Indutores ou bobinas: criam campos magnéticos numa dada região do circuito.
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- Luiz Guilherme Carrilho Alves
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1 Unversdade Federal do Paraná Setor de Cêncas Exatas Departamento de Físca Físca III - Prof. Dr. Rcardo Luz Vana Referêncas bblográfcas: H. 33-2, 33-3, 33-4, 33-5, 33-6 S. 31-3, 31-4, 31-5 T. 26-7, 26-8, 26-9 Aula 25 - Indutores Joseph Henry (*17/12/1797, Albany, Estados Undos; + 13/05/1878, Washngton, Estados Undos) Estudou na Academa de Albany (New York) onde tornou-se posterormente professor de flosofa natural (o nome dado à físca até meados do Séc. XIX). Em 1830, enquanto trabalhava na construção de eletroímãs (na sua sala de aula, transformada no verão em laboratóro), descobru a ndução eletromagnétca ndependentemente de Faraday. Em 1832 fo contratado pelo College of New Jersey, que mas tarde tornou-se a conhecda Unversdade de Prnceton. Fo dretor da Smthsonan Insttuton (Washngton) desde 1846, quando da sua fundação, até a sua morte, tendo desempenhado um mportante papel no desenvolvmento centífco dos Estados Undos. Descobru a auto-ndução em crcutos elétrcos, trabalhou no envo de snas elétrcos à dstânca e explcou as bases para a cração de transformadores. Apesar do seu êxto profssonal, mutas das suas descobertas passaram despercebdas na época; talvez por utlzar uma metodologa qualtatva, recorrendo raramente à matemátca nos seus artgos. Após a sua morte, a undade de ndutânca no Sstema Internaconal, fo batzada de henry, em reconhecmento do seu trabalho. Capactores: cram campos elétrcos numa dada regão do crcuto Indutores ou bobnas: cram campos magnétcos numa dada regão do crcuto. 1
2 1. Defnção de ndutânca de uma bobna qualquer com N espras, conduzndo uma corrente L = NΦ onde Φ é o fluxo magnétco que atravessa cada espra da bobna. Undade no S.I. [L] = [Φ]/[] = Wb/A = Henry (H) 2. Indutânca de um solenóde com N espras e comprmento l Fluxo magnétco: supondo campo magnétco unforme dentro do solenóde com as lnhas de força perpendculares à seção reta, é Φ = BA para cada espra. Na aula sobre le de Ampére vmos que o campo no nteror do solenóde é unforme com módulo dado por B = μ 0 n (supondo núcleo de ar para o solenóde), onde n = N/l (número de espras por undade de comprmento). Logo L = NΦ = NBA = Nμ 0 n A = (nl)μ 0 n A Dvdndo por L temos a ndutânca por undade de comprmento do solenóde: L l = μ 0n 2 A Problema resolvdo: Um solenóde de 30 cm de comprmento é feto ao se enrolar 2000 voltas de fo de cobre num tubo oco de dâmetro 1,0 polegada (=2,54 cm). (a) Calcule a ndutânca desse solenóde; (b) Determne o fluxo magnétco por espra quando o solenóde é percorrdo por uma corrente de 500 ma. Solução: (a) Sendo A = πd 2 /4 e n = N/l temos L = μ 0 l N l 2 πd 2 4 = 4πx10 7 x xπx0, x0,30 = 8,49 x 10 3 H 8,5 mh (b) Φ = IL/N = 0,5 x 8,49 x 10 3 / 2000 = 2,12 x 10-6 Wb = 2,12 μwb Problema proposto: Construmos um solenóde de 2,0 m de comprmento e com seção reta crcular de dâmetro 4,0 cm, enrolando uma únca camada de fo de cobre solado (de dâmetro 2,5 mm). (a) Supondo que as espras adjacentes se toquem, e que a espessura do solamento seja desprezível, quantas espras tem o solenóde? (b) Calcule a 2
3 ndutânca do solenóde; (c) Qual a corrente que deve passar pelo solenóde para que o fluxo magnétco total seja de 3,0 mwb? Respostas: (a) 800; (b) 0,505 mh; (c) 5,94 A. 3. Indutânca de um toróde com N espras O campo magnétco no nteror da espra não é unforme, como mostramos na aula sobre Le de Ampère. Então, a rgor, temos de usar o caso 3 para o fluxo magnétco. A ntegral resultante pode ser efetuada analtcamente para o caso de um solenóde com seção reta retangular de lados b-a e H, onde a e b são os raos nterno e externo do toróde, respectvamente. O resultado é Φ = B. da = μ 0NH 2π ln b a Aplcando a defnção de ndutânca L = NΦ/, onde é a corrente e N o número de espras, temos uma expressão exata para a ndutânca do toróde: L = μ 0H 2π ln b a Podemos, todava, encontrar faclmente uma expressão aproxmada, magnando que o toróde resultou do encurvamento de um solenóde retangular de comprmento l = 2πr. Desprezamos o efeto da curvatura torodal, o que é tanto melhor quanto mas longo seja o solenóde. Então a ndutânca será aproxmadamente L μ 0 n 2 Al = μ N 0 l L μ 0 N 2 A 2πr onde r é o rao do centro da seção reta, tomado a partr do exo do toróde, e A é a área da seção reta (vde fgura). 2 Al 3
4 Problema resolvdo: Consdere um toróde com N = 2000 espras, onde o rao do centro do toróde é 100 cm e o rao da seção reta é 1 cm. (a) Calcule a ndutânca usando a fórmula aproxmada deduzda anterormente; (b) Calcule o fluxo magnétco total no nteror do toróde quando o enrolamento é percorrdo por uma corrente de 2,0 A. Solução: (a) A seção reta tem área A = π r 2 = π x 0,01 2 = π x 10-4 m 2. L μ 0 N 2 A 2πr (b) NΦ = L = 2,5 x 10-6 x 2,0 = 5,0 μwb = 4πx 10 7 x x π x π x 100 = 2,5 μh Problema proposto: Seja um toróde com N = 1250 espras e seção reta retangular, com rao nterno a = 90 cm e rao externo b = 95 cm, bem como uma altura H = 3 cm. (a) Use a fórmula exata para calcular a ndutânca. (b) Use a fórmula aproxmada que deduzmos anterormente. (c) Estme o erro percentual relatvo cometdo no uso da fórmula aproxmada, em comparação com a fórmula exata. Respostas: (a) 0,50688 mh; (b) 0,50675 mh; (c) 0,02 %. Auto-ndução: quando há mudança na corrente que passa por uma bobna, aparece uma fem nduzda ε L na própra bobna (le de Faraday) que se opõe à mudança. Da defnção de ndutânca, NΦ = L; então a fem auto-nduzda na bobna será Se a ndutânca L for constante ε L = N dφ dt = d(nφ) = d(l) dt dt ε L = L d dt () () Se aumenta, d/dt > 0, então ε L < 0: a fem opõe-se ao aumento Se dmnu, d/dt < 0, então ε L > 0: a fem opõe-se à dmnução Crcutos LR: são crcutos consttuídos de um ndutor assocado em sére com um resstor, e ambos podem ser lgados a uma fonte de tensão contínua. Note que, como o ndutor é uma bobna feta de um fo que tem resstênca elétrca, às vezes nem precsamos nclur explctamente o resstor no problema. 4
5 Regra dos snas para ndutores: se a o sentdo da fem auto-nduzda concde com o sentdo de percurso na malha então o snal da fem ε L é negatvo; se é oposto ao percurso então é postvo (cudado! é o oposto da fem gerada por uma fonte de tensão!). I. A chave é lgada e a fonte de tensão é lgada em sére com o ndutor e o resstor: a corrente elétrca aumenta no resstor e no ndutor, gerando nesse últmo uma fem auto-nduzda que retarda o aumento da corrente Supondo o percurso no sentdo horáro da malha do crcuto acma, e arbtrando o sentdo horáro para a corrente, pela prmera le de Krchhoff a soma das quedas de tensão na malha é gual a zero: R + ε L + ε = 0 R L d dt + ε = 0 Que é uma equação dferencal para a corrente (t), cuja solução é, supondo que em t = 0 a chave fo fechada e a corrente ncal é nula ((0) = 0): Constante de tempo ndutva: t = ε R 1 e Rt/L (corrente aumentando) τ L = L R a) Tensão sobre o resstor: b) Tensão sobre o ndutor: V R = R t = ε 1 e Rt/L = ε 1 e t τ L V L = ε L = L d dt = L ε R Rt 1 e L R L t = ε e τ L II. A fonte de tensão é desconectada do crcuto: a corrente elétrca dmnu no resstor e no ndutor, gerando nesse últmo uma fem auto-nduzda que retarda a dmnução da corrente. Fazendo ε = 0 na equação dferencal do crcuto temos 5
6 R + L d dt = 0 Supondo que, em t = 0, a corrente no crcuto é (0) = ε/r, a solução agora é t = ε R e Rt/L (corrente dmnundo) Observe que, agora, as tensões sobre o resstor e o ndutor são guas para qualquer nstante de tempo. A tensão sobre o resstor será V R = R t = εe Rt/L = εe t τ L = V L Problema resolvdo: Um solenóde de ndutânca 6,30 μh está lgado em sére a um resstor de 1,20 kω. (a) Lgando-se uma batera de 14,0 V, quanto tempo leva para que a corrente no resstor atnja 80% do seu valor fnal? (b) Calcule as tensões no resstor e no ndutor nesse nstante de tempo. Solução: a constante de tempo ndutva é τ L = L R = 6,30 x ,20 x 10 3 = 5,25 x 10 9 s = 5,25 ns (a) o valor fnal da corrente no resstor é (t= )= ε/r. Para que = (80/100) ε/r t = ε t 1 e τ L = 0,8 ε R R e t τ L = 1 0,8 = 0,2 Aplcando logartmos neperanos a ambos os membros -t/τ L = ln 0,2 = -1,61 t = 1,61τ L =1,61 x 5,25 ns = 8,45 ns (b) as tensões sobre o resstor e o ndutor serão, respectvamente: V R = ε 1 e Rt/L = 14,0 1 e 8,45 5,25 = 14,0 1 0,199 = 11,2 V V L = ε e t τ L = 14,0 e 8,45 5,25 = 2,79 V Problema proposto: A corrente num crcuto RL ca de 1,0 A para 10 ma no prmero segundo após a remoção da batera do crcuto. (a) Sendo a ndutânca de 10 H, calcule a resstênca do crcuto. (b) Após uma constante de tempo ndutva, calcule a tensão no resstor e no ndutor. Respostas: (a) 46 Ω; (b) 0,37 V para ambas. Energa magnétca armazenada no ndutor: a energa potencal elétrca fornecda pela batera va sendo transformada em energa magnétca no ndutor e calor no resstor. Multplcando por - a equação dferencal do crcuto RL na etapa de aumento da corrente, e rearranjando os termos, chegamos ao balanço de energa R 2 + L d dt = ε que espelha a conservação de energa eletromagnétca: 6
7 P E = P R + P L P E = ε = potênca elétrca fornecda pela fonte de tensão P R = R 2 = potênca dsspada no resstor sob a forma de calor (efeto Joule) P L = L(d/dt) = potênca envolvda na transformação de energa elétrca em magnétca Como potênca = energa / tempo, denotando a energa magnétca por U B temos P L = du B dt = L d dt ou du B = L d. Integrando de = 0 (quando t = 0) até uma corrente qualquer temos U B = du B = L d 0 U B = 1 2 L2 Problema resolvdo: Num crcuto RL cuja constante de tempo ndutva seja de 37,0 ms a corrente é nula em t = 0. Em que nstante a taxa de dsspação de energa no resstor é gual à taxa com que a energa magnétca está sendo armazenada no ndutor? Solução: Por hpótese P L = P R. Logo P E = P L + P L = 2 P L,ou ε = 2 L (d/dt) Usando a fórmula para a corrente aumentando t = ε R 1 e t τ L e a expressão obtda para a ddp no ndutor chegamos a ε = 2L d dt = 2L ε R Rt 1 e L R L t = 2ε e τ L Dvdndo ambos os membros por ε chegamos à equação exponencal e t τ L = 1 2 Aplcando logartmos t = ln 2 τ L = 0,69 x 37 = 25,6 ms Problema proposto: Num crcuto RL de ndutânca 2,0 H, resstênca 10 Ω, e uma fonte de tensão de 100 V, após 0,10 s de termos lgado a chave, calcule (a) a potênca fornecda pela fonte; (b) a potênca dsspada pelo resstor; (c) a potênca magnétca no ndutor. Respostas: (a) 393 W; (b) 155 W; (c) 238 W. Densdade de energa magnétca: podemos magnar que a energa está sendo armazenada no campo magnétco gerado pelo ndutor, da mesma forma que a energa era armazenada no campo elétrco entre as placas de um capactor. 7
8 Se o solenóde tver área da seção reta A e comprmento l, o volume da regão nterna é vol = A l. A densdade de energa magnétca é a energa por undade de volume u B = U B vol = L2 2Al = ( L l )2 2A Mas vmos no começo da aula que a ndutânca de um solenóde, por undade de comprmento, é dada por L l = μ 0n 2 A u B = (μ 0n 2 A) 2 = μ 2A 0 n Mas o campo magnétco no nteror do solenóde é B = μ 0 n Logo, multplcando e dvdndo por μ 0 u B = μ 0μ 0 n 2 2 2μ 0 u B = B2 2μ 0 Essa expressão vale para qualquer tpo de ndutor e mesmo na ausênca de ndutores! Problema resolvdo: É dado um cubo de aresta 10 cm. Compare a energa elétrca e a magnétca assocadas a campos elétrcos e magnétcos unformes de ntensdades 100 kv/m e 1,0 T, respectvamente, na regão do espaço ocupada pelo cubo. Solução: O volume do cubo é vol = a 3 = (0,10 m) 3 = 0,001 m 3. A energa magnétca será U B = vol x u B = B2 (vol) = 1,02 x0,001 = 400 J 2μ 0 2x4πx10 7 Vmos que a densdade de energa elétrca é U E = ε 0 E 2 /2. A energa elétrca dentro do cubo será U E = vol x u E = ε 0 E 2 = 44 μj 2 (vol) = 8,85x10 12 x10 5 x0,001 2 Problema proposto: Qual deve ser o módulo de um campo elétrco unforme para que tenha a mesma densdade de energa de um campo magnétco de 0,50 T? Resposta: 150 MV/m 8
Referências bibliográficas: H. 31-5, 31-6 S. 29-7, 29-8 T Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Física
Unversdade Federal do Paraná Setor de êncas Exatas epartamento de Físca Físca III Prof. r. Rcardo Luz Vana Referêncas bblográfcas: H. 31-5, 31-6 S. 9-7, 9-8 T. 5-4 ula - Le de mpère ndré Mare mpère (*
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