Texto 1. Texto 2. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Texto 3
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- Rosângela Mendes de Sá
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1 LITERATURA Leia os textos abaixo para responder às questões de 1 a 6: Texto 1 Era um sonho dantesco!... o tombadilho, Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra, irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Texto 2 Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Texto 3 Adeus, meus sonhos Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores! 1- A que geração romântica pertence o texto 1? Justifique a resposta com elementos tirados do próprio texto.
2 2- Os versos do texto 2 caracterizam qual geração romântica? Justifique a resposta. 3- O texto 3 pertence a qual geração romântica? Justifique. 4- O texto 1 revela grande plasticidade, criada a partir das fortes imagens e das sugestões de cor e som que envolvem a cena. Com relação a esses recursos, responda: a) A que se referem as metáforas a orquestra e a serpente na 3ª estrofe? b) Duas cores são postas em contrastes na 1ª e na 2ª estrofes. Quais são elas e o que representam? 5- Identifique a causa principal do desejo de morrer manifestado pelo o eu lírico do texto Um dos sonhos do eu lírico é o da realização amorosa. Entretanto, ao utilizar a metáfora estrela, na última estrofe, revela a impossibilidade de realizar o seu sonho. Explique essa afirmação. Para responder às questões de 07 e 08, considere os fragmentos da questão 07. No Brasil, as gerações românticas são classificadas de acordo com a temática predominante em cada fase. São três as classificações, as quais estão listadas a seguir. 7- Então, leia os fragmentos de poemas e CLASSIFIQUE-OS de acordo com as gerações poéticas a que pertencem. ( I ) nacionalista / indianista ( II ) ultrarromântica ( III ). Social / condoreira 1. ( ) Eu vivo sozinha; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupã? Se algum dentre os homens de mim não se esconde: Tu és, me responde, Tu és Marabá! 2. ( ) E murmurá-lo num jardim de amores; Quando julgava a natureza minha, Desdenhava os seus dons: ei-la vingada: Cedo de vermes rojarei ludíbrio, E vida alardearão fracos arbustos Sobre meu lar de morto! 3. ( ) Era um sonho dantesco...o tombadilho que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar ( ) Iludimo-nos todos! Concebemos Um paraíso eterno: E quando nele sôfregos tocamos, Achamos um inferno. 5. ( ) Crioula! O teu seio escuro Nunca deste ao beijo impuro! Luzidio, firme, duro, Guardaste-o p ra um nobre amor, Negra Diana selvagem, Que escutas sob a ramagem As vozes que traz a aragem Do teu rijo caçador! As figuras de linguagem são alguns dos muitos recursos utilizados pelos escritores em suas produções.
3 Os versos destacados na primeira coluna foram extraídos dos fragmentos do exercício 06 (se necessário, retome as estrofes completas). Relacione as colunas e assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. COLUNA I I. Era um sonho dantesco... O tombadilho / (...) / Em sangue a se banhar. II. Legiões de homens negros como a noite, / Horrendos a dançar... III. Um paraíso eterno: / (...) Achamos um inferno. COLUNA II A. antítese. B. paradoxo. C. comparação. D. gradação. E. hipérbole. a) I E; II C; III A. b) I D; II C; III B. c) I E; II A; III A. d) I D; II A; III C. e) I E; II B; III B. 9- IDENTIFIQUE a que fase do Romantismo brasileiro pertence cada um dos textos à frente e justifique as identificações com trechos do conteúdo de cada texto. Texto I Ah! Vem, pálida virgem, se tens pena De quem morre por ti, e morre amando, Dá vida em teu alento à minha vida, Une, nos lábios meus, minh alma à tua! (Lira dos Vinte Anos, Álvares de Azevedo) Texto II Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá. (Canção do Exílio, de Gonçalves Dias) Texto III O escravo então foi deitar-se, pois tinha de levantar-se bem antes do sol nascer, e, se tardasse, coitado, teria de ser surrado, pois bastava escravo ser. E a cativa desgraçada deita seu filho, calada, e põe-se triste a beijá-lo, talvez, temendo que o dono viesse, em meio do sono, de seus braços arrancá-lo! (A Canção do Africano, Castro Alves) Texto IV Ó Guerreiros da Taba Sagrada, Ó Guerreiros da Tribo Tupi, Falam Deuses nos cantos do Piaga, Ó Guerreiros, meus cantos ouvi. (Canto do Piaga, de Gonçalves Dias) Texto V
4 Amorosa visão, mulher dos sonhos! Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto! Nunca virás iluminar meu peito Com um raio de luz desses teus olhos? (Ideias Íntimas, de Álvares de Azevedo) 10- O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e político, caracteriza-se como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas marcadas por: a) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença na sociedade. b) etnocentrtismo, insensibilidade, descontração, otimismo e crença na sociedade. c) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e desespero. d) teocentrismo, insensbilidade, descontração, angústia e desesperança. e) egocentrimo, hipersensibilidade, alegria, descontração e crença no futuro. 11- (UNICAMP) Eça de Queirós e Machado de Assis foram os maiores escritores realistas de seus países. O primeiro escreveu O primo Basílio (1878) e o segundo, Dom Casmurro (1899). Nos dois romances, existe uma semelhança temática, mas profundas diferenças na maneira de tratar o tema. a) Indique o tema comum aos dois romances. b) Analise as diferenças no tratamento deste tema. 12- (UNICAMP) As mulheres machadianas são personagens importantíssimas nos textos desse autor. A seguir, você lerá um pequeno trecho sobre Capitu, protagonista do romance Dom Casmurro, e outro sobre Rita, uma das protagonistas do conto A Cartomante. CAPITU Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, (...) Assis, Machado de. Olhos de Ressaca. In Dom Casmurro. RITA Uniram-se os três. Convivência trouxe intimidade. Pouco depois morreu a mãe de Camilo, e nesse desastre, que o foi, os dois mostraram-se grandes amigos dele. Vilela cuidou do enterro, dos sufrágios e do inventário; Rita tratou especialmente do coração, e ninguém o faria melhor. Como daí chegaram ao amor, não o soube ele nunca. A verdade é que gostava de passar as horas ao lado dela, era a sua enfermeira moral, quase uma irmã, mas principalmente era mulher e bonita. Odor di feminina: eis o que ele aspirava nela, e em volta dela, para incorporá-lo em si próprio.(...) Rita, como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Assis, Machado de. A Cartomante.
5 Ao construir Capitu e Rita, Machado de Assis explora que visão histórica sobre a mulher? Justifique sua resposta com elementos dos trechos. Leia atentamente o trecho abaixo, retirado da obra O cortiço, de Aluisio Azevedo para responder a questão 13: O pátio estava quase cheio; ninguém mais se entendia; todos davam e todos apanhavam (...) E o rolo a ferver lá fora, cada vez mais inflamado com um terrível sopro de rivalidade nacional (...) De vez em quando, o povaréu, que continuava a crescer, afastava-se em massa, rugindo de medo, mas tornava logo, como a onda no refluxo dos mares. A polícia apareceu e não se achou com ânimo de entrar, antes de vir um reforço de praças, que um permanente fora buscar a galope. 13- (FUVEST) A leitura do excerto acima permite perceber que o Naturalismo a) entendeu que a obra de arte tem uma missão, e que dela deve resultar um efeito moralizador sobre a realidade que aborda com frequência as mazelas sociais; b) buscou conceber a realidade com base no ideal nacionalista do belo, do verdadeiro e do justo, compondo um universo que se quer perfeito; c) valorizou, antes, o conceito de arte pela arte, em que a importância da expressão se sobrepõe quase sempre às idéias do artista; d) elegeu a realidade brasileira como tema central da prosa literária e buscou fixar o drama de nossa estrutura social colonizada; e) abandonou a expressão tradicional e, por meio de uma forma anárquica, conseguiu captar as aberrações da sociedade que aqui se formara. As questões de 14 a 16 referem-se aos textos abaixo. O primeiro é um trecho do romance naturalista O cortiço, de Aluisio Azevedo e o segundo é um comentário sobre essa mesma obra, retirado do Roteiro de leitura: O cortiço de Aluísio Azevedo, de Luiz Antônio Ferreira. TEXTO 1 De cada casulo espipavam homens armados de pau, achas de lenha, varais de ferro. Um empenho coletivo os agitava agora, a todos, numa solidariedade briosa, como se ficassem desonrados para sempre se a polícia entrasse ali pela primeira vez. Enquanto se tratava de uma simples luta entre dois rivais, estava direito! Jogassem lá as cristas, que o mais homem ficaria com a mulher! mas agora tratava-se de defender a estalagem, a comuna, onde cada um tinha a zelar por alguém ou alguma coisa querida. TEXTO 2 O cortiço é um romance de muitas personagens. A intenção evidente é a mostrar que todas, com suas particularidades, fazem parte de uma grande coletividade, de um grande corpo social que se corrói e se constrói simultaneamente. 14- (FUVEST) Sobre os textos, assinale a opção CORRETA. a) No texto 1, por ser realista, há o predomínio da objetividade, da denotação. No texto 2, há o predomínio da linguagem conotativa, subjetiva, já que este é um estudo sobre a obra. b) No texto 1, realça-se uma ação coletiva. No texto 2, a afirmação explicita o modo coletivo de agir, o que justifica o título do romance. c) Em ambos os textos observa-se uma valorização do cortiço como um lugar harmonioso e ideal para se viver em coletividade. d) No texto 2 há uma referência à desagregação e corrosão da grande coletividade, o que é predominante no texto 1. e) No texto 2 a afirmação feita contrapõe-se ao que é explicitado no texto 1, pois não há união alguma entre os moradores do cortiço. O texto que segue é um fragmento do capítulo III de O cortiço, de Aluísio Azevedo. Leia-o para responder a questão 15: Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça
6 bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. 15- (UNICAMP) O ser humano é visto pelo naturalista numa perspectiva biológica, em que considera seu lado instintivo e animal. a) Retire do texto alguns trechos que comprovem a animalização dos habitantes do cortiço. b) Há algum trecho em que se pode identificar sensualismo? Se houver, identifique-o. Para responder às questões de 16 e 17, leia os textos a seguir. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Dom Casmurro (1899), Machado de Assis constrói narradores muito peculiares. Veja. TEXTO I: Memórias Póstumas de Brás Cubas Das Negativas Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na primeira parte do livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que morreu comigo, por causa da moléstia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O acaso determinou o contrário; e aí vos ficais eternamente hipocondríacos. Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que sai quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: Não tive filhos, não transmitia nenhuma criatura o legado da nossa miséria. ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. TEXTO II: Dom Casmurro E BEM, E O RESTO? (CXLVIII) Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é este propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da Praia da Glória já estava dentro da de Mata-cavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dirme-ia, como no seu cap. IX, vers. 1: "Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti". Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. E bem, qualquer que seja a solução, uma cousa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja leve! Vamos à "História dos Subúrbios. ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. 16- Os dois capítulos são o desfecho de seus respectivos livros. Os dois narradorespersonagens apresentam-se amargos com relação a suas vidas. EXPLIQUE os motivos pelos quais cada um deles apresenta tal visão de mundo.
7 17- A metalinguagem é a linguagem que versa em si mesma, que reflete sobre o processo de criação. Extraia dos dois textos trechos que evidenciem tal processo. Leia atentamente o trecho abaixo, retirado da obra O cortiço, de Aluisio Azevedo para responder a questão 2: 18- Considerando o texto 1, observe os trechos: De cada casulo espipavam homens armados e Jogassem lá as suas cristas". As palavras em destaque apontam, principalmente, a seguinte característica naturalista: a) animalização do ser humano (zoomorfismo). b) cientificismo da arte. c) preocupação social. d) visão patológica do homem. e) documentação da realidade. O texto que segue é um fragmento do capítulo III de O cortiço, de Aluísio Azevedo. Leia-o para responder a questão 19: Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. 19- O ser humano é visto pelo naturalista numa perspectiva biológica, em que considera seu lado institivo e animal. a) Retire do texto alguns trechos que comprovem a animalização dos habitantes do cortiço. b) Há algum trecho em que se pode identificar sensualismo? Se houver, identifique-o. 20- Faça uma explanação de três parágrafos sobre o Realismo/Naturalismo. Cite o que eles representaram na Literatura, características, principais autores e obras. :
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