrangeiras instaladas no Brasil é muito superior o número de empresas brasileiras instaladas no exterior, o total de Renda Enviada é maior que o de Renda Recebida. Destaque: Entenda bem esse conceito, pois ele será bastante necessário no estudo das contas nacionais. Externa 3.7 O Resultado das Transações Correntes como (Des) Poupança A ocorrência de Déficit ou Superávit no Balanço de Pagamentos em Transações Correntes tem resultados diretos sobre a Identidade Macroeconômica já estudada. Considerando que o saldo das Transações Correntes é responsável pela medição das transações com o exterior, caso 34

35 ocorra déficit, ou seja, o país mais compre do que venda bens, serviços e rendas do exterior, ocorrerá um aumento da Poupança Externa, também entendida como um Superávit do Setor Externo. Diferentemente, caso o país mais venda bens e serviços do que compre, teremos um Déficit do Setor Externo, também chamado de Despoupança Externa. Pode-se traduzir o resultado da poupança ou despoupança externa por meio das equações abaixo, em que X representa o somatório, em dinheiro, de bens (exportações) e serviços não fatores; RRE são as rendas recebidas do exterior e TUrec as transferências unilaterais de entrada. De forma contrária, M representa o total de bens e serviços não fatores; REE são as rendas enviadas ao exterior e TUenv as transferências unilaterais enviadas ao exterior. Dessa forma temos: Se (X + RRE + TUrec M REE - TUenv) > 0, teremos Superávit com o exterior, também chamado de Despoupança Externa ou mesmo de Superávit em Transações Correntes; e Se (X + RRE + TUrec M REE - TUenv) < 0, teremos Déficit com o exterior, chamada de Poupança Externa ou mesmo Déficit em Transações Correntes. Vale mencionar que em questões de concursos o examinador utiliza o conceito da poupança externa e suas derivações em diversas formas. Vejamos algumas características: Quando o examinador falar em Exportações de bens e serviços não fatores, ele está fazendo a soma de todas as Exportações de bens e de serviços não fatores de produção, ou seja, serviços que não sejam rendas provenientes dos fatores de produção. Na verdade o 35

36 examinador está apartando as Rendas Recebidas do Exterior, que representam a remuneração dos fatores de produção presentes no exterior; Quando o examinador falar de Importações de bens e serviços não fatores ele está fazendo a soma de todas as Importações de bens e de serviços não fatores, ou seja, de serviços que também não sejam rendas provenientes dos fatores de produção. Na verdade, o examinador está apartando as Rendas Enviadas ao Exterior. Vamos agora a mais uma questão antiga, mas bastante útil e que aborda a metodologia descrita acima: (APO/MPOG ESAF/2003) Considere os seguintes dados para uma economia hipotética: exportações de bens e serviços não-fatores = 100; importações de bens e serviços não fatores = 50; déficit no balanço de pagamentos em transações correntes = 10. Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma economia aberta e com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou: a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60. b) renda líquida recebida do exterior igual a 60. c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40. d) renda líquida recebida do exterior igual a 40. e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50. Perceba que desde o início o examinador já fala em exportações de bens e serviços não-fatores, ou seja, se são não-fatores, deve-se excluir todo o tipo de renda proveniente dos fatores de produção. Segunda coisa, o 36

37 examinador fala em exportações de bens e serviços, incluindo não só o balanço comercial, mas também o balanço de serviços. Feita estas considerações passemos a calcular o resultado. A questão fala do balanço de pagamentos em transações correntes, que é composto pelo balanço comercial, pelo balanço de serviços e rendas e pelas transferências unilaterais. Dessa forma, tem-se: balanço de transações correntes é deficitário em 10; exportações de bens e serviços não-fatores = 100; importações de bens e serviços não fatores = 50 transferências unilaterais (não se fala, logo consideramos = 0) Lembrando que fórmula do balanço de transações correntes = (X M) RLEE + TU -10 = (100 50) RLEE RLEE = - 60 RLEE = 60 Como a Renda é LIQUIDA enviada ao exterior, concluímos que está ocorrendo maior saída de renda proveniente dos fatores de produção do que entrada. Gabarito: letra a. Obs.: Vale lembrar que caso exista valor para as transferências unilaterais, deve-se aplicar o sinal de acordo com o seu resultado. 37

38 Para fins de entendimento e consolidação, será mantida a expressão do saldo do balanço de Pagamentos em Transações Correntes na forma já expressa, ou seja, TC = (M X), não esquecendo de aplicar, é claro, a fórmula pertinente para cada tipo de questão! Para fixação, tem-se mais uma simples questão a respeito do Balanço de Pagamentos: (ECONOMISTA/EMATER FUNDATEC/2008) Observando-se o saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamento de um país podemos observar que o país está incorrendo em déficit em relação ao resto do mundo. Tal déficit poderá resultar, em um determinado ano, de: I Poupança externa nula. II Pagamento de juros da dívida externa superior ao superávit comercial. III Importações maiores que as exportações, estando o restante da conta corrente em equilíbrio. Marque: a) se apenas a I estiver correta. b) se apenas a II estiverem corretas. c) se apenas a I e a II estiverem corretas. d) se apenas a II, a III estiverem corretas. e) se a I, a II, a III estiverem corretas. Comentários: 38

39 Conforme descrito na análise do resultado do balanço de pagamentos em transações correntes, toda vez que ocorrer um déficit nesta conta, gera-se, por conseqüência, uma poupança externa positiva. Sendo assim pode-se concluir que a alternativa I está incorreta. Analisando a alternativa II, verifica-se que quando o pagamento de juros ao exterior é superior ao superávit comercial, existe um grande indicativo de que ocorrerá um déficit das transações correntes e uma conseqüente geração de poupança externa, já que as transferências unilaterais, mesmo sendo superavitária com o exterior, não será superior ao resultado negativo proveniente do pagamento de juros da dívida externa. De acordo com este entendimento conclui-se que a assertiva II está correta. Quando os demais itens das transações correntes (balanço de serviços, de rendas e transferências unilaterais) estão em equilíbrio, na ocorrência das importações maiores do que as exportações, o resultado será um déficit nas transações correntes. Com essa conclusão pode-se então afirmar que a assertiva III também está correta. Gabarito: letra d. Agregada 3.8 As Transações com Exterior e a sua inclusão na Demanda Relembrando que a Demanda (ou Despesa) Agregada é formada pelos bens e serviços consumido das famílias (C), pelos investimentos (I) realizados pelas empresas, pelos gastos do Governo (G), fica possível compreender que as Exportações de bens e serviços não fatores (X) representam o consumo do resto do mundo e que as Importações de bens e serviços não fatores (M) são exatamente o consumo adicional que nosso país tem além daquele realizado no mercado interno. 39

40 Adicionando as exportações e as importações a fórmula da demanda agregada, tem-se: DA = C + I + G + X M As Importações incorporadas à Demanda Agregada são precedidas do sinal negativo simplesmente porque o consumo adicional representa um vazamento para o exterior da renda gerada na economia nacional. Destaca-se que a fórmula da Demanda Agregada acima é conhecida na Economia como Produto Interno Bruto PIB. Caso seja feita a mudança das importações para o lado esquerdo da fórmula, chega-se ao conceito da Oferta Global, que é a representação de todos os bens e serviços disponíveis na economia nacional mais os bens e serviços importados do resto do mundo. DA + M = C + I + G + X 3.9 Igualdade entre Renda Agregada e Demanda Agregada numa Economia Aberta com a presença do Governo Numa economia aberta e com governo a Identidade Macroeconômica Renda = Demanda continua válida. Desta forma, incorporando-se o resto do mundo à equação chega-se a seguinte expressão: Renda Agregada = C + S + T Demanda Agregada = C + I + G + X M, logo: C + S + T = C + I + G + X M, rearranjando os termos: 40

41 I = S + (T G) + (M X) Procure guardar muito bem esta expressão. Ela será primordial na resolução de questões sobre contas nacionais! Relembrando que: (I) refere-se ao Investimento de uma Economia (valor bruto); (S) representa a poupança das famílias ou do setor privado (valor bruto); (T G) representa a poupança (superávit) do governo; e (M X) representa a poupança (déficit das transações correntes) externa ou do resto do mundo. O que a expressão acima explicita é que o somatório das poupanças privada, do governo e do resto do mundo é responsável pelo financiamento do investimento no país. É a partir desta expressão que se pode resolver se não todas, a grande parte das questões que versem sobre as contas nacionais. Atenção!!! Destaca-se que somente na derivação da fórmula acima é que chamamos (M X) de poupança externa. Seu resultado é igual ao resultado das transações correntes com sinal invertido. Cabe lembrar que as transações correntes são formadas por: (X M) + RRE REE + Transf. Unil. Recebidas Transf. Unil. Enviadas 41

42 3.10 Produção, Produto a Custo de Fatores e a Preços de Mercado No início do curso definiu-se a expressão do produto (PIB) da economia, sendo derivado do somatório das quantidades dos bens multiplicado pelo valor monetário de cada unidade produzida. Considerando no entanto a dificuldade de se estabelecer o valor agregado de cada etapa do processo produtivo, para que se pudesse chegar ao resultado do Produto Interno, adotou-se uma única forma, que é representada pelo resultado de toda riqueza produzida no país diminuída do total do consumo intermediário utilizado na produção. A este resultado atribuímos o nome de valor adicionado, que nada mais é que o PIB do país em determinado período de tempo. Valor adicionado = Valor bruto da produção - Consumo de bens e serviços intermediários (receita total das vendas) (custo dos bens intermediários) Nesse momento a grande novidade desta expressão é derivada da diferença conceitual de que é definido por PIB a custo de fatores e PIB a preços de mercado. O PIB calculado pelo método do Valor Adicionado nos informa o resultado da riqueza gerada no país ao custo dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros) utilizados no processo produtivo (PIBcf). Para que calcular ao resultado do valor adicionado da economia a preços de mercado, ou melhor, do PIB a preços de mercado (PIBpm), que é o real valor de venda dos produtos, deve-se incluir os impostos indiretos e se excluir os subsídios concedidos. Desta forma, temos: 42

43 PIB (a preços de mercado) = (Valor Bruto da Produção Consumo Intermediário) + Impostos Indiretos Subsídios Para que seja feita a consolidação desta expressão e o seu entendimento, apresenta-se mais uma questão: (AFRF/SRF ESAF/2005) - Considere os seguintes dados, extraídos de um sistema de contas nacionais conta de bens e serviços que segue a metodologia adotada atualmente no Brasil (em unidades monetárias): Produção total: 1.323; Importação de bens e serviços: 69; Impostos sobre produtos: 84; Consumo final: 630; Formação bruta de capital fixo: 150; Variação de estoques: 12; Exportações de bens e serviços: 56. Com base nessas informações, o consumo intermediário dessa economia foi a) 700 b) 600 c) 550 d) 650 e) 628 Comentários: Veja que a questão fala em Produção total, entendido por nós como o Valor Bruto da Produção (1323); A questão também informa que o valor dos impostos é igual a 84. Sendo assim, vale aqui uma grande informação, advinda da nova formatação das Contas Nacionais, adota no Brasil a partir de 2001: 43

44 Pela ótica dos recursos econômicos a oferta é igual à produção mais as importações enquanto que na ótica dos usos da economia a demanda total é igual ao consumo intermediário, isto é, a parte do produto que se dirige a outros setores da economia para serem transformados, adicionado a demanda final. Valor Bruto da Produção + Importações (M) = Consumo Intermediário + Demanda Final (C + I + G + X) Rearranjando os termos: Valor Bruto da Produção - Consumo Intermediário = Demanda Final (C + I + G + X) Importações (M) Relembrando que: Valor Bruto da Produção - Consumo Intermediário = PIBcf Sabe-se que para se calcular ao valor do PIBpm necessitamos retirar da produção o consumo intermediário e incluir o valor dos impostos sobre produtos ou indireto. Com isso, tem-se que: PIBpm = Produção Consumo Intermediário + Impostos sobre produto PIBpm = 1323 Consumo Intermediário + 84 Na expressão acima não é expresso o valor do Consumo Intermediário, mas, no entanto, sabe-se a expressão do PIBpm sobre os USOS da economia. Lembra-se da expressão PIB pm = C + I + G + X M? 44

45 Então, na questão só se fala em Consumo final e não em consumo das famílias. Não se fala também dos gastos ou consumo do Governo. Algum problema?? Não! Quando a expressão fala em consumo final, esta está fazendo referência ao consumo dos dois agentes econômicos internos, Famílias e Governo! Esta interpretação faz parte da nova metodologia adotada pelo IBGE a partir de Finalmente, no caso do Investimento, vemos que ele está bem dividido em FBKf + E. Vamos então ao resultado! PIBpm pelo lado dos recursos = PIBpm pelo lado dos usos 1323 Consumo Intermediário + 84 = Consumo Intermediário = 628 Gabarito: letra e. Ao se encontra a composição da Demanda Agregada, foi dito que seu resultado era chamado de PIB - Produto Interno Bruto da Economia (Y). A equação do PIB é formada pelo consumo das famílias, pelo investimento das empresas, pelos gastos do governo, pelas exportações de mercadorias e serviços e pelas importações de mercadorias e serviços. PIB (Y) = C + I + G + X M Da expressão do PIB (Y) chegou-se a fórmula da OFERTA GLOBAL, representada por toda produção de bens e serviços da economia nacional voltada ao mercado interno e externo, somada à parte da produção externa destinada ao mercado nacional. Adicionalmente, concluiu-se que o lado direito 45

46 da equação, em que consta o consumo familiar, o Investimento da economia, os gastos do governo e as exportações, corresponde a DEMANDA GLOBAL, ou seja, o total de bens e serviços demandados pelas unidades econômicas nacionais, adicionada da unidade econômica resto do mundo. PIB (Y) + M = C + I + G + X (OFERTA GLOBAL) = (DEMANDA GLOBAL) 3.11 O Produto Interno Líquido - PIL O PIB da economia, em especial o componente investimento (I), sofre com a Depreciação decorrente do uso. Assim, quando excluída a depreciação do cálculo do PIB, se obtém o Produto Interno Líquido. PIL = PIB Depreciação 3.12 O Produto Nacional Bruto PNB Sabe-se, conforme verificado no estudo do balanço de pagamentos, que existem na economia fatores de produção que pertencem a nãoresidentes, cuja renda derivado dos seus usos é remetida ao exterior na forma de juros, lucros e royalties. Da mesma forma existem residentes que possuem fatores de produção fora do país, recebendo rendas do exterior proveniente destes fatores. Ao ser realizada a soma das rendas recebidas do exterior e subtraídas as rendas enviadas ao exterior ao PIB chega-se à mensuração do Produto Nacional Bruto, que representa a renda da economia efetivamente pertencente aos nacionais. PNB = PIB + Rendas Recebidas do Exterior (RRE) - Rendas Enviadas ao Exterior (REE) 46

47 (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ FGV/2011) Um determinado país envia renda no valor de $ para o exterior e recebe rendas no valor de $ Com base na informação acima, é correto afirmar que (A) PIB > PNB. (B) PIB < PNB. (C) PIB = PNB. (D) PIB < PNL. (E) PN L > PNB. Comentários: Trata-se de uma questão bastante simples de ser resolvida. Considerando que a renda recebida do exterior (RRE) foi maior do que a renda enviada ao exterior (REE), tem-se uma Renda Líquida Recebida do Exterior (RLRE). Neste contexto, temos: PNB = PIB + REE RRE Sendo RRE > REE, temos que PNB > PIB Gabarito: letra b. A diferença entre a Renda Recebida e a Renda Enviada ao Exterior é chamada de Renda Líquida de Fatores Externos. No Brasil como a Renda Enviada supera a Renda Recebida, a diferença é chamada de Renda Líquida Enviada ao Exterior - RLEE. 47

48 3.13 Produto Nacional Líquido PNL Deduzindo a Depreciação do PNB, chega-se ao cálculo do PNL. PNB - Depreciação = PNL 3.14 Renda Nacional Líquida a Custo dos Fatores RNLCF O preço de mercado de um produto normalmente está acima do valor da remuneração dos fatores de produção necessários ao processo produtivo. Isto ocorre porque no preço dos produtos estão incorporados os impostos indiretos cobrados pelos governos (ICMS, IPI, ISS, etc.). Em outros casos, quando o produto é essencial para a população, o governo subsidia a produção, fazendo com que o preço pelo qual o produto é vendido seja inferior ao seu custo. Imagine por exemplo que o governo conceda subsídios ao produtor de trigo para que este tenha condição de vendê-lo abaixo do custo de produção sem sofrer prejuízo. Na verdade, o que ocorre é que o diferencial entre o preço de mercado e o preço cobrado pelo produtor é coberto pelo governo. Destaca-se que este tipo de política de incentivos é muito comum para os bens de primeira necessidade. Assim sendo, e partindo-se do conceito de RNL CF (ou PNL CF ), para se chegar ao Produto Nacional Líquido a preços de mercado (PNL PM ) deve-se somar os impostos indiretos e subtrair os subsídios recebidos. Subsídios PNL a preços de mercado = RNL CF + Impostos Indiretos Ou; RNL CF = PNL a preços de mercado - Impostos Indiretos + Subsídios 48

49 3.15 Renda Nacional Disponível Este conceito procura medir o quanto da renda gerada no processo econômico fica em poder dos agentes econômicos privados. Com base na Renda Nacional Líquida a custo dos fatores - RNL CF ou Renda Nacional, deve-se deduzir os lucros retidos pelas empresas para reinvestimentos, dado que apesar desta parcela da renda se encontrar de posse das empresas, não é transferida de imediato às famílias. Deve-se ainda deduzir os impostos diretos (imposto de renda) e as contribuições previdenciárias pagas pelas famílias e empresas ao governo. Por último, deve-se deduzir as demais receitas correntes do governo e adicionar as transferências correntes do governo (aposentadorias) às famílias. Destaca-se ainda que, para se calcular a Renda Disponível Bruta necessita-se adicionar a Depreciação ocorrida no período Excedente operacional Bruto O Excedente Operacional Bruto é definido como o saldo resultante do valor adicionado (PIB pm ) deduzido das remunerações pagas aos empregados, dos rendimentos dos autônomos e dos impostos indiretos líquidos de subsídios. É uma medida do excedente gerado pela produção antes da dedução de quaisquer encargos na forma de juros, rendas ou outros rendimentos de propriedade a pagar sobre ativos financeiros, terrenos ou outros ativos tangíveis. Como forma de associação com a contabilidade, este reflete com proximidade o conceito do Lucro Operacional. EOB = PIBpm Impostos Indiretos (sobre a produção e a importação) + Subsídios Rem. Emp. Rem. Aut. 49

50 Público CURSO ON-LINE NOÇÕES DE MACROECONOMIA 3.17 Diferenças entre Investimento Privado e Público e o Déficit Quando abordada a composição da variável Investimento, foi dito que esta é subdividida em Formação Bruta de Capital Fixo e Variação de Estoques. Até aquele momento o entendimento era de que as empresas privadas realizavam investimentos. De todo modo, ocorre que o governo também realiza Investimentos, na forma de construção de estradas, portos, hospitais, escolas e outros, o que faz com que este tenha representatividade no resultado do investimento realizado na economia e, consequentemente, no resultado das Contas Nacionais. Assim sendo, pode-se dizer agora que o componente investimento da demanda agregada será composto por: I = Investimento Privado + Investimento Público Se for aplicado este conceito da identidade macroeconômica fundamental, chega-se ao seguinte resultado: I PRIVADO + I PÚBLICO = S PRIVADA + S PÚBLICA(ou do governo) + S EXTERNA Passando as variáveis do governo todas para um único lado da equação, tem-se que: I PÚBLICO - S PÚBLICA(ou do governo) = S PRIVADA - I PRIVADO + S EXTERNA O resultado do lado esquerdo da equação pode ser positivo ou negativo. Assim, se o investimento público for superior a poupança pública gera-se o famosíssimo DÉFICIT PÚBLICO. Se o investimento público for menor do que a poupança pública gera-se o chamado SUPERÁVIT PÚBLICO ou das CONTAS PÚBLICAS. 50

51 Observação: Muitas questões de concursos utilizam variáveis líquidas da depreciação. O resultado deste fato é o de que sempre que aparecem nas questões resultados líquidos, por exemplo, Produto Interno Líquido, Produto Nacional Líquido, Consumo Líquido, Poupança Líquida, temos que adicionar a estas variáveis a depreciação, como forma de chegarmos ao resultado da questão. 4. PIB real X PIB nominal. Deflator do PIB Conforme definimos em aula, a mensuração do produto da economia é feito por meio do somatório de todos os bens e serviços finais produzidos no país em determinado período de tempo. (Ex: um ano). Ao se calcular o produto são consideradas as quantidades de bens e serviços produzidos e os seus respectivos preços. Sendo o PIB medido em termos monetários, quando se compara o seu valor de um ano para outro, caímos no problema da unidade monetária (o Real no caso do Brasil) não ser ainda uma medida totalmente estável de poder aquisitivo. O conceito de PIB real é simples. Visa-se medir o consumo, o investimento, as compras do governo e as exportações em preços constantes, sem variação, e não em preços correntes. O que interessa saber é o quanto a economia efetivamente cresceu em termos de bens e serviços, e não somente em valores monetários. Vale ressaltar, no entanto, que o crescimento no preço do produto é efetivamente importante, não pelo fato de ocorrer inflação, mais sim quando a empresa vendedora consegue melhorar a qualidade do produto e assim incrementar o seu preço. Para calcular o PIB em termos reais, o IBGE coleta os dados sobre os preços dos bens e serviços. Vejamos um exemplo: 51

52 PIB Nominal de 2010: Somatório dos preços dos bens X quantidades de bens. PIBnominal 2010 = SOMATÓRIO DOS PREÇOS 2010 X Quantidade 2010 Neste caso acima, temos o produto de 2010 avaliado a preços de 2010; Produto Nominal de 2011 PIBnominal 2011 = SOMATÓRIO DOS PREÇOS 2011 X Quantidade 2011 Já neste caso, temos o produto avaliado a preços de 2011; Com estes cálculos o IBGE obtém o produto nominal de cada ano, levando em consideração os chamados preços correntes. O problema no cálculo em questão é que uma vez que ocorra aumento ou diminuição do PIB de um ano para outro, necessita-se saber o que realmente variou, a quantidade produzida, os preços dos produtos, ou os dois conjuntamente. Para a interpretação do crescimento real do PIB, é necessário valermonos de alguns índices estatísticos, utilizados para separar o que é efetivamente aumento real do produto da economia e o que é aumento nominal, provocado somente pela variação dos preços de um ano para outro. Dentre os índices utilizados, destacamos os índices de LASPEYRES, PAASCHE, sendo este conhecido com Deflator Implícito do PIB e FISHER. 52

53 4.1 Índice de Laspeyres (Método da Época Base) O índice de LASPEYRES tem como referência um ano base qualquer, visando calcular a variação nos preços ocorrida entre o próprio período base ( p i q i 0 0 ) e o período seguinte ( p 0 ). i q i t I L t = n i n i i pq t i 0 pq i i 0 0 x100 Vejamos o cálculo do índice de Laspeyres entre os períodos 1 e 2: Índice de Laspeyres = I L = ( Σ P2*Q1/ Σ P1*Q1) x 100 Sendo: Σ P2*Q1 = Somatório dos preços atuais multiplicado pelas quantidades do ano anterior; Σ P1*Q1 = Somatório dos preços do ano anterior multiplicado pelas quantidades do ano anterior. 100 = índice de referência, no qual aplicam-se o cálculo de variação dos preços. O cálculo do índice de Laspeyres demonstra a variação ocorrida nos preços dos bens de uma economia de um ano para o outro. Vejamos: Se I L =110, isto significa que os preços dos bens custam 10% mais. 53

54 O índice de Laspeyres é regularmente utilizado para calcular a variação dos preções de uma economia. Quando escutamos informações referentes ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Índice Geral de Preços (IGP), estamos na verdade escutando informações referentes ao comportamento dos preços em uma economia. Diferentemente do cálculo da inflação, caso seja necessário calcular o crescimento do PIB real de um país, podemos lançar mão do índice de Laspeyres. Vejamos a fórmula abaixo: Crescimento Produto Real = Crescimento Produto Nominal Índice de LASPEYRES Crescimento Produto Real (%) = Crescimento Produto Nominal - 1 x 100 (1) 9 Índice de LASPEYRES OBS. 1: No próximo item voltaremos novamente a abordar a fórmula identificada como (1) acima. OBS. 2: Ressalta-se que, caso o resultado seja negativo, teremos um crescimento negativo do produto real do período 1 para o período 2. Para chegarmos ao resultado temos que considerar que o período 1 é a base, ou seja, tal como definido o índice de LASPEYRES (índice de referência igual a 100), caso seja encontrado um índice base menor do que 100, exemplo, 0,95, no ano imediatamente posterior, pode-se concluir que houve uma deflação de 5% no período analisado. Vamos à resolução de um exemplo que exemplifica bem as informações até agora estudadas. 9 Guarde bem essa fórmula, visto que vamos utilizá-la mais algumas vezes para resolver questões. 54

55 (AFRF/SRF ESAF/2002) Suponha uma economia hipotética que produza apenas dois bens finais, A e B. Considere a tabela a seguir: Bem A Bem B Preço Quantidade Preço Quantidade período 1 2, ,5 15 período 2 2, ,83 10 Com base nessas informações e utilizando-se do índice de preços de Laspeyres, é correto afirmar que, entre os períodos 1 e 2, a) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real não apresentou variação. b) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 12% e o produto real apresentou uma variação negativa de 19,65%, aproximadamente. c) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real apresentou variação negativa de 8,33%, aproximadamente. d) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real apresentou variação negativa de 2,5%. e) o produto nominal apresentou uma variação positiva de 8% e o produto real apresentou variação negativa de 19,65%, aproximadamente. Comentários: Veja que a questão trata do mesmo assunto nas cinco opções, ou seja, se realizarmos o cálculo corretamente, já teremos a resposta! Primeiro calculamos o valor do PIB nominal dos períodos 1 e 2: Σ P1*Q1 = 2*10 + 3,5*15 = ,5 = 72,5 55

56 Σ P2*Q2 = 2,5*12 + 4,83*10 = ,30 = 78,30 A variação do produto nominal é feita através da razão entre o produto nominal do período 2 e o produto nominal do período 1. (variação) nominal entre 1 e 2 = 78,30/72,50 = 1,08 ou 8% E a variação real, como eu faço? A primeira coisa é calcularmos o índice de Laspeyres para os preços, conforme pedido na questão. De todo modo, temos que fazer uma exceção, nesta questão. Não vamos multiplicar o resultado da divisão Σ P2*Q1/Σ P1*Q1 por, visto que a fórmula do crescimento real exigido na questão assim pede. Senão vejamos: L I 1,2 = Σ P2*Q1/Σ P1*Q1 = Σ P2*Q1 = 2,5*10 + 4,83*15 = ,45 = 97,45 Σ P1*Q1 nós já calculamos = 72,5, logo, L I 1,2 = 97,45/72,5 = 1,3442 Bem, se temos o valor do crescimento do produto nominal e o valor do índice de Laspeyres, simplesmente aplicamos a fórmula: Crescimento do Produto Real = Crescimento Produto Nominal - 1 x 100 Índice de Laspeyres Produto Real = 1,08 / 1,3442 = (0,8035 1)*100 = -19,65% 56

57 Este resultado demonstra que o PIB real decresceu 19,65% entre os períodos 1 e 2. Gabarito: letra e. Um esclarecimento: Como o produto nominal cresceu 8% e o produto real decresceu 19,65%? O PIB real decresceu porque no seu cálculo está incluída tanto a variação na quantidade produzida quanto a variação dos preços dos bens e serviços. O cálculo do Índice de Laspeyres serviu, em essência, para verificar quanto ocorreu de aumento do PIB devido somente ao aumento dos preços. Como o PIB mede a riqueza do país, verificamos que o que realmente necessitava crescer, que era a produção em si, não cresceu, tendo na verdade diminuído. Se vocês repararem na tabela acima, poderão observar que para o bem A, até ocorre um aumento da quantidade produzida, mas para o bem B, ocorreu um decréscimo entre os dois períodos. 4.2 Índice de Paasche (Método da época atual ou deflator implícito do PIB) Para o cálculo do índice de Paasche utiliza-se como parâmetro de análise o período atual. Em termos de fórmula, temos: 57

58 I P t = n i n i i pq t pq i 0 i t i t x100 Indice de Paasche (Deflator do PIB) = P I = (Σ P2*Q2 / Σ P1*Q2) x 100 Σ P2*Q2 = Somatório dos preços atuais multiplicado pelas quantidades do ano atual; Σ P1*Q2 = Somatório dos preços do ano anterior multiplicado pelas quantidades do ano atual Deflator do PIB Um índice muito importante na economia é o chamado deflator implícito do PIB. Seu objetivo é o de medir o nível geral de preços, sendo seu cálculo medido implicitamente por meio da divisão entre o PIB nominal e o PIB real (por isso se diz deflator implícito do PIB). Deflator Implícito do PIB = PIBnominal ( preçoscorrentes) PIB real ( preçosconstantes) Deflator Implícito do PIB = pq i t i 0 i t i t pq Vejamos um exemplo que parte do conceito de Deflator do PIB: 58

59 (AFRF/SRF ESAF/2002) Considere uma economia hipotética que só produza dois bens finais: A e B, cujos dados de preço e quantidade encontram-se a seguir: Período Bem A Bem B preço quantidade preço quantidade 1 2, , , ,80 15 Com base nessas informações, a inflação medida pelo índice de PAASCHE de preços entre os períodos 1 e 2 foi de, aproximadamente: a) 13,42% b) 17,42% c) 9,30% d) 20,45% e) 5,50% Seguindo o método de cálculo acima desenvolvido: Σ P2*Q2 = 2,5*11 + 3,8*15 = 27, = 84,5 Σ P1*Q2 = 2*11 + 3,5*15 = ,5 = 74,5 P I = 84,5/74,5 = 1,1342 = 13,42% Gabarito: letra a. 4.3 Índice de Fisher O Índice de Fisher é a média geométrica dos índices de preços de Laspeyres e de Paasche. 59

60 F I = ( (Σ P2*Q1/ Σ P1*Q1) * (Σ P2*Q2 / Σ P1*Q2) )^1/2 Índice Laspeyres Índice de Paasche O resultado do índice de Fisher visa captar de forma conjunta as variações de preços obtidas dos resultados dos índices de Laspeyres de Paasche. um país 4.4 Formas de medição da inflação e do crescimento do PIB de Uma forma adicional de medição de crescimento do PIB de um país é feito por meio da comparação entre o crescimento do produto nominal e da inflação no mesmo período. Um importante conceito que deve ser firmado é o de que toda vez que o crescimento da inflação for superior ao crescimento nominal do PIB, medido a partir do índice de Laspeyres, isto significa que o país teve um crescimento real do PIB negativo. Vejamos isso por meio da análise de uma questão cobrada num concurso recente: (Auditor Fiscal Pref. São Paulo FCC/2012) Em um país hipotético, o PIB nominal, em bilhões de unidades monetárias, e o índice geral de preços (IGP) são os apresentados na tabela a seguir: Para este país, 60

61 (A) a partir de 2007, houve recessão na economia em termos nominais. (B) entre 2006 e 2007, o PIB apresentou variação real negativa. (C) a partir de 2008, houve crescimento real ininterrupto do PIB. (D) os valores do PIB em 2006 e 2009 são equivalentes, ambos medidos a preços de (E) em 2010, o PIB apresentou crescimento real comparativamente a Comentários: Perceba que a questão apresenta informações na tabela acima tanto referentes aos valores do PIB nominal em diferentes anos quanto também dos diferentes valores para o índice de preços IPC, o qual, conforme vimos, tem como metodologia o índice de Laspeyres. Perceba que a questão, em suas assertivas, faz sempre referência ao crescimento entre diferentes períodos. Sendo assim, para chegarmos ao resultado correto, temos que comparar a evolução dos índices de preços e a evolução do PIB nominal. Apenas lembro a vocês que o PIB de um país, de ano para ano, pode crescer não somente devido ao aumento dos preços, mas também em função da elevação dos bens e serviços produzidos em vendidos. Essa informação é muito importante, pois ela efetivamente reflete o crescimento da riqueza de um país ano após ano. Comecemos fazendo uma comparação simples: primeiro vamos verificar, separadamente, a evolução do PIB nominal e do IPC: Evolução do PIB nominal entre 2006 e 2007 = 1070 = 1, 07 ou 7% de 1000 aumento; Evolução do IPC entre 2006 e 2007 = 106 = 1, 06 ou 6% de aumento;

62 Bem, com base nestas informações encontradas, e através da divisão entre o índice de crescimento nominal e o índice de evolução do IPC, posso verificar se ocorreu a evolução do PIB real entre 206 e Senão vejamos: 1,07 Crescimento real do PIB entre 2006 e 2007 = = 1, ou 0,94% de 1,06 evolução do PIB no período. O resultado que encontramos já nos permite desconsiderar as assertivas A e B, visto que ocorreu um aumento real do PIB no período. Vejamos então a assertiva C, a qual afirma que ocorreu um crescimento real ininterrupto a partir de 2008: 1123,5 Crescimento nominal de 2007 para 2008 = = 1, 05 ou 5% de 1070 aumento nominal; 109,18 Evolução do IPC entre 2007 e 2008 = = 1, 03ou 3% de aumento 106 1,05 Crescimento real do PIB entre 2007 e 2008 = = 1, 0194 ou 1,94% de 1,03 evolução do PIB no período. Crescimento nominal de 2008 para 2009 = 1150 = 1, 0235 ou 2,35% de 1123,5 aumento nominal; Evolução do IPC entre 2008 e 2009 = 115 = 1, 0533 ou 5,33% de 109,18 aumento 1,0235 Crescimento real do PIB entre 2007 e 2008 = = 0, 9717 ou um 1,0533 crescimento real negativo de 2,82% do PIB no período. 62

63 Com isso podemos verificar que a assertiva C está incorreta. A assertiva D quer complicar um pouco, mas não é nada de mais. Ou afirmar que os valores do PIB em 2006 e 2009 são equivalentes, ambos medidos a preços de 2009, o que devemos fazer é simplesmente dividir os PIB nominais entre os dois períodos 1150 = 1, 15 e os IPCs entre os períodos = 1,15. As duas divisões demonstram que os valores dos PIBs de 2006 e são equivalentes. Temos então, em princípio, o gabarito da questão. Passemos à análise da assertiva E para tirarmos a prova real de que estamos certos na resposta. Para isso, basta fazermos o que foi feito nas assertivas A e B. 1207,50 Crescimento nominal de 2009 para 2010 = = 1, 05ou 5% de 1150 aumento nominal; 121,9 Evolução do IPC entre 2009 e 2010 = = 1, 06 ou 6% de aumento; 115 1,05 Crescimento real do PIB entre 2009 e 2010 = = 0, 9905 ou um 1,06 crescimento real negativo de 0,95% do PIB no período. A assertiva E também está incorreta, o que ratifica o gabarito como sendo a letra D. Gabarito: letra d. 63

64 E com base nestas últimas informações, podemos dar por encerrada a aula um. Passemos agora à resolução de algumas questões cobradas em provas anteriores Um grande abraço, Mariotti 64

65 Resumo das Identidades Básicas da Contabilidade Nacional PRODUTO = DESPESA = RENDA Pela ótica da despesa (y) = C + I + G + X M A despesa mostra como se distribuem os gastos pelos quatro agentes de despesa (consumidores, empresas, governo e estrangeiros). Pela ótica da renda (y) = C + S + T Esta identidade mostra como a renda é utilizada pelas famílias. Lembre-se que a renda bruta é advinda na forma de salários, juros, aluguéis e lucros. Igualando as duas tem-se que: I + G + X = S + T + M Rearranjando os termos: I = S + (T-G) + (M-X), sendo o investimento bruto da economia formado pela poupança das famílias + poupança do governo + poupança externa. Pode-se ainda obter o resultado pela ótica do produto, sendo: PIB = C + I + G + X M = DIB Se for invertido a posição das importações na fórmula tem-se que: PIB + M = C + I + G + X, onde, PIB + M é a OFERTA GLOBAL, que representada tudo que é disponibilizado para a coletividade, seja no país, seja no exterior. 65

66 Questões Propostas: 1 - (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Em uma economia, o valor do Produto Nacional Líquido foi maior que o do Produto Interno Bruto, ambos medidos a preços de mercado. Nessa economia, necessariamente, o valor (A) dos impostos diretos foi superior ao da renda líquida recebida do exterior. (B) da renda enviada para o exterior foi maior que o da recebida. (C) da depreciação foi igual a zero, ou seja, o estoque de capital da economia não se desgastou no período. (D) dos impostos indiretos líquidos dos subsídios foi superior ao da renda líquida enviada para o exterior. (E) da renda líquida recebida do exterior foi superior ao da depreciação. 2 - (ANALISTA - ECONOMIA/INFRAERO - FCC/2011) Provoca o aumento do estoque de reservas internacionais (A) a importação de bens. (B) o pagamento de juros da dívida externa. (C) a contratação de empréstimos estrangeiros por empresas nacionais. (D) a remessa de lucros e royalties para o exterior. (E) a aquisição de participações societárias no exterior. 3 - (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Foram extraídos os seguintes dados, em milhões de reais, referentes às Contas Nacionais do Brasil em um determinado ano-calendário: Consumo Final Exportação de Bens e Serviços Consumo Intermediário Formação Bruta de Capital Fixo

67 Variação de Estoques (negativa)... (7.471) Produto Interno Bruto a preços de mercado O valor da importação de bens e serviços, em milhões de reais, nesse mesmo ano, correspondeu a (A) (B) (C) (D) (E) (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Uma determinada economia fez as seguintes transações com o exterior no ano corrente, medidas em milhões de dólares americanos: Exportações de Mercadorias (FOB) Amortizações de empréstimos contraídos Fretes e seguros líquidos pagos Importação de Mercadorias (FOB) Juros líquidos pagos Empréstimos líquidos contraídos Investimentos diretos recebidos Remessas de lucros líquidas Transferências unilaterais correntes líquidas recebidas O volume, em milhões de dólares americanos, de reservas internacionais dessa economia (A) diminuiu (B) diminuiu

68 (C) aumentou (D) diminuiu (E) aumentou (Auditor Fiscal Pref. São Paulo FCC/2012) Em um país hipotético, o PIB nominal, em bilhões de unidades monetárias, e o índice geral de preços (IGP) são os apresentados na tabela a seguir: Para este país, (A) a partir de 2007, houve recessão na economia em termos nominais. (B) entre 2006 e 2007, o PIB apresentou variação real negativa. (C) a partir de 2008, houve crescimento real ininterrupto do PIB. (D) os valores do PIB em 2006 e 2009 são equivalentes, ambos medidos a preços de (E) em 2010, o PIB apresentou crescimento real comparativamente a (Anal.Reg CE/Economista FCC/2011) Foram extraídos os seguintes dados, em milhões de dólares americanos, do Balanço de Pagamentos do Brasil em 2010 publicado no Boletim do Banco Central do Brasil do mesmo ano: Superávit da balança comercial Entrada líquida de investimentos diretos Erros e omissões (valor negativo)... (3.196) Resultado positivo do balanço de pagamentos Déficit de Transações Correntes

69 Entrada líquida de investimentos em carteira Pode-se concluir, com base nos dados fornecidos, que a soma dos saldos da conta capital e da conta financeira foi, em milhões de dólares americanos, igual a (A) (B) (C) (D) (E) (Analista Controle Externo Orc. Finan/TCE-AP FCC/2012) O Produto Interno Bruto de um determinado país em 2010 foi equivalente a 121 milhões de unidades monetárias, tendo apresentado um crescimento nominal de 10% em relação a O índice geral de preços dessa economia apresentou em 2010 uma elevação de 5% em relação ao ano anterior. O valor do Produto Interno Bruto desse país em 2009, medido com os preços de 2010, foi equivalente, em milhões de unidades monetárias, a (A) 110,5. (B) 115,0. (C) 115,5. (D) 105,0. (E) 120, (Anal. Jud. PA/Economia FCC/2009) Em um sistema de contas nacionais, se a receita fiscal corrente for superior aos gastos correntes do Governo em um determinado ano, pode-se afirmar que (A) a Conta de Transações com o exterior apresentará saldo superavitário. (B) a Poupança Bruta do país foi positiva. 69

70 (C) a Poupança Corrente do Governo foi positiva. (D) o PIB do país será menor que no ano anterior. (E) o orçamento total do governo, incluindo as despesas correntes e de capital, será superavitário. 9 - (Anal. Jud. PA/Economia FCC/2009) A diferença de valor entre o Produto Nacional Líquido a preços de mercado e a Renda Nacional a custo de fatores corresponde ao montante, em valor absoluto, (A) dos impostos indiretos menos os subsídios concedidos pelo Governo ao setor privado. (B) da renda enviada para o exterior menos a renda recebida do exterior. (C) da depreciação do estoque de capital fixo da economia. (D) das exportações menos as importações. (E) dos impostos diretos menos as transferências unilaterais do Governo ao setor privado (Agente Fiscal SP/SEC. FAZENDA FCC/2006) São dadas as seguintes informações sobre as Contas Nacionais de uma determinada economia: Sabendo-se que não houve transferências de capital entre o país e o exterior, o valor da Formação Bruta de Capital Fixo dessa economia corresponde a a) b) c)

71 d) e) (Agente Fiscal SP/SEC. FAZENDA FCC/2006) São dadas as seguintes informações sobre as Contas Nacionais de uma determinada economia: Sobre o balanço de pagamentos, é correto afirmar que a) um superávit no saldo das transações correntes equivale a uma diminuição dos ativos externos líquidos em poder dos residentes desta economia. b) o pagamento de juros sobre empréstimos recebidos do exterior é registrado na conta de capital. c) há diminuição das reservas internacionais do país, se o saldo do balanço de pagamentos é positivo. d) o valor dos lucros reinvestidos na economia doméstica por residentes no exterior é computado no balanço de serviços. e) há transferência líquida de recursos para o exterior quando as importações de bens e serviços não-fatores apresentam valor maior que as exportações de bens e serviços não-fatores (AUDITOR/TCE-AL FCC/2008) O agregado macroeconômico que mede a produção de um país, seja esta produção realizada com fatores de produção de residentes no país ou residentes no exterior, mas que estejam em território nacional, da qual se deduz a depreciação do estoque de capital, mas se computa o valor dos impostos indiretos, é o a) Produto Nacional Bruto a preços de mercado. b) Produto Interno Bruto a custo de fatores. c) Produto Interno Líquido a preços de mercado. d) Produto Interno Líquido a custo de fatores. e) Produto Nacional Líquido a custo de fatores. 71

72 13 (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ FGV/2011) O país Z possui uma economia com três setores: trigo, farinha e pão, que pode ser descrita da seguinte forma: Adicionalmente, as contas nacionais mostram que o total pago em salários é de $ 1.500, e o pagamento de juros é de $ 300. Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir: I. O PIB dessa economia é de $ II. O valor agregado do setor de farinha é de $ 500. III. O total pago com aluguéis não excede a $ 700. Assinale (A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se todas as afirmativas estiverem corretas. (D) se nenhuma afirmativa estiver correta. (E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 14 (Auditor/TCE-PA FGV/2008) Seja uma economia fechada e sem governo com três setores produtores de trigo, farinha e pão, respectivamente. Na tabela acima, VBP indica Valor Bruto da Produção, e CI, Custos Intermediários. 72

73 Sabendo-se que o montante total de salários pagos nessa economia é de Z$300, o total de pagamentos com aluguéis é de Z$200 e o total pago com juros é de Z$300, assinale a alternativa correta. (A) O PIB desse país é de Z$1500. (B) O lucro total dessa economia é de Z$200. (C) A renda total dessa economia é de Z$800. (D) O PIB é Z$500 maior do que a renda. (E) O PIB é de Z$ (Analista de Controle Interno/Sec. Fazenda RJ FGV/2011) Os dados abaixo são do Balanço de Pagamentos brasileiro de Assumindo que essas são as únicas subcontas discriminadas do Balanço de Pagamentos, o saldo da Balança de Serviços e Rendas é (A) U$ 7,485 milhões. (B) U$ 27,751 milhões. (C) U$ 70,249 milhões. (D) U$ 39,251 milhões. (E) U$ 77,734 milhões. 16 (ADMINISTRADOR/BNDES CESGRANRIO/2009) O fato de um país ter um déficit na conta-corrente de seu balanço de pagamentos significa que (A) está havendo perda de reservas internacionais. 73

74 (B) seu balanço comercial é deficitário. (C) a conta de capital do seu balanço de pagamentos é superavitária. (D) a poupança externa que está entrando no país é positiva. (E) a renda líquida enviada ao exterior é positiva. 17 (ADMINISTRADOR/BNDES CESGRANRIO/2008) Se o valor, em dólar, das exportações de bens exceder ao das importações, pode-se afirmar que (A) o regime cambial é flutuante. (B) o PIB é maior que o PNB. (C) haverá um aumento nas reservas internacionais no final do período. (D) há um superávit em conta corrente do balanço de pagamentos. (E) há um superávit comercial do balanço de pagamentos. 18 (ANALISTA/BACEN CESGRANRIO/2010) O Produto Interno Bruto de um país, num certo ano, é menor que o seu Produto Nacional Bruto, no mesmo ano, se a(o) a) entrada de poupança externa for elevada. b) entrada líquida de capitais do exterior exceder as importações. c) renda líquida recebida do exterior for positiva. d) reserva em divisas estrangeiras, no Banco Central, aumentar. e) superávit no balanço comercial e de serviços for positivo. 19 (ECONOMISTA/ELETROBRAS CESGRANRIO/2010) A conta corrente do balanço de pagamentos de um país está superavitária quando ocorre uma redução no pagamento de juros e dividendos para o exterior. Em consequência, a) aumenta o superávit em conta corrente. b) aumenta a entrada líquida de capitais externos. c) há uma queda nas reservas de divisas internacionais dos residentes do país. 74

75 d) há uma desvalorização cambial da moeda do país. e) não se altera o superávit em conta corrente. 20 (ECONOMISTA/SFE CESGRANRIO/2008) O Produto Interno Bruto (PIB) de um país a) exclui as mercadorias exportadas. b) inclui as mercadorias importadas. c) é uma medida de sua riqueza material. d) é invariavelmente crescente com o tempo. e) é sempre maior que o seu Produto Nacional Bruto (PNB) (ECONOMISTA/INEA CESGRANRIO/2006) O PIB e o PNB são medidas do produto agregado da economia de um país. Uma comparação que se pode estabelecer entre elas é: a) o PIB é sempre maior que o PNB. b) o PIB se mede em reais e o PNB, em dólares, no Brasil. c) o PNB é maior que o PIB se a renda líquida recebida do exterior for positiva. d) o PNB é maior que o PIB se as reservas em divisas internacionais no Banco Central aumentarem. e) o PNB é maior que o PIB se o balanço comercial for superavitário (ECONOMISTA/SFE CESGRANRIO/2008) Um país recebe poupança externa quando a) acumula reservas de divisas internacionais. b) apresenta um déficit em conta corrente no seu balanço de pagamentos. c) exporta mais do que importa (balanço comercial superavitário). d) a entrada líquida de capital do exterior é positiva. e) o investimento direto do exterior é vultoso. 75

76 23 (AFRFB/SRFB ESAF/2009) Considere as seguintes informações extraídas de um sistema de contas nacionais, em unidades monetárias: Poupança privada: 300 Investimento privado: 200 Poupança externa: 100 Investimento público: 300 Com base nessas informações, pode-se considerar que a poupança do governo foi: a) de 200 e o superávit público foi de 100. b) de 100 e o déficit público foi de 200. c) negativa e o déficit público foi nulo. d) de 100 e o superávit público foi de 200. e) igual ao déficit público (APO/MPOG ESAF/2010) A diferença entre Renda Nacional Bruta e Renda Interna Bruta é que a segunda não inclui: a) o valor das importações. b) o valor dos investimentos realizados no país por empresas estrangeiras. c) o saldo da balança comercial do país. d) o valor da renda líquida de fatores externos. e) o valor das exportações (AFRFB/SRFB ESAF/2009) Considere a seguinte identidade macroeconômica básica: Y = C + I + G + (X M) onde C = consumo agregado; I = investimento agregado; e 76

77 G = gastos do governo. Para que Y represente a Renda Nacional, (X M) deverá representar o saldo: a) da balança comercial. b) total do balanço de pagamentos. c) da balança comercial mais o saldo da conta de turismo. d) da balança comercial mais o saldo da conta de serviços. e) do balanço de pagamentos em transações correntes (APO/MPOG ESAF/2010 com alterações) Quanto ao balanço de pagamentos de um país, sabe-se que: a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com o balanço de serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes, salvo erros e omissões. b) o saldo do balanço de pagamentos, se positivo (superávit), implica redução em igual medida do endividamento externo líquido, no período. c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com a conta de serviços e rendas, salvo erros e omissões. d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do balanço de pagamentos. e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de transações correntes, salvo erros e omissões (EPPGG/MPOG ESAF/2008) Considere os seguintes dados, extraídos de um sistema de contas nacionais de uma economia hipotética: Exportações de bens e serviços não fatores: 100; Importações de bens e serviços não fatores: 200; Renda líquida enviada ao exterior: 50; Variação de estoques: 50; Formação bruta de capital fixo: 260; 77

78 Depreciação: 10; Saldo do governo em conta corrente: 50 Com base nestas informações, é correto afirmar que a poupança externa e a poupança líquida do setor privado são, respectivamente: a) 50 e 50. b) 100 e 150. c) 50 e 100. d) 100 e 50. e) 150 e (AFRF/SRF ESAF/2005) - Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias): investimento bruto total: 700; depreciação: 30; déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 100; saldo do governo em conta corrente: 400. Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a poupança líquida do setor privado foi igual a: a) 170 b) 200 c) 140 d) 210 e) (AFRF/ESAF 2002) - No ano de 2000, a conta de produção do sistema de contas nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados (em R$ ): Produção: ; Consumo Intermediário: ; Impostos sobre produto: ; Imposto sobre importação: 8.430; Produto Interno Bruto: Com base 78

79 nestas informações, o item da conta "demais impostos sobre produto" foi de: a) b) c) d) e) (EPPGG/MPOG ESAF/2008) Considere os seguintes dados, extraídos de um sistema de contas nacionais de uma economia hipotética: Exportações de bens e serviços não fatores: 100; Importações de bens e serviços não fatores: 200; Renda líquida enviada ao exterior: 50; Variação de estoques: 50; Formação bruta de capital fixo: 260; Depreciação: 10; Saldo do governo em conta corrente: 50 Com base nestas informações, é correto afirmar que a poupança externa e a poupança líquida do setor privado são, respectivamente: a) 50 e 50. b) 100 e 150. c) 50 e 100. d) 100 e 50. e) 150 e (EPPGG/MPOG ESAF/2009) Considere os seguintes dados extraídos de um Sistema de Contas Nacionais, em unidades monetárias: 79

80 Produto Interno Bruto: 1.162; Remuneração dos empregados: 450; Rendimento misto bruto (rendimento de autônomos): 150; Impostos sobre a produção e importação: 170; Subsídios à produção e importação: 8; Despesa de consumo final: 900; Exportação de bens e serviços: 100; Importação de bens e serviços: 38. Com base nessas informações, os valores para a formação bruta de capital fixo e para o excedente operacional bruto serão, respectivamente, a) 300 e 362 b) 200 e 450 c) 400 e 200 d) 200 e 400 e) 200 e (AFC/STN ESAF/2008) Considere os seguintes dados, em unidades monetárias, referentes a uma economia hipotética: Consumo do Governo: 200 Transferências realizadas pelo Governo: 100 Subsídios: 20 Impostos Diretos: 300 Impostos Indiretos: 400 Outras Receitas Correntes do Governo: 120 Exportações de bens e serviços: 100 Importações de bens e serviços:

81 Renda Líquida Enviada ao Exterior: 100 Variação de Estoques: 100 Poupança Bruta do Setor Privado: 200 Com base nessas informações, e considerando as identidades macroeconômicas básicas, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo é igual a: a) 950 b) 900 c) 700 d) 750 e) (AFPS/INSS ESAF/2002) Levando-se em conta a identidade macroeconômica poupança = investimento, numa economia aberta e com governo, e considerando D = déficit público, Sg =poupança pública, Ig = investimento público, Spr = poupança privada, Ipr =investimento privado, Sext = poupança externa. É correto afirmar que a) D = Sg Ig + Spr Ipr b) D = Sext b) D = Spr + Ipr + Sext d) D = Sg Ig e) D = Spr Ipr + Sext 34 - (ANALISTA/ INFRAERO FCC/2004) A fórmula V = (P X L) 1/2, sendo P o índice de Paasche e L o índice de Laspeyres, calcula o índice de a) Gini b) Marshall-Cramer 81

82 c) Fisher d) Friedman e) Gauss-Markov 35 (AFRF/SRF ESAF/2002) Suponha uma economia que só produza dois bens finais (A e B). Considere os dados a seguir: Período Bem A Bem B quantidade preço quantidade preço Com base nestes dados, é incorreto afirmar que: a) o produto nominal do período 2 foi maior do que o produto nominal do período 1. b) o crescimento do produto nominal entre os períodos 1 e 2 foi de, aproximadamente, 31%. c) não houve crescimento do produto real entre os períodos 1 e 2, considerando o índice de Laspeyres de preço. d) a inflação desta economia medida pelo índice de Laspeyres de preço foi de 30%. e) não houve crescimento do produto real, entre os períodos 1 e 2, considerando o índice de Fisher. 82

83 Gabarito Comentado: 1 - (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Em uma economia, o valor do Produto Nacional Líquido foi maior que o do Produto Interno Bruto, ambos medidos a preços de mercado. Nessa economia, necessariamente, o valor (A) dos impostos diretos foi superior ao da renda líquida recebida do exterior. (B) da renda enviada para o exterior foi maior que o da recebida. (C) da depreciação foi igual a zero, ou seja, o estoque de capital da economia não se desgastou no período. (D) dos impostos indiretos líquidos dos subsídios foi superior ao da renda líquida enviada para o exterior. (E) da renda líquida recebida do exterior foi superior ao da depreciação. Comentários: A diferença existente entre o PIB e o PNB é relacionada ao saldo das rendas (dos fatores de produção) enviadas e recebidas do exterior. Sendo assim, temos o seguinte cálculo para o PNB, a partir do PIB: PNB = PIB + RRE REE Assim sendo, toda vez que a renda recebida do exterior for superior à renda enviada ao exterior, existirá uma renda líquida recebida do exterior. Partindo do princípio que o PNB = PIB + RRE REE, e que RRE > REE, o PNB será superior ao PIB. Essa informação já nos ajuda bastante na resolução da questão, mas ainda faltam mais alguns conceitos, a saber: 83

84 Um segundo ponto importante nesta questão refere-se à mensuração da diferença entre Produto Bruto e Produto Líquido. Teremos um Produto Nacional Líquido (PNL), simplesmente subtraindo do PNB, a depreciação. PNL = PNB Depreciação, ou PNB = PNL + Depreciação O mesmo poderia ser feito para o Produto Interno Líquido PIL, bastando retirar a depreciação do PIB. PIB = PIL + Depreciação Sendo assim, se a questão afirma que PNL maior do que o PIB, temos o seguinte: PNB = PIB + RRE REE PNL + Depreciação = PIL + Depreciação + RRE REE PNL = PIL + Depreciação + RRE REE Depreciação Recompondo as expressões, para que possamos analisar exatamente as alternativas da questão, vemos que: PNL = PIB + RRE REE Depreciação Assim sendo, para que o Produto Nacional Líquido (PNL) seja superior ao Produto Interno Bruto (PIB), necessariamente o valor da Renda Líquida Recebida do Exterior (RRE > REE) terá que ser for superior ao da depreciação. Gabarito: letra e. 84

85 2 - (ANALISTA ECONOMIA/INFRAERO - FCC/2011) Provoca o aumento do estoque de reservas internacionais (A) a importação de bens. (B) o pagamento de juros da dívida externa. (C) a contratação de empréstimos estrangeiros por empresas nacionais. (D) a remessa de lucros e royalties para o exterior. (E) a aquisição de participações societárias no exterior. Comentários: Vamos analisar cada assertiva: A A importação de bens está associada à compra de um bem do exterior, o que exige como contrapartida uma saída de moeda estrangeira da economia. Neste caso ocorre uma diminuição de moeda estrangeira e, consequentemente, a redução das reservas internacionais. INCORRETA B O pagamento dos juros da dívida, conforme o próprio nome diz, refere-se a um valor devido ao exterior e que como tal sai da economia do país, impactando negativamente o saldo de reservas internacionais. INCORRETA C Essa é uma assertiva que até poderia gerar dúvidas, mas já a esclarecemos. A contratação de empréstimos no exterior constitui a confissão de dívida para com um credor fora das fronteiras do país. Muito embora esta confissão esteja associada a um passivo a ser pago no futuro, hoje ela representa uma entrada de moeda estrangeira na economia que, desta forma, contribui para a elevação do estoque de reservas internacionais. CORRETA 85

86 D A remessa de lucros e royalties também é um envio de recursos ao exterior, o que sensibiliza negativamente as reservas internacionais. INCORRETA E A aquisição de participações societários no exterior (compra de ações de empresas sediadas no exterior) também configura uma saída de recursos, assim contribuindo para redução das reservas internacionais. INCORRETA Gabarito: letra c. 3 - (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Foram extraídos os seguintes dados, em milhões de reais, referentes às Contas Nacionais do Brasil em um determinado ano-calendário: Consumo Final Exportação de Bens e Serviços Consumo Intermediário Formação Bruta de Capital Fixo Variação de Estoques (negativa)... (7.471) Produto Interno Bruto a preços de mercado O valor da importação de bens e serviços, em milhões de reais, nesse mesmo ano, correspondeu a (A) (B) (C) (D) (E)

87 Comentários: Essa questão é bem tranquila de ser resolvida. Os dados para a resolução estão todos disponíveis, só existindo apenas a informação referente ao consumo intermediário, a qual não usaremos e que, na verdade, foi disponibilizada muito mais para confundir. Mais algumas informações. Como a questão não menciona os gastos do governo, assumimos que este é igual a zero. Outra coisa, muito cuidado, visto que a variação de estoques, presente na questão, é negativa, e assim entrará na fórmula de cálculo. PIBpm = C + I + G + X M = ( ) M M = Gabarito: letra e. 4 - (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Uma determinada economia fez as seguintes transações com o exterior no ano corrente, medidas em milhões de dólares americanos: Exportações de Mercadorias (FOB) Amortizações de empréstimos contraídos Fretes e seguros líquidos pagos Importação de Mercadorias (FOB) Juros líquidos pagos Empréstimos líquidos contraídos Investimentos diretos recebidos Remessas de lucros líquidas

88 Transferências unilaterais correntes líquidas recebidas O volume, em milhões de dólares americanos, de reservas internacionais dessa economia (A) diminuiu (B) diminuiu (C) aumentou (D) diminuiu (E) aumentou Comentários: Esta também não é uma questão difícil de ser resolvida. De todo modo, é muito importante que se tenha em mente quais são as contas componentes do balanço de pagamentos, pois a partir destas é possível calcular o resultado referente ao volume de reservas internacionais desta economia. São contas componentes das Transações Correntes do BP, segregadas como entrada ou saída de recursos, ou seja, se adicionam ou reduzem as reservas internacionais: Exportações de Mercadorias (FOB) (entrada) Fretes e seguros líquidos pagos (saída) Importação de Mercadorias (FOB)(saída) Juros líquidos pagos (saída) Remessas de lucros líquidas (saída) Transferências unilaterais correntes líquidas recebidas (entrada)

89 Resultado das Transações Correntes= = São contas componentes das Contas Financeira e de Capital do BP, segregadas como entrada ou saída de recursos, ou seja, se adicionam ou reduzem as reservas internacionais: Amortizações de empréstimos contraídos (saída) Empréstimos líquidos contraídos (entrada) Investimentos diretos recebidos (entrada) Resultado da Conta Financeira e de Capital = = 2430 Resultado Final do BP = = Gabarito: letra c. 5 - (Auditor Fiscal/Pref. São Paulo FCC/2012) Em um país hipotético, o PIB nominal, em bilhões de unidades monetárias, e o índice geral de preços (IGP) são os apresentados na tabela a seguir: Para este país, (A) a partir de 2007, houve recessão na economia em termos nominais. (B) entre 2006 e 2007, o PIB apresentou variação real negativa. 89

90 (C) a partir de 2008, houve crescimento real ininterrupto do PIB. (D) os valores do PIB em 2006 e 2009 são equivalentes, ambos medidos a preços de (E) em 2010, o PIB apresentou crescimento real comparativamente a Comentários: Perceba que a questão apresenta informações na tabela acima tanto referentes aos valores do PIB nominal em diferentes anos quanto também dos diferentes valores para o índice de preços IPC, o qual, conforme vimos, tem como metodologia o índice de Laspeyres. Perceba que a questão, em suas assertivas, faz sempre referência ao crescimento entre diferentes períodos. Sendo assim, para chegarmos ao resultado correto, temos que comparar a evolução dos índices de preços e a evolução do PIB nominal. Apenas lembro a vocês que o PIB de um país, de ano para ano, pode crescer não somente devido ao aumento dos preços, mas também em função da elevação dos bens e serviços produzidos em vendidos. Essa informação é muito importante, pois ela efetivamente reflete o crescimento da riqueza de um país ano após ano. Comecemos fazendo uma comparação simples: primeiro vamos verificar, separadamente, a evolução do PIB nominal e do IPC: Evolução do PIB nominal entre 2006 e 2007 = 1070 = 1, 07 ou 7% de 1000 aumento; Evolução do IPC entre 2006 e 2007 = 106 = 1, 06 ou 6% de aumento;

91 Bem, com base nestas informações encontradas, e através da divisão entre o índice de crescimento nominal e o índice de evolução do IPC, posso verificar se ocorreu a evolução do PIB real entre 206 e Senão vejamos: 1,07 Crescimento real do PIB entre 2006 e 2007 = = 1, ou 0,94% de 1,06 evolução do PIB no período. O resultado que encontramos já nos permite desconsiderar as assertivas A e B, visto que ocorreu um aumento real do PIB no período. Vejamos então a assertiva C, a qual afirma que ocorreu um crescimento real ininterrupto a partir de 2008: 1123,5 Crescimento nominal de 2007 para 2008 = = 1, 05 ou 5% de 1070 aumento nominal; 109,18 Evolução do IPC entre 2007 e 2008 = = 1, 03ou 3% de aumento 106 1,05 Crescimento real do PIB entre 2007 e 2008 = = 1, 0194 ou 1,94% de 1,03 evolução do PIB no período. Crescimento nominal de 2008 para 2009 = 1150 = 1, 0235 ou 2,35% de 1123,5 aumento nominal; Evolução do IPC entre 2008 e 2009 = 115 = 1, 0533 ou 5,33% de 109,18 aumento 1,0235 Crescimento real do PIB entre 2007 e 2008 = = 0, 9717 ou um 1,0533 crescimento real negativo de 2,82% do PIB no período. 91

92 Com isso podemos verificar que a assertiva C está incorreta. A assertiva D quer complicar um pouco, mas não é nada de mais. Ou afirmar que os valores do PIB em 2006 e 2009 são equivalentes, ambos medidos a preços de 2009, o que devemos fazer é simplesmente dividir os PIB nominais entre os dois períodos 1150 = 1, 15 e os IPCs entre os períodos = 1,15. As duas divisões demonstram que os valores dos PIBs de 2006 e são equivalentes. Temos então, em princípio, o gabarito da questão. Passemos à análise da assertiva E para tirarmos a prova real de que estamos certos na resposta. Para isso, basta fazermos o que foi feito nas assertivas A e B. 1207,50 Crescimento nominal de 2009 para 2010 = = 1, 05ou 5% de 1150 aumento nominal; 121,9 Evolução do IPC entre 2009 e 2010 = = 1, 06 ou 6% de aumento; 115 1,05 Crescimento real do PIB entre 2009 e 2010 = = 0, 9905 ou um 1,06 crescimento real negativo de 0,95% do PIB no período. A assertiva E também está incorreta, o que ratifica o gabarito como sendo a letra D. Gabarito: letra d. 92

93 6 - (Anal.Reg CE/Economista FCC/2011) Foram extraídos os seguintes dados, em milhões de dólares americanos, do Balanço de Pagamentos do Brasil em 2010 publicado no Boletim do Banco Central do Brasil do mesmo ano: Superávit da balança comercial Entrada líquida de investimentos diretos Erros e omissões (valor negativo)... (3.196) Resultado positivo do balanço de pagamentos Déficit de Transações Correntes Entrada líquida de investimentos em carteira Pode-se concluir, com base nos dados fornecidos, que a soma dos saldos da conta capital e da conta financeira foi, em milhões de dólares americanos, igual a (A) (B) (C) (D) (E) Comentários: Essa questão, assim como outra já vista em nossa correção, exige de candidato uma boa noção com respeito à composição do balanço de pagamentos e suas contas. Os dados disponíveis fazem referência as principais rubricas contábeis, de forma que, para que possamos resolver a questão, tenhamos que agregar as contas segundo a separação entre transações correntes e conta financeira e de capital, as quais compõem o resultado do BP. Vale apenas acrescentar que essa questão proposta pela banca apresenta um 93

94 dado referente à rubrica erros ou omissões, a qual deve ter ser valor computado no resultado da questão. Vejamos então: BP = Transações Correntes (TC) + Conta Financeira e de Capital (CFC) + Erros ou Omissões = (déficit) + CFC 3196 CFC = Por fim, perceba que a banca colocou uma série de variáveis que não precisam ser utilizadas, ou seja, só atrapalham a resolução. Gabarito: letra a. 7 - (Analista Controle Externo Orc. Finan/TCE-AP FCC/2012) O Produto Interno Bruto de um determinado país em 2010 foi equivalente a 121 milhões de unidades monetárias, tendo apresentado um crescimento nominal de 10% em relação a O índice geral de preços dessa economia apresentou em 2010 uma elevação de 5% em relação ao ano anterior. O valor do Produto Interno Bruto desse país em 2009, medido com os preços de 2010, foi equivalente, em milhões de unidades monetárias, a (A) 110,5. (B) 115,0. (C) 115,5. (D) 105,0. (E) 120,5. Comentários: 94

95 Essa é uma questão interessante, especialmente porque pede o valor do Produto Interno Bruto do país 2009, medido com os preços de 2010, ou seja, pede-se que seja primeiramente feito o cálculo do produto da economia, em 2009, retirando-se o crescimento nominal (10%). Feito este cálculo, deve-se adicionar o efeito da inflação (IGP), posto que a inflação no período foi de 5%. Vejamos: Produto Real = ProdutoNominal Índicede Preços 121 = 110 1,10 Considerando que a questão pede o PIB de 2009 a preços de 2010, nada melhor do que considerarmos o efeito da inflação no período, a qual foi de 5%. Produto Real de 2009 a preços de 2010 = 110*1,05 = 115,5. Gabarito: letra c. 8 - (Anal. Jud. PA/Economia FCC/2009) Em um sistema de contas nacionais, se a receita fiscal corrente for superior aos gastos correntes do Governo em um determinado ano, pode-se afirmar que (A) a Conta de Transações com o exterior apresentará saldo superavitário. (B) a Poupança Bruta do país foi positiva. (C) a Poupança Corrente do Governo foi positiva. (D) o PIB do país será menor que no ano anterior. (E) o orçamento total do governo, incluindo as despesas correntes e de capital, será superavitário. Comentários: Trata-se de uma questão tranquila de ser respondida. 95

96 O batimento entre receitas e gastos correntes leva à mensuração da poupança governamental. Considerando que a receita fiscal corrente corresponde ao total de receitas do governo e que os gastos correntes referem-se aos gastos tidos pelo governo no mesmo período referente à arrecadação, temos: Poupança Corrente do Governo = Receitas Correntes > Despesas Correntes Gabarito: letra c. 9 - (Anal. Jud. PA/Economia FCC/2009) A diferença de valor entre o Produto Nacional Líquido a preços de mercado e a Renda Nacional a custo de fatores corresponde ao montante, em valor absoluto, (A) dos impostos indiretos menos os subsídios concedidos pelo Governo ao setor privado. (B) da renda enviada para o exterior menos a renda recebida do exterior. (C) da depreciação do estoque de capital fixo da economia. (D) das exportações menos as importações. (E) dos impostos diretos menos as transferências unilaterais do Governo ao setor privado. Comentários: O conceito referente à Renda Nacional não é costumeiramente cobrado em questões de prova. De todo modo isso não quer dizer que não poderá ser cobrado. Sendo assim, valemo-nos do entendimento da aula para resolver esta questão: 96

97 Subsídios PNL a preços de mercado = RNL CF + Impostos Indiretos Ou; Subsídios RNL CF = PNL a preços de mercado - Impostos Indiretos + Gabarito: letra a (Agente Fiscal SP/SEC. FAZENDA FCC/2006) São dadas as seguintes informações sobre as Contas Nacionais de uma determinada economia: Sabendo-se que não houve transferências de capital entre o país e o exterior, o valor da Formação Bruta de Capital Fixo dessa economia corresponde a a) b) c) d) e) Comentários: 97

98 Essa questão parte dos conceitos narrados referentes à identidade que iguala o investimento bruto a poupança privada, poupança do governo e poupança externa. Repare que a questão já disponibiliza as informações referentes tanto à poupança externa (25.000), que nada mais é do que o déficit do balanço de pagamentos em transações correntes como também o somatório das poupanças privada e do governo, denominada de poupança interna bruta (94.000). Considerando a identidade I = S, e que o investimento é subdividido em FBkF e Var. Estoques, temos: FBkF + Var. Estoques = Poupança Interna Bruta + Poupança Externa Bruta FBkF = FBkF = Gabarito: letra c (Agente Fiscal SP/SEC. FAZENDA FCC/2006) São dadas as seguintes informações sobre as Contas Nacionais de uma determinada economia: Sobre o balanço de pagamentos, é correto afirmar que a) um superávit no saldo das transações correntes equivale a uma diminuição dos ativos externos líquidos em poder dos residentes desta economia. b) o pagamento de juros sobre empréstimos recebidos do exterior é registrado na conta de capital. c) há diminuição das reservas internacionais do país, se o saldo do balanço de pagamentos é positivo. 98

99 d) o valor dos lucros reinvestidos na economia doméstica por residentes no exterior é computado no balanço de serviços. e) há transferência líquida de recursos para o exterior quando as importações de bens e serviços não-fatores apresentam valor maior que as exportações de bens e serviços não-fatores. Comentários: a) O superávit das Transações Correntes tende a fazer com que haja uma menor necessidade de entrada de capitais via Conta Financeira e de Capital para fechamento do BP. No limite, o superávit das TC permite a geração até de déficit na Conta Financeira e de Capital, uma vez que saldos superavitário de um e deficitário de outro podem se anular. De qualquer maneira, deve ficar claro que como as TC foi superavitária, ocorre um aumento do ativo externo líquido, inicialmente porque ela tende a contribuir para o aumento das reservas internacionais e segundo porque menor será a necessidade de contratação de passivo externo, nos moldes da atração de capital por meio da Conta Capital e Financeira. b) o pagamento de juros é registrado no balanço de rendas que está dentro das transações correntes. c) Se o saldo é positivo do BP é porque ocorre um aumento dos ativos do país com o exterior. d) o valor dos lucros reinvestidos deve ser computado no balanço de serviços, uma vez que o capital deve sair contabilmente (por meio da rubrica de serviços) e ser reinvestido por meio da Conta Financeira, especialmente por se tratar de um ativo do exterior. Essa operação é realizada por meio do artifício denominado operação simultânea de câmbio, em que ocorre uma saída de 99

100 lucros pelo balanço de rendas e uma entrada de reinvestimento pela Conta Financeira. Destaca-se que o termo serviços utilizado pela FCC na assertiva refere-se à rubrica de serviços fatores de produção, que é a mesma coisa que o balanço de rendas na nova metodologia adotada (FMI). Ressalta-se que a questão não foi anulada pela Banca, o que poderia ter ocorrido dado o erro de conceito utilizado. e) Essa assertiva trata apenas do resultado do balanço comercial, nada mais podendo ser dito a respeito da transferência líquida de recursos para o exterior. Gabarito: letra d (AUDITOR/TCE-AL FCC/2008) O agregado macroeconômico que mede a produção de um país, seja esta produção realizada com fatores de produção de residentes no país ou residentes no exterior, mas que estejam em território nacional, da qual se deduz a depreciação do estoque de capital, mas se computa o valor dos impostos indiretos, é o a) Produto Nacional Bruto a preços de mercado. b) Produto Interno Bruto a custo de fatores. c) Produto Interno Líquido a preços de mercado. d) Produto Interno Líquido a custo de fatores. e) Produto Nacional Líquido a custo de fatores. Comentários: Perceba que a questão possui um entre vírgulas que permite resolver a dúvida se o comando da questão está falando do PIB ou do PNB. Ressalta-se: 100

101 O agregado macroeconômico que mede a produção de um país, seja esta produção realizada com fatores de produção de residentes no país ou residentes no exterior, mas que estejam em território nacional, da qual se deduz a depreciação do estoque de capital, mas se computa o valor dos impostos indiretos, é o Se a questão fala em território nacional é porque estamos falando logicamente de Produto Interno. Considerando ainda que é retirada do cálculo a depreciação do estoque de capital (torna o resultado líquido) e adiciona-se o valor dos impostos indiretos, a questão está se referenciando ao Produto Interno Líquido a preços de mercado. Gabarito: letra c. 13 (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ FGV/2011) O país Z possui uma economia com três setores: trigo, farinha e pão, que pode ser descrita da seguinte forma: Adicionalmente, as contas nacionais mostram que o total pago em salários é de $ 1.500, e o pagamento de juros é de $ 300. Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir: I. O PIB dessa economia é de $ II. O valor agregado do setor de farinha é de $ 500. III. O total pago com aluguéis não excede a $ 700. Assinale (A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se todas as afirmativas estiverem corretas. 101

102 (D) se nenhuma afirmativa estiver correta. (E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. Comentários: 1 - Essa questão é bem interessante de ser resolvida pelo fato de utilizar vários conceitos e fórmulas desenvolvidos na aula: Pela fórmula de cálculo do PIB pelo lado da produção, temos: PIBprodução = ( ) ( ) PIBprodução = = Considerando que nesta economia não existe impostos indiretos nem subsídios, pode-se considerar estes valores como sendo iguais a zero. O valor agregado do setor de farinha é: PIBfarinha = PIBfarinha = A questão também apresenta dados referentes ao cálculo do PIB pelo lado dos fatores de produção. Considerando que o total pago de salários é 1500 e de juros é 300, e sabendo que o PIB é igual 2500, o total de alugueis não pode exceder 700, pois este valor, em conjunto com os demais, iguala o PIB de Gabarito: letra e. 102

103 14 (Auditor/TCE-PA FGV/2008) Seja uma economia fechada e sem governo com três setores produtores de trigo, farinha e pão, respectivamente. Na tabela acima, VBP indica Valor Bruto da Produção, e CI, Custos Intermediários. Sabendo-se que o montante total de salários pagos nessa economia é de Z$300, o total de pagamentos com aluguéis é de Z$200 e o total pago com juros é de Z$300, assinale a alternativa correta. (A) O PIB desse país é de Z$1500. (B) O lucro total dessa economia é de Z$200. (C) A renda total dessa economia é de Z$800. (D) O PIB é Z$500 maior do que a renda. (E) O PIB é de Z$900. Comentários: Assim como na questão anterior, passamos inicialmente ao cálculo do PIB pelo lado da produção: PIBprodução = ( ) ( ) = 1000 Sendo o PIBprodução igual ao PIBfatores de produção, temos: 1000 = salários + juros + aluguéis + lucros 1000 = lucros Lucros =

104 Gabarito: letra b. 15 (Analista de Controle Interno/Sec. Fazenda RJ FGV/2011) Os dados abaixo são do Balanço de Pagamentos brasileiro de Assumindo que essas são as únicas subcontas discriminadas do Balanço de Pagamentos, o saldo da Balança de Serviços e Rendas é (A) U$ 7,485 milhões. (B) U$ 27,751 milhões. (C) U$ 70,249 milhões. (D) U$ 39,251 milhões. (E) U$ 77,734 milhões. Comentários: Essa é uma questão que versa tão somente a respeito do balanço de pagamentos. O que se torna importante na resolução é saber separar quais são as rubricas que compõem o balanço de serviços e rendas. Por meio da análise do balanço disposto em aula, compõem o balanço de serviços e rendas as seguintes rubricas: Viagens internacionais ( ); Aluguel de equipamentos ( ); 104

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