Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem CLAUDIA MARTINEZ BECKER GABRIELA DOEBBER SOUTO JENIFFER MEZZOMO
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1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Enfermagem CLAUDIA MARTINEZ BECKER GABRIELA DOEBBER SOUTO JENIFFER MEZZOMO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR II PSR RINCÃO Êrica Rosalba Mallmann Duarte Bianca Trindade Terlan Daiane Freire Benites Porto Alegre 2011
2 1 CLAUDIA MARTINEZ BECKER GABRIELA DOEBBER SOUTO JENIFFER MEZZOMO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR II PSF RINCÃO Trabalho realizado durante o período de 2010/2 para a disciplina: Estágio Curricular II Serviços da Rede Básica, como parte integrante do processo de avaliação do 9º semestre de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientadora: Profª Erica Rosalba Mallmann Duarte Enfermeiras Supervisoras: Bianca Trindade Terlan Daiane Freire Benites Porto Alegre 2011
3 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 2 DESENVOLVIMENTO Estrutura do posto Atividades desenvolvidas Triagem Consulta de Enfermagem 6 3 VISITA DOMICILIAR Conceituação de Visita Domiciliar Objetivos da VD Vantagens da Visita Domiciliar Planejamento da Visita Domiciliar Limitações da Visita Domiciliar 9 4 PROBLEMÁTICA 10 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 12 REFERÊNCIAS 13
4 3 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho foi proposto pela disciplina Estágio Curricular II Serviços da Rede Básica, como avaliação do 9º semestre de Enfermagem. O estágio curricular II foi desenvolvido no período de 03 de janeiro a 17 de março de As atividades foram desenvolvidas na Estratégia da Saúde da Família do Rincão situado na Estrada Afonso Lourenço Mariante, 1394 no Bairro Belém Velho Porto Alegre. Essa atividade tem por objetivo complementar a formação do aluno, proporcionando uma experiência acadêmico-profissional através de vivências nos campos de prática do enfermeiro na Rede Básica de Saúde; estabelecer relações entre a teoria e a prática profissional, propiciando reflexões sobre o trabalho cotidiano do enfermeiro; aperfeiçoar habilidades técnico-científicas necessárias ao exercício profissional, fortalecer a integração do aluno e da Escola de Enfermagem com a realidade político-social e profissional. Durante o transcorrer do estágio foram proporcionadas participações em reuniões de equipe, reuniões administrativas com enfermeiros de outras Unidades de Saúde, acolhimentos, encaminhamentos, planejamento de atividades para promover a saúde. Em relação às questões assistenciais foi possível desenvolver habilidades de competência do enfermeiro. Assumindo responsabilidade durante as consultas de enfermagem, praticando a coleta de material para exames citopatológicos, integração com a equipe médica, encaminhamento de pacientes para exames de mamografia e outras. Foi possível também e de muita importância a integração com a equipe de técnica e agentes comunitários, trabalhando em grupo. Durante alguns estágios nós nos contemplamos com o profissional de enfermagem exercendo a sua função com dependência de outros profissionais ou interdependência através de ações multiprofissionais. Conhecendo as atividades do enfermeiro na Estratégia da Saúde da Família nos motivou buscar a exercitar e aprender a função do enfermeiro com autonomia na coordenação da equipe de saúde e agentes comunitários, consultas de enfermagem e promover a saúde da população na sua área de abrangência através de medidas preventivas. Apresentamos a seguir alguns aspectos relevantes sobre a Unidade de Saúde, sua localização e estrutura.
5 4 Serão descritas também as atividades que realizamos como acadêmicos durante todo o estágio.
6 5 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 ESTRUTURA DO POSTO: O PSF- Rincão faz parte da Gerência de saúde Glória/ Cruzeiro/ Cristal, situase na zona sul de Porto Alegre, no bairro Belém Velho, o posto funciona em dois períodos: manhã das 8 às 12 horas, de tarde das 13 às 17 horas. Os serviços destinados à população são: triagem, planejamento familiar, vacinação, curativos, nebulização, medicações injetáveis, teste do pezinho e fornecimento de medicamentos mediante receita. Programas Prá-Crescer, Pré-Natal, Prá-Nenê, Programa Nacional de suplementação do Ferro e grupos educativos. O total de pessoas assistidas pelo ESF é grande, devido a este total, o posto possui duas equipes que trabalham no mesmo ambiente, porém com agendas e rotinas distintas. A equipe 1 composta por uma enfermeira, uma médica, dois técnicos de enfermagem e cinco agentes comunitários de saúde teve sua inauguração em 19 de outubro de A Equipe 2 também composta por uma enfermeira, um médico, dois técnicos de enfermagem e cinco agentes comunitários de saúde, foi inaugurado em 22 de janeiro de Quanto à estrutura do posto esta se divide em: recepção, uma farmácia, duas salas de triagem, uma sala de vacina, uma sala de nebulização, quatro consultórios, uma sala de grupo/reuniões, uma sala de esterilização, um expurgo, um sala de escritório, uma cozinha e um banheiro para os funcionários. 2.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Triagem: Todos os usuários que vinham ao posto sem agenda marcada passavam pela recepção e assim eram encaminhados à equipe de triagem responsável por sua área de atuação. Na triagem encontrava-se um técnico de enfermagem responsável por atendê-los, escutar as queixas de cada usuário e verificar os sinais vitais do mesmo. Na
7 6 triagem era utilizado o protocolo de atendimento, de acordo com uma escala de classificação de risco, que se apresenta da seguinte forma: - PRETO: Pacientes que necessitam de atendimento de emergência Devem receber atendimento imediato em Sala de Emergência Hospitalar/SAMU VERMELHO: Pacientes que apresentam risco de agravo à saúde e que necessitam de consulta médica prioritária. - AMARELO: Pacientes que apresentam alterações nos sinais vitais, mas sem riscos de agravos à saúde. Consulta médica sem prioridade. - VERDE: Pacientes com queixas recente-agudas e que não ultrapassam 15 dias. Sem risco de agravo à saúde. Avaliação Enfermagem/Agendamento. - AZUL: Pacientes com queixas crônicas (mais de 15 dias) sem alterações nos sinais vitais. Agendamento. Porém casos mais graves com sintomatologia aguda eram passados primeiramente à enfermeira responsável pela equipe que avaliava o quadro clínico e encaminhava para consulta médica ou para atendimento em outras Unidades de Saúde que ofereciam o serviço necessário. Durante o estágio acompanhamos as rotinas da sala de triagem e pudemos atuar como enfermeiros em algumas situações com respaldo da equipe e principalmente com o acompanhamento e orientação das enfermeiras supervisoras Consulta de Enfermagem Durante o estágio, pode-se compreender a importância do trabalho do enfermeiro em saúde comunitária. Realizamos diversos tipos de consultas de enfermagem dentre elas: Saúde da criança (parte integrante do programa Prá-Nenê e Prá Crescer); saúde da mulher (realização de exame preventivo de câncer de colo de útero e mamas, acompanhamento de gestantes, 1ª consulta de puerpério); planejamento familiar (orientação e encaminhamento para laqueadura tubária e vasectomia; além de orientação para o uso de anticoncepcionais orais e injetáveis). As agendas de consulta de enfermagem eram realizadas todas as manhãs e tardes mais focadas nos programas do Ministério da Saúde. Inicialmente,
8 7 acompanhamos as consultas junto às enfermeiras e, posteriormente, passamos a assumir as agendas das mesmas.
9 8 3 VISITA DOMICILIAR 3.1 CONCEITUAÇÃO DE VISITA DOMICLIAR A vista domiciliar é uma forma de atenção em Saúde Coletiva voltada para o atendimento ao indivíduo, à família ou a coletividade que é prestada aos domicílios ou junto aos diversos recursos sociais locais, visando à maior equidade da assistência em saúde (Ceccim e Machado, s/d, p.1). A visita domiciliar também pode ser conceituada como um conjunto de ações voltadas para o atendimento, seja ele assistencial educativa. É uma dinâmica utilizada nos programas de atenção a saúde, visto que acontecem no domicílio da família (Mattos, 1995). E ainda conceituada como sendo vital para a educação em saúde (Tyllmann e Perez, 1998, p.2). 3.2 OBJETIVOS DA VD Conhecer o ambiente familiar e as micro-áreas de moradia dos usuários do centro de saúde, apliando o nível de informações e conhecimentos relativos ao autocuidado, ao uso de recursos sociais, à ação política em saúde, ou ainda, como atitude complementar às ações de vigilância em saúde, prestação de enfermagem no domicilio, orientação e educação para a prestação de cuidados, supervisão de cuidados delegados à família, orientações a família quando o serviço de saúde não for mais o indicado, coleta de informações sobre as condições sócio-sanitárias da família, por meio de entrevistas e observação. 3.3 VANTAGENS DA VISITA DOMICILIAR Proporcionar aos profissionais o conhecimento sobre o indivíduo (contexto de vida, meio ambiente, condições de habitação, relações afetivo-sociais da família), para possibilitar a prestação da assistência integral à saúde, facilitar a adaptação de planejamento da assistência de enfermagem de acordo com os recursos de enfermagem que a família dispõe, melhor relacionamento do grupo familiar com o profissional de saúde por ser menos sigiloso e menos formal, maior liberdade para
10 9 expor os mais variados problemas tendo-se um tempo maior do que nas dependências do serviço de saúde. 3.4 PLANEJAMENTO DA VISITA DOMICILIAR - Estabelecer critérios epidemiológicos e populacionais. - Seleção das pessoas, famílias ou micro-áreas que serão visitadas (observando as prioridades). - Planejamento específico: definido o objetivo da visita, devem-se analisar as informações referentes ao sujeito da VD no serviço de saúde. - Registro em prontuário. - Avaliação do profissional que realizou a VD. - Discussão em reunião com equipe, referente aos problemas encontrados pelo visitados. 3.5 LIMITAÇÕES DA VISITA DOMICILIAR - Método dispendioso, pois demanda custo de pessoal de locomoção. - Ocorre um gasto de tempo maior, tanto na locomoção como na realização da visita. - Contratempos advindos da impossibilidade de marcar a visita, ou seja, não ter ninguém em casa, o endereço não existir, a pessoa não residir mais naquele endereço. - Os afazeres domésticos das donas de casa podem impedir ou dificultar a realização da visita domicilar.
11 10 4 PROBLEMÁTICA No decorrer do estágio foram realizadas visitas domiciliares a diferentes usuários, sendo então realizadas com o acompanhamento dos agentes comunitários de saúde. Sabe-se que as visitas domiciliares são de extrema importância na Estratégia de Saúde da Família, pois possibilita apresentar um perfil adequado do real estado da população que abrange a área do PSF. Sendo assim, preconizam-se visitas domiciliares regulares a casos mais extremos, aos usuários que possuem dificuldades e problemas que o impossibilitam de acessar o PSF com regularidade. Os usuários que se enquadram nesse perfil e que realmente necessitam dessa atenção são em grande maioria os idosos com dificuldade de locomoção, acamados, doentes crônicos com restrições, deficientes físicos, doentes mentais, pacientes portadores de doenças degenerativas e alguns casos de pós-operatório. Algumas visitas, que não necessitam ser regulares, consistem na busca ativa de gestantes faltantes, crianças com calendário vacinal incompleto e casos graves de problema social. Avaliando-se então, essas condições, percebemos que algumas visitas poderiam ser substituídas para outros usuários com necessidades maiores. Algumas visitas foram realizadas a usuários apenas para a verificação de Pressão Arterial (PA), não que isso seja desnecessário, mas em casos em que o usuário possui condições de se dirigir ao posto, esta visita deveria ser destinada à outra pessoa com maior restrição. Outra visita domiciliar que se torna desnecessária, é aquela em que o usuário não realiza o tratamento médico prescrito de forma adequada, mesmo depois de muitas orientações e consultas realizadas, sendo assim, inútil o controle da PA, pois esta não trará o resultado esperado. Visitas domiciliares realizadas uma vez por semana para realização de hemoglicoteste (HGT), só seriam significativas, caso o usuário fizesse o controle diário, pois uma vez por semana, não evidencia o real problema que o paciente possui. Enfim, percebe-se que as visitas domiciliares deveriam ser melhor avaliadas na sua real necessidade, para não tornarem-se um desperdício de tempo e de pessoal e para que tenhamos certeza de que os usuários que mais precisam das visitas
12 11 domiciliares sejam melhor acompanhados pelos profissionais de enfermagem e médicos.
13 12 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante a realização do estágio, superamos as nossas expectativas em relação ao campo escolhido, conseguimos absorver o conhecimento que nos foi passado através das equipes no dia-a-dia no posto. Junto com elas pudemos atuar como enfermeiros em várias situações e pudemos compreender e executar ações que são de responsabilidade do mesmo no âmbito da saúde coletiva. O estágio foi de extrema importância para a nossa formação acadêmica e profissional ao passo que participamos ativamente com toda a equipe nas rotinas do posto, sendo reconhecidos não apenas como acadêmicos, mas sim como futuros enfermeiros. A equipe nos acolheu com respeito, sem nenhum entrave para a realização de nossas atividades. Consideramos que o campo escolhido, possui grande riqueza de ações na comunidade, agradecemos a confiança em nós depositada e terminamos o estágio com a percepção de que a Estratégia da Saúde da Família é muito importante para a população.
14 13 REFERÊNCIAS CECCIM, Ricardo Burg; MACHADO, Neusa Maria. Contato Domiciliar em Saúde Coletiva. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, s/d. 7p. MATOS, Thalita Maia de. Visita Domiciliária. In: Enfermagem Comunitária. São Paulo: Editora Pedagógica e Universiária, P Porto Alegre, Prefeitura de. Secretaria de Saúde: Gerências distritais. Disponível em: < >Acesso em: 05/12/2010. TYLLMANN, Gládis; PEREZ, Sílvia Maria Santos. Entrevista e Visita Domiciliar. SSMA, Santa Rosa, p.
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