Consciência Fonoarticulatória e Alfabetização
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- Patrícia Garrau Azevedo
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1 Consciência Fonoarticulatória e Alfabetização Rosangela Marostega Santos Fonoaudióloga
2 Ao longo das últimas décadas muitos estudos tem sido realizados com o objetivo de compreender quais processos cognitivos estão envolvidos na aprendizagem da leitura e da escrita.
3 A língua portuguesa possui um sistema de escrita alfabético-ortográfico baseado na relação entre os sons e as letras.
4 Aprender a ler, é um desafio para a criança: requer o conhecimento consciente dos sons da língua, Consciência Fonológica para posteriormente, se acender ao Princípio Alfabético. Paula Teles, 2015.
5 Por princípio alfabético entende-se que: a escrita tem relação com a fala (pauta sonora) e não com as propriedades dos objetos ; cada letra tem nome e som; as letras tem valores sonoros fixos; existem diacríticos, como o til, a cedilha e os acentos gráficos; a ordem em que as letras aparecem na escrita corresponde à ordem em que os sons são pronunciados na fala; todas as sílabas contêm uma vogal; há diversas formas de combinar consoantes e vogais; há um número finito de letras; o código oral é diferente do escrito; e, as regras de correspondência grafofônicas são ortográficas. MORAIS, Artur. Sistema de escrita alfabética:como eu ensino. Melhoramentos,2012
6 Metacognição Metalinguagem Consciência Fonológica Consciência morfológica Consciência Semântica Consciência Pragmática Consciência Sintática Consciência Silábica Consciência Intrassilábica Consciência Segmental Código Alfabético Consciência Fonoarticulatória Consciência Fonêmica Componentes da CF proposto por Santos (2012) Rueda (1995) adaptado por Santos e Lamprecht (2008) modificado por
7 Consciência fonológica Envolve a manipulação oral dos sons da língua (Chard & Dickson, 1999), independente do seu significado. Um grande conjunto ou uma grande constelação de habilidades de refletir sobre os segmentos sonoros das palavras (Morais, 2012).
8 Consciência fonológica Permite à criança reconhecer que as palavras são formadas de fonemas e ajuda a construir relações grafemas-fonemas necessárias ao reconhecimento das palavras (Godard,2007 ). Não é resultado do desenvolvimento natural, mas um processo de aprendizagem artificial (Linuesa, 2008)
9 Consciência Fonoarticulatória Capacidade de o indivíduo refletir sobre os sons da fala (fones) e os gestos motores orais (Santos, 2009). [s]
10 Consciência Fonoarticulatória Parte da Consciência fonológica que permite refletir de forma consciente sobre as características articulatórias dos fonemas. Habilidade para perceber que os sons são modificados de acordo com seus articuladores. (Santos, 2009) Ajuda a consolidar os conhecimentos fonêmicos (Wise, Ring & Olson, 1999)
11 O raciocínio fonoarticulatóriopode ser desencadeado com a simples pergunta: O que sua boca, língua e voz faz para produzir o som [...]?
12 Consciência Fonoarticulatória ou Quando você faz o som [s], o que acontece com: 1. os lábios? 2. os dentes?
13 Consciência Fonoarticulatória Quando você faz o som [s], o que acontece com: 3. a língua? 4. a sua garganta?
14 Consciência Fonoarticulatória Quando você faz o som [s], o que acontece com: 5. O ar que sai da sua boca? 6. O som que você escuta se parece com o que?
15 Consciência Fonoarticulatória Quando você faz o som [s], o que acontece com: 7. É um som... com paradinhas ( descontínuo) sem paradinhas (contínuo)...
16 Escala de complexidade da Consciência Fonoarticulatória (Santos,2014) I. Identificação no nível do segmento sonoro II.Produção no nível do segmento sonoro III.Identificação no nível da palavra IV.Produção no nível da palavra Natureza Fonêmicafonoarticulatória Natureza Puramente Fonoarticulatória
17 Consciência Fonoarticulatória TAREFAS 1. IDENTIFICAÇÃO : nível do segmento sonoro nível da palavra 2. PRODUÇÃO: nível do segmento sonoro nível da palavra
18 Consciência Fonoarticulatória 1.Qual destes bonecos está fazendo o som [l]? Identificação em nível do segmento sonoro
19 Consciência Fonoarticulatória 2. Quem não começa com este movimento de boca? Identificação em nível da palavra
20 Consciência Fonoarticulatória 3. Olhe para estas fotos de boca. Qual delas está se preparando para falar o nome deste desenho? Identificação em nível da palavra
21 Fonoarticulatória Consciência 4. Que som esta boca está fazendo? Produção em nível de segmento sonoro
22 Consciência Fonoarticulatória 5. Diga uma palavra que começa com este movimento de boca. Produção em nível da palavra
23 Consciência fonológica Linguagem Escrita Linguagem Oral
24 Correlações entre as Hipóteses de Escrita e Consciência Fonológica E S T Á G I O S DE Pré-silábico Silábico e Silábicoalfabético cons. da palavra, consciência da sílaba e das unidades intrassilábicas Consciência do fonema + fonoarticulatória N Í V E I S E S C R I T A Alfabético Relação ainda mais explícita entre sons/letras D E C F Ortográfico Costa e Santos, 2008
25 As evidências científicas mostram que: Não pode mais haver dúvida de que a Consciência fonológica é a chave para aprender a ler línguas com ortografias. alfabéticas CARDOSO-MARTINS, Sensibilidade fonológica e a aprendizagem inicial da leitura e da escrita. Cadernos de Pesquisa, v. 76
26 Crianças com alto nível de Consciência Fonológica (CF) na pré-escola, apresentam melhor desempenho na escrita. Crianças com desempenho inferior de CF na pré-escola, apesar de se alfabetizarem, mostraram alta incidência de trocas fonológicas na escrita. Costa, Consciência fonológica: relação entre desenvolvimento e escrita..
27 As crianças se apóiam em pistas articulatórias como estratégia inicial para segmentar sílabas em fonemas. Valente; Martins,2004. Competências Metalingüísticas e Aprendizagem da Leitura em duas Turmas do 1º Ano de Escolaridade com Métodos de Ensino Diferentes. Análise Psicológica. v. 1.
28 Quanto mais a criança está à vontade para manipular conscientemente o fonema, mais depressa aprende a ler. Dehaene, 2012 Os neurônios da leitura. Artmed.
29 As crianças em processo de alfabetização usam o aparelho articulatório quando aprendem a associar os gestos fonéticos com as representações visuais. Heilman e cols Developmental Dyslexia: A Motor Articulatory Feedback Hypothesis. Annals of Neurology, v. 39
30 A utilização de pistas sonoras e fonoarticulatórias auxilia a aprendizagem da leitura e da escrita. Vieira e Santos, Consciência fonológica e fonoarticulatória na aquisição da leitura e da escrita Nonada
31 A adição das imagens da articulação ao treino da segmentação fonêmica, melhora a capacidade de ler palavras comparativamente com o treino apenas com letras. Boyer; Ehri, 2011 Contribuition of phonemic segmentation Instruction with letters and articulation pictures to word reading and spelling in Beginners. Scientific studies of Reading,15
32 A consciência fonêmica é uma habilidade necessária (e está fortemente relacionada) à aprendizagem da leitura e escrita alfabética. Godoy, 2008 Por que ensinar as relações grafema-fonema? Rev. psicopedag. vol.25
33 A aprendizagem dos grafemas chama atenção para as classes de sons, e a análise das classes de sons afina, por seu turno, a compreensão dos grafemas e, assim, em sequência, uma espiral causal faz emergir simultaneamente o código grafêmico e o fonêmico. Dehaene, 2012 Os neurônios da leitura. Artmed.
34 Émais fácil para as crianças perceberem os fonemas pela maneira como são articulados do que pelo seu som. Adams et al, 2006 Consciência fonológica em crianças pequenas Artmed
35 Vamos testar? Que som você ouve?
36 E agora? Olhe para esta boca e diga que som você ouve.
37 Nessa simples tarefa, comprovamos que é mais fácil perceber os sons pela maneira como são articulados do que pelo maneira como ouvimos. Observar os movimentos da boca (leitura labial) influencia profundamente na percepção da fala (McGurk; MacDonald,1976).
38 As vias auditivas e visuais estão integradas para fornecer informações de maneira contínua, apesar de a audição e a visão serem sentidos independente. (Borden, Harris, Raphael, 1994) A modalidade auditiva é considerada canal primário e a visual, secundário ou complementar para a aquisição das habilidades de fala. A percepção visual da fala é mais robusta que a percepção auditiva (Skipper et al, 2007).
39 A percepção visual da fala ativa uma rede de áreas motoras no sistema nervoso, incluindo o cerebelo e áreas motoras corticais envolvidas no planejamento e na execução da produção da fala, além de áreas que auxiliam na propriocepção. Skipper el al (2005) Listening to talking faces: motor cortical activation during speech perception. Neuroimage, v. 55
40 Percepção/Produção São fatores determinantes para a representação fonológica exercem papel importante no desenvolvimento da Consciência fonológica e fonoarticulatória.
41 Mais importante que qualquer método de alfabetização é valorizar o ensino do princípio alfabético. (Scherer, 2009)
42 O trabalho em consciência fonológica e seus níveis deve ser pensado como uma: - Ferramenta valiosa para o ensino sistemático da língua - Práticas reais de leitura e escrita!
43 Para muitas crianças, aprender a ler e a escrever não é tarefa fácil. Para isso, algumas crianças precisarão de um trabalho pontual no nível da sílaba; outras no nível do fonema e/ou fonoarticulatório e outras, na relação som/letra.
44 Santos, 2009
45 No livro Consciência dos sons da língua, publicado pela EdiPucrs, 2009, háum capítulo sobre Consciência fonoarticulatória.
46 Os desenhos dos bonecos com bocas que aparecem na lâmina 18,fazem parte de um material de reabilitação não publicado, desenhado por Fábio Vasconcelos e, os demais desenhos de bocas, fazem parte do jogo das naves, publicado no software Pedro numa noite assustadora de Santos et al, Obrigada pela atenção!
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